Reagrupamento Revolucionário n. 04
É com felicidade que anunciamos aos nossos leitores o lançamento do quarto número de nossa revista Reagrupamento Revolucionário. Disponível em formato PDF ou com nossos militantes. Boa leitura!
É com felicidade que anunciamos aos nossos leitores o lançamento do quarto número de nossa revista Reagrupamento Revolucionário. Disponível em formato PDF ou com nossos militantes. Boa leitura!
Vários bairros da cidade sofreram com enchentes dos rios ou simplesmente inundações pluviais. Até agora foram registradas mais de 200 mortes em todo o estado do Rio e o número aumenta sem parar. Além dos mortos, cerca de 500 pessoas saíram feridas e mais de seis milhões foram afetados de alguma maneira. O número total de desabrigados (aqueles que tiveram que deixar suas casas e não tinham onde ficar) passou dos sete mil. O número de desalojados (os que tiveram que deixar suas casas, mas encontraram abrigo com amigos ou parentes) chegou aos vinte e cinco mil. Em um dos locais mais atingidos, o Morro do Bumba, em Niterói, cerca de 50 casas foram completamente destruídas por um desmoronamento na encosta.
Diante dessa situação, a resposta dos governos foi unânime: pôr a culpa da tragédia na chuva e nos trabalhadores pobres que, sem opção, vivem em locais de risco, como o Morro do Bumba. O Governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), expressou de maneira clara sua opinião: “Não é possível a construção irregular continuar. Se você pegar essas pessoas que morreram, quase todas estavam em áreas de risco”, disse ao prometer medidas duras contra as ocupações existentes. Para o Governador, é preciso ampliar as medidas de “limpeza” urbana como desocupação de favelas e o Choque de Ordem realizado pelo Prefeito da cidade do Rio, Eduardo Paes (também do PMDB). Uma opinião semelhante foi proferida por Lula quando voltava de sua viagem ao Rio.
Pela construção, sob supervisão de assembléias de moradores, de novas moradias em locais adequados para TODAS as vítimas, desabrigados e desalojados por causa da catástrofe!
Imposto progressivo a cada ano sobre as grandes empresas para pagar um plano de infra-estrutura e obras públicas!
Que o lucro das empresas que exploram o petróleo brasileiro, além dos royalties, seja fortemente taxado para garantir habitação digna e bem localizada, com acesso a saúde e educação de qualidade para todos os que precisam!
Pelo fim do Choque de Ordem! Que as organizações e assembléias de trabalhadores sem-teto tenham total liberdade para usar como habitação improvisada prédios públicos e privados que estejam fora de uso!
A Ordem Reina em Berlim
“A ordem reina em Varsóvia!”, “A ordem reina em Berlim!”. Eis como proclamam as suas vitórias os guardas da “Ordem” através de todos os exércitos que se estendem de um lado para outro da luta histórica mundial. A destituição dos vencedores não indica mais do que o final de uma etapa da “Ordem” que deve ser mantida e proclamada periodicamente, mediante toda a classe de sangrentos assassinos, sem deter-se na sua marcha para o seu destino histórico, quer dizer, para o seu fim.
Marxismo & Questão Negra
(Documentos 1920-1987)
Desde o início, tais protestos foram brutalmente reprimidos. Contrariando as expectativas do regime, isso só fez se intensificarem as mobilizações de rua. Passado algum tempo, começaram a ocorrer ataques a prédios governamentais e, após mais de um ano de conflito, os protestos de rua se intensificaram, a oposição ganhou corpo e criaram-se organizações de liderança que incluem até mesmo um braço armado próprio.
Em algumas cidades, principalmente Homs, a oposição organizada conseguiu uma correlação de forças favorável, ainda que não tenham obtido seu controle. Nos locais onde a oposição armada e os protestos de rua contra o regime têm se mostrado mais intensos, as tropas de Assad, junto a grupos paramilitares que o apoiam (as chamadas “shabiha”), têm perpetrado verdadeiros massacres como forma de represália, levando a um alto número de mortes.
Materiais Relacionados
“‘Seria, evidentemente, muito cômodo fazer a história universal, se somente com infalíveis probabilidades de êxito se travasse a luta.’”
Lado a lado – Cléber Rabelo (PSTU), Edmilson Rodrigues (PSOL) e Jorge Panzera (PCdoB) fazendo campanha em bairro de Belém. (cleber16123.blogspot.com.br) |
É essa frente dominada por um candidato “simpático”, que “não causa temor aos empresários”, e que ainda por cima “qualquer empresário que quiser fazer doações dentro da lei” será bem recebido, que o PSTU está compondo. Entre esse programa, que o PSTU está apoiando quando se une a Edmilson, e o programa do marxismo, a necessidade da democracia proletária e da expropriação da burguesia, há um verdadeiro abismo.
Edmilson Rodrigues (PSOL) e Cléber Rabelo (PSTU): abraçados na base do programa de Edmilson (pstueleicoes.wordpress.com) |
Esse argumento de defender o programa revolucionário “por dentro” de um bloco político de colaboração de classes não é novo, assim como tampouco é nova a formação de blocos do PSTU com partidos que ele próprio reconhece como traidores. Na sua declaração, o PSTU diz: “(…) não é a primeira vez que participamos ou apoiamos uma frente eleitoral com a qual não temos nenhum acordo.” É algo típico de um partido que quer parecer “ortodoxo” quando lhe convém (no programa formal e nos “dias de festa”) enquanto na prática o papel que representa é de auxiliar de esquerda dos partidos oportunistas e frentepopulistas, aos quais confere o seu apoio político.
PSTU chama voto em Lula – Capa do Opinião Socialista em fins de 2002. Foi “tático” ajudar a colocar um governo burguês no poder. (pstu.org.br) |
Palabra Obrera – Capa do órgão editado pelo grupo de Moreno na Argentina entre 1955 e 1963, “sob a disciplina do Gal. Perón”. |
Um programa eleitoral é um compromisso programático entre os seus firmantes. No caso de Belém, com Edmilson/PSOL e o PCdoB, um compromisso de gerir o Estado dos patrões, e com alguma chance de ser bem sucedido. Para os morenistas, cujo objetivo é empurrar os oportunistas na esperança de que estes cumpram um papel revolucionário, a independência de classe perde grande parte do seu significado. Ela se torna meramente um detalhe “tático”.
Junto a isso, a privatização da educação pública deve ser combatida com o programa de expropriação sob o controledos estudantes e trabalhadores das universidades privadas (para que se tornem públicas) e de fim da terceirização do trabalho, dando imediatamenteaos terceirizados estabilidade, condições e salários iguais aos dos efetivos. Essa luta precisa, inclusive passar por cima da legislação draconiana mantida pelo governo Dilma, que conduz à contratação de trabalhadores, em maioria mulheres e negros, sob um regime precário para trabalhar na universidade.
“Dessa forma, os trabalhadores estão realmente numa situação sem saída. A não ser que lutemos por uma saída que nos favoreça e que, portanto, vai prejudicar o lucro dos patrões. (…) É claro que, para isso, o governo Dilma precisa mudar radicalmente sua política econômica e parar de favorecer os patrões. Por isso também devemos lutar!” (Site do PSTU, 1 de junho de 2012)
Nessa página é possível baixar em formato PDF a revista Reagrupamento Revolucionário n. 03 (terceiro trimestre de 2012) ou ler os artigos dela online.
Reagrupamento Revolucionário n. 03
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Pela Emancipação dos Negros Através da Revolução Socialista!
O que está acontecendo com o MNN?
Polêmica com o Comitê Internacional (2007)
A Juventude e a Necessidade de um Partido Revolucionário
Nas últimas eleições do DCE [Diretório Central de Estudantes], nós do Coletivo Lenin chamamos voto crítico na Chapa 4 – Revida Minerva! Aqui, faremos uma avaliação do resultado e de como correram as eleições, como forma de apresentar nossa posição em relação às demais organizações estudantis e explicar o porquê de vermos necessidade de criar um novo movimento estudantil na UFRJ. Em primeiro lugar é preciso deixar claro nosso ponto de vista. Somos comunistas. Isso significa que acreditamos que os problemas centrais dos estudantes e trabalhadores só serão resolvidos quando os trabalhadores estiverem na gestão da sociedade, ou seja, o socialismo. Por isso, o Coletivo Lenin faz questão de estar presente nos Centros Acadêmicos, nas eleições do DCE, nas campanhas por bandejões e assistência estudantil; para chamar atenção para a importância e ao mesmo tempo a insuficiência das lutas por melhorias dentro do capitalismo. Enquanto vivermos no capitalismo, as melhorias estarão constantemente ameaçadas e podem ser retiradas com a mesma rapidez com que são conseguidas, assim que os estudantes e trabalhadores se desmobilizarem.
É com essa perspectiva que intervimos na UFRJ. Nosso pequeno Coletivo ainda não tinha condições de criar uma chapa própria nessas eleições. Porém, não podemos ignorar um evento importante como as eleições e nos abstermos de disputar a consciência dos estudantes. Uma vez que não éramos capazes de fazer propaganda sobre nossos objetivos da melhor maneira, que era tendo uma chapa, chamamos voto crítico numa outra chapa que concorria nas eleições. O objetivo dessa tática de voto crítico é mostrar o que achamos de positivo numa chapa (a razão de chamarmos voto nela) e, ao mesmo tempo, ter a liberdade de apontar as suas falhas. Fazemos isso porque não achamos que montar uma chapa seja congregar grupos de amigos ou grupos políticos que tem alguns pontos em comum. Achamos que participar das eleições do DCE não deve ser um fim em si mesmo, com o objetivo de mandar na entidade. Nosso objetivo a curto prazo é construir um movimento estudantil capaz de reunir ativistas independentes que, assim como nós, entendam a importância de ligar as lutas estudantis às lutas dos trabalhadores e que façam propaganda diária entre os estudantes da necessidade de uma luta revolucionária na Universidade, que deve incluir oposição ao governo de Lula em aliança com os empresários, integração dos estudantes com os trabalhadores, luta pelo fim do funil racial e social que é o vestibular, defesa de demandas para as estudantes (como creches e bandejões gratuitos e de qualidade em todos os campi), etc.
Vemos as eleições como uma oportunidade de fazer propaganda do programa revolucionário. Assim, temos clareza: não entraríamos numa chapa com um grupo com o qual tivéssemos divergências marcantes. Assim, achamos uma traição os atos daqueles que formam chapas que não tem a mínima coesão e dentro da qual cada um acha algo diferente sobre o mesmo assunto. Esse foi o caso da Chapa 2 – A UFRJ que Queremos.Parte da chapa (Movimento Nós Não Vamos Pagar Nada [composto por militantes do Enlace/PSOL e simpatizantes]) considera que é preciso que o DCE esteja presente na União Nacional dos Estudantes e outra parte (que se organiza na ANEL – Assembleia Nacional dos Estudantes Livre [entidade que é dirigida pelo PSTU]), que era preciso romper com a entidade de massa dos estudantes brasileiros.
Da mesma forma, não achamos que devemos diminuir nossas exigências e baixar o tom sobre aquilo que achamos fundamental que os estudantes reivindiquem, para assim conseguir ganhar mais votos. Muitos grupos, entretanto, esquecem seus objetivos para atrair aqueles que tem menor clareza sobre quais devem ser as bandeiras e os objetivos dos estudantes. Isso ocorreu, por exemplo, com a Chapa 3 – Correnteza: os membros do Movimento Correnteza [impulsionado pelo PCR e simpatizantes] tentaram a todo custo (sem sucesso) atrair o Coletivo Alojamento em Luta para dentro da chapa. Para isso, mudaram a sua demanda, que era o fim do vestibular, para passar a lutar apenas pelas cotas sociais e raciais, que são extremamente insuficientes para combater a exclusão elitista e racista da universidade. Por isso, o giro mais oportunista dessas eleições foi protagonizado pelo Movimento Correnteza. Na semana do protesto-almoção pelo bandejão do CT-CCMN, estavam dizendo ao estudantes que era fundamental lutar por bandejões gratuitos e de qualidade para todos e lutar pelo fim do vestibular. Duas semanas depois, nas eleições, faziam meramente a defesa das cotas e exigiam apenas o término das obras do atual bandejão. Um movimento só faz isso quando seu objetivo não é trazer os estudantes para uma luta integrada aos trabalhadores (uma luta que vai além do imediato), mas simplesmente ganhar a eleição, não pela superioridade de sua campanha e suas propostas, mas pela aglutinação de grupos heterogêneos.
A razão de chamarmos voto crítico na Chapa 4 foi percebermos que ela foi a que congregou inúmeras demandas fundamentais para os estudantes da UFRJ, coisas pelas quais se comprometia a lutar caso fosse eleita, como por exemplo: a fundamental aliança entre os estudantes e trabalhadores da universidade; luta por bandejões gratuitos e abertos em tempo integral para todos os estudantes e trabalhadores; creches gratuitas e de qualidade para atender a todas as estudantes e trabalhadoras.Pudemos perceber, entretanto, que a maioria dessas demandas entrou na chapa por insistência de um dos grupos que a compunha, o Movimento A Plenos Pulmões [que era impulsionado pela LER-QI na UFRJ], enquanto os demais grupos, o Coletivo Alojamento em Luta e o Movimento Quem Vem Com Tudo Não Cansa [composto por militantes do Coletivo Marxista e simpatizantes], tinha uma formulação muito semelhante àquela apresentada pela Chapa 2 (ou seja, cotas, nenhuma palavra sobre aliança operário-estudantil e nenhuma linha sobre bandejões gratuitos).
Isso ficou claro no final da campanha, quando os membros do Movimento A Plenos Pulmões não puderam estar presentes e o restante da chapa lançou um panfleto de boca de urna que poderia ser facilmente confundido com um panfleto da Chapa 2, não fosse o número no alto. Ao mesmo tempo, não temos nenhuma espécie de pena dos membros do Movimento A Plenos Pulmões. Os companheiros tem experiência suficiente para saber que é isso que ocorre quando se forma uma chapa com grupos de pensamento diferente. Os grupo maiores passam a perna nos menores. Isso para não citar as “adaptações” que tais companheiros fizeram para manter a chapa unida. Por exemplo, se “esqueceram” que eles próprios defendem disputar as bases da UNE, a entidade de massa dos estudantes (combatendo o governo onde estão os estudantes influenciados pelo governo) e que de fato constroem a ANEL, e integraram uma chapa que agita o rompimento sectário com ambas entidades. O mesmo pode ser visto na sua defesa de que devemos lutar ao mesmo tempo “por cotas e pelo fim do vestibular”. Não somos neutros diante das cotas. Achamos que são uma melhoria extremamente paliativa e insuficiente. Por isso, apoiaríamos a sua implementação de maneira crítica, apontando a necessidade do fim do vestibular, que é o acesso de todos os filhos da classe trabalhadora (inclusive os setores negros mais explorados) à educação superior.
Não podemos deixar de citar o papel vergonhoso da Chapa 5 – A UFRJ Pode, cujo objetivo por trás do bonito panfleto era abandonar completamente a luta política do movimento estudantil e tornar o DCE um espaço de confraternização alienada. Também falamos com receio sobre o crescimento da Chapa 1 – Um Novo Enredo. A Chapa 1 congrega os setores que apoiam o governo Lula entre os estudantes. O crescimento desses grupos, que controlaram o DCE até 2007, tem duas principais razões. O primeiro fator é objetivo: o ano eleitoral faz com que os defensores do governo se beneficiem da imensa pressão social que os estudantes sofrem para votar pela frente popular (governo de organizações operárias e estudantis em comunhão com os empresários) de Lula. Os trabalhadores e estudantes em geral fazem isso porque não vêem outra alternativa e temem, com razão, o retorno da direita. Isso leva diretamente ao outro fator: o subjetivo. Não existe nesse momento uma força política de esquerda que mostre que é possível algo mais e melhor que o governo Lula, que rompa as dúvidas e incertezas dos estudantes. Na UFRJ, o melhor exemplo disso é a atual gestão do DCE, novamente hegemonizada pela Chapa 2, que não oferece essa alternativa aos estudantes.
Primeiro, porque a Chapa 2 defende basicamente as mesmas propostas que os apoiadores do governo Lula: cotas, mais verbas para educação e, na prática, que “estudante é estudante e trabalhador é trabalhador”. Por isso, sua “luta” contra os projetos do governo (Reuni, Prouni) fica no vazio. Faltam propostas alternativas ao Reuni e ao Prouni e fica até parecendo que a Chapa 2 é contra o aumento de vagas na Universidade brasileira (poderia dizer claramente “Fim do Vestibular – Acesso universal!”). Segundo, porque combate o governo apenas em fóruns menores como a ANEL, sem integrar a UFRJ à luta contra o governo onde estão os estudantes que acreditam no governo – na UNE. Assim, a gestão acaba se fechando dentro do próprio umbigo, sem trazer os estudantes para luta. Ao invés de estar nos fóruns mais amplos possíveis defendendo um programa realista e avançado para combater o governo, a gestão do DCE se encastela num fórum reduzido defendendo propostas que em muito pouco se diferenciam daquelas proferidas pelos que querem empurrar o governo Lula para a esquerda, ou seja, empurrar o governo Lula para melhorar as universidades para o benefício de estudantes e trabalhadores: algo que ele nunca fará! Será que é essa a esperança por trás das propostas da Chapa 2?
Para nós as eleições não representam um momento específico na existência dos grupos citados, mas sim um momento em que suas posições e práticas vêm à tona para todos que desejem ver. E, como deixamos claro nossa posição extremamente crítica em relação aos mesmos, consideramos a necessidade imediata de começar a organizar na UFRJ um movimento que cumpra determinadas tarefas que, como afirmamos, nenhum grupo cumpre atualmente de forma consequente: presença tanto dentro dos fóruns estudantis da ANEL quanto, principalmente, nos da UNE; aliança operário-estudantil já!; lutar por bandejão para todos os trabalhadores da universidade e para todos os estudantes em tempo integral; lutar pelo fim do vestibular e o acesso universal à educação – se necessário, que os lucros das empresas e fortunas sejam arrancados para bancar a educação dos filhos dos trabalhadores até que todos possam ir à universidade; creches gratuitas e de qualidade nos campi para todas as trabalhadoras e estudantes; além de inúmeras outras necessidades essenciais. A hora é de lutar, companheiros!
Fazemos, assim, um chamado a todos os militantes e demais ativistas independentes a se juntarem ao Coletivo Lenin na construção de uma nova ferramenta de luta dentro da UFRJ, uma realmente capaz de levar à frente a aliança operário-estudantil necessária para a transformação da sociedade em que vivemos.
Vamos nos juntar nessa perspectiva de defesa revolucionária dos interesses dos estudantes! Todos ao Movimento Hora de Lutar!
I) Nosso movimento tem como diretriz a aliança operário-estudantil. A maioria de nós estudantes nos tornaremos trabalhadores, ou já trabalhamos para pagar nossos estudos. Assim, sofreremos ou já sofremos dos mesmos problemas que a classe trabalhadora sofre atualmente. O próprio modelo de exploração de uma classe sobre a outra está presente no sistema de educação, que visa preparar desde cedo o estudante pra ser apenas mais um trabalhador disciplinado;
II) Somos contra qualquer meio ou medida que vise a superexploração da juventude, como estágios mal remunerados que não cumprem o papel de ensinar e como a exigência de um primeiro emprego, que tende a empurrar a juventude recém-formada para os cargos e categorias pior pagos do mercado;
III) Lutamos por uma educação realmente pública, o que compreende um plano de assistência estudantil que se estenda desde a alimentação, transporte, moradia e custeamento de materiais didáticos/paradidáticos até o lazer e a cultura do estudante, e permita que este não tenha que estudar e trabalhar ao mesmo tempo, o que prejudica sua formação acadêmica ou mesmo leva muitos a largar os estudos temporária ou permanentemente;
IV) Mas a educação só vai ser realmente pública com o livre acesso, portanto, lutamos pelo fim do vestibular. Também somos pela estatização das faculdades privadas, sob controle dos trabalhadores e estudantes e pela ampliação com qualidade da rede de faculdades públicas;
V) Sobre as medidas afirmativas, enxergamos o caráter progressivo das mesmas, porém reconhecemos sua insuficiência e lhes damos apenas apoio crítico. Entendemos que a adoção de cotas, por exemplo, não soluciona o principal problema gerado pelo vestibular de tornar a faculdade um ambiente elitizado e racista;
VI) Combatemos toda e qualquer forma de opressão, como o machismo e o racismo, que servem apenas pra dividir e dificultar a organização dos estudantes e trabalhadores, além de serem ferramentas usadas pelas classes dominantes para nos explorar ainda mais;
VII) Não depositamos nenhuma confiança no Estado e seus braços armados, como a polícia e o exército, que no fundo estão apenas a serviço das classes dominantes. Também denunciamos o papel que as Forças Armadas cumprem em outros países, como o exército brasileiro no Haiti, que mantém a repressão aos trabalhadores negros para garantir a ordem das classes proprietárias haitianas e estrangeiras.
Gostaríamos de chamar a atenção de nossos leitores para atualizações em nosso Arquivo Histórico em Espanhol. Destacamos a publicação de documentos, produzidos pela então revolucionária Liga Espartaquista nos anos 70 e início dos anos 80, combatendo as posições políticas de Nahuel Moreno e de seus seguidores. Devido à difusão das ideias revisionistas de Moreno no Brasil através de grupos como o PSTU, CST (PSOL) e MR, estes artigos são de grande interesse para aqueles que desejam analisar de forma crítica o legado da corrente morenista. Dificuldades com o idioma espanhol podem ser resolvidas com a ajuda de um tradutor eletrônico. Essa lista de artigos será expandida conforme adicionarmos mais documentos sobre o tema na seção de documentos históricos.
Guevarismo vs. socialdemocracia en el S.U. (1973) / La lucha contra el peronismo (1973) / El PST atrapado con las manos en la masa (1974) / El SWP “traduce” a Coral (1975) / Carta a la Liga Comunista de España (1975) / Estallido de la minoría del Secretariado Unificado (1976) / Empate mexicano (1976) / ¡EE.UU. fuera de Panamá ahora! (1978) / La revolución en Nicaragua y la izquierda (1979) / OCI/Moreno: Nicaragua ocasiona um noviazgo de conveniencia (1979) / La careta de izquierda de Moreno (1979) / Bloques podridos hacen añicos al Secretariado Unificado (1979) / Irán: La historia se venga (Introducción) (1979-80) / Hijo de Perón cohabita con hijo de Miterrand (1980) / Morenistas llaman por contrarrevolución en la URSS (1980) / El espectro del trotskismo en Nicaragua (1981) / Hijo de Perón abandona a hijo de Miterrand (1982).
“Compreensão de que Frentes Populares eleitorais (blocos entre partidos de base operária e setores burgueses, como a candidatura Dilma) podem ser utilizadas para proteger o proletariado contra as alas fascistas ou reacionárias da burguesia:”
“‘Sim, em algumas situações votar na frente popular, ao mesmo tempo em que se mantém a ação direta contra a direita, é uma tática para defender os trabalhadores contra o fascismo (…). Na França, em 36, os trabalhadores elegeram os socialistas contra a direita tradicional como forma de evitar a influência do fascismo europeu crescente no França através da direita eleita (…). Esses são alguns exemplos em que votar em Frente Popular é uma forma de ganhar tempo. (ênfase nossa) (E-mail interno de um membro da tendência de Paulo Araújo, 21 de junho de 2011).’”
“Em uma das reuniões voltadas para a discussão dos temas em revisão por Paulo, um dos membros da tendência revisionista chegou ao ponto de defender que a tarefa dos revolucionários na Alemanha dos anos 1920/30 seria a de criar uma frente popular eleitoral com o objetivo de ‘atrasar’ a chegada do Nazismo ao poder. Essa mesma política, entretanto, era um dos pilares do stalinismo que a Quarta Internacional tanto combateu.”
- Introdução à Série Polêmica Marxista (Dezembro de 2008)
- Declaração Espartaquista à Conferência do Comitê Internacional (Abril de 1966)
- A Gênese do Pablismo(Primavera de 1972)
- A Escola de Robertson de Construção de Partido (Verão de 1986)
- A Continuidade Revolucionária e o Racha da Quarta Internacional (1989)
- O Ser Determina a Consciência(Maio de 2007)
Carta de ruptura con la Tendencia Bolchevique Internacional
Gadafi derrumbado por los imperialistas en Libia:
“Apesar de existir uma considerável mitologia que defende o contrário, tanto o PCI como o SWP vacilaram quando o revisionismo se manifestou na direção da Quarta Internacional, colocando obstáculos somente à sua aplicação em suas próprias seções. Ambos os grupos se comprometeram por sua inquieta conformidade (combinada, no caso do PCI, com resistência esporádica) a apoiar a política de Pablo, até que consequências organizativas suicidas para suas seções fizeram necessárias duras batalhas. Ambos abdicaram da responsabilidade de levar a luta contra o revisionismo em todas e cada uma das instâncias e seções da Quarta Internacional (…) O CI, desde o seu começo, era apenas o esqueleto de uma tendência internacional formada por grupos que já haviam se dividido entre ramificações pró-pablistas e ortodoxas.”
“Ao avaliar o nosso trabalho desde a nossa conferência de 2008 observamos que, apesar de alguns sucessos limitados (por exemplo, ganhamos adeptos na França e Polônia), ainda temos de fazer grandes avanços a nível internacional e, de fato sofremos alguns reveses. Em 2010, um companheiro recém-recrutado deixou a IBT para se tornar um anarquista em sequência aos protestos explosivos contra o G-20 em Toronto. Mais significativamente, não conseguimos ganhar os membros do Coletivo Lenin (CL) do Rio de Janeiro, alguns dos quais eventualmente se alinharam com Sam T., um ex-membro talentoso mas problemático da IBT, que partiu em setembro de 2008, após decidir que ele não estava mais preparado para seguir as diretrizes da organização. A nossa incapacidade para ganhar os camaradas brasileiros veio como o culminar decepcionante de vários anos de esforço e representou a perda do que parecia ser uma oportunidade promissora para realizar trabalhos em uma parte extremamente importante do mundo.“
[1] Em muitas das reuniões internas da entidade estudantil que dirigem (ANEL), assim como em alguns materiais específicos, os camaradas de liderança do PSTU costumam levantar corretamente as bandeiras pela aliança proletária-estudantil. Tal bandeira, entretanto, desaparece completamente quando tal partido realiza sua intervenção em fóruns mais amplos da universidade, em eleições estudantis e momentos de luta, sobretudo naqueles em que fazem blocos políticos com o PSOL.
A Escola de Robertson de Construção de Partido
Entretanto, nepotismo e traições burocráticas há muito são numerosos entre a panelinha que monopoliza o poder político no Estado operário deformado da Coréia do Norte. Antes de Kim Jong-il ter sido promovido a herdeiro esse ano, Kim Il-Sung havia nomeado Kim Young-Ju como seu sucessor. Seu currículo? Kim Young-Ju é o irmão de Kim Il-Sung. Além disso, o Comitê Central do autoproclamado Partido dos Trabalhadores Coreanos consiste em boa parte da família Kim – sua esposa, seu filho, seu irmão e seu sobrinho!
Saudações bolcheviques,
“Em sua carta anterior [da LCI], datada de 11 de junho, [a dirigente da LCI] Parks escreveu que Norden e Abrão [Negrete] queriam destruir as relações fraternais da LQB com a LCI. Então, em 17 de junho, seis dias mais tarde, vocês escreveram para romper as relações fraternais!”“De um Impulso em Direção ao Abstencionismo até Deserção da Luta de Classes,” página 84
“O interesse repentino pelo bem-estar dos Fuzileiros Navais, que só um ano antes Workers Vanguard tinha descrito como ‘os açougueiros imperialistas mais notórios do mundo’, marcou uma guinada radical da postura formal da SL como continuadora do trotskismo ortodoxo. Isso iluminou totalmente a dimensão programática da evolução da SL do trotskismo para o banditismo político ― uma forma peculiar e eclética de centrismo, principalmente caracterizada por uma capacidade para guinadas programáticas excêntricas e selvagens. A degeneração da SL foi consolidada, em última análise, pela perda de confiança na possibilidade de ganhar a classe trabalhadora para o programa revolucionário, entretanto foi revestida com um elemento substancial de culto à direção (…)”.“Mercenários políticos estão sempre dispostos a subordinar questões de linha política formal às exigências de seus requisitos organizacionais concebidos em curto prazo. O reflexo covarde exibido pela liderança da SL sobre os fuzileiros navais no Líbano foi claramente motivado pelo temor de desagradar a ‘própria’ classe dominante.”Prefácio a Boletim Trotskista No. 2, “Marxismo vs. Social-Patriotismo”, dezembro de 1984.
“O que nós sentimos em relação aos astronautas [isto é, os especialistas militares, cuja missão era instalar um satélite-espião avançado] não é mais ou menos do que para com qualquer pessoa que morresse em circunstâncias trágicas, tal como os nove pobres salvadorenhos que foram mortos num incêndio em um porão de apartamento em Washington, DC, dois dias antes.”
“realiza seus congressos quase tão frequentemente quanto a Comintern [Internacional Comunista] de Stalin. Não há disciplina para a liderança privilegiada da seção norte-americana (que tem peso duplo como liderança internacional), enquanto completa obediência é exigida de todos os outros, até mesmo nos mais triviais detalhes organizativos.”
“Nossa economia está sofrendo com o desperdício e a obsolescência. A ditadura de partido do SED mostrou a sua incompetência para lutar contra isto. A Alemanha Oriental necessita urgentemente… de uma modernização seletiva da indústria existente.”WV, 12 de janeiro de 1990
“No momento, o que existe é um vácuo político na RDA. A menos que conselhos de trabalhadores sejam organizados, e estabeleçam seus próprios órgãos de administração, este vácuo será certamente preenchido em detrimento da classe trabalhadora, através de um representante eleito ou designado pelo Volkskammer [parlamento da RDA].”
“a afirmação do SpAD/LCI de que a RDA hoje está no meio de uma revolução política proletária é simplesmente falsa…. Nós urgentemente esperamos que os trabalhadores da RDA tomem o caminho da revolução política proletária – mas é bom não tomar nossos desejos subjetivos pela realidade.”Traduzido em 1917 No. 8
“Seymour [um dos dirigentes da SL] também argumenta que atualmente é impossível para uma seção da burocracia vir até os trabalhadores numa revolução política.”“Você procurará em vão nos materiais da LCI na Alemanha em 1989-90, ou no documento da conferência de 1992 da LCI, a afirmação de que o SED ‘conduziu a contrarrevolução’. Você irá, entretanto, achá-la nas publicações da stalinofóbica TB [Tendência Bolchevique] que, em 1989-90, estava gritando nas reuniões dos Espartaquistas que o primeiro ministro da RDA e dirigente do SED, Modrow, era o inimigo principal.”
“Considero a fonte principal de perigo para a URSS, no presente período internacional, ser Stalin e a oligarquia encabeçada por ele. Uma luta aberta contra eles, às vistas da opinião pública mundial, para mim está inseparavelmente ligada à defesa da URSS.”
“Um novo regime de Modrow com a oposição burguesa exercendo a influência dominante, um regime pró-capitalista, teria a tarefa de assegurar a segurança da contrarrevolução social pela política de Anschluss [reunificação] com a RFA [Alemanha Ocidental]. Empurrada contra a parede pela pressão imperialista, e ameaçada pela dissolução de seu aparato, a fração de direita da burocracia stalinista procura um passaporte capitalista para a salvação de seus privilégios, tornando-se um agente direto da burguesia (…). O fraco bonapartista Modrow distancia-se do SED-PDS e mostra a sua capitulação definitiva com a remoção dos últimos obstáculos para o capital da Alemanha Ocidental.”Boletim No. 1, janeiro de 1990
“Com sua perspectiva de uma ‘comunidade’ entre a RDA e a RFA, o Primeiro-Ministro Modrow já tinha sinalizado a sua prontidão para capitular ao imperialismo da Alemanha Ocidental, quando o novo governo foi formado em 17 de novembro de 1989. Os privilégios que ele ofereceu não deram à burocracia, entretanto, o seu espaço para respirar, mas somente mais ímpeto para os contrarrevolucionários. A direita ganhou terreno, enquanto a confusão prevaleceu entre os trabalhadores mais politicamente conscientes, que confiaram em um stalinismo ‘honesto e reformado’. É por isso que o regime de Modrow era especialmente perigoso, e por isso era imperativo advertir os trabalhadores contra ele.”“Os fios mais delgados que tinham ligado o regime bonapartista às bases econômicas proletárias da RDA (controle estatal sobre os meios de produção) finalmente foram cortados. Com a formação de uma ‘grande coalizão’, no final de janeiro de 1990, Modrow foi transformado inicialmente de um dirigente vendido do Estado operário deformado da RDA, em um comprador para os capitalistas da Alemanha Ocidental, e por isto em seu representante direto (…).”1917 No. 10, op. cit.
“Um dos fundamentos do trotskismo é que a defesa efetiva da União Soviética é inextricavelmente ligada à necessidade da revolução política proletária contra Andropov e sua casta (…)”.
“Um aparelho de privilegiados, um freio sobre o progresso histórico, um agente do imperialismo mundial. Stalinismo e Bolchevismo são inimigos mortais.”
“Chamarem a si mesmos de ‘Brigada de Yuri Andropov’ foi um erro. Toda sua experiência política muito considerável, assim como os talentos dos marxistas capazes e dedicados que produzem WV não podem mudar isso. Se tivéssemos que oferecer algum conselho, seria o seguinte: não tentem defender o indefensável, isto só pode produzir maus resultados.”
“Nos primeiros meses de supressão militar direta da revolução, Andropov era efetivamente o chefe supremo soviético da Hungria… Foi neste período que os últimos remanescentes da resistência armada foram eliminados, as organizações dos trabalhadores e dos intelectuais foram esmagadas e milhares de húngaros foram detidos e internados (…)”.
“Um aspecto notável das lutas recentes e da virada acentuada para a direita da LCI tem sido o seu uso sistemático de deformações e mentiras descaradas, em contradição flagrante com a tradição orgulhosa da tendência Espartaquista.”
“Há três anos, a TB se recusou a votar Não à manobra Charlottetown de Mulroney [o referendo de 1992 no Canadá a respeito da reforma na Constituição]. Sua declaração não defendeu os direitos do Quebec à independência.”
“A designação do Quebec como uma ‘sociedade distinta’ dentro do Canadá obscurece o fato de que ele é uma nação, e como tal, tem um direito inalienável e incondicional à autodeterminação. Se os Québécois decidirem se separar e formar seu próprio Estado (algo que nós não reivindicamos atualmente), apoiaremos o seu direito de fazê-lo. Se a burguesia canadense tentar manter o Quebec à força, será dever dos trabalhadores com consciência de classe no Canadá inglês defender os Québécois com todos os meios à sua disposição, incluindo protestos, greves e auxílio militar.”
“A autoridade que os quadros da SL em LI, T1, T2, II e BI [vários setores industriais] acumularam com anos de suor, sangue e perseguição está sendo deixada para trás da noite para o dia; a direção da SL sabe que os efeitos desta liquidação são quase irreversíveis (…) a completa desistência dos diretores da CAM [Colateral de Ação Militante] já está criando a reputação de desertores (…)”.“Não se leva as pessoas para a luta e então as deserta. Mas é justamente isso que a CAM está fazendo. Tendo lutado e vencido na regional 11502 para manter-se na direção, a CAM agradeceu aos muitos diretores e membros que a defenderam… e se retirou. Também, na regional 9410, onde justo há seis meses 1000 membros manifestaram-se para a defesa de Kathy, exigindo um fim do seu julgamento e do golpe dos burocratas, a CAM está se retirando. Stan, membro da Colateral Militante, apoiado pela SL [nos estivadores], corretamente defendeu uma moção, em uma reunião dos membros, pela realização de uma paralização dos trabalhadores do sindicato para protestar contra as atividades nazistas em Oroville. A moção foi aprovada. Então ele foi orientado a voltar atrás e a se autocriticar de forma desprezível, para não ir para Oroville, e atacasse os estivadores que foram e carregaram cartazes exigindo autodefesas de trabalhadores e negros para esmagar os fascistas. Esse abstencionismo alimentou um ressentimento que tornou mais fácil para a direção desacreditá-lo.”
“Os marxistas não podem ter mais que desprezo em relação às condenações hipócritas da ‘violência’ e das ‘ações ilegais’ que chovem agora nos noticiários, púlpitos e nas declarações dos capitalistas que concorrem à presidência. Mesmo assim, os militantes sérios também reconhecem que o racismo, a pobreza e a violência do Estado capitalista não terminarão através de explosões desorganizadas de ódio dos negros e minorias, ainda que justificadas. Porque faltam às massas negras um programa e uma direção para lutar por uma verdadeira revolução social, a sua raiva espontânea frequentemente termina em ataques aos alvos errados, deixando seus verdadeiros exploradores e opressores intocados.”“Os negros e as minorias formam uma grande porcentagem da classe proletária industrial nos EUA. Eles também estão concentrados nos sindicatos das grandes cidades da nação. Esses trabalhadores operam os ônibus e trens, coletam o lixo, varrem as ruas e são também os trabalhadores dos hospitais. Podem proporcionar o elo necessário entre o gueto e a classe trabalhadora organizada. Uma única greve geral contra a brutalidade da polícia poderia levar cidades como Los Angeles a parar, e provaria ser uma arma infinitamente mais potente do que cem revoltas do gueto. Tais greves poderiam abrir o caminho para uma poderosa contraofensiva de classe dos trabalhadores contra o racismo e a austeridade capitalista. Mas isto requer uma direção classista orientada a quebrar a força opressora dos burocratas sindicais e do Partido Democrata. A Tendência Bolchevique dedica-se a forjar tal direção, na luta por uma sociedade socialista, que é a única que pode fazer justiça a Rodney King e outras vítimas incontáveis da ‘nova ordem mundial’”.“Los Angeles: Dias de Cólera”, suplemento de 1917, maio de 1992
“A união entre o temor do crime e a questão racial cria uma barreira enorme à unidade da classe trabalhadora. O status quo econômico e político estarão seguros enquanto a classe trabalhadora, e outras vítimas do sistema, estiverem divididas entre si. O capitalismo necessita do racismo e o reproduz – porque ele mantém a classe trabalhadora dividida.”“A polícia não faz parte da classe trabalhadora, e seus ‘sindicatos’ não fazem parte do movimento dos trabalhadores. Eles devem ser expulsos de todas as federações sindicais e outras organizações da classe trabalhadora. A polícia serve como a linha de frente de defesa da propriedade capitalista, e resguarda a ditadura da classe capitalista sobre a sociedade. Como um braço do Estado, a polícia não é neutra em nenhuma disputa entre trabalhadores e patrões, inquilinos e proprietários ou opressores e oprimidos. Os policiais reforçam a lei e a ordem capitalista, que coloca a defesa da propriedade, da riqueza e dos privilégios sociais acima de tudo.”
“É de vital importância unir as atividades das organizações que monitoram a polícia e defendem as suas vítimas às organizações da classe trabalhadora. Os mesmos policiais que atormentam as pessoas desabrigadas e a juventude negra também escoltam os fura-greves através das filas de grevistas, e batem nos grevistas para quebrar as greves (…)”.“Somente o proletariado tem o poder social e o interesse objetivo de eliminar as causas do crime. Um movimento forte dos trabalhadores que estabeleça guardas de defesa dos trabalhadores integradas poderia dar um grande passo pela defesa dos trabalhadores e dos oprimidos contra a brutalidade e os crimes da polícia (…)”.“Para serem efetivas, as guardas de defesa dos trabalhadores devem se integrar à luta contra o racismo, que divide a classe trabalhadora. Elas geralmente seriam iniciadas como uma resposta contra ataques contra os piquetes dos trabalhadores pelo Estado capitalista, seus aliados fascistas ou os capangas particulares dos empregadores. Uma vez empenhados na luta de classes, os trabalhadores rapidamente verão a utilidade das guardas de defesa para proteger os trabalhadores e os oprimidos em outras áreas de suas vidas, incluindo a luta para se livrar do crime e das agressões da polícia”.“Policiais, Crime e Capitalismo,” 1917 West número 2, outubro 1992
“O método de vomitar uma pilha de acusações falsas sem considerar os fatos foi repetidamente usado na disputa sobre a Alemanha (…) e novamente no ataque relâmpago para remover a direção da seção mexicana, afirmando que Negrete era um ‘opressor machista’, contornando a LQB e isolando a seção da discussão internacional.”“De uma Tendência…” página 29
“Tendo passado pela ‘disputa Brasil/México’, posso declarar categoricamente que a campanha atual envolve uma coleção de invenções intencionais. A luta explodiu quando Camila e eu perguntamos sobre as declarações significativamente incorretas sobre o Brasil numa correspondência do SI [Secretariado Internacional da LCI]. Ao mesmo tempo em que algumas daquelas declarações foram explicitamente corrigidas, foi inventado um relato de que eu teria me comportado como um ‘opressor machista’ com Camila (o que a própria Camila negou ser verdade) e que eu a tinha ameaçado para fazer as perguntas que ela escreveu. Quando as testemunhas disseram e escreveram que isto não foi o que aconteceu, não só isso foi ignorado, como eles foram acusados de fazer panelinha, de serem personalistas e anti-internacionalistas. Ao mesmo tempo em que os pedidos de Socorro e meus por uma investigação interna formal foram rejeitados imediatamente, a mentira não somente foi repetida, como também foi aumentada como um suposto padrão de comportamento”.Ibid. páginas 74-75
“Quando o acusado questionou como essa acusação poderia ser feita quando ele a negava, e todas as suas supostas vítimas a negavam, ele foi informado de que esse era o pior tipo de manipulação – ela tinha sido tão bem feita, que mesmo sob considerável pressão do partido, as próprias vítimas não conseguiam ver o que havia acontecido! Essa é a característica de ‘Alice no País das Maravilhas’ da vida interna ‘democraticamente rica’ da tendência Espartaquista. Manipulação sexual, como todo o resto na SL, significa exatamente aquilo que a liderança quiser que signifique.”
“Quando nos opusemos às várias inexatidões e declarações ultrajantes sem sustentação, Parks entrou rapidamente em cólera, e prosseguiu expulsando primeiramente Negrete e Socorro, do México, e então Norden do SI. Em ambos os casos, acusações inventadas foram lançadas a esmo, e quando uma não colava, era simplesmente substituída por uma nova. Jogar lama no ventilador é uma técnica de ‘caça às bruxas’ muito familiar, baseada na suposição de que eventualmente alguma coisa irá colar ou os alvos se cansarão de retirar a lama.”Op. Cit. página 29
“Mais uma vez, o retrato grosseiramente deturpado foi repetido por uma série de declarações comprovadamente falsas. Cada declaração, quando era desmentida, abria caminho para uma nova. Era falso que o memorando do CEI não tinha sido traduzido, que não tinha sido distribuído, que não tinha sido discutido, ou que fora discutido somente uma vez. Era falso que a disputa na Alemanha tinha sido encoberta, que tinha sido discutida somente uma vez, que foi discutida muito brevemente, etc. Era falso que a luta na França, a luta na Itália, a ‘greve geral por tempo indeterminado’, a luta contra Y. Rad, a luta em relação ao Quebec etc., não tinha sido discutida, que as conversas não aconteceram nas reuniões, que os materiais não foram traduzidos (dúzias foram) etc.”.
“O que está descrito acima é só uma amostra das declarações falsas empilhadas umas sobre as outras naquela disputa. Entretanto, um grande número de camaradas bem-intencionados reclamava que todos estes ‘detalhes’ fossem ignorados em favor do ‘quadro geral’. Mas, antes de tudo, as regras da Quarta Internacional nos dizem para ‘sermos verdadeiros nas coisas pequenas, assim como nas grandes’. E, em segundo lugar, neste caso, o ‘quadro geral’ é composto de ‘pequenas’ mentiras e invenções, que continuam a aumentar”.Ibid. Páginas 75-76
“Eis como as coisas funcionam na SL. É convocada uma reunião em que o camarada designado é chamado a explicar os erros que ele supostamente cometeu. Cada item dos pormenores é grosseiramente exagerado e extrapolado; motivações traiçoeiras (políticas ou pessoais) são atribuídas. Críticas pessoais acidentais do estilo de vida ou comportamento do indivíduo são usadas como boas comparações. Aqueles que comandam o ataque gritam tipicamente, de forma teatral, e fazem poses para criar a atmosfera adequada, carregada emocionalmente. Espera-se que a militância proporcione o coro: repetindo e embelezando as acusações. Não há nenhuma interrupção. Se você puder provar que algumas das acusações são falsas, novas acusações são rapidamente inventadas. Ou você é acusado de ‘usar argumentos de advogado’ ou de tentar obscurecer a visão geral com picuinhas sobre os ‘detalhes’ (…)”.“A Estrada para Jimstown”
“Ao aumentar a pressão e perseguir os ‘oponentes internos’ percebidos, e tentar forçar a declaração de uma fração, o SI claramente procurou fazer um ataque preventivo. O resultado foi a criação de uma atmosfera venenosa no partido.”
“(…) o Cominform acusa vocês de compreenderem errado o ‘internacionalismo proletário’ e de seguir uma política nacionalista. Isso é dito pela mesma liderança russa cuja propaganda chauvinista durante a guerra (…) é largamente responsável pela ausência de uma revolução na Alemanha enquanto que [ênfase do RCP] na Iugoslávia, o movimento partidário foi capaz de ganhar para as suas colunas milhares de soldados proletários dos exércitos de ocupação. Isso é dito por Togliatti [6], que não hesitou em se lançar, junto com os verdadeiros fascistas do Movimento Sociale el Italia (MSI) em uma campanha chauvinista pelo retorno das velhas colônias à sua terra natal imperialista. Isso é dito por Thorez, cuja histeria nacionalista na questão da reparação da França imperialista delicia os herdeiros burgueses de Poincaré [7].”
“Os comitês da Frente (…) devem ser órgãos de democracia soviética (…).”“Revisar a presente constituição [baseada na da União Soviética]”“Admitir em princípio o direito dos trabalhadores de organizarem outros partidos da classe trabalhadora, com a condição de que estes se posicionem dentro dos limites da legalidade soviética.”“Buscar a participação mais ampla das massas na esfera do planejamento (…).”“Estabelecer a plena soberania dos comitês de fábrica (…) para estabelecer um verdadeiro controle operário da produção.”
[9] Região da Europa Oriental dos países ocupados pela União Soviética durante a Segunda Guerra Mundial e compreendidos entre esta e os países imperialistas da Europa Ocidental. O termo reflete o período de incerteza a respeito da natureza desses países, antes que se tornasse definitiva para a Quarta Internacional a sua classificação como Estados operários deformados.