Em defesa do leninismo

A teoria organizativa revolucionária

Em defesa do leninismo

Por Marcio Torres – Março de 2010, pelo  extinto Coletivo Lenin

Todos os textos e panfletos do Coletivo Lenin apontam para a construção de um “Partido Revolucionário dos trabalhadores” e para a refundação da IV Internacional. Pois bem, o objetivo deste artigo é dar continuidade ao debate programático iniciado na primeira edição da revista Revolução Permanente, que focou no programa dos diversos grupos da esquerda brasileira, ou seja, o Governo Democrático e Popular. Nesse sentido, faremos uma visita ao passado para explicar o que entendemos por um partido revolucionário e porque defendemos a necessidade de uma organização internacional, o que está diretamente ligado à defesa do leninismo como a corrente revolucionária que se contrapôs à falência da social democracia e da II Internacional.

Partido e revolução

Apesar de o próprio Marx ter defendido a importância de organizações que atuassem no seio da classe trabalhadora com programas revolucionários, como fica claro no Manifesto do Partido Comunista (programa da Liga dos Comunistas) e posteriormente na sua participação na Associação Internacional dos Trabalhadores – a I Internacional –, é apenas em 1903 que toma forma um debate de extrema importância para a revolução: a consciência da classe trabalhadora.

No II Congresso do Partido Operário Social Democrata Russo (POSDR), Vladimir Lenin polemiza com a concepção chamada “economicista” de um amplo setor do partido. Segundo esse setor, bastava impulsionar as lutas econômicas (ou seja, por salários, melhores condições de trabalho, etc.) que a classe trabalhadora desenvolveria a consciência revolucionária que a ela cabe no sistema de produção capitalista.

Diferente de tal setor, Lenin compreendeu a diferença dos termos “classe em si” e “classe para si” esboçada por Marx n’O 18 Brumário de Luís Bonaparte. Para Marx, não necessariamente um grupo dentro da sociedade, tido como uma classe devido à divisão do trabalho imposta pelo modo de produção (uma classe em si) possui uma consciência do antagonismo existente entre ele e os demais grupos, ou seja, uma consciência de classe (o que o tornaria uma classe para si). Assim, a partir dessa compreensão, Lenin defendeu que o partido que luta pela revolução socialista não deve se limitar às demandas econômicas, mas sim disputar a consciência da classe trabalhadora através de uma intervenção metódica e permanente nos espaços de debate e militância. Resumindo: a consciência revolucionária não é algo que existe per se, mas sim que deve ser construído ao longo do tempo, vindo portando “de fora”.

Para possibilitar essa disputa ideológica, ele defendeu a necessidade de um partido centralizado, dirigido por quadros teóricos e que não se limitasse às demandas do movimento sindical. Segundo sua concepção, apenas uma organização que reunisse o melhor da vanguarda e cujos militantes agissem como “um homem só”, ou seja, defendendo metodicamente as mesmas bandeiras revolucionárias nos espaços públicos, seria capaz de disputar com a classe dominante a consciência do proletariado. Um partido descentralizado, com diversas correntes radicalmente diferentes se digladiado, sem independência financeira, com um programa frouxo e sem um corpo sólido de quadros e militantes profissionais jamais será capaz de disputar com a burguesia e todo o seu aparato de propaganda e repressão a consciência dos trabalhadores.

É dessa polêmica à cerca das tarefas do partido e de sua organização que surgiu a fração bolchevique do POSDR, a fração majoritária dirigida por Lenin e que funcionava através do centralismo democrático. Centralismo democrático foi o nome dado ao modus operandi segundo o qual todos os militantes devem ser centralizados a partir do que a maioria do partido decide, assim, a organização possui um monopólio político sobre o militante. Tal centralismo, porém, deve funcionar juntamente a um regime de ampla democracia interna, de outra forma, a organização se tornará uma seita burocratizada na qual apenas a direção delibera e formula as políticas. Essa democracia se dá pela existência de organismos internos, tanto de base quanto de direção, nos quais o debate é amplamente estimulado e há a possibilidade de se convocar frações e tendências a qualquer momento para disputar a linha política da organização ou até mesmo substituir sua direção através de um Congresso (desde que se submetendo publicamente às posições da maioria). Todos os cargos são eleitos e, se o organismo achar necessário, tem plena liberdade para destituir um militante do cargo que ele ocupa.

Foi baseado nesses conceitos que surgiu o partido bolchevique, aquele que dirigiu a classe trabalhadora através de um processo revolucionário do qual surgiu o primeiro Estado operário, a União Soviética. Além da defesa de uma organização revolucionária centralizada, Lenin também defendeu a fundação de uma nova internacional, visto que em 1914 a II Internacional degenerou em uma organização “social-nacionalista”, onde cada partido nacional defendeu sua burguesia na Primeira Guerra Mundial. A III Internacional, o Partido Mundial da Revolução Socialista, surgiu em 1919 como uma expressão internacional do leninismo, funcionando nos mesmos moldes do partido bolchevique (Partido Comunista da União Soviética – PCUS). Foi a III Internacional que dirigiu durante muito tempo a vanguarda revolucionária de diversos países, visando a construção do socialismo a nível internacional, a única maneira em que ele pode realmente existir.

Durante todo esse processo de constituição de um partido e de uma organização internacional voltados para a revolução socialista, para a derrubada do Estado burguês e a tomada do poder pelo proletariado, esteve ao lado de Lenin o revolucionário Leon Trotsky, que após o primeiro ter adoecido e se afastado da direção do PCUS, combateu ferozmente a degeneração stalinista.

Trotskismo e IV Internacional

Desde o momento em que Lenin ficou incapacitado de dirigir o partido, Joseph Stalin iniciou uma disputa programática contra Trotsky que se expressou de forma mais evidente na criação da Oposição de Esquerda. Liderando essa oposição, Trotsky visou combater a política stalinista de “socialismo em um só país”, que rompia com o internacionalismo e ressuscitava erros que há muito tempo o marxismo havia superado. Foi tal política que levou à degeneração e burocratização da URSS. Porém, a aliança de Stalin com a direita do PCUS, representada por Bukhárin e sua política de “socialismo a passos de tartaruga”, baseada na aliança com os grandes proprietários rurais (kulaks) levou a um sufocamento cada vez maior da Oposição. A situação piorou ainda mais quando Lenin morreu em 1924. Diversos dirigentes da Oposição foram expulsos do partido e forçados a se exilar para não serem assassinados pela polícia política stalinista, a GPU. Com Trotsky e seus aliados exilados, a Oposição foi dissolvida, ainda mais quando diversos militantes “trotskistas” foram mandados para os campos de concentração (gulags).

Tem início então um processo de estruturação da oposição a nível internacional, visando a disputa da III Internacional (então dirigida por Bukhárin). Em diversos países, militantes expulsos dos PCs se organizam como frações externas e visam disputar, mesmo que de fora, a política dos partidos e a consciência de seus militantes. Porém, com a inação da Internacional frente ao avanço do fascismo, através da recusa de formar uma frente-única com as organizações social-democratas (por considerá-las “agentes do fascismo dentro da classe trabalhadora”), leva os trotskistas a declararem a falência do Komintern e iniciarem a construção do que viria a ser a IV Internacional. Essa seria uma nova organização que, contrapondo-se ao menchevismo stalinista, fosse capaz de dar continuidade ao programa revolucionário do marxismo.

Apesar da sua enorme fragilidade, a IV cumpriu um importante papel de combate ao stalinismo e de defesa da revolução, como demonstramos nos textos sobre as revoluções políticas lideradas por sessões nacionais desta organização. Infelizmente para nós revolucionários, após a morte de Trotsky pelas mãos de um agente de Stalin, iniciou-se uma série de debates liquidacionistas dentro da IV que levaram à sua dissolução e fragmentação. O principal responsável por tal ocorrido foi o dirigente grego Michel Pablo, com sua teoria do entrismo sui generis, posteriormente adaptada para a realidade da América Latina por Nahuel Moreno, o “camaleão argentino”, entre muitos outros.

A continuidade do programa revolucionário nos dias de hoje

Pelo balanço das cisões que ocorreram no seio do marxismo, primeiro com a degeneração da social-demcoracia e posteriormente com a capitulação de Stalin ao programa menchevique, defendemos o trotskismo como o que há de mais atual em termos de programa revolucionário, ou seja, entendemos o trotskismo como a continuidade (melhorada através de novas teorias e práticas) do programa que teve origem em Karl Marx e Friedrich Engels.

Mais especificamente, defendemos o espertaquismo como a única tendência dentro do trotskismo que não capitulou ao anti-leninismo resultante da contra-revolução nos Estados operários do Leste Europeu. Por isso, encaramos a Tendência Bolchevique Internacional (IBT) como depositária do programa revolucionário nos dias de hoje [1] e defendemos a refundação da IV Internacional a partir de processos de fusão e ruptura que tenham a tenham como núcleo.

Para finalizar, não reconhecemos nenhuma organização da esquerda brasileira como sendo genuinamente revolucionária, apesar de valorizarmos experiências passadas como a LCI (década de ’30), a POLOP (década de ’60) e a OSI (meados dos anos ’80). Daí defendemos que a maior tarefa do Coletivo Lenin, na conjuntura reacionária aberta com o fim da URSS, seja acumular forças e cristalizar uma vanguarda comunista dentro do movimento de massas nacional, para impulsionar a fundação de um Partido Revolucionário de trabalhadores, capaz de dirigir o proletariado rumo à revolução socialista.

Construir o PRT para avançar na refundação do Partido Mundial da Revolução Socialista, a IV Internacional!

[1] Em dezembro de 2010, após 2 anos de discussões com a IBT (além dos 3 anos de discussões entre esta e o antigo CCI, que deu origem ao CL), rompemos relações com tal organização por entender que ela consistia em uma seita burocratizada, cujo elo entre seus burocratas e militantes de base é a defesa dogmática de um programa que hoje está correto, mas amanhã pode ser alterado de acordo com as necessidades de seus dirigentes de manter o poder e controle da organização (assim como veio a acontecer com a Liga Espartaquista, da qual a IBT rachou nos anos ’80). Para mais detalhes, confira Coletivo Lenin rompe relações com Tendência Bolchevique Internacional (IBT), de dezembro de 2010 (disponível em nosso site).

La question russe

Ex-membre de la Spartacist Youth Club adhère à la TBI

La question russe

Nous publions ci-dessous comme appendice à un article sur le débat Mandel-Seymour [publié dans 1917, no 3 édition française] une lettre envoyée à la rédaction de Workers Vanguard, publication de la Spartacist League/U.S., par un jeune militant, ex-membre de son organisation de jeunesse, qui a depuis adhéré à la Tendance bolchévique internationale.

le 9 décembre 1994

A la rédaction de Workers Vanguard:

Camarades,

Ce qui suit était mon intervention prévue pour votre débat avec Ernest Mandel. Puisque je n’ai pas obtenu l’occasion de m’adresser à l’assemblée, je vous demande de l’imprimer avec votre réponse.

le vôtre,

Semeon G. (Samuel Trachtenberg)

La Spartacist League écrit dans un bulletin récent qu’elle a publié («La Yougoslavie, l’Europe de l’est et la Quatrième Internationale: L’évolution liquidationniste du pablisme» par Jan Norden) qu’un des précédents historiques qui a mené à la montée du révisionnisme d’Ernest Mandel était l’incapacité de la Quatrième Internationale de comprendre les transformations sociales d’après-guerre en Europe de l’est. Plus de trois ans après août 1991, cependant, la Spartacist League ne peut pas encore dire quand l’URSS a cessé d’exister comme un État ouvrier.

La Spartacist League écrit qu’Eltsine a mené «une consolidation fragmentaire d’un État capitaliste» (Workers Vanguard no 564). Dans la pratique ceci peut vouloir dire que la Russie était à 80% un État ouvrier et à 20% un État capitaliste, ou bien 40% un État ouvrier, 60% un État capitaliste, etc. Celui-ci est ridicule! Révolution et contre-révolution ne sont pas des processus fragmentaires. Dire qu’ils sont va à l’encontre des enseignements marxistes sur l’État. Seulement une classe peut tenir le pouvoir de l’État à un moment donné, soit la classe ouvrière soit la classe capitaliste. La Spartacist League a compris autrefois tout ceci: dans «La Genèse du pablisme» elle a écrit à propos de la théorie de révolution d’Ernest Mandel que «la révolution était implicitement redéfinie comme un processus métaphysique durable de façon continue et qui progresse inévitablement vers la victoire, plutôt qu’une confrontation tranchante et nécessairement limitée dans le temps sur la question du pouvoir de l’État, dont le résultat façonnera la période subséquente entière» (Spartacist, no 21, notre traduction).

Une autre révision du marxisme inhérente dans cette théorie est l’idée qu’on peut avoir, d’une façon quelconque, un gouvernement bourgeois sous un État ouvrier. Celui-ci est impossible! Dans les années 1960 Joseph Hansen et les pablistes ont dit que les pays comme l’Algérie avaient des gouvernements «ouvriers et fermiers aux sommets des États bourgeois, qui se transformeraient, ils ont suggéré, graduellement en dictatures proletariennes. Dans les années 1980 le Socialist Workers Party a utilisé cette expression pour décrire le Nicaragua. Jim Robertson, encore trotskyste en ce temps, a répondu correctement en écrivant «nous devons être clairs de ce que signifie le terme gouvernement ouvrier. Il n’est rien d’autre que la dictature du prolétariat» («Sur le Front Uni», Young Communist Bulletin no 3, notre traduction). La Spartacist League dit-elle maintenant que l’URSS sous Eltsine a été initialement un Etat ouvrier avec un gouvernement bourgeois, qui s’est transformée graduellement en un Etat bourgeois à un instant inconnu?

Si, comme dit la Spartacist League, le programme produit la théorie, quel programme a-t-il pu produire une telle théorie si antimarxiste et réactionnaire, ce que Trotsky aurait dénoncé comme du «réformisme à l’envers?» La réponse est qu’en août 1991, quand la contre-révolution a vraiment triomphé, la Spartacist League s’est abstenue de la lutte entre Eltsine et les putschistes staliniens, i.e., elle n’a pas soutenu militairement ni l’un ni l’autre. Leur théorie essaie de couvrir ceci en niant la signification de la victoire d’Eltsine, mais comme ils ont écrit eux-mêmes dans leur récent document de la conférence internationale, «Les événements d’août 1991 (« coup d’Etat » et « contrecoup d’Etat ») semblent avoir joué un rôle décisif quant à l’évolution en Union soviétique», ajoutant toutefois, «mais seuls des gens sous l’emprise de l’idéologie capitaliste et de ses prébendes pouvaient s’empresser de tirer cette conclusion à cette époque » (Le Bolchévik no 122, janvier-février, 1993). Ceci veut dire que la Spartacist League sait qu’elle a tort mais refuse seulement de l’admettre. Ce qui le rend donc difficile pour la Spartacist League d’admettre d’avoir tort est le fait qu’un de ses concurrents principaux dans le mouvement ouvrier, la Tendance bolchévique internationale, aient raison d’avoir soutenu le putsch stalinien dans la défense des gains d’octobre, reconnaît sa défaite comme la mort de l’Etat ouvrier soviétique. Trotsky a appelé la position de la Spartacist League «la politique du prestige». Toute l’organisation qui met le prestige de sa direction au-dessus de l’obligation de dire la vérité à la classe ouvrière a perdu son but révolutionnaire.

Quelle était la base pour cette erreur? Dans la brochure citée ci-haut sur la Yougoslavie et la Quatrième International, Jan Norden écrit correctement que, bien qu’il soit une tâche stratégique pour le mouvement trotskyste de défendre l’URSS, sa ligne stratégique était la révolution socialiste mondiale. L’idée que la ligne stratégique du mouvement trotskyste est la défense de l’URSS est une conception pabliste ou stalinienne. Cependant celui-ci est précisément la conception qu’avait la Spartacist League pendant une bonne partie des années 1980. De ceci ils ont tiré la conclusion, comme a été écrite dans un numéro récent de Spartacist Canada (no 100), qu’il y avait un «monde bipolaire—polarisé entre les pouvoirs impérialistes et le bloc soviétique». Cette polarisation, pourtant, était seulement une réflexion de la lutte de classe générale entre ouvriers et capitalistes, et ne l’a pas remplacée. Elle l’a faite pour la Spartacist League, pourtant, lorsqu’ils ont commencé à chercher la vertu révolutionnaire dans la bureaucratie stalinienne. Celui-ci a été démontré quand, par exemple, ils ont écrit un éloge pour Yuri Andropov, boucher de la révolution hongroise de 1956, déclarant, parmi autres choses flatteuses, qu’il n’a pas fait «de trahisons ouvertes pour le bénéfice d’impérialisme».(Workers Vanguard, no 348).

Bien que reconnaissant correctement la nature contradictoire de la bureaucratie stalinienne, et repoussant le point de vue qu’elle était contre-révolutionnaire de fond en comble, la Spartacist League aussi dans la pratique a repoussé l’analyse de Trotsky que la caste bureaucratique stalinienne était «en soi-même représentant de la tendance vers la restauration capitaliste» («Contre le Révisionnisme Pabliste», Education for Socialists Bulletin no 146, comme cité dans Norden «La Yougoslavie et la Quatrième Internationale»). La conception de la Spartacist League de la bureaucratie stalinienne était que cette dernière était communiste subjective avec un programme insuffisant. En vérité, pour la plupart des gens elles étaient une bande de carriéristes cynique qui ont défendu l’Union soviétique seulement pour défendre leurs privilèges, n’ayant aucune croyance de principe dans une société égalitaire, sans classes. La stratégie entière de la Spartacist League a été basée non pas sur la classe ouvrière, mais sur la fraction «Reiss» dans la bureaucratie stalinienne, qu’elle a pensé émergeraient spontanément. Donc en Allemagne de l’est elle a compté sur une section de la bureaucratie stalinienne pour mener une «révolution politique» non existante, relevant le slogan d’«unité avec SED». Quand, au lieu d’être un rempart de défensisme soviétique, les staliniens partout en Europe de l’est ont participé dans, ou ont capitulé sans mener une lutte à, la restauration capitaliste, la Spartacist League s’est sentie brûlée. Les actions staliniennes n’auraient pas dû venir comme une surprise aux marxistes authentiques; après tout, Trotsky lui-même a écrit qu’«une restauration bourgeoise devrait nettoyer probablement moins des gens de l’appareil d’État qu’un parti révolutionnaire» (cité dans«Comment l’Etat ouvrier sovietique a eté étranglé»). Quand, en août 1991, une section de la bureaucratie stalinienne s’est levée finalement dans la défense de ses privilèges, la Spartacist League s’est abstenue.

Dans le temps que j’étais dans la Spartacus Youth Club, les membres de la Spartacist League m’ont dit, en réponse à quelques-uns de mes arguments, que «la consolidation fragmentaire» de pouvoir de l’État n’a pas été censée être un pronostic historique, mais a décrit simplement ce qui s’est arrivé. On se rappelle de ces trotskystes dans les années 1950 qui avait une description théoriquement inexacte du stalinisme comme étant contre-révolutionnaire de fond en comble. Dans des circonstances historiques changeantes, ils se sont trouvés du mauvais côté de la guerre froide. Également, dans des circonstances historiques changeantes, l’erreur théorique de la Spartacist League peut la mener à commencer à parler à propos des «réformes structurelles», tout comme Ernest Mandel….

En dépit de ce que Michel Pablo, Joseph Hansen, Ernest Mandel ont dit, il n’y a pas de marxistes inconscientes. Si la crise de l’espèce humaine est la crise de sa direction révolutionnaire, alors la LCI ne peut pas être la base de cette direction. En tant qu’ancien membre de la Spartacus Youth League, j’affirme que je suis maintenant partisan de la Tendance bolchévique internationale.

Pour la Renaissance de la Quatrième Internationale,

Semeon G. (Samuel Trachtenberg)

Arquivo Histórico: Dia Internacional da Mulher Trabalhadora

O Mito da Inferioridade da Mulher

[Escrito em 1954 por Evelyn Reed, importante revolucionária norte-americana, ativista em prol dos direitos das mulheres e dirigente do Partido dos Trabalhadores Socialistas (SWP – EUA). Tradução em português disponível em http://www.marxists.org/portugues/reed-evelyn/1954/mes/mito.htm.]


De um modo geral, uma das principais características do capitalismo e da sociedade de classes, é a desigualdade entre os sexos. Na vida econômica, cultural, política e intelectual, os homens são os amos, enquanto as mulheres cumprem um papel de subordinadas e inclusive de submissas. Só muito recentemente a mulher começou a sair da cozinha e dos quartos das crianças para protestar contra o monopólio do homem. Mas a desigualdade inicial permanece.

Esta desigualdade entre os sexos caracterizou a sociedade de classes desde o seu início já há cerca de dois mil anos, permanecendo através de seus três períodos mais importantes: escravagismo, feudalismo e capitalismo. Por esta razão, a sociedade de classes se caracteriza essencialmente pela dominação masculina, e esta dominação foi difundida e perpetuada pelo sistema da propriedade privada, pelo Estado, pela Igreja e pelas instituições familiares que servem aos interesses, dos homens. Com base nesta situação histórica divulgou-se o mito da pretendida superioridade social do sexo masculino. Geralmente, diz-se como um axioma imutável que os homens são socialmente superiores porque são naturalmente superiores. De acordo com este mito, a supremacia masculina não é um fenômeno social característico de um momento determinado da história, mas sim uma lei natural. Os homens, afirma-se, foram dotados pela natureza de atributos físicos e mentais superiores.

Para a mulher, propagou-se um mito equivalente, de defesa desta pretendida superioridade do homem. Afirma-se — como axioma imutável — que as mulheres são socialmente inferiores, porque são naturalmente inferiores aos homens. E qual a prova disso? Que as mulheres são mães. Afirma-se que a natureza condenou o sexo feminino a uma posição inferior.

Isto é uma falsificação da história natural e social. Não é a natureza, e sim a sociedade de classes que rebaixou a mulher e elevou o homem. Os homens obtiveram sua supremacia social através da luta contra a mulher e suas conquistas. Mas esta luta contra os sexos era somente uma parte da grande luta social: o desaparecimento da sociedade primitiva e a instituição da sociedade de classes. A inferioridade da mulher é produto de um sistema social que causou e proporcionou inumeráveis desigualdades, inferioridades, discriminações e degradações. Mas esta realidade histórica foi dissimulada atrás de um mito da inferioridade feminina.

Não foi a natureza, e sim a sociedade quem roubou da mulher seu direito de participar nas tarefas mais altas da sociedade, exaltando somente suas funções animais de maternidade. E este roubo foi perpetuado mediante urna dupla mistificação. Por um lado, a maternidade se apresenta como uma aflição biológica. Por outro, esse materialismo vulgar se apresenta como algo sagrado. Para consolar as mulheres como cidadãs de segunda classe, as mães são santificadas, adornadas com uma auréola e dotadas de “intuições” especiais, sensações e percepções que vão além da compreensão masculina. Santificação e degradação são simplesmente dois aspectos da exploração social da mulher na sociedade de classes.

Mas isto não existiu sempre: possui somente alguns milhares de anos. Os homens não foram sempre o sexo superior, uma vez que não foram sempre os dirigentes industriais, intelectuais e culturais.

Pelo contrário, na sociedade primitiva, em que as mulheres não eram nem santificadas nem degradadas, eram elas as dirigentes da sociedade e da cultura. A sociedade primitiva era um matriarcado, o que significa, como indica a própria palavra, um sistema no qual quem organizava e dirigia a vida social não eram os homens, mas as mulheres. Mas a distinção entre os dois sistemas sociais vai muito além desta mudança de papel de dirigente dos dois sexos. A direção social das mulheres na sociedade primitiva não estava fundada sobre a opressão do homem. Pelo contrário, a sociedade primitiva não conhecia desigualdades sociais, inferioridades ou discriminações de qualquer espécie. Estava fundada sobre uma base de completa igualdade. Portanto, de fato, através da direção das mulheres, os homens passaram de uma condição atrasada a um papel social e cultural mais elevado.

Nesta sociedade primitiva, longe de ser vista como um sofrimento ou um símbolo de inferioridade, a maternidade era considerada um grande dom da natureza. A maternidade investia as mulheres de poder e prestígio; e havia boas razões para que tal acontecesse.

A humanidade nasce do reino animal. A natureza dotou somente um dos sexos, o feminino, com órgãos e funções procriadoras. Este dom biológico foi o que de fato tornou possível a transição do reino animal ao humano. Como demonstrou Robert Briffault, em seu livro The Mothers (As Mães), graças aos cuidados de alimentar, cuidar e proteger seus filhos.

No entanto, como demonstraram Marx e Engels, todas as sociedades, tanto as passadas como a presente, fundamentam-se no trabalho. Não era somente a capacidade das mulheres de reproduzir que teve um papel decisivo, uma vez que todas as fêmeas animais dão à luz. Para a espécie humana foi decisivo o fato de que a maternidade impulsiona o trabalho, e sobre a fusão da maternidade com o trabalho, fundou-se, na verdade, o primeiro sistema social.

As mães foram as primeiras que tomaram o caminho do trabalho, e com este iniciou-se o caminho da humanidade.

Foram as mães quem se converteu na maior força produtiva; as operárias e camponesas, as dirigentes da vida científica intelectual e cultural. E conseguiram tudo isso precisamente porque eram mães: e, de início, a maternidade se fundia com o trabalho. Esta união permanece até hoje em dia na linguagem de controle sobre suas provisões para poder progredir e desenvolver-se. Controle significa não só alimento suficiente para hoje, mas um excedente para amanhã e a capacidade de conservá-lo para o futuro. Partindo deste ponto de vista, a história humana pode ser dividida em dois períodos principais: o período da coleta de alimentos, que dura uns cem mil anos, e o período da produção de alimentos, que se inicia com a invenção da agricultura e a domesticação de animais, há mais de oito mil anos.

Na primeira época, a divisão do trabalho era muito simples. Geralmente, é descrita como uma divisão entre os sexos, ou divisão de trabalho entre o macho e a fêmea (as crianças davam sua contribuição assim que possível: as meninas eram educadas para trabalhos femininos e os meninos para trabalhos masculinos). Esta divisão de trabalhos determinava uma diferenciação entre os sexos nos métodos e na maneira de recolher comida. Os homens eram caçadores, ocupação de tempo integral que os mantinha longe de casa ou do acampamento durante períodos mais ou menos longos. As mulheres recolhiam os produtos vegetais do campo e das proximidades das habitações.

Portanto, devemos compreender que, com exceção de áreas particulares do mundo e em um período histórico determinado, a fonte mais segura de provisões alimentares não eram os animais (proporciona dos pelos homens), mas sim os vegetais (proporcionados pelas mulheres).

Otis Tufton Mason escreve

Em todos os lugares do mundo em que a raça humana avançou, as mulheres descobriram que os produtos típicos daquela terra se transformariam em sua segurança. Na Polinésia, o cará ou a árvore da fruta na África a palmeira e a mandioca, o milho e a batata-doce. Na Europa, os cereais. Na América, o trigo e a batata etc…(1)
Alexander Golden Weiser enfatiza

Em todas as partes do mundo a manutenção da família é garantida com maior regularidade e certeza pelas tarefas da mulher, ligada à casa, do que pelas do marido ou filhos caçadores que estão longe. Realmente, nos povos primitivos, era um espetáculo habitual o homem voltar ao lar depois de uma caçada mais ou menos árdua, com as mãos vazias e morto de fome. Portanto, as provisões vegetais deviam bastar para suas necessidades e para as do restante da família.(2)

Então, podia-se contar com as provisões alimentícias que as mulheres recolhiam, e não os homens. Mas as mulheres também eram caçadoras, embora praticassem um outro tipo distinto de caça. Além de desenterrarem raízes, tubérculos etc., recolhiam lagartos, aves, lagartixas, moluscos e outros pequenos animais como lebres, roedores etc. Esta atividade era de fundamental importância, pois parte desta caçada era levada viva aos acampamentos, e foram a base das primeiras experiências com a domesticação.

Portanto, foi sob a direção das mulheres que se iniciaram as técnicas mais importantes de domesticação de animais, técnicas que logo alcançariam o nível mais alto com a criação dos animais. O fato da mulher domesticar animais tem relação com seu instinto materno. Sobre isso, diz Mason:

A primeira domesticação é simplesmente a adoção dos filhotes abandonados. O caçador traz para casa um cabrito ou um cordeiro, vivos. À mulher e as crianças tratam dele e o acariciam, e inclusive ela o amamenta no peito. Pode-se apontar exemplos intermináveis de como as mulheres sabiam capturar e domesticar os animais da selva. De todas as formas, as mulheres se ocuparam, em grande parte, dos animais que forneciam leite e lã.(3)

Vemos que, enquanto um aspecto da atividade feminina no campo – a coleta de alimentos – nos leva à domesticação de animais, um outro aspecto nos conduzirá ao descobrimento da agricultura. Um dos trabalhos da mulher era escavar a terra com uma estaca – um dos primeiros utensílios da humanidade – para buscar alimentos. Ainda hoje, em algumas regiões subdesenvolvidas do mundo, a estaca é considerada parte inseparável da mulher, como um filho seu. Por exemplo, quando os homens brancos descobriram os índios shoshones de Nevada e Wyoming, deram-lhes o nome de “os escavadores” (the diggers) porque inclusive hoje usam esta técnica para procurar alimentos.

Graças precisamente a esta atividade, as mulheres finalmente descobriram a agricultura. Sir James Frazer nos dá uma bonita descrição deste processo, em seus primeiros estágios.

Tomando como exemplo os nativos de Victoria Central, na Austrália, escreve:

O instrumento que usavam para tirar raízes do solo era um pau que media cerca de 7 a 8 pés de comprimento, endurecido a fogo, e com uma ponta no final, que lhes servia de arma, tanto ofensiva como defensiva. A partir daqui, podemos descobrir quais foram os passos dados para se chegar ao cultivo sistemático do solo.
Um pau comprido é enterrado no solo e sacudido várias vezes para remover a terra que, por sua vez, é recolhida com a mão esquerda e jogada para outro lado. Desta forma escavam rapidamente, mas a quantidade de trabalho é demasiadamente grande em relação aos resultados. Para recolher uma batata com uma circunferência de meia polegada aproximadamente, devem escavar um buraco de um pé de largura por dois de profundidade, como mínimo. As mulheres e as crianças dedicam uma parte considerável de seu tempo a este trabalho.
Nos terrenos férteis, onde a batata-doce cresce em abundância, a terra é peneirada. O efeito de escavar a terra ao redor das raízes e das batatas-doces propiciou o enriquecimento e a fertilização do solo, e desta maneira aumentou a coleta de raízes e ervas. A queda da semente na terra anteriormente revolta com o pau, contribuiu para se obter um resultado idêntico. Além disso, as sementes levadas pelo vento, pouco depois davam outros frutos.(4)
Com o passar do tempo, as mulheres aprenderam a ajudar a natureza, retirando as ervas daninhas dos campos e protegendo as plantas que estavam crescendo. Finalmente, aprenderam também a plantar e semear.

Não só a quantidade e a qualidade foram melhoradas, mas também foram descobertas novas espécies de plantas e vegetais. Chapple e Coon dizem:

Com o cultivo, o processo seletivo produziu muitas novas espécies de vegetais ou alterou profundamente as características das já existentes. Na Melancia chegam a fazer crescer batatas de seis pés de comprimento e cerca de um pé de espessura, e inclusive mais que isso. Enquanto que as míseras raízes que os australianos tiram da terra não são maiores do que um grão-de-bico.(5)

Vejamos como Mason resume os passos dados na agricultura:

A evolução da agricultura primitiva passa pela busca de vegetais, a fixação das habitações próximas dos mesmos, a escavação do terreno, o semear, o manual e finalmente com a utilização de animais domésticos.(6)

Segundo Gordon Childe, todas as plantas comestíveis, como também o linho e o algodão, foram descobertas pelas mulheres, em épocas primitivas.(7)

A descoberta da agricultura e da domesticação de animais permitiu ao gênero humano superar o estágio da coleta de alimentos e passar ao seu cultivo. Isso representou para a humanidade a primeira vitória sobre o problema das provisões de víveres. Esta conquista foi realizada pela mulher. A grande Revolução Agrícola, que proporcionou alimento aos homens e aos animais, foi a coroação do trabalho produtivo feminino que se iniciou no dia em que se utilizou a estaca para cavar a terra.

De qualquer forma, poder controlar a provisão de alimentos significou muito mais que confiar simplesmente na fertilidade da natureza. Para a mulher, significou principalmente entregar-se a seu trabalho, à experiência, às suas capacidades de inventar e inovar. As mulheres tiveram que descobrir todos os métodos particulares de cultivo adaptados a cada espécie de planta ou semente. Tiveram que aprender as técnicas da colheita, da limpeza do grão, da moenda etc., e inventar todos os utensílios adequados para cultivar o terreno, recolher e guardar a colheita, e, finalmente, transformá-la em comida.

Em outras palavras, a luta pelo controle dos alimentos trouxe não só o desenvolvimento agrícola, mas proporcionou as bases iniciais para a produção e para a ciência.

Escreve Masco:

Toda a vida industrial da mulher foi construída a partir da provisão de alimentos. Desde a primeira viagem a pé, para buscá-los, até o momento de cozinhá-los e comê-los, realizaram uma série de experiências que continuaram e que eram próprias das circunstâncias vividas.(8)

A mulher na indústria, na ciência e na medicina

A primeira divisão de trabalho entre os sexos é frequentemente descrita de uma forma muito simplificada e deformada. Diz-se que os homens eram caçadores ou guerreiros, enquanto as mulheres permaneciam no acampamento ou em casa para cuidar dos filhos e fazer a comida. Tal descrição dá a impressão de que a família desta época era idêntica à família moderna. Enquanto os homens se ocupavam de todas as necessidades sociais, as mulheres tratavam somente da cozinha e dos filhos. Este conceito é realmente uma grande distorção dos fatos.

Com exceção da divisão de trabalho na busca de alimentos, não existia entre os sexos nenhuma outra diferença, nem nas formas mais elevadas de produção, pela simples razão de que toda atividade industrial na sociedade estava nas mãos das mulheres. Por exemplo, o cozinhar não deve ser entendido como nós o entendemos na família moderna. Cozinhar era somente uma das técnicas que as mulheres adquiriram como o resultado do descobrimento e uso do fogo e da capacidade de utilizar o calor.

Todos os animais da natureza temem o fogo e se afastam dele. E, sem dúvidas, o descobrimento do fogo tem pelo menos meio milhão de anos, inclusive antes mesmo da humanidade ter alcançado um nível completamente humano. Sobre isso, escreve Gordon Childe:

Conseguindo utilizar o fogo, o homem controlava uma força física potente e uma importante transformação química. Pela primeira vez na história, um ser vivo conseguia controlar uma das forças da natureza. E o uso de uma força condiciona quem a controla… Ao acender e apagar o fogo, ao transportá-lo e usá-lo, o homem conseguiu distanciar-se completamente do comportamento dos outros animais. O homem afirmou sua humanidade e se converteu em Homem.(9)

Todas as. bases técnicas da cozinha, que se se guiaram ao descobrimento do fogo, foram inventadas pelas mulheres: cozinhar, assar, servir, etc. Estas técnicas implicavam experiências constantes sobre as propriedades do fogo e sobre a utilização do calor. Foi precisamente graças a essas contínuas nuas experiências que a mulher conseguiu desenvolver as técnicas de conservação dos alimentos. Com a aplicação do fogo e do calor, conseguiu dissecar e conservar, para as exigências futuras, tanto os animais como os vegetais.

Mas o fogo representou muito mais. O fogo é, por excelência, o instrumento da sociedade primitiva; pode ser comparado ao controle e uso da eletricidade e inclusive da energia atômica na idade moderna. E foi a mulher quem desenvolveu as primeiras formas de indústria e, ao mesmo tempo, quem descobriu o uso do fogo como instrumento de seu trabalho.

A primeira atividade industrial da mulher estava centrada na busca de todo tipo de alimentos. Preparar e conservar a comida pressupõem a invenção de todo o equipamento subsidiário: vasilhas, utensílios, fornos, armazéns etc. As mulheres construíram as primeiras despensas, celeiros, depósitos para alimentos. Alguns desses celeiros consistiam em buracos cavados na terra, revestidos de palha. Nos terrenos pantanosos ou úmidos fincaram paus, e sobre estes construíram depósitos. A necessidade de proteger os alimentos dos répteis e outros pequenos animais foi resolvida com a domesticando de outro animal, o gato. Mason escreve:

Pela invenção dos celeiros e proteção dos alimentos de pequenos animais, o mundo deve agradecer à mulher pela domesticação do gato… A mulher amansou o gato selvagem para a proteção de seu celeiro.(10)

Foi sempre a mulher quem conseguiu distinguir as substâncias nocivas dos alimentos. Com o uso do fogo, transformava os alimentos, que em seu estado natural não eram comestíveis, em um alimento novo.

Novamente citando Mason:

As mulheres desses países compreenderam que cozinhando ou simplesmente fervendo, podiam transformar em comestíveis plantas que em seu estado natural são venenosas ou demasiado ásperas e picantes.

Por exemplo, a mandioca é venenosa em seu estado natural. Mas a mulher conseguiu transformá-la em um alimento-base através de um complicado processo de compressão, utilizando uma prensa primitiva, para eliminar as substâncias venenosas e depois cozinhando- a para eliminar qualquer outro resíduo desagradável.

Muitas outras plantas e substâncias não comestíveis foram usadas pelas mulheres em suas atividades industriais, ou transformadas em medicamentos. O Dr. Dan Mckenzie catalogou uma centena de medicamentos homeopáticos descobertos pelas mulheres, precisamente devido ao seu profundo conhecimento da vida vegetal. Alguns desses medicamentos são usados ainda hoje, sem qualquer modificação. Outros foram modificados ligeiramente. Entre eles, existem muitas substâncias usadas por suas propriedades narcóticas.

A mulher, por exemplo, descobriu a propriedade da resina do pinho, da trementina e do azeite de chaulmoogra, que atualmente é usado como remédio contra a lepra. Descobriu elementos medicinais na acácia, no amendoim, na seringueira, na cevada e assim sucessivamente. Estes descobrimentos deram-se na América do Sul, na China, na Europa, no Egito etc., de acordo com a região natural dessas plantas.

Inclusive, as mulheres conseguiram transformar substâncias animais em medicamentos. Transformaram, por exemplo, o veneno da serpente em um soro contra as mordidas deste réptil (igual ao preparado que atualmente conhecemos como antídoto).

Na indústria ligada à conservação dos alimentos começava-se a sentir necessidade de recipientes e vasilhas de todos os tipos para conservar, transportar e cozinhar os alimentos. E, nas diferentes partes do mundo, nasceram os primeiros recipientes de madeira, de pele, de cortiça. Só mais tarde a mulher descobriu a técnica da cerâmica.

O fogo também era usado na fabricação de utensílios de madeira. Mason descreve esta técnica, e pode-se então compreender facilmente como se passa rapidamente à construção das primeiras canoas e embarcações.

Queimavam com cuidado a parte côncava, controlando a chama. Logo estas maravilhosas e versáteis mulheres deixavam de lado o fogo e, improvisando uma escova de madeira, cortavam os resíduos. Com uma lâmina de pedra, raspavam a resina até obter uma superfície de madeira completamente lisa. Parte côncava era raspada e queimada até se obter a forma desejada. Completa a bacia, estava pronta para ser usada como panela.(11)
Com esta transformação, uma substância como a madeira, que é facilmente consumida pelo fogo, podia ser usada como recipiente para cozinhar e, portanto, ser colocada no fogo.

Mas estas primeiras atividades femininas, que nasceram exatamente da luta pela conservação dos alimentos, superaram rapidamente este limitado horizonte. Logo que uma necessidade era satisfeita, nasciam outras, e estas, por sua vez, eram satisfeitas em uma espiral sempre crescente de novas necessidades e novos produtos. E foi neste contínuo reproduzir-se de necessidades e soluções, que as mulheres construíram as bases para uma futura cultura mais elevada.

A ciência se desenvolveu ao mesmo tempo que a indústria. Gordon Childe destaca que para transformar a farinha em pão, necessita-se uma longa série de descobrimentos colaterais que terminam com o conhecimento da bioquímica e o uso de um microorganismo, o fermento (levedura). O mesmo conhecimento da bioquímica que tornou possível a produção do pão, tornou também possível os primeiros licores fermentados e uma série de outros descobrimentos.

Da corda ao tecido

Fazer uma corda pode parecer uma atividade muito humilde, mas entrelaçar estas fibras foi somente o princípio de uma grande cadeia de atividades que culminaram com a indústria têxtil. Construir essas cordas requer não só habilidade manual, como também um conhecimento de que material utilizar e como manuseá-lo, tratá-lo.

Chapple e Coon escrevem:

Todos os povos usam a corda, seja para ligar os cabos dos utensílios ou para fazer redes para caçar coelhos, bolsas ou braceletes. Nos lugares onde se usa muito mais as peles de animais, como entre os esquimós, estas cordas de modo geral consistem em tiras de couro ou tendões de animais. Os povos que vivem nos campos, ao contrário, usam fibras vegetais como o hibisco ou raízes longas que não necessitam nenhum tratamento especial para serem utilizadas. Outras fibras, muito curtas, são enroscadas entre si até formarem uma longa corda.(12)

Da técnica do entrelaçamento nasce a indústria de cestos. Segundo a localidade, os cestos são feitos de vime, cortiças, ervas, raízes ou peles. Alguns eram entrelaçados e cozidos ao mesmo tempo. A variedade de canas e outros artigos entrelaçados é enorme. Robert H. Lowie enumera alguns: cestas para transporte, botijas para água, copos, escudos, chapéus, abanos, esteiras etc. Alguns dos materiais estavam tão estreitamente entrelaçados que eram impermeáveis, e eram usados para se cozinhar ou conservar os alimentos.(13)

Alguns são tão bonitos, diz Briffault, que não podem ser reproduzidos nem com a tecnologia moderna:

“Os chamados chapéus do Panamá, cujos exemplares mais belos podem ser comprimidos até que se consiga passá-los através de um anel, talvez sejam o exemplo mais típico”.(14)
Nesse tipo de indústria, as mulheres utilizaram todos os recursos que a natureza colocava à sua disposição. Na terra onde nascia o coco, teciam cordas lindas, utilizando os filamentos das cascas.

Nas Filipinas, uma espécie de banana não comestível produzia o famoso abacá, ou cânhamo-de-Manilha, usado também para a fabricação de cordas. Na Polinésia, cultivava-se uma espécie de amoreira, cuja casca era batida fortemente até se transformar em uma espécie de tecido com o qual as mulheres conseguiam fabricar camisas para si e para os homens, além de correias, bolsas etc.

A indústria têxtil nasce com a grande Revolução Agrícola. Nesta atividade complexa, vemos a fusão de técnicas aprendidas na agricultura e na indústria.

Gordon Childe escreve:

“A indústria têxtil requer não só o conhecimento de substâncias particulares como o algodão, o linho e a lã, mas também a criação de certos animais e o cultivo de plantas especiais”.(15)

A indústria têxtil requer um alto grau de capacidade técnica e mecânica e uma longa série de invenções paralelas. Para desenvolver esta indústria, continua Childe,

necessita-se uma série complexa de descobrimentos e invenções e um conhecimento científico igualmente complexo Entre as invenções prioritárias, a mais importante é o tear. Consideramos que o tear é um instrumento mais ou menos complicado, demasiada mente complicado para podermos descrevê-lo aqui. E sua utilização não é menos complexa. O tear, a sua invenção, foi um dos grandes triunfos do engenho humano. Seus inventores não possuem nomes, mas realizaram uma contribuição essencial à bagagem cultural do homem.(16)

Sem levar em conta a sua importância enquanto contribuição para aumentar as provisões de alimentos, a caça foi um fator de grande valor para o desenvolvimento humano. Na caça organizada, o homem devia colaborar com outros homens, atitude desconhecida no mundo animal, no qual é regra a concorrência individual.

Sobre esta questão, Chapple e Coon escrevem:

A caça é um ótimo exercício tanto para o corpo como para a mente. Estimula a cooperação, o autocontrole, a agressividade, o engenho e a inventividade. E, por último, exige um alto grau de destreza manual. O gênero humano não poderia ter melhor escola em seu período de formação.(17)

Trabalhadoras do couro

Uma vez que a caça era uma atividade tipicamente masculina, os historiadores estão sempre dispostos a glorificá-la sem limites. Sinceramente, não há dúvidas que os homens realmente contribuíram com a caça nas provisões, mas eram as mulheres que preparavam e conservavam a comida e utilizavam os produtos derivados necessários para suas atividades. Foram as mulheres as que desenvolveram as técnicas do curtume e da conservação das peles e quem fundou a primeira grande indústria de peles.

Trabalhar a pele, o couro, é um processo longo, difícil e complicado. Lowie descreve a primeira forma deste tipo de atividade, que ainda é utilizado pelas mulheres ona, da Terra do Fogo:

Quando os caçadores trazem para o acampamento a pele de um guanaco, a mulher — diz ele — se ajoelha sobre a pele, limpa-a, raspa laboriosamente com sua folha de quartzo os tecidos rotos e a camada transparente que existe abaixo deles. Depois, com os punhos, amassa a pele palmo por palmo, de cima para baixo, em toda a extensão e às vezes mastigando-a com os dentes para que se torne mais macia. No caso de ser necessário o corte dos pelos, usa-se o mesmo processo da raspagem.

O raspador de que fala Lowie e, juntamente com a estaca ou bastão, um dos mais antigos utensílios da humanidade. Ao mesmo tempo que nasce o pau de madeira usado para coletar verduras, nasce esse troço de pedra, raspador ou machado de mão, usado nas mais diversas atividades.

Briffault escreve a este respeito:

Estas espécies de raspadores, que constituem a maior parte dos utensílios primitivos, foram usadas e inventadas pela mulher. Nasceram muitas controvérsias sobre os possíveis usos desses objetos, mas o fato é que ainda hoje as mulheres esquimós empregam utensílios idênticos aos que suas irmãs europeias usaram em abundância durante a Era Glacial.
Os raspadores ou cutelos usados pelas mulheres esquimós, são de forma geral muito elaborados e montados artisticamente em cabos de osso. Na África do Sul, a terra está cheia desses objetos, idênticos aos que se encontraram na Europa, originários da Era Paleolítica.
Segundo testemunhos de pessoas que conheciam bem os costumes dos bosquímanos, estes objetos eram fabricados pelas mulheres.(18)
Mason acrescenta:

O raspador é o utensílio primeiro, que se usa em qualquer trabalho. Sua utilização entre as mulheres aborígenes de Montava é transmitida de mãe para filha, de geração em geração, e assim sucessivamente, desde o nascimento do gênero humano.(19)

Curtume

Assim como a maior parte das atividades, o trabalho com as peles requeria muito mais que um simples trabalho manual. Para desenvolver este trabalho a mulher também teve que aprender os segredos da química, e de experiência em experiência, aprendem inclusive a usar uma substância para transformá-la em outra.

O curtume é essencialmente uma alteração química da pele crua. Entre os esquimós, escreve Lowie, esta transformação foi descoberta deixando as peles serem maceradas dentro de um recipiente cheio de urina. Na América do Norte, ao contrário, as mulheres usavam o cérebro dos animais, preparados especialmente, e com ele empapavam as peles. Sem dúvida, o verdadeiro curtume exige o uso da cortiça da azinheira ou outras substâncias vegetais que contenham ácido tânico.

Uma parte do processo para trabalhar a pele era defumá-la em fogo lento. Os escudos dos índios norte-americanos eram tão resistentes que eram à prova não só de flechas, mas de tiros.

Os produtos de pele são de uma variedade enorme, principalmente no que se refere aos recipientes. Lowie cita alguns dos usos da pele. Os asiáticos utilizavam-na para fazer uma espécie de garrafa; os africanos orientais como escudos ou estofos; entre os índios norte-americanos era usada, às vezes, como vestidos, camisas, mocassins ou calças. Só mais tarde foi utilizada para fazer choças ou tendas. A variedade de produtos feitos com peles pelas mulheres índias nunca deixou de maravilhar os visitantes dos museus onde estes objetos encontram-se expostos.

Briffault sublinha que as mulheres deviam conhecer primeiro a natureza das peles que deviam preparar, e decidir que produtos seriam os mais adequados:

O produto que se deve empregar varia de acordo com a utilidade que a pele vai ter. As peles macias eram alisadas até se conseguir uma espessura uniforme, e também se utilizava a camada que fica junto ao pelo. As mais duras eram usadas na construção de cabanas, escudos, canoas ou botas. As mais finas e laváveis, para vestidos. Tudo isto requeria trabalhos técnicos especiais que haviam sido elaborados precisamente pelas mulheres.

Mason escreve:

No continente americano, só as mulheres sabiam como tratar qualquer tipo de pele de animal, como gatos, ursos, ovelhas, antílopes, crocodilos, tartarugas, e inclusive répteis e peixes.(20)

Ceramistas e artistas

Ao contrário das demais indústrias femininas, a cerâmica leva à criação de substâncias completamente novas, que não existem em estado natural. Sobre isso, escreve Gordon Childe

Talvez a cerâmica seja a primeira utilização consciente de um processo químico por parte da humanidade… O fator essencial da arte cerâmica e que a mulher pode modelar algo de argila, na forma que desejar, e logo, utilizando o fogo, dar-lhe a forma definitiva (calor acima dos 600 graus centígrados). Aos homens primitivos, tal mudança na qualidade de um material deve ter parecido uma espécie de transmutação mágica. A conversão do barro ou da terra em pedra…
O fato essencial deste descobrimento consiste em conseguir controlar e utilizar o processo químico que citamos anteriormente. Mas, da mesma forma que os demais descobrimentos, a sua aplicação prática implica outros novos conhecimentos. Para que a argila esteja em condições de ser trabalhada, tem que ser molhada, mas se o objeto é colocado úmido no forno, ele se quebra. A água deve secar aos poucos no sol, ou próxima do fogo, antes da argila ser cozida. Da mesma forma, a argila tem que ser cortada, preparada e lavada, para eliminar todos os resíduos de outras substâncias.
Durante o cozimento, a argila muda não só sua consistência física, mas também sua coloração. O homem teve que aprendera a controlar estas mudanças e utilizá-las as para melhorar a beleza dos vasos…

A arte da cerâmica, inclusive em seu estado mais rústico e generalizado, já era complexa. Implicava um certo número de processos bem distintos e a aplicação de numerosos descobrimentos. Construir um vaso foi um exemplo magnifico da criatividade humana.(21)

A mulher primitiva, assim como o primeiro cera mista, colheu o pó da terra e modelou uma gama infinita de novos produtos. As artes decorativas, também pelas mãos das mulheres, se desenvolveram paralelamente a esta indústria. A arte nasce do trabalho.

Lowie escreve

Um fabricante de cestas pode se converter em um decorador, sem ter a intenção de fazê-lo; mas no momento em que um determinado modelo deslumbra os nossos olhos, então buscamos repeti-lo. A corda retorcida de um cesto pode parecer uma espiral, uns arabescos etc. O fato essencial é que, uma vez considerada decorativa, esta forma geométrica se aplica também a outras formas de arte. Um ceramista pode pintar figuras em seu vaso, um escultor pode imitá-las em sua madeira.(22)

Os objetos de pele feitos pelas mulheres são muito apreciados, não só por seu aspecto prático, mas também pela beleza de sua decoração. E quando a mulher começou a fazer vestidos, começou também a tecer belíssimos desenhos nas telas, e inventou a cor e a técnica da tintura.

Construtoras e arquitetas

Talvez a atividade menos conhecida das mulheres primitivas seja seus trabalhos de construção, arquitetura e engenharia. Briffault escreve:

Não estamos acostumados a pensar que a arte de construir casas ou a arquitetura foram ocupações tão femininas quanto a fabricação de botas ou objetos de terracota. E, sem dúvida, as cabanas dos australianos, das ilhas habitantes as ilhas de Andaman, dos habitantes da Patagônia, os toscos refúgios dos Seri, as tendas de pele dos índios norte-americanos, a “iurta” dos nômades da Ásia Central, a tenda de pele de camelo dos beduínos, todos são trabalhos exclusivamente femininos.
Às vezes, estas moradias, mais ou menos estáveis, eram muito elaboradas. A “iurta”, por exemplo, e, na maioria das vezes, uma casa muito grande, construída sobre uma armação de madeira em forma de círculo, que tem em cima uma espécie de encerado também de madeira, todo ele coberto por uma espessa camada de feltro, que dá à casa uma estrutura de cúpula. O interior está dividido em numerosos compartimentos. A exceção da madeira, todo o restante foi construído e colocado pelas mulheres turcomanas.

Os pueblos do Novo México e do Arizona recordam em sua forma as pitorescas cidades orientais. São grupos de casas, construídas umas sobre as outras. O teto plano de uma serve de base para a outra. Os andares mais elevados são alcançados através de escadas de polé ou escadarias exteriores, e os muros são bastiões com merlões ornamentais. Pátios, praças, ruas, curiosos edifícios públicos que servem tanto como locais de reuniões ou de templos… como testemunham as numerosas ruínas.(23)

Os missionários espanhóis que se estabeleceram entre os povos indígenas ficaram atônitos frente à beleza das igrejas e conventos que aquelas mulheres haviam construído para eles. E escreveram aos seus compatriotas europeus:

Nenhum homem contribuiu nem com o mínimo para erguer uma casa. Estes edifícios eram construídos somente pelas mulheres, as meninas e as jovens das missões Entre estes povos era costume que as mulheres fossem as construtoras de casas.(24)

Sob a influência dos missionários, os homens aprenderam também este trabalho, mas seus primeiros esforços foram recebidos com muita zombaria pelas pessoas. Como escreveu um missionário espanhol:

Os pobres foram rodeados por uma alegre multidão de mulheres e crianças que riam e zombavam deles, e que pareciam encontrar-se frente à coisa mais engraçada do mundo: um homem ocupado na construção de uma casa.(25)
Hoje, ocorre justamente o contrário: ridiculariza-se a mulher arquiteta ou engenheira.

Sobre os ombros da mulher

A mulher não era só uma experiente trabalhadora da sociedade antiga, mas também se ocupava de trabalhos muito duros e pesados, como o transporte de mercadorias, utensílios etc.

Antes que tivessem este trabalho aliviado pelos animais domésticos, ao menos em parte, eram elas que transportavam sobre os ombros todo o necessário. Quando toda a tribo mudava de um lugar para outro, transportavam não só as matérias-primas para suas indústrias, mas também depósitos inteiros de mercadorias.

Quando a tribo emigrava, e isto ocorria com muita frequência antes que se desenvolvessem o sedentarismo, eram as mulheres quem desmontava e armava as tendas e cabanas. As mulheres transportavam os objetos mais pesados e também seus filhos. Na vida diária, era também a mulher quem transportava grandes feixes de lenha para o fogo, a água, os alimentos e todos os produtos essenciais. Segundo Chapple e Coon, inclusive hoje, as mulheres da tribo Ona, da Terra do Fogo, transportam pesos de mais de 100 libras quando emigram. Entre os Akikuyus da África Oriental, escrevem os Routledge, os homens não estavam em condições de suportar pesos de mais de 40 ou 60 libras, enquanto que as mulheres suportavam mais: “Quando um homem diz: esta carga está muito pesada, é porque ela está pronta para ser levantada por uma mulher e não por um homem. Isto nada mais expressa do que uma realidade”.(26)

Sobre este aspecto do trabalho feminino, Mason escreve:

Dos ombros da mulher, do carro a majestosa nave, está aqui a história do maior dos artifícios que impulsionou nossa raça a explorar o mundo inteiro. Não me estranha que o carpinteiro talhe em madeira, na proa de seu navio, uma cabeça de mulher, e que a locomotiva receba nomes femininos.(27)

Por acaso estas atividades indicam que a mulher estava oprimida, explorada ou degradada? De modo algum. Totalmente o contrário. Sobre isto, escreve Briffault:

A opinião fantasiosa de que as mulheres estiveram oprimidas na sociedade primitiva em parte deriva da complacência do homem civilizado e, em parte, do fato de que as mulheres trabalhavam duramente. Uma vez que as mulheres realizavam trabalhos cansativos, seu estado era considerado como que de escravidão e opressão. Não poderia existir maior equívoco…

A mulher primitiva é independente, e não apesar de seu trabalho. No geral, é justamente nos povos entre os quais elas trabalham mais duramente, que são mais independentes e têm uma maior influencia. De modo geral, lá onde as mulheres ficam na folga e os trabalhos são realizados por escravos, elas são pouco mais do que escravas sexuais…
Na sociedade primitiva, todos os trabalhos, inclusive os mais insignificantes, eram voluntários, e nunca a mulher fez algum trabalho tendo que obedecer ordens arbitrárias. Falando das mulheres zulus, um missionário escreve:

Qualquer um que houvesse observado o comportamento das mulheres, concentradas em seu trabalho, sua alegria, sua conversa, suas risadas e suas canções, não poderia deixar de comparado com os de nossas mulheres que hoje trabalham.(28)

O que atormenta os seres humanos, não é o trabalho, mas sim a exploração e o trabalho forçado. Quando as mulheres começaram a trabalhar, ninguém as ensinou como fazer isso. Tiveram que aprender da forma mais difícil, com sua coragem e perseverança. Obtiveram algumas noções, provavelmente, da própria natureza. Mason escreve:

As mulheres aprenderam com as aranhas a tecer redes. Com as abelhas e formigas a conservar os alimentos e a trabalhar a argila. Isto não significa que esses animais criaram escolas para que aquelas obtusas mulheres aprendessem a trabalhar, mas sim que as mentes despertas destas estavam sempre dispostas a se apoderar de qualquer experiência que viesse daquela fonte. Foi na época da industrialização que a mulher mostrou todo seu talento. Desde o princípio, estabeleceu os caminhos que era necessário percorrer, e se ativeram a eles sem reservas.(29)


As primeiras comunidades

Dado a humildade com que a mulher iniciou as suas primeiras atividades, muitos historiadores apresentam a indústria feminina como basicamente familiar ou artesanal. Sem dúvida, é importante levarmos em conta que antes de se desenvolver a máquina, quina, não existia nenhuma forma de arte, a não ser o artesanato. Antes que surgissem as fábricas especializadas, não existia senão a casa.

Obviamente sem estas formas artesanais primitivas não teriam nascido as grandes corporações da Idade Média. E sequer o mundo moderno teria se desenvolvido com suas fazendas agrícolas mecaniza das e suas inúmeras indústrias.

Quando as mulheres começaram a trabalhar, fizeram com que o gênero humano se elevasse acima do reino animal. Foram elas as primeiras trabalhadoras e as fundadoras da indústria, a primeira força que elevou a humanidade para além de seu estado de símio. Junto com o trabalho, nasce a linguagem.

Como escreve Engels:

O desenvolvimento do trabalho, ao multiplicar os casos de ajuda mútua e de atividades sociais, fazia necessariamente com que os membros da sociedade se reunissem cada vez mais… A única teoria correta sobre a origem da linguagem é a de que ela nasce e se desenvolve junto com o processo do trabalho. Primeiro nasceu o trabalho, e logo, como consequência, se desenvolveu a linguagem articulada.(30)

Sem dúvida, também o homem começou a articular alguma palavra durante a caça organizada, mas o desenvolvimento decisivo da linguagem nasce da atividade produtiva feminina. Diz Manson:

Exatamente porque, a cada dia se ocupava de todas as atividades industriais, a mulher inventou e fixou uma linguagem em relação às mesmas. O Dr. Brinton escreve em uma carta particular que em muitas linguagens primitivas não só se encontram muitas expressões que são próprias das mulheres, como em muitas partes do mundo se encontra com frequência linguagens usadas somente pelas mulheres e completamente distintas da dos homens.

Os homens primitivos, quando iam caçar ou pescar, estavam geralmente sozinhos, e esta atividade lhes impunha silêncio. As mulheres, pelo contrário, estavam juntas e falavam o dia todo, e tal coisa é tão certa que, prescindindo dos ambientes culturais, as mulheres têm ainda hoje em dia um vocabulário mais rico e são as melhores oradoras e escritoras.(31)

O trabalho e a linguagem, mais do que qualquer outra coisa, representam o nascimento da coletividade. Os animais são obrigados por leis da natureza a uma contínua concorrência individual. As mulheres, através do trabalho, substituíram as relações estabelecidas pela natureza por novas relações humanas, graças ao trabalho coletivo.

A família – a comunidade

A família era toda a comunidade. Não existiam individualismos e sim coletivismo social. Sobre este ponto, escreve Gordon Childe:

No Neolítico, a arte aparece como uma ocupação familiar. Nem mesmo as tradições artesanais são individuais, são coletivas. A experiência e sabedoria colocam-se constantemente em evidência e, com exemplos e explicações, são transmitidas de pai para filho. A filha ajuda a mãe a trabalhar os vasos. Observa-a atentamente, imita e recebe as explicações, advertências e os conselhos necessários. No Neolítico, as ciências aplicadas foram transmitidas pelo que chamamos atualmente de sistema de aprendizagem.

Num povoado moderno africano, a mulher não se isola para modelar ou coser seus vasos.

Todas as mulheres trabalham juntas, conversam, confrontam suas experiências e se ajudam mutuamente. Todas as atividades são públicas, suas regras são resultados de experiências comuns… E a economia neolítica em seu conjunto não poderia existir sem esforços comuns.(32)

Assim, o resultado mais importante das atividades femininas foi a fundação e a consolidação do primeiro grande coletivo humano. A vida coletiva e o trabalho, substituindo o individualismo animal, abriram um abismo intransponível entre a sociedade humana e os animais, Tornaram possível a primeira grande conquista da humanidade, a domesticação dos animais.

Através destas experiências as mulheres se converteram nas primeiras trabalhadoras e lavradoras, nas primeiras cientistas, doutoras, arquitetas, engenheiras; as primeiras professoras, educadoras e artistas, e transmitiram a herança social e cultural. As famílias que surgiram não eram simplesmente cozinhas coletivas ou salas de cozinhar, mas eram também as primeiras fábricas, os primeiros laboratórios científicos, centros médicos, escolas e centros culturais e sociais. O poder e o prestígio feminino que surgem das funções procriadoras, alcançam seu ponto máximo com a primazia de suas atividades socialmente úteis.

A emancipação do homem

Durante todo o tempo em que a caça intensiva foi uma ocupação indispensável, o homem esteve relegado a uma experiência de segunda ordem. A caça isolava os homens durante períodos muito grandes da comunidade, e da participação nas formas mais altas de trabalho.

O descobrimento da agricultura e da domesticação de animais pela mulher representou também a emancipação dos homens. A caça já não era socialmente indispensável, e esta atividade se viu transformada, rapidamente, em um simples esporte. Os homens estavam então livres para participar da vida cultural e industrial da comunidade. Com o aumento das provisões de alimentos, cresceu também a população. Os acampamentos nômades se transformaram em povoados estáveis e, mais tarde, em vilas e cidades.

No primeiro período de sua emancipação, os homens eram menos capazes do que as mulheres nas atividades produtivas. Portanto, limitavam-se a cortar as ervas daninhas nos campos e a preparar o terreno para o cultivo que as mulheres faziam. Cortavam árvores e armazenavam madeira para as construções. Só mais tarde começaram a trabalhar na construção propriamente dita, assim como cuidar de animais e de seu filho.

Mas, ao contrário das mulheres, não tiveram que começar do princípio. Em pouco tempo, conseguiram aprender não só aquelas atividades que exigiam uma certa destreza, mas realizaram grandes melhoras no que diz respeito aos utensílios de trabalho, móveis e tecnologia em geral. A agricultura se incrementou notavelmente com a invenção do arado e com o uso de animais já domesticados.

Durante um breve período de tempo, em termos históricos, a divisão do trabalho entre os sexos foi uma realidade. Homens e mulheres, juntos, aumentaram o bem-estar social e consolidaram as primeiras povoações sedentárias. Mas a Revolução Agrícola, promovida pela mulher, que divide a época da colheita da época da produção, da mesma forma separa a barbárie da civilização e, mais adiante ainda, assinala o desenvolvimento de um novo sistema social e uma inversão da liderança econômica e social dos sexos.

Estas novas condições de vida, que começaram com a abundância de alimentos necessários para urna população crescente, liberaram uma nova força produtiva e, com ela, novas relações produtivas. A velha divisão do trabalho entre os sexos foi substituída por uma nova divisão social do trabalho. O trabalho agrícola separou-se do trabalho industrial urbano, o trabalho manual do trabalho intelectual. E as atividades femininas passaram gradualmente para os homens.

Por exemplo, com o torno, os especialistas do ofício se apoderaram da arte artesanal feminina de modelar os vasos. Como diz Childe:

A etnografia nos demonstra que os ceramistas que usam o torno são geralmente homens, e não mulheres. E o antigo método artesanal de modelar os vasos, nada mais é para eles que um dever familiar, como o de cozinhar ou tecer.(33)

O homem se apoderou dos fornos inventados pelas mulheres e os transformou em fráguas e forjas para fundir os metais brutos e obter cobre, ouro e ferro. A Idade do Metal foi como a aurora da idade do homem. E o sobrenome mais comum atualmente, Mr. Smith, tem origem justamente naquela época.(34)

As mesmas causas que levaram à emancipação do homem conduziram à queda do matriarcado e à escravização da mulher. No momento em que o homem se apropriou dos meios de produção, a mulher foi relegada exclusivamente a suas funções biológicas de mãe, e lhe foi negada toda forma de participação na vida social produtiva. Os homens tomaram as rédeas da sociedade e fundaram um novo a serviço de suas necessidades. Da destruição do matriarcado, nasceu a sociedade de classes.

Neste resumo das atividades produtivas da mulher no sistema primitivo, vimos como os dois sexos contribuíram na edificação da sociedade e para o progresso da humanidade até o estágio atual. Mas esta contribuição não se deu ao mesmo tempo, nem da mesma forma. E isto nada mais é do que uma expressão do desenvolvimento desigual da sociedade em geral.

Durante o primeiro grande período de desenvolvimento social, foi a mulher quem conseguiu fazer com que a humanidade progredisse até se tornar superior ao reino animal. E uma vez que os primeiros passos são sempre os mais difíceis, não podemos deixar de considerar decisiva a contribuição social e produtiva das mulheres. Foram os descobrimentos no campo produtivo e cultural os que tornaram possível a civilização. Foram necessárias centenas de milhares de anos para que as primeiras mulheres pudessem assentar as bases sociais. E justamente por terem colocado estas bases tão solidamente, foram necessários menos de quatro mil anos para que a civilização alcançasse seu estágio atual.

Por isso não é científico querer discutir a superioridade do homem ou da mulher sem levar em conta a experiência histórica. No transcurso da história, assistimos a uma grande inversão na superioridade social dos sexos. O papel dirigente pertenceu primeiro à mulher, biologicamente dotada pela natureza; e logo aos homens, socialmente dotados pelas mulheres. Entender estes fatos históricos significa evitar cair na armadilha de valorizações arbitrárias baseadas somente em instinto e pré- julgamentos. E compreender isto significa destruir o mito que faz das mulheres seres naturalmente inferiores.


Primavera de 1954.

Notas de rodapé:

(1) Women’s Share In Primitive Culture (A participação das mulheres na cultura primitiva).
(2) Anthropology.  
(3) Op. cit.  
(4) The Golden Bough.  
(5) Principles of Anthropology.  
(6) Op. cit.  
(7) What Happened in History.  
(8) Op. cit.  
(9) Man Makes Himself.  
(10) Op. cit.  
(11) Op. cit.  
(12) Op. cit.  
(13) An Introduction to Social Anthropology.  
(14) The Mothers.  
(15) Man Makes Himself.  
(16) Idem.  
(17) Op. cit.  
(18) Op. cit.  
(19) Op. cit  
(20) Op. cit.  
(21) Man Makes Himself.  
(22) Op. cit.  
(23) Op. cit.  
(24) Briffault, op. cit.  
(25) Ibidem.  
(26) Scoresby e Katherin Routledge, With a Pre-historic People.  
(27) Op.cit.  
(28) Op.cit.  
(29) Op.cit.  
(30) O papel do trabalho na transformação do macaco em homem.  
(31) Op. cit.  
(32) Man Makes Himself.
(33) What Happened in History. 
(34) Smithies é o termo em inglês para ferraria. N. da T. 

Arquivo Histórico: Dia Internacional da Mulher Trabalhadora

Dia Internacional da Mulher:

Um Feriado Proletário


[O presente artigo foi originalmente publicado em Women and Revolutionnº 8 (outono de 1975), periódico da então revolucionária Liga Espartaquista dos EUA. Sua tradução para o português foi realizada pelo Reagrupamento Revolucionário em 2014.]


Por mais que feministas burguesas comemorem essa data, o 8 de março – Dia Internacional da Mulher – é um feriado dos trabalhadores.  Sua origem remonta a 1908, quando operárias têxteis do Lower East Side de Manhattan [Nova York] marcharam em prol de demandas como “por jornada de trabalho de 8 horas”, “pelo fim do trabalho infantil” e “voto feminino”, e foi adotado oficialmente pela Segunda Internacional em 1911.

O Dia Internacional da Mulher foi comemorado pela primeira vez na Rússia, em 1913, onde ele foi largamente divulgado nas páginas do jornal bolchevique Pravda, e popularizado através de discursos proferidos em vários clubes e sociedades controladas por organizações bolcheviques, que apresentaram uma análise marxista da opressão à mulher e o programa para sua emancipação.

No ano seguinte, os Bolcheviques fizeram agitação em prol do Dia Internacional da Mulher não só nas páginas do Pravda (então publicado sob o nome Put’ Pravdy), mas também realizaram preparações para publicar um jornal especial, lidando com a questões da libertação da mulher na Rússia e internacionalmente. Ele foi nomeado Rabotnitsa (A Mulher Trabalhadora) e seu primeiro número foi agendado para aparecer em 1914, no Dia Internacional da Mulher.

As preparações para o feriado eram feitas sob as mais árduas condições. Pouco antes do tão esperado dia, todo o comitê editorial do Rabotnitsa – a exceção de um membro – foi preso pela polícia czarista, bem como outros Bolcheviques que haviam feito agitação em prol do Dia Internacional da Mulher nas fábricas de São Petesburgo. Apesar dessas prisões, os Bolcheviques seguiram com suas preparações. Anna Elizarova – irmã de Lenin e a única do comitê editorial que havia escapado de ser presa – publicou sozinha o primeiro número de Rabotnitsa em 8 de março (ou, de acordo com o antigo calendário russo, 23 de fevereiro). Clara Zetkin, uma figura de liderança da Social Democracia alemã e do movimento internacional de mulheres trabalhadoras, escreveu:

“Saudações pela sua corajosa decisão de organizar o Dia da Mulher, congratulações por não ter perdido a coragem e não ter se resignado a sentar com suas mãos fechadas de raiva. Nós estamos com você, de coração e alma. Você e seu movimento serão lembrados em inúmeras reuniões organizadas para o Dia da Mulher na Alemanha, Áustria, Hungria e América.”
– Citado em A. Artiukhina, “Proidennyi Put”, Zhenschina v revoliutsii.

A mais importante celebração já realizada no Dia Internacional da Mulher ocorreu em Petrogrado, em 8 de março de 1917, quando operárias têxteis dessa cidade lideraram uma greve de mais de 90 mil trabalhadores – uma greve que sinalizou o fim da velha dinastia de 300 anos dos Romanov e o começo da Revolução Russa. Uma semana depois, o Pravada comentou:

“O primeiro dia da revolução – foi o Dia da Mulher, o dia da Internacional das Mulheres Trabalhadoras! Viva a Internacional! As mulheres foram as primeiras a desafiar as ruas de Petrogrado naquele dia.”

Conforme as posições das mulheres trabalhadoras se degeneraram sob Stalin e seus sucessores, como fruto da degeneração do Estado operário soviético como um todo, o Dia Internacional da Mulher passou de um dia internacional de solidariedade proletária em um ritual vazio, no qual, à semelhança do Dia das Mães nos EUA, glorifica o papel tradicional da mulher dentro da família.

Mas o Dia Internacional da Mulher não é uma celebração da maternidade nem da fraternidade feminina; ignorar esse fato é ignorar os aspectos mais significantes de sua história e propósito, que era fortalecer as fileiras do proletariado revolucionário. Diferentemente dos Mencheviques de antes da guerra, que queriam conciliar com as feministas de sua época ao limitar a celebração do Dia Internacional da Mulher a apenas mulheres, os Bolcheviques insistiram que ele deveria ser um feriado das mulheres trabalhadores e dos homens trabalhadores, juntos em luta. Como escreveu Nadezhda Krupskaya no principal artigo do primeiro número de Rabotnitsa:

“O que unifica as mulheres trabalhadores com os homens trabalhadores é mais forte do que aquilo que os divide. Eles são unidos pela sua comum falta de direitos, pelas suas necessidades comuns, pelas suas condições comuns, que são sua luta e seus objetivos comuns… A solidariedade entre os homens trabalhadores e as mulheres trabalhadoras, a atividade comum, o objetivo comum, a via comum para esse objetivo – tal é a solução da questão “feminina” entre os trabalhadores.”

Hoje em dia o programa bolchevique para a completa emancipação da mulher é levado adiante pela Liga Espartaquista. Nós temos orgulho de publicar a verdadeira história do Dia Internacional da Mulher, uma parte da nossa herança revolucionária, e nós vamos celebrá-lo com fóruns públicos através do país, apresentando a análise marxista da opressão à mulher e o programa e estratégia para esmagá-la.

Conforme aprofundarmos nossa influência na classe trabalhadora, nós olhamos adiante para comemorarmos o Dia Internacional da Mulher não só através da disseminação de propaganda, mas também através da deflagração das atividades de grande escala tradicionalmente associadas com esse feriado proletário – greves gerais, insurreições, revolução!

Rumo à uma Seção Feminina da Quarta Internacional Renascida! 
Pela libertação das mulheres através da Revolução Proletária Internacional!

Carta al CORCI y a la OCI

Carta al CORCI y a la OCI

[Traducido en Spartacist No. 4, mayo de 1977]

15 de enero de 1973

Comité de Organización por la Reconstrucción de la Cuarta Internacional y Organización Comunista Internacionalista:

Estimados compañeros,

En la Tercera Conferencia Nacional de la Spartacist League/EE.UU., se llevó a cabo una discusión importante sobre el Comité de Organización por la Reconstrucción de la Cuarta Internacional (CORCI), partiendo de nuestras traducciones de los documentos fundamentales y las discusiones de su conferencia internacional de julio de 1972, publicados en la Correspondance Internationale de octubre de 1972. También hemos tomado en cuenta los informes de nuestros camaradas Sharpe y Foster sobre sus discusiones con el compañero De M. de la OCI el verano pasado.

Hemos prestado seria atención al CORCI porque anotamos que ha dado ciertos pasos que se dirigen hacia una salida del callejón en el cual se encontraban las relaciones entre la Spartacist League/EE.UU. y el Comité Internacional (CI) desde noviembre de 1962, y también hacia una resolución de la hostilidad aguda entre nosotros a partir de la Conferencia de Londres del CI celebrada en abril de 1966. Estamos de acuerdo con el objetivo declarado del CORCI de luchar sobre la base del programa de la Cuarta Internacional por la reconstrucción de un partido mundial democrático-centralista, y actualmente de proseguir este fin mediante una discusión política ordenada, en un boletín internacional de discusión, culminado en una conferencia internacional. Hacemos notar que en este sentido su conferencia de julio representó una ruptura con la práctica de bloques federativos perpetrada por el antiguo Comité Internacional, y abarcó una discusión seria y vigorosa, la cual hizo falta en la Tercera Conferencia del CI (Londres, 1966). Así que nos parece a primera vista que el CORCI posee una de las cualidades imprescindibles para la lucha por comprobar el auténtico programa trotskista, y por medir con dicho programa la práctica política, en el curso de su desarrollo, de los grupos nacionales participantes en la discusión. Por lo tanto, la SL/EE.UU. ha llegado a la conclusión de que nos incumbe, como parte de nuestro deber internacionalista, esforzarnos por participar en esta discusión.

Constamos que cumplimos plenamente con los requisitos formales para entrar en su proceso de discusión, conforme a la resolución “Sobre las tareas de la reconstrucción de la Cuarta Internacional”: es decir, “[declaramos nuestra] voluntad de luchar sobre la base del programa de la Cuarta Internacional para reconstruir el centro dirigente, reconociendo que éste aún no existe” (véase nuestra resolución del año 1963, “Hacia el renacimiento de la Cuarta Internacional” y documentos subsiguientes). Sólo estamos en condición de solicitar la participación en la discusión, en vez de adhesión al Comité de Organización, debido a diferencias programáticas con ciertas posiciones defendidas por los integrantes del Comité de Organización, en otros casos por falta de conocimiento o de claridad acerca de las mismas. Siendo que el Comité de Organización también se propone emprender la construcción de secciones nacionales de la Cuarta Internacional, la existencia de estas ambigüedades programáticas nos impide participar en tales actividades.

Es nuestra opinión que el propósito preliminar de una discusión, como la prevista por el Comité de Organización, debe ser la cristalización de una serie de consignas programáticas, específicas y decisivas, análogas a los puntos concretos, delimitando los principios marxistas revolucionarios, planteados por Trotsky en el período 1929-33 como base sobre la cual reunir las fuerzas dispersas, y políticamente diversas de los comunistas de la oposición.

Por lo tanto quisiéramos enumerar ciertos temas sobre los cuales nos parece que hay divergencias o ambigüedades centrales entre nuestras posiciones políticas y aquellas expresadas por el Comité de Organización o las que ha planteado la OCI. La importancia que concedemos a estas cuestiones se debe a que, de no ser resueltas, pondrían en peligro la cristalización de un movimiento trotskista mundial auténtico y disciplinado, tanto como su dirección. A nuestro entender actual, creemos que estos son temas que merecen una discusión detallada.

(1) Frente unido: Discrepamos de la concepción del “frente único estratégico” como lo utiliza la OCI y como se plantea en “Por la reconstrucción de la Cuarta Internacional” (sobre todo en la sección IX, “Lucha por el poder, frente único de clase, partidos revolucionarios”) en el número 545 de La Verité (octubre de 1969) y en la resolución política general del CORCI. Con respecto a la práctica de la OCI en Francia, nuestro criterio ha sido expresado en el número 11 de Workers Vanguard (septiembre de 1972). Creemos compartir la posición tomada por los primeros cuatro congresos de la Internacional Comunista de que el frente unido es esencialmente una táctica empleada por los revolucionarios para “poner las bases contra las cúpulas” en aquellas condiciones excepcionales y oportunidades decisivas en que el curso de la vida política proletaria se ha salido de sus cauces normales. El camarada Trotsky elaboró extensamente este concepto con respecto a la crisis alemana de 1929-33, así como en sus conversaciones con los dirigentes del SWP en 1940 sobre su táctica con respecto al Partido Comunista de los EE.UU.

El frente unido no es más que un medio, una táctica, por el cual el partido revolucionario, es decir su programa y autoridad, en tiempos de crisis puede movilizar y atraer a las masas (que en dicho momento se encuentran adheridas a otros partidos) por medio de demandas concretas para acciones conjuntas dirigidas a las organizaciones reformistas. Cualquier otra interpretación se basarla necesariamente, en una supuesta capacidad latente de vanguardia revolucionaria existente en los partidos reformistas o estalinistas – lo que constituye una proposición central del pablismo.

El objetivo del frente unido debe ser el enraizar del programa revolucionario al seno de las masas. De la misma manera, en los soviets – la expresión máxima del frente unido – la ascendencia del programa revolucionario es la condición para su conquista del poder. Cualquier tipo de fetichismo hacia la mera forma de los frentes unidos o soviets (igualmente hacia los sindicatos y comités de fábrica) significa abdicar como revolucionarios porque constituye, en el fondo, la liquidación del partido de vanguardia en la clase, al sustituir el papel del partido revolucionario por tales formas (¡y otra política!). Esto no es leninismo sino, en el mejor de los casos, una variante del luxemburgismo. Unos de los mayores logros de Lenin al contraponer la vanguardia revolucionaria a los reformistas, fue el superar la idea kautskyana del “partido de la clase en su conjunto”. Anteponer una formación de masas al partido de vanguardia sería regresar a la concepción kautskyana.

Cuando las fuerzas que se proclaman revolucionarias son cualitativamente débiles en comparación con los partidos reformistas o estalinistas de masas, es igualmente ilusorio, en circunstancias ordinarias, tanto el hacer llamados por la formación de un “frente unido” con las formaciones de gran tamaño, como reivindicar alianzas de tales fuerzas. (Cuando Trotsky exigió la formación de un frente unido entre el SPD y el KPD alemanes, creía que este último todavía tenía un potencial revolucionario.)

Ciertamente la táctica conveniente a un partido revolucionario desarrollado no puede ser mecánicamente transferida a una agrupación que carece cualitativamente de la capacidad de luchar por la dirección de la clase. Sin embargo, las diferencias en el modo de acción van en el sentido opuesto a las proyectadas por la OCI. En la medida que la tendencia revolucionaria se ve obligada a actuar como grupo de propaganda, tanto más deberá insistir en presentar su programa en su totalidad. Como señaló Trotsky, en primera instancia el bolchevismo descansa sobre cimientos de granito, y las maniobras pueden realizarse de manera principista solamente al basarse en dichos cimientos. El frente unido de la clase obrera es, por supuesto, la maniobra llevada a cabo en gran escala.

(2) El Partido Obrero Revolucionario (POR) boliviano: No creemos que la participación del POR en el Frente Revolucionario Antimperialista (FRA) salió de la nada. Estamos de acuerdo con la resolución de la OCI y del CORCI en el sentido de que el FRA – formado poco después del golpe de estado del general de derecha [Hugo] Banzer, e incorporando elementos de la “burguesía nacional” incluyendo al general Torres – es un frente popular y no la continuación de la Asamblea Popular, la cual pudo haber poseído los requisitos formales necesarios para ser un polo proletario soviético en oposición al régimen anterior del general de izquierda [José] Torres. A nuestro ver, lo mejor que puede decirse del POR durante el período del régimen de Torres es que subordinó el desarrollo del partido de vanguardia al de la Asamblea Popular; esto es, subordinó el programa revolucionario a una colección vacilante y mal definida de prejuicios políticos estalinistas y nacionalistas de izquierda. Dada esta carencia de revolucionarios, la Asamblea Popular se caracterizó necesaria y concretamente por su nudo de sumisión menchevique ante la “burguesía nacional”. Para mayor detalle véase el no. 3 de Workers Vanguard. Consideramos que la política anterior del POR, enérgicamente apoyada por el CORCI, es una expresión de la concepción errónea del “frente único estratégico”, y que demuestra la consecuente subordinación de la organización de vanguardia a una organización de masas, en este caso la Asamblea Popular. Los períodos prolongados de represión han limitado severamente nuestro contacto con y conocimiento del POR boliviano; no obstante, basándonos en los indicios disponibles, nos parece que ésta organización ha desempeñado un papel típicamente centrista por lo menos desde la oleada revolucionaria de 1952.

(3) Estalinismo: Hacemos notar que en el pasado la OCI ha tendido a igualar la lucha contra el imperialismo con aquella contra el estalinismo, por ejemplo en las consignas lanzadas en la conferencia celebrada en Essen en 1971. La resolución política general propuesta por la OCI y adoptada por el CORCI leva esta igualación un paso más lejos al negar el “carácter dual” de la burocracia estalinista, calificándola simplemente como “el organismo de la burguesía dentro del movimiento de la clase obrera.” Quizás la OCI ha llegado a esta fórmula errónea al extender, en forma simplista, la idea cierta y valiosa de que las luchas de clases de los obreros no están restringidas por la “Cortina de Hierro”.

Para nosotros, y creemos que también para Trotsky, la burocracia estalinista tiene un carácter contradictorio. Así, en 1939, concilió con Hitler socavando la defensa de la Unión Soviética. Pero a partir de 1941 luchó (pésimamente) contra la invasión hitleriana. Nuestra política durante la guerra fue, entonces, la defensa revolucionaria de la Unión Soviética, es decir luchar contra el invasor imperialista y derribar la burocracia mediante la revolución política – no siendo, en lo absoluto, la menor de las metas el derribar el terrible impedimento burocrático a esa lucha. En la guerra de Indochina, el papel de la burocracia de Hanói y nuestra actitud hacia ella, así como las tareas del proletariado vietnamita, son esencialmente las mismas.

En 1953, en la lucha fraccional al interior del SWP, la fracción mayoritaria de Cannon-Dobbs trató de defenderse contra la minoría pablista de Cochran-Clarke, asumiendo la posición (similar a la del CORCI) de que la burocracia estalinista era “contrarrevolucionaria de punto al cabo y hasta el meollo”. Como ésta es una posibilidad verdaderamente aplicable sólo a elementos restauracionistas capitalistas – en sus formas extremas, fascistas o agentes de la CIA – la mayoría del SWP se vio obligada a cometer una serie de errores políticos con el fin de mantener su posición; y de hecho, esta posición junto con la defensa por Cannon de un internacionalismo federativo representaron desviaciones del curso trotskista que ayudaron a minar la fibra revolucionaria del SWP.

En este aspecto, hacemos notar el análisis de Cuba aparecido en La Verité no. 557 (julio de 1972). La negativa de la OCI a sacar la conclusión de su análisis – hasta ese punto paralelo al nuestro – de que Cuba es, cualitativamente, un estado obrero deformado, indica un posible alejamiento de la teoría leninista del estado en favor de un concepción burguesa lineal análoga a un termómetro que simple y gradualmente pasa de “estado burgués” a “estado obrero” por medio de incrementos pequeños sin un cambio cualitativo. Tal metodología constituye uno de los pilares del pablismo. De acuerdo con esta concepción, es de suponer que el proceso inverso, de pasar de “estado obrero” a “burgués” mediante pequeños incrementos, sería asimismo posible. Trotsky denunció correctamente esta última idea como “desenrollar la película del reformismo al revés.” Hacemos notar, sin embargo, que la OCI parece ser inconsecuente en su caracterización del estado cubano; “Las tareas de la reconstrucción de la Cuarta Internacional” (en La Correspondance Internationale, junio de 1972, pág. 20) reclama “la defensa incondicional de la Unión Soviética, China, Cuba, las conquistas obreras de Europa Oriental, la guerra revolucionaria en Vietnam…”.

(4) Acerca de la juventud: Hacemos notar que la relación dé la OCI en la Alliance des Jeunes pour le Socialisme no tiene precedentes en la historia de la práctica leninista, y representa, de hecho, una capitulación al sentimiento pequeñoburgués de la “dualidad de vanguardias” en el medio estudiantil. Nos oponemos, también, al concepto anexo de una “Internacional Revolucionaria de la Juventud” no trotskista, propuesta en la conferencia de Essen en julio de 1971. El movimiento revolucionario de jóvenes debe ser programáticamente subordinado y organizativamente ligado (formalmente) al partido de vanguardia que engloba la experiencia histórica del proletariado. De otra manera, los militantes juveniles y estudiantiles jamás superarán el radicalismo pequeñoburgués que en momentos cruciales está en directa oposición a la vanguardia proletaria.

(5) Violencia y la línea de clase: Nos oponemos firmemente a la disposición de la OCI de usar el aparato estatal burgués – los tribunales – para resolver las disputas del movimiento de la clase obrera. Además la SL/EE.UU. se opone de manera inalterable al uso de la fuerza física para suprimir las opiniones de otras tendencias de la clase obrera, donde esto es la cuestión clave; por ejemplo, el impedimento físico por parte de la OCI de la distribución de panfletos de la IKD en la Conferencia de Essen de julio de 1971. No somos pacifistas, y reconocemos plenamente nuestro derecho de autodefensa, así como aquel de cualquier integrante de los movimientos socialista y obrero, para defender reuniones y manifestaciones ante asaltos físicos y proteger militantes individuales de ataques terroristas. Considerado en su conjunto, nuestro punto de vista se deriva de la proposición de que la máxima libertad en el intercambio de ideas al interior del movimiento obrero fortalece la posición de los revolucionarios y aumenta la posibilidad de acciones unidas de la clase. A la inversa, son los reformistas y estalinistas – “los tenientes laborales del capital” – quienes característicamente emplean la violencia y la victimización dentro del movimiento.

(6) El Comité Internacional: La resolución del CORCI, “Sobre las tareas de la reconstrucción de la Cuarta Internacional”, declara que a partir de 1966 la Socialist Labour League (SLL) “sigue el mismo camino tomado previamente por el SWP.” Pero luego, la resolución lamenta el “estallido del Comité Internacional causada por la SLL,” sobre la base de que la última ruptura “agrava la dispersión” que empezó en 1952. Nosotros consideramos que las formas organizativas deben corresponder a las realidades políticas. Nos opusimos firmemente a la ruptura con la SLL (“Comité Internacional”) en 1962 debido a su carácter aparentemente puramente organizativo. Sólo después de la aguda ruptura en la Conferencia de Londres en 1966, y especialmente en los años siguientes cuando la SLL acumuló una serie de divergencias políticas graves con nosotros, es que pudimos apreciar que el deseo de la SLL en 1962 de intentar un acercamiento al SWP (ante lo que estuvimos dispuestos a someternos, pero nunca a dar nuestra aprobación) era una expresión de una diferencia política fundamental.

La ruptura de la SLL con nosotros en 1962 fue, sin embargo, parte de una lucha real al interior del grupo norteamericano. La ruptura entre la SLL y la OCI ocurrida en 1971 parece haber sido la separación de socios de bloque, sin repercusiones evidentes al interior de ninguno de los dos grupos – y por tanto sin lucha, aún confusa.

En el fondo las diferentes apreciaciones sobre la escisión del Comité Internacional posiblemente reflejan la divergencia, lingüísticamente ligera pero no obstante real, entre las consignas “por la reconstrucción de la Cuarta Internacional” de la OCI y “por el renacimiento de la Cuarta Internacional” de la SL/EE.UU. Nuestra consigna implica la necesidad de pasar por un proceso fundamental; no es posible tan sólo encajar unos cuantos pedazos, picarlos un poco quizás, y con ellos reconstruir el edificio.

Como la SL/EE.UU. tiene diez años de experiencia con el Comité Internacional, no podemos simplemente abordar las discusiones del CORCI como si esta experiencia previa entre nosotros y principales elementos del CORCI, anteriormente integrantes del CI, no existiera. Por lo tanto debemos repasar la experiencia previa, en tanto que ella condiciona nuestro modo de abordar el CORCI.

Nuestras opiniones con respecto al desarrollo del Comité Internacional desde 1966 han sido expuestas enSpartacist no. 6 (junio-julio de 1966), que se refiere a la Conferencia de Londres de 1966 y a nuestra expulsión; en el artículo sobre la corriente Healy-Wohlforth en Spartacist no. 17-18 (agosto-septiembre de 1970); en Spartacistno. 20 (abril-mayo de 1971) que es un resumen de los acontecimientos políticos y organizativos desde 1966; y enWorkers Vanguard no. 3 (diciembre de 1971) referente a la ruptura entre la SLL y la OCI. Como notarán a partir de este material, protestamos la falta de centralismo democrático en el Comité Internacional desde la primera vez que nos dimos cuenta de ello en la Conferencia de Londres.

Nosotros creemos que una de las pruebas necesarias para auténticos revolucionarios es de mostrar la capacidad de autocrítica, incluso en forma despiadada. El “Comité Internacional” dominado por el SWP en el período 1954-63 y por la SLL durante 1963-71, siempre fue parcialmente ficticio y en parte la formalización de bloques de conveniencia por organizaciones esencialmente nacionales. Esto requiere ser explicado por aquellos que no están dispuestos a simplemente repetir su experiencia anterior. No basta pasar por sobre los últimos dieciocho años con la promesa de que de ahora en adelante las cosas se harán de manera diferente.

Fuimos expulsados definitivamente del conglomerado internacional healyista en 1966 en el momento mismo que, el CORCI señala como el principio del deslizamiento de la SLL. Creemos ver en eso una relación. Evidentemente como parte del intento de la OCI de permanecer en un bloque común con la SLL, y quizá en parte debido a ignorancia de nuestras verdaderas posiciones, en el decurso de los años la OCI ha imputado a la SL/EE.UU. una serie de posiciones. No sólo no sostenemos, ni hemos sostenido nunca estas posiciones, sino que más aún la mayoría de ellas son exactamente lo contrario de nuestro punto de vista real. Por ejemplo, la OCI declaró que nosotros creíamos en “la familia del trotskismo” aún, cuando en la Conferencia de Londres de 1966, nuestra delegación fue impresionada por lo acertado de la declaración de un representante de la OCI de que “no hay una familia del trotskismo”; nuestro portavoz citó esta observación en forma aprobatoria, como fue reportado enSpartacist no. 6 y varias otras veces desde entonces. En la “Declaración de la OCI” de 1967 con respecto al Comité Internacional, se hace repetida referencia a un “bloque VO-Robertson” y se sacó la conclusión general de que “la lucha contra Robertson está plenamente identificada con la lucha contra el pablismo. Sus posiciones se unen a las del SWP y el Secretariado Unificado cuando no son las de Pablo.” La OCI se disculpó en términos similares a la SLL por haber invitado a un observador de la SL/EE.UU. a la conferencia de Essen.

La SL/EE.UU se dió cuenta desde 1962 que la corriente que representa la OCI no debía ser igualada con la SLL, y luego de nuestra expulsión de la Conferencia de Londres hemos seguido notando la diferencia (por ejemplo en Spartacist no. 17-18, al discutir el intento de Healy de acercamiento al Secretariado Unificado, nos referimos al grupo Healy-Banda “y sus aliados franceses políticamente muy superiores pero internacionalmente inactivos, el grupo Lambert”). También nos enterábamos a través de fuentes privadas que por lo menos desde 1967 el grupo de Wohlforth había dirigido una vigorosa campaña interna para desacreditar a la OCI.

Nuestra caracterización de la OCI como políticamente superior a la SLL estuvo basada en una serie de posiciones políticas comunes de nuestras dos organizaciones que estaban en directa oposición con los puntos de vista de la SLL. Las polémicas recientes de la OCI contra la SLL (véase La Verité, no. 556) hacen notar la objeción por la OCI contra ciertas posiciones claves de la SLL a las que nosotros también nos habíamos opuesto: el uso deliberado por parte de la SLL de “la dialéctica” como mistificación para ocultar cuestiones políticas; el seguidismo crónico por la SLL al estalinismo en Vietnam; el entusiasmo de la SLL con respecto a los “guardias rojos” chinos; la idea de la SLL de una “revolución árabe” sin contenido de clase; la inescrupulosa tentativa de acercamiento al Secretariado Unificado-SWP que la SLL hizo en 1970. También consideramos importante la objeción de la OCI contra la posición de la SLL de que el revisionismo pablista no había destruido organizativamente la Cuarta Internacional. La posición de la OCI en este aspecto parece corresponder a la opinión que hemos sostenido en forma consistente y sobre lo que insistimos en la Conferencia de Londres de 1966.

Además, siempre hemos sostenido una actitud muy seria hacia la OCI, no debido a su tamaño, sino debido a sus cuadros experimentados y su continuidad en el movimiento mundial. En esta carta nos hemos centrado en las supuestas diferencias entre nosotros y la OCI, pero los puntos fuertes de la OCI también se han reflejado en posiciones políticas específicas, de algunas de las cuales hemos aprendido – por ejemplo la insistencia de la OCI con respecto a la unidad fundamental de clase en toda Europa a pesar de la “Cortina de Hierro”. Otras posiciones, como hemos mencionado arriba, han sido desarrolladas de forma independiente pero paralela. Sobre todo respetamos a la OCI por su intento firme de dar vida a su internacionalismo.

Es por eso que esperamos pacientemente cuando no teníamos otra opción con respecto a la OCI, y en cuanto hemos tenido la oportunidad hemos buscado la discusión en forma persistente. Pensamos sobre todo en la OCI cuando, en la conclusión de nuestra declaración después de ser excluidos de la Conferencia de Londres de 1966, declaramos: “Si los camaradas siguen con la intención de excluirnos de esta conferencia, pedimos sólo lo que hemos pedido anteriormente – estudien nuestros documentos, incluyendo nuestra proyecto de trabajo en los EE.UU. presentado ante ustedes ahora, así como nuestro trabajo en los meses y años por venir. Nosotros haremos lo mismo, y una unificación de las fuerzas trotskistas apropiadas será lograda, a pesar de este trágico revés.”

Recientemente, en el documento “Sobre las tareas de la reconstrucción de la Cuarta Internacional” (cuya introducción en la edición en inglés declara ser “central a la discusión internacional”), la OCI caracterizó a la SL de la Conferencia de 1966 como “centrista” o “centrista-sectaria”. Así que en lugar de seguir nuestros documentos y trabajo actual como pedimos en 1966, la OCI ha seguido repitiendo la avalancha de falsedades producida por la SLL con el fin de acabarnos políticamente. A la luz de los puntos anteriores, el momento actual nos parece muy apropiado a que la OCI junto con el CORCI procedan a un estudio detallado de la política de la SL.

No esperamos y no tendríamos confianza en un simple revocamiento del juicio sobre la SL/EE.UU. por parte de la OCI. Las apreciaciones acerca de la SL/EE.UU. por los grupos componentes del CORCI deben guiarse por dos consideraciones. La primera trata de las cuestiones programáticas y políticas de carácter general que ya hemos abordado. Naturalmente creemos tener la razón con respecto a ellas, pero debido a que nuestras posiciones han sido elaboradas en el marco del movimiento trotskista norteamericano (y durante un período de aislamiento nacional forzado), debemos admitir que ellos pueden ser parciales y, esto en formas que necesariamente desconocemos en el momento actual. Como fue declarado en el principal informe político a nuestra reciente Conferencia Nacional: “La SL/EE.UU. requiere urgentemente la subordinación disciplinada a una dirección internacional que no esté sujeta a las presiones deformadoras de nuestra situación nacional particular” (véaseWorkers Vanguard no. 15, enero de 1973). Fue con este espíritu que publicamos nuestro artículo “Génesis del pablismo” (Cuadernos Marxistas no. 1) que contenía esencialmente la totalidad de nuestra comprehensión actual del pablismo.

La otra cuestión – de carácter subordinado pero de gran importancia dentro del marco del acuerdo programático fundamental, y que podría contribuir a alcanzar dicho acuerdo – es el problema de la comprehensión por parte de los camaradas al nivel internacional de la realidad concreta del movimiento socialista en los EE.UU. en el contexto del desarrollo del movimiento laboral norteamericano y de la configuración específica de las relaciones de clases en este país. Hay una remarcable falta de correspondencia entre las divisiones existentes en el seno de los movimientos ostensiblemente marxistas en Europa y Norteamérica, de manera que todo intento de superponer los grupos europeos sobre grupos norteamericanos “similares” es inapropiado. La estadía de seis meses en Francia del camarada Sharpe fue extremadamente útil para aclararnos este punto. Ayudaría muchísimo al proceso de esclarecimiento si, por ejemplo, un representante de la OCI viniera a este país por un tiempo prolongado, para examinar, por ejemplo, no sólo a la SL/EE.UU. en su trabajo concreto, sino también corrientes tales como la del “Vanguard Newsletter” de Turner-Fender, que parece ser formalmente la más cerca a la OCI; como los International Socialists que consideran a Lutte Ouvriere como sus amigos más próximos en Francia, pero que incluyen en sus filas simpatizantes de la OCI; y el resto de las tendencias dentro del movimiento radical norteamericano. Además, sería necesario examinar los sindicatos tal como se han desarrollado aquí, en las oficinas sindicales así como en los piquetes de huelga. En un sentido más amplio, deberían investigarse las universidades características y la realidad de la Asociación Nacional Estudiantil.

Tomamos nuestro compromiso como internacionalistas en forma muy seria, como condición para nuestra supervivencia como revolucionarios marxistas; y con esto no entendemos los pactos diplomáticos de no-agresión con grupos en otros países, ni la exportación a la Healy de serviles grupos que no son más que pequeños transplantes de la SLL. Como un resultado de lo que para nosotros representa un precipitado crecimiento doméstico, estamos adquiriendo por primera vez los recursos humanos y materiales para llevar a cabo nuestras obligaciones internacionales en forma sostenida.

Es en el contexto de la necesidad por una internacional disciplinada, y nuestro compromiso firme de luchar con el fin de obtener el acuerdo programático que es la única base posible para dicha internacional, que queremos participar en la discusión iniciada por el CORCI.

Adjuntamos a la presente copias de todos los documentos a los que hacemos referencia en esta carta. De ser aceptados en la discusión organizada por el CORCI, con el fin de familiarizar a los camaradas al nivel internacional con nuestras posiciones, nosotros desearíamos entregar tres documentos para la discusión: (1) esta carta, (2) las observaciones de nuestra delegación a la Conferencia de Londres de 1966, y (3) nuestra declaración de principios.

Fraternalmente,

Buró Político de la Spartacist League/EE.UU.

CC.: Spartacist League/Australia-Nova Zelandia

Leon Trotsky, el posadismo y ‘Espartaco’

Leon Trotsky, el posadismo y ‘Espartaco’

La Liga Spartacist refuta los ataques histéricos de J. Posadas hechos en ‘Frente Obrero’ y aprovecha otra oportunidad para mostrar la esencia revisionista del posadismo en Latinoamérica.

[Esto fue publicado originalmente como un boletín especial en español de Espartaco de la Spartacist League en agosto de 1967. Las notas constan en el final del documento.]

ESPARTACO Y POSADAS

Criticamos hace algunos meses la línea ultimista que seguían Posadas y su grupo en el MR-13 guatemalteco (ver “El MR-13 y el criticismo histérico-marxista” en Espartaco de diciembre 1966, vol. 1, no. 2, y “Posadas in the MR-13” en Spartacist de enero-febrero 1967, no. 9). Los eventos que culminaron con la expulsión de los camaradas posadistas del MR-13, en abril de 1966, comprobaron una vez más que las tareas de los marxistas-leninistas latinoamericanos pueden ser desarrolladas sólo si arraigados firmemente en la clase obrera latinoamericana y no en aventuras guerrilleristas y populistas.

Pero el revisionista Posadas no halló manera de concordar con esto. Es más, nuestros criticismos le enfurecieron tanto que se vio forzado a lanzar excremento encima de excremento sobre la teoría revolucionaria con el fin de desviar nuestros criticismos (ver Frente Obrero de marzo 2, 1967). Dicha reacción no hizo sino resaltar más el carácter oportunista de Posadas. A nuestros puntos específicos contestó con calumnias de lo más bajas y absurdas (como lo de “agente imperialista”) y a nuestros puntos teóricos generales contestó con un vulgar revisionismo que hacía resaltar la irremediable alienación del posadismo con respecto a Marx, Engels, Lenin y Trotsky. No hubo punto del marxismo que Posadas no haya atacado: el concepto del partido obrero, el Programa de Transición, la necesidad del socialismo (al que substituye con “guerra atómica inevitable”), el análisis sobre la ideología pequeñoburguesa del campesinado (al que considera “base social” del proletariado), la necesidad de la vanguardia leninista (a la que intercambia con direcciones  “centristas”) y la teoría de la revolución permanente (a la que confunde con lo de “masas en ascenso”). Se hace necesario, entonces, reafirmar los principios del marxismo, atacados frontalmente por Posadas, y a la vez, desenmascarar los revisionismos posadistas que, al tildarse falsamente “trotskistas”, obstaculizan el desarrollo del trotskismo en ciertos países de América Latina.

El trotskismo latinoamericano no tiene ningún futuro si no se libra de todos los agregados revisionistas que ―a través de años― se han depositado descaradamente sobre la teoría revolucionaria. Tan crítica es la situación que una “vuelta” al “¿Qué Hacer?” de Lenin sería uno de los primeros pasos de cualquier grupo de marxistas serios en América Latina. Pero para siquiera levantar un pie para dar tal paso, es necesario empezar a machacar, con el tacón, el revisionismo con todas sus caras: castrismo, guevarismo, maoísmo, estalinismo y posadismo.

EL POSADISMO Y LA AUTOLIQUIDACIÓN

La principal concepción posadista es la de disolver su organización en otras, usualmente también pequeñoburguesas. [1] Claro que este resultado “práctico” ultimista no es ensalzado teóricamente por Posadas. En sus escritos, Posadas usualmente se limita a elogiar movimientos pequeñoburgueses de todo tipo (como el MR-13, el peronismo, el brizolismo, etc.), diciendo que dichas organizaciones “son influidas por la Revolución Mundial”. Sin embargo, las entradas de lleno en dichas organizaciones se efectúan calladamente cuando surge la oportunidad. Al mismo tiempo que implícitamente Posadas desea frentes populares con la pequeñoburguesía, él insiste burocráticamente sobre la necesidad de su partido: irónicamente, el lema de la publicación posadista Red Flag es: “Sin el partido, no somos nada. Con el partido, somos todo.” Este centrismo, que confunde a sus cuadros, contiene tensiones oportunistas que buscarán soltarse en los momentos más cruciales de la lucha de clases. No es posible insistir sobre la necesidad del partido y al mismo tiempo rendir homenaje a cualquier mercachifle que aparece a la vuelta de la esquina llamándose “socialista” y “revolucionario”. Posadas no considera el partido leninista comoindispensable, sino como algo “útil” o que “no está mal” si se lo tiene, pero no como la piedra angular de la organización proletaria. [2]

Claro que el posadismo no es el único revisionismo del trotskismo que trata de disolverse dentro de organizacionesque no tienen nada de proletarias. La Liga Obrera Marxista mexicana (LOM), inspirada por el pabloísta “Secretariado Unificado”, ha pedido permiso a la burocracia cubana para “entrar” como buena sirviente en la OLAS. [3] El pabloísmo parece llevar en su sangre ―que es 100% pequeñoburguesa― la necesidad irresistible e intrínseca de entregarse cuerpo y “alma” a pequeñoburgueses “más fuertes” (y qué mejor si son gobernantes) como Perón, Cárdenas, Brizola, Nasser, Castro, Mao, etc., con la intención de hallar al fin descanso a su propia postración política.

En Ceilán, esta necesidad irresistible, patológica, de la pequeño burguesía pabloísta, fue satisfecha en los brazos del partido burgués Sri Lanka, entonces al timón del gobierno. El partido “trotskista” Lanka Sama Samaja, fruto del pabloísmo y su política entreguista, entró en 1964 en coalición con dicho gobierno, traicionando así los intereses de los obreros y campesinos cingaleses. El mismo Pablo entró de oficial en el gobierno nacionalista de Ben Bella en Argelia. Acerca de Guatemala, ya hemos discutido el rol oportunista de Posadas en el MR-13 (ver Spartacist No. 9, enero-febrero 1967). Ahí decimos: “El rol de la Internacional [de Posadas] dentro del MR-13 demuestra innegablemente que Posadas y sus seguidores abandonaron la clase obrera guatemalteca ―al proletariado urbano y los trabajadores de las plantaciones bananeras― a cambio de un nicho pasajero en los altos Círculos del MR-13. Esta acción, además de fracasar en desarrollar la conciencia revolucionaria de los obreros guatemaltecos al mismo tiempo que descartaba la necesidad que tiene dicho proletariado de un partido, aisló el Buró de Posadas, transformándolo en poco más que una estéril secta con tendencias populistas.”

En Posadas esta desmedida tendencia a la autoliquidación se centraliza en el maoísmo. Así, nos dice en Revista Marxista Latinoamericana, No. 11-12: “Si hoy los chinos organizaran una Internacional Comunista de Masas, nosotros estaríamos ahí como fracción. Ingresaríamos inmediatamente, y entrando sin condiciones pero con el derecho de poder, dentro de la Internacional Comunista de Masas, discutir como tendencia revolucionaria de la IV Internacional. ¡Entramos!” He aquí al trotskismo considerado como “tendencia” del estalinismo chino. “Discutir” es lo único que pide el claudicante oportunista, nada más. Quién no tiene convicción de sus propias fuerzas, de su programa y de su misión independiente en la historia, buscará otras fuerzas sociales, usualmente opuestas al programa que dice defender, para que le “hagan” el trabajo. [4]

Las derrotas del proletariado mundial, a manos del estalinismo, son bien conocidas. El maoísmo, como el mismo Mao afirma, es otra variedad (“agraria”) del estalinismo. Ya que el maoísmo fue y es una respuesta de la pequeñoburguesía “radicalizada” y chovinista a las presiones periódicas que creaba el imperialismo sobre ciertos estratos nacionalistas de China, es de esperar que el maoísmo hallará siempre maneras de arreglárselas con el imperialismo. La actitud de Mao no puede ser sino puramente impresionista, y depende su hostilidad al imperialismo del grado de hostilidad que éste le presente. No es, por tanto, una política internacionalista sino oportunista, defensiva en el sentido más obtuso. La burocracia china es políticamente responsable de la horrible matanza ocurrida contra el PKI indonesio, partido pro-chino que pagó con la sangre de cientos de miles de obreros y campesinos la traidora política coalicionista de Mao, Aidit y Sukarno. [5] Internamente, son los obreros y campesinos chinos los que sufren la ineptitud burocrática del cesarismo maoísta. En la presente “revolución cultural”, los obreros de Cantón y Shangai y campesinos de Sinkiang han sido brutalmente aplastados por el ejército de Mao. Recientemente, obreros industriales de Wuhan han chocado con los guardias rojos y el ejército, lanzándose a huelgas. El hecho que Mao les ataque demuestra la hostilidad y terror del burócrata contra los obreros, a la vez que refleja la profunda insatisfacción, todavía inconsciente, de los obreros para con la ineptitud social de la burocracia.

Posadas, es verdad, no “olvida” que Mao asesinó a miles de trotskistas; el jefe posadista no deja pasar oportunidad para derramar lágrimas de caimán. Pero al mismo tiempo expresa absoluta devoción al Bonaparte chino: “revolucionario honrado” lo llama en Época de octubre 28 de 1966. ¿Acaso tomará en cuenta Posadas que el pasado mayo, en una circular titulada “Un gran documento histórico”, publicada en Pekín, toda la vieja guardia bolchevique (Trotsky, Bujarin, Zinóviev, Kaménev, etc.) es rabiosamente atacada, y la “revolución cultural” es comparada a las purgas estalinistas de 1936-38 que masacraron a toda la vieja guardia? [6]

El poder obrero en China, al igual que el partido independiente trotskista, es algo que no le da ni frío ni calor a Posadas. En Época de octubre 29,1966, declara: “Eso es correcto [¡los dazibao!] y lo apoyamos. Es ingenuo, reiteramos, porque todavía no es la expresión de lo mejor que puede hacerse. Es preferible [¡!?] el control obrero directo.” (Subrayado nuestro.) Leed de nuevo lo que nos dice: “Es preferible.” Eso y nada más. Así, es “preferible” tener control obrero “directo”, pero si no se puede… lástima. “Después de todo, qué más da.” Entonces, que venga lo que es un “poquito” inferior: control obrero “indirecto”, o sea, los dazibao y los Mao Tse-tung y los Lin Biao. Más bien, dejemos que la pequeñoburguesía empuje a los obreros, dejemos que la burocracia cesarista “exprese” los deseos de las “torpes” masas obreras, incapaces de obtener control obrero “directamente”, por sus propios medios. Posadas comete el mismo crimen que los maoístas “oficiales”: capitulan al “jefe”, al “líder todopoderoso” que es el que despóticamente señala ―desde arriba― lo que las masas deben de hacer, ya sea besar las estatuas y los calcetines del “líder” o lanzarse a las calles al grito ―muy controlado por los burócratas― de “revolución cultural”.

Si es que debido a diferentes factores de las relaciones internacionales entre la burocracia china, la rusa y el imperialismo yanqui, Mao y los suyos (o cualquier ala de la burocracia) deciden consolidar una “internacional” sin duda alguna ésta será usada para extender y asegurar posiciones “jugosas” para la burocracia china a cambio de aquellas secciones de las masas de otros países que entren en dicha organización internacional. Las traiciones de la III Internacional en Alemania, Francia, China, etc., sólo hallarían de esta manera su vínculo maoísta en la cadena de las derrotas del proletariado internacional. Cualquier organización internacional controlada por las burocracias estalinistas (el actual PSP de Castro no es excepción) será simplemente un vil instrumento estupefaciente contra las masas. Sin duda, las burocracias siempre hallarán colecciones enteras de falsarios y tenderos de la revolución en todos los países. A través de ellos (y del dinero que reciben) las masas revolucionarias podrán ser “excitadas” o no según convenga a los intereses diplomáticos nacionalistas de Moscú, Pekín y La Habana. En lo que respecta a China, su prácticamente insuficiente ayuda a Norvietnam contra el imperialismo yanqui y los ríos infestados de cadáveres decapitados de comunistas del PKI indonesio son la mejor expresión de su capacidad “internacionalista”. Trotsky, que jamás dejó de basar su política en los intereses históricos del proletariado internacional, dijo una vez: “Nosotros no somos un partido del gobierno. Somos el partido de la oposición irreconciliable.” [7]

Lenin y Trotsky no dejaron nunca de repetir el principio marxista que dice que en los países coloniales y semicoloniales es el proletariado la única clase que puede tomar exitosamente la responsabilidad de la independencia nacional sin parar de ahí a la revolución socialista. Es decir, una revolución ininterrumpida que se extiende genuinamente en la arena internacional después de haber alcanzado la independencia nacional con elproletariado ya a la cabeza de las masas revolucionarias. El posadismo ha falsificado este principio marxista y cree que cualquier oportunista (aunque “honrado”) puede substituir a la clase obrera en la revolución. Tal aberración ha ocurrido, pero lo que ha resultado en China y Cuba no es el socialismo. Son estados obreros profundamente deformados y limitados nacionalmente por castas reaccionarias y bonapartistas que tratan de convivir con el imperialismo a la vez que creen posible desarrollar el socialismo en un solo país. Huelga decir que esta utopía reaccionaria es absolutamente imposible de realizar en nuestra etapa del imperialismo agónico que todo lo cubre económicamente y todo lo amenaza constantemente. China y Cuba, por ejemplo, avanzarán sólo si sus proletariados despedazan totalmente a todas las alas de la burocracia, tomando el poder político de sus estados, y si la revolución se extiende en la arena internacional. “Aconsejar” a las burocracias china y cubana, vicio posadista, sólo coloca al posadismo en el ala “izquierda” de dichas burocracias pero no ayuda ―más bien entorpece― las tareas independientes del proletariado en esos países.

El futuro autoliquidador del posadismo se encuentra desde hace tiempo grabado en la pared. Para leer tal mensaje, no hace falta consultar a un Daniel. Basta leer los escritos de Posadas.

EL POSADISMO Y EL PARTIDO OBRERO

Debido a que no entiende la importancia histórica de la intervención del partido trotskista para luchar y expresar los intereses políticos y revolucionarios del proletariado, Posadas confunde la cuestión del partido obrero con la del propio partido trotskista: “Por eso esta gente [Spartacist] deja de aplicar a Trotsky en los Estados Unidos, que propuso, que analizó, demostró la necesidad del Partido Obrero Basado en los Sindicatos. Hoy sigue siendo válida esta necesidad, pero este grupo Spartacist ignora, como el SWP, el padre de este grupo lo ignoraba. [8] Y seguidamente, Posadas nos dice: “[Hay que unir la lucha] por la escala móvil de salario y escala móvil de horas de trabajo; por la jornada semanal de 40 y 36 horas de trabajo, que es generalizar las conquistas de los obreros gráficos por 36 horas de trabajo.” Posadas no sabe que la actual demanda, adoptada por la Liga Spartacist, es de30 horas de trabajo que sean pagadas por los capitalistas como si fuesen 40. [9] Pero la pedantería de Posadas no se limita a exhibir su ignorancia (¡40 Y 36 horas!) sino que se atreve a decir lo siguiente: “Hay que hacer una campaña por el Partido Obrero Basado en los Sindicatos explicando que se deben designar direcciones, grupos, delegados de los sindicatos para organizar las bases de este partido, discutir en el seno del movimiento obrero.” [10]

Pues bien, todo a su tiempo. Explicaremos con paciencia a Posadas que Trotsky jamás dijo que la necesidad del partido obrero era una tarea central. Tarea central era y es preparar el partido trotskista, la vanguardia leninista, que no es lo mismo, que no puede ser nunca lo mismo, que el partido obrero salido de los sindicatos. Trotsky consideraba que nuestra intervención dentro de tal partido se basaría en que éste sería una “arena en la cual actuaremos como un partido comunista absolutamente independiente.” [11] Pero Posadas confunde aquí esto y reduce la táctica de entrada en tal partido a la categoría de “tarea central”. No es eso sólo un dogmatismo propio de un cretino que no sabe pensar, sino de un cretino que falsifica lo que sabe leer. Leamos lo que decía Trotsky acerca del partido obrero: “Un largo período de confusión en la Comintern llevó a muchos a olvidar el muy simple pero absolutamente irrevocable principio que dice que un marxista, un revolucionario proletario, no puede presentarse ante la clase obrera con dos estandartes. Él no puede decir en una reunión de obreros: Tengo boletos para un partido de primera clase y otros boletos más baratos para los estúpidos. Si soy un comunista debo luchar por el partido comunista.” Y ante la posibilidad de la creación de un partido obrero al estilo del Partido Laborista británico, Trotsky advirtió: “Alguien puede afirmar que en las condiciones estadunidenses un ‘partido obrero’ en el sentido británico [o sea, basado en los sindicatos] sería un paso progresista. Al reconocerlo y enunciarlo así nosotros, ayudaríamos, aunque indirectamente, a establecer tal partido. Pero aquélla es precisamente la razón por la que yo no asumiré jamás la responsabilidad de afirmar, abstracta y dogmáticamente, que la creación de ‘un partido obrero’ sería un ‘paso progresista’ aun en los EE.UU., debido a que yo no sé en qué circunstancias, bajo qué dirección y con qué propósitos sería creado ese partido. Me parece más probable que especialmente en los Estados Unidos, donde no existe ninguna tradición importante de acción política independiente de la clase obrera (como, por ejemplo el Cartismo en Inglaterra) y donde la burocracia de los sindicatos es más reaccionaria y corrompida que la británica durante la plenitud del imperio británico, la creación de un ‘partido obrero’ en los Estados Unidos sería causada sólo por una poderosa presión revolucionaria de las masas obreras y por la creciente amenaza del comunismo. Es absolutamente claro que bajo estas condiciones el partido obrero significaría no un paso progresista sino que significaría un obstáculo para la evolución progresista de la clase obrera.” [12]

Cuando Trotsky hablaba acerca de la formación de un partido obrero se refería específicamente a las condiciones objetivas y concretas de la lucha de clases en este país. Es decir, no transformaba este argumento en un fetiche, cosa que a Posadas le encanta hacer. Trotsky, en 1938, sostenía que debido a que en ese momento el partido de los trotskistas norteamericanos (el SWP) era muy pequeño a la vez que enfrentaba grandes convulsiones económicas de las masas, era necesario llamar a la formación de un partido obrero independiente salido de los sindicatos, con el fin de ayudar a las masas a liberarse de los dos partidos burgueses y del reformismo de la aristocracia laborista. Esta sigue siendo una demanda táctica que nos permitiría agitar en favor de nuestroprograma y nuestro partido. “El primero [slogan] por el partido obrero independiente, prepara la arena para nuestro partido. El primer slogan prepara y ayuda a los obreros a avanzar y prepara el camino para nuestro partido. Este es el sentido de nuestro slogan.” [13]

Es obvio para cualquiera que lo que Posadas pide es disolución de nuestras fuerzas dentro de su fetiche sindicalista, al servicio de la burocracia. La lucha contra la burocracia laborista es olvidada por Posadas. Para el, lo práctico sería entrar a formar parte de la burocracia para dizque “empujar” a los burócratas que son oportunamente llamados solo “centristas” por Posadas. [14] La perspectiva de tomar poder estatal requiere precisamente que la burocracia laborista sea echa a un lado y que los obreros se liberen totalmente de su influencia. Presintiendo que nace un tonto cada instante, Trotsky aclaró terminantemente: “La disolución de nuestra organización está absolutamente excluida. De manera absoluta aclaramos que tenemos nuestra organización, nuestra prensa, etc., etc.” [15]

EL POSADISMO Y LOS ESTADOS OBREROS DEFORMADOS

El posadismo no pudo comprender los desarrollos ocurridos en la Europa Oriental a raíz de la II Guerra Mundial. Para Posadas, los estados obreros deformados creados en esa región “demostraban” que la burocracia estalinista podía ser revolucionaria “pese” a su carácter social claudicante y pequeñoburgués. Es decir, Posadas abandonaba de esta manera un análisis marxista y sucumbía ante un impresionismo revisionista, pasivo, que no podía sino terminar desarrollando en el entreguismo hacia los burócratas estalinistas de Pekín, Moscú y La Habana.

Para los marxistas, los desarrollos de Polonia, Checoslovaquia, Hungría, etc., tuvieron y tienen un carácter dual que a la larga sólo puede ser un “impasse” reaccionario si es que el proletariado de esos países, y el de Rusia, no derrocan a las burocracias estalinistas y toman el poder por cuenta propia en todo el bloque soviético. No es posible olvidar que aunque Stalin eliminó parcialmente a las tremendamente debilitadas burguesías de esos países, lo hizo de manera puramente burocrática y defensiva contra el imperialismo que en ese entonces ocupaba Europa occidental. Aún más importante es el hecho innegable que el verdugo termidoriano masacró por completo en esos países a las vanguardias proletarias que podían haber tomado el poder de los años cruciales de 1944-49. Por tanto, aunque el estalinismo destruyó la influencia capitalista en esos países, también destruyó a las únicas fuerzas subjetivas que, históricamente, podían avanzar y hacer uso consistente y revolucionario de lo que estaba haciendo deforme y disgregadamente la burocracia.

Sin la intervención consciente del proletariado y su vanguardia, todo lo que la burocracia haga se vuelve en la última instancia definitivamente reaccionario. Las dislocaciones económicas de Yugoslavia, la falsa “revolución” cultural maoísta y las reformas libermanescas dentro del bloque soviético son serios síntomas de lo que la burocracia seguirá haciendo mientras el proletariado de esos países no se vuelva la fuerza subjetiva de la historia en vez de ser un mero peón objetivo ―un factor pasivo― de las reacciones burocráticas del estalinismo. Es decir, el proletariado tiene que volverse la fuerza activa histórica en esos estados para que lo que es progresivo en ellos deje de tener aquel carácter contradictorio crónico que permite la existencia parasitaria de las burocracias. No puede haber tregua entre las burocracias estalinistas y los obreros que ellas oprimen. Tampoco es posible hablar acerca de “las presiones en ascenso” de las masas sobre las burocracias. La revolución húngara de 1956 prueba que una vez decididos los obreros a tomar el poder estatal por su cuenta, la burocracia reaccionará tan brutalmente como cualquier burguesía amenazada.

Posadas, ya sabemos, considera esta perspectiva como “imperialista”. El, al igual que todos los estalinistas, no puede pensar como marxista sino como un dogmático pequeñoburgués. “El que ataca a Stalin ataca a la Unión Soviética,” rugían los apologistas estalinistas de antaño. Ahora, en 1967, Posadas dice: “El llamado de este ‘Spartacist’ a derrocar a Mao Tse Tung y a Fidel Castro es aliarse objetiva, directa y materialmente al imperialismo yanqui, tal como antes se aliaron sus padres del SWP contra la revolución nacionalista en América Latina.” [16] ¡Sin duda alguna, otra “perla” del pensar posadista! Posadas, deshonestamente, oculta nuestras posiciones sobre China y Cuba. Confunde, como ya veis, el concepto leninista del estado con el del gobierno. Al contrario, nosotros no llamamos a la destrucción de los estados obreros deformados de China y Cuba, sino que llamamos a su consolidación revolucionaria e internacionalista por medio de una revolución política efectuada por los proletariados chino y cubano contra los bonapartistas burocráticos y parasitarios en los gobiernos de esos estados. Defendemos incondicionalmente la victoria militar de esas burocracias cuando atacadas por el imperialismo, pero no cejamos de atacar políticamente ―en ningún instante― a esas mismas burocracias porque en la práctica dichas castas sólo traicionan y traicionarán los intereses de las masas que dicen defender. Apoyamos a los estados chino y cubano, y sus nacionalizaciones, medidas sociales radicales, control del comercio exterior, etc. Para los Castro, los Kosyguin, los Mao, los Tito, etc., es decir, para los gobiernos despóticos y bonapartistas de esos estados, reservamos nuestra oposición irreconciliable y proletaria.

La incapacidad política de Posadas le hizo sucumbir, como ya hemos visto, de manera impresionista ante los eventos de posguerra y la creación de la República Popular China en 1949. Para él, el estalinismo era “revolucionario” debido a las presiones “incontenibles” de las masas, que, “objetivamente”, avanzaban hacia el “socialismo”. [17] Tomó los desarrollos de China, las comunas, por ejemplo, como si fuesen grandes momentos históricos. Pero no pudo criticar nada ya que según él toda crítica es “imperialista”. Es tan cerrado que todavía habla maravillas sobre las comunas cuando Mao Tse-tung decidió hace tiempo que habían sido un fracaso rotundo y ordenó su terminación en 1961.

De la misma manera, Posadas cree que la Revolución Cubana de 1959 no hubiese triunfado a no ser por “las luchas constantes” del proletariado y la huelga de diciembre de 1958. Esto es totalmente falso. Si el proletariado cubano actuó contra Batista, lo hizo contenido por su dirección laborista, confundido por la falta de coordinación en las ciudades, disciplinado criminalmente por el mujalismo. Si se opuso a Batista, lo hizo esporádicamente dentro de una especie de frente popular burgués, en donde su potencia se diluyó, disgregó y perdió todo carácter independiente. La huelga de abril de 1958 fracasó miserablemente en Cuba, pero Posadas “olvida” este detalle. Castro tomó el poder no a través de “las luchas constantes” del proletariado sino debido a la momentánea incapacidad coyuntural del gobierno de Batista y del imperialismo. El M-26 pudo polarizar una lucha paramilitar contra Batista debido a ausencia de organizaciones proletarias revolucionarias y a la ineptitud orgánica de la burguesía cubana para deshacerse exitosamente dé Batista de otra manera. Fueron circunstancias que no llegaron en 1959 a una lucha abierta de clases sino a una cura neo-parlamentaria-guerrillerista de la crisis de la burguesía cubana. El proletariado cubano, sin dirección propia, traicionado innumerables veces por los Roca, Peña y Rodríguez, reaccionó con pasividad frente los desarrollos de 1958-59. No hay nada de “irresponsable” por parte del proletariado cubano en esto ni nada que niegue la capacidad revolucionaria del mismo. Ahora, el PC cubano y Fidel Castro han tratado, pese a lo que dice Posadas, de falsificar el rol del proletariado cubano. Rinden culto a su actuación al igual que Posadas, pero los dos lo hacen desde el punto de vista del frente popular; es decir, alaban el rol del proletariado cubano como un miembro más de las “masas revolucionarias-democráticas”. El rol independiente del proletariado, actuando con su propia dirección y a la vanguardia de las masas revolucionarias, es algo que asusta terriblemente a los Castro y los Posadas. La próxima jornada de la Revolución Cubana pertenece a los obreros cubanos. ¡Que tiemblen Castro y Posadas!

LA GUERRA ATOMICA

La “inevitabilidad” de la guerra atómica constituye otra contraseña del posadismo. Las innumerables uniones que surgirán entre el posadismo y organizaciones pequeñoburguesas de diverso cuño traerán, sin duda alguna, reacciones de desagrado y confusión entre muchos cuadros de Posadas. ¿Qué puede ser más útil, entonces, que excusar toda clase de maniobra, todo manipuleo debajo de la mesa, aludiendo a la tal “guerra atómica inevitable”? Con esa linda excusa todo queda arreglado: ya que la guerra atómica está tan cerca, hay que hacer “frente único” con todas las “tendencias” que dizque son antiimperialistas. La preparación del partido queda, ipso facto, relegada a un segundo plano si es que no es echada al tarro de basura de una vez (como pasó en el caso del MR-13).

Pero examinemos también las formulaciones “teóricas” de Posadas sobre la guerra atómica: “Comprendemos que va a ser tremendo el daño que van a causar el imperialismo y la burocracia soviética. Pero es el pago [¡!] que debe hacer la humanidad [¡!] para avanzar [¡!]. Así se ha hecho la historia [¡!]. No tenemos la fuerza para impedirlo. El socialismo es inevitable; pero este es el costo de la historia. De la misma manera como los otros progresos de la historia costaron, como costó la aparición del capitalismo.” [18] Y él que se oponga a este reaccionario dogma recibe el siguiente castigo: “Decir que la guerra atómica no es inevitable es basarse sobre las perspectivas de poder convivir con el régimen capitalista, de la coexistencia pacífica. Esta es la política del imperialismo, de la burocracia soviética, de la pequeñoburguesía radicalizada impotente para comprender el partido bolchevique y comprender la guerra atómica tal como es.” [19]

En realidad, uno no sabe cómo empezar a refutar semejante babosada. Posadas dizque el socialismo es inevitable, pero vemos que considera, al mismo tiempo, que la guerra atómica es también inevitable. ¿Hay una contradicción en dicha fórmula? Para un marxista, sí. Para un loco, no. Por primera vez en la historia de las ideas políticas, Posadas ha combinado, con el deus ex machina de la guerra atómica, la idea que contiene, en una cápsula, la venida del socialismo y el barbarismo. ¡La guerra atómica, que sería la prueba concluyente del fracaso del proletariado en tomar el poder del sistema burgués para evitar precisamente el barbarismo, es considerada por Posadas como el socialismo en persona!

Pero no nos dejemos impresionar por lo de “pequeñoburguesía… impotente para… comprender la guerra atómica tal como es.” Muchas sectas religiosas chillan en nombre de la mesiánica guerra atómica; muchos clubes existencialistas, histéricos consumidores de “la decadencia”, seguidores de Nietzsche, Schopenhauer y Spengler, también creen que el apocalipsis atómico es “inevitable”. Pero estos señores y estas sectas, al igual que Posadas, se encuentran bastante alejados del marxismo. Están bien apegados a un misticismo muy común en nuestra época de reacción y desintegración social. [20]

El socialismo, como lo comprendían Marx, Engels, Lenin, Luxemburgo, Liebknecht, Trotsky y muchos otros luchadores proletarios, no tenía el carácter inevitable mecanicista que Posadas le da. Para ellos, el socialismo era inevitable sólo si nuestras luchas conscientes, arduas y fructíferas lo hacían realidad inevitable a través de la lucha de clases. El barbarismo, era, de la misma manera, inevitable si es que las luchas del proletariado fracasaban en transformar la necesidad histórica del socialismo en realidad inevitable. La intervención activa y consciente de las masas obreras y sus auténticos partidos de vanguardia es imprescindible para lograr esto. Como se ve, esta posición está en completa contradicción con el mecanicismo contemplativo del posadismo. En la manera que Posadas se entrega a cuanta corriente “en ascenso” pequeñoburguesa aparece, en esa manera obstaculiza el desarrollo de la conciencia proletaria independiente, y ayuda objetivamente a perpetuar la crisis de dirección obrera. Bajo este punto de vista, el posadismo es un agente de la ideología burguesa en el seno del movimiento obrero latinoamericano. Esto, señores, sí es una manera activa de ayudar al desencadenamiento inevitable del barbarismo.

CONCLUSIÓN

A primera vista, el posadismo ofrece una impresión contradictoria. Su énfasis mesiánico sobre las masas en “ascenso”, que todo lo curan, que todo lo resuelven inevitablemente al empujar a sus direcciones oportunistas y estalinistas, constituye la primera impresión. La segunda, aunque parece tener un carácter opuesto a la primera, no contiene en verdad nada contradictorio. Esta es la reaccionaria tendencia a entregarse en la práctica a aquellos estratos de las direcciones “centristas”, oportunistas, estalinistas, etc., que parecen ser “empujados” por las masas. Si es que Posadas en verdad cree que las masas son invencibles y que su “ascenso” es inevitable, ¿por qué entonces no trata de ganárselas independientemente? Es decir, ¿por qué no trata Posadas de dirigir a las masas a través de su grupo, por qué no prepara a su “internacional” para que se ponga en la cabeza de las masas con el fin de que el programa del trotskismo pueda ser desenvuelto en la lucha de clases?

¿La respuesta? Muy sencilla ―el posadismo en verdad no cree posible que las masas puedan desarrollar suspropias vanguardias ni liberarse por sus propias manos. Posadas acepta el fait accompli de que “existen” otras direcciones de masas en un momento dado, y oculta sus orígenes, su composición clasista, sus programas, etc. Al entregarse a estas direcciones, el posadismo demuestra que no tiene la menor convicción en la potencia revolucionaria independiente del proletariado. Proceder diferentemente implicaría preparar arduamente a sus cuadros con la convicción de su lugar irremplazable en la vanguardia del proletariado. En fin, significaría prepararpartidos leninistas en la tradición bolchevique, conscientes de su propia importancia y celosos de resguardar irreconciliablemente las conquistas históricas del proletariado internacional.

Posadas no puede hacer esto; hace tiempo que ha abandonado cualquier perspectiva marxista. Por tanto, claudicar ante la pequeñoburguesía nacionalista y las burocracias estalinistas no tiene nada de extraño: es el resultado lógico de la incapacidad posadista. Como él no puede formar partidos capaces de luchar por sí mismos, ha decidido subastar su grupo a cualquier organización pequeñoburguesa que se halle en esos momentos con posibilidad de engañar exitosamente a mayores números de las masas revolucionarias.

Las dos caras de la medalla posadista, entonces, no poseen ningún carácter contradictorio. Es una vulgar excusa para evitar construir partidos de vanguardia. La catálisis de la guerra atómica retoca un poco el revisionismo posadista: provee el raciocinio para reafirmar la negación del partido leninista. Ya que la guerra atómica es “inminente”, ¿para qué darse la molestia de preparar partidos leninistas? Posadas recalca esta idea sobre la “inminencia” repetidas veces en su prensa con el fin de “preparar” a sus cuadros en el arte del ultimismo y la desaparición en grupos más grandes. Los pabloístas y Posadas han hallado manera de contraer matrimonio con el estalinismo a la par que “afirman” su lealtad al programa revolucionario. Lo que ha resultado son productos bastardos. Los revolucionarios legítimos no pueden sino mirar con asco y desprecio los productos ideológicos surgidos como reacción a las tremendas derrotas sufridas por el proletariado a lo largo de 40 años. ¡Lo que son las ironías! Al revisar el marxismo, el estalinismo contribuyó a las derrotas del proletariado internacional desde 1924 hasta nuestros días. Los pabloístas y Posadas, decepcionados cínicamente por estas derrotas, han revisado también el marxismo y han ido a parar en el estalinismo. Una vez así políticamente castrados, estos señores serán incapaces de prepararse para las nuevas oleadas revolucionarias del proletariado en la próxima etapa histórica.

Finalmente, ¿qué posibilidad de cambio existe para el posadismo? Es decir, nos referimos a otra alternativa que la de la autoliquidación. Por desgracia, la máquina burocrática del posadismo niega toda posibilidad de regeneración.

El posadismo sólo puede sobrevivir mientras se mantenga estructuralmente como “internacional”. Pero aun esto es artificialmente espoleado por Posadas ya que la autoliquidación se impondrá al fin y al cabo. Políticamente, el posadismo es un aborto salido del pabloísmo. El posadismo no ha desarrollado teoría marxista de igual manera que sus progenitores, el Secretariado de Michel Pablo, tampoco han hecho. Ellos más bien revisaron todos los puntos fundamentales del marxismo. Así, se podían mantener sólo gracias a la maquinaria del partido, a la organización. Y ya que ésta misma era enormemente debilitada debido a la insolvencia teórica y política de su dirección, su propia desintegración podía ser evitada sólo usando métodos estalinistas. Esta tendencia a volverse un cadáver político a la vez que el sudario de la organización se volvía más rígido y despótico, apareció como cualidad común de los pabloístas; Posadas la heredó por completo.

Debido a que su existencia depende, en la última instancia, de su burocrático estilo de organización, Posadas no contestó nuestros criticismos de una manera política sino que se limitó a señalar que no nos habíamos doblegado ante el dogma posadista, que no habíamos aceptado la reaccionaria ideología posadista. Esto es lo que molestó a Posadas y no la substancia teórica de nuestros criticismos.

Cuando Posadas salió del Secretariado de Pablo en 1962, no publicó ningún documento que explique y clarifique la razón de tal ruptura. Mas esto obedece también a designios burocráticos posadistas. Es de esperar, por tanto, que Posadas nunca abandona la idea de volver a Pablo o de consolidar unificaciones con cualquier otro “reconstructor” de la IV Internacional, ya se llame Frank, Germain, Hansen, Healy, Moreno, o lo que sea. Sin duda alguna, tales “reunificaciones” no obedecerán principios leninistas sino que serán hechas debido a los intereses burocráticos partidistas de los revisionistas.

Todo esto, naturalmente, es efectuado por Posadas sin prestar la más mínima atención a la opinión de sus cuadros. Ellos se enteran de lo ocurrido sólo cuando Posadas así lo decide. Por eso nadie más puede escribir en su prensa, y todos los artículos son firmados por él. Lo que ocurre en el mundo real no llega a los cuadros de Posadas por medio de su prensa. Si se enteran de algo que contradiga la mitología posadista, es debido a que el ímpetu de los hechos forza a veces a algunos individuos a mirar la realidad. Giros a la izquierda, giros a la derecha, cambios totales de línea, retiradas bruscas, etc., todo esto no es explicado a los cuadros. Simplemente aparecen de repente en las páginas de su prensa. Aclaremos que aunque Posadas cambia de línea muchas veces, estos cambios no son presentados como tales sino que aparecen como lo usual, como que la “Revolución Mundial” avanza al igual que siempre.

El estilo burocrático no halla límites. Peor en semidioses. Tan despótica es la estructura burocrática posadista que se filtra hasta a las páginas de su prensa como cosa cotidiana: “Estos errores [gime el Comité de Redacción de Voz Obrera (julio 1966) en una de sus confesiones “a nuestros lectores”] revelan superficialidad política y falta de conciencia sobre la importancia de este documento del Cda. J. Posadas.” En Voz Proletaria (marzo 13, 1966) tenemos la oportunidad de leer: “El Buró Político ha discutido que este no es un error de imprenta o de diagramación, sino que esto es un serio error político que tiene su base en la todavía insuficiente comprensión del rol de los documentos del cda. J. Posadas (…). Los otros errores como la equivocación en la fecha (aparece como siendo un documento del año 1965) y la ausencia de la firma del cda. Posadas en la página central reconocen como causa la misma limitación política…. El Buró Político afirma su decisión de superar rápidamente estas fallas.”

Este es el estilo posadista. Es apolítico y confía solamente en el despotismo burocrático estalinista. ¿Es posible desarrollar cuadros de esta manera? [21] Claro que no. Posadas sólo se mantendrá por medio de engaños [22] y de amenazas a sus cuadros. De esta manera los convertirá en monigotes dispuestos a las peores amalgamas y entreguismos, capaces de traicionar a las masas obreras a cambio de aventuras exitistas.

No dudamos que hay muchos trotskistas honestos y serios dentro del grupo de Posadas. El número de muertos que tienen prueba eso. La culpa es, naturalmente, del aventurerismo burocrático y putschista de Posadas y no de los que murieron valientemente, luchando por lo que ellos creían era el trotskismo.

Sólo un lucha despiadada contra el Stalincito de Montevideo libertará a muchos de los que ahora se encuentran atrapados en su engaño revisionista; sólo un análisis teórico profundo del revisionismo en general ayudará a la tarea de preparar partidos leninistas en América Latina. El futuro del marxismo latinoamericano radica en eso, y en la capacidad de organizar partidos basados orgánicamente en el proletariado urbano de América Latina.

NOTAS

[1] Las organizaciones que Posadas escoge para “influir” en realidad son organizaciones que se volverán contra el proletariado cuando flujos y reflujos de la lucha clasista así lo requieran. Aunque Posadas tiende a ver en todo grupo pequeñoburgués “algo socialista” (¡hasta los provos son echados en el saco de la “Revolución Mundial”!), es necesario reiterar que es la base clasista proletaria lo fundamental para que el programa marxista sea desarrollado independientemente y con posibilidad de éxito. Si se disuelven los cuadros en grupos que son pequeñoburgueses-nacionalistas, las tareas propias se confunden y se disgregan; el programa proletario pierde su independencia y se amarra a un estrato que ―a la menor presión― sucumbirá a la burguesía y el imperialismo a costa de los obreros y los campesinos.

[2] Esto es comprobado cuando Posadas escribe: “Podrán matarnos a todos nosotros. Podrán lograrlo. Pero no lograrán jamás detener el curso en ascenso de la revolución mundial, porque el marxismo ya está en la cabeza de la humanidad Es aún un instrumento no consciente para las masas, pero emplean y se basan en las conclusiones fundamentales del marxismo.” (Frente Obrero, mayo 5 1966). En otra ocasión, dice: “… el proceso concentrado y centralizado de la revolución permite inmediatamente traspasar, desarrollar la influencia de un país al otro y de un continente al otro de una revolución a otra y de un país al otro sin interrupciones, rápido, rápido, sin partido. La base de este proceso concentrado y centralizado, es que las masas acogen el proceso de avance de la revoluciónsin tener partido ni sindicatos que se los trasmita, sin vida política, sin periódico, sin resoluciones y sin direcciones. Lo hacen las masas.” (Subrayado nuestro. Voz Obrera, octubre 1966).

[3] Esto es lo que los “trotskistas” de la LOM piden: “Las secciones latinoamericanas de la IV Internacional han manifestado repetidas veces [¡fijaos en su insistencia!] su solidaridad con la Tricontinental y con la OLAS. Su férrea organización y funcionamiento disciplinado bajo las normas del centralismo democrático leninista le colocan como valiosas entidades para aportar a la tarea de consolidar a la OLAS.” (Perspectiva Mundial, No. 18, abril 16, 1967.) Cómo corrompen estos señores los principios del centralismo democrático, ¡como si Lenin hubiese “aportado” su partido a la “conferencia de los pueblos y razas subyugadas”, por ejemplo, celebrada en junio de 1910 por “representantes” nacionalistas! La Tricontinental no es sino una repetición de esas reuniones seudo-revolucionarias celebradas por caudillos y faquires nacionalistas de Latinoamérica, Asia y África. Cada vez que el imperialismo roba “en demasía” las migajas que usualmente paga a esos mismos nacionalistas con el fin de que controlen a sus masas trabajadoras, ellos se enojan.

[4] En Revista Marxista Latinoamericana, No. 11-12, Posadas se vende al maoísmo bastante descaradamente: “Son vividores [los maoístas uruguayos, argentinos, peruanos, etc.] que no tienen ningún valor político ni entienden absolutamente nada. Los chinos deben romper con esa gente, y al contrario, apoyar a las organizaciones revolucionarias que luchan por el programa de la revolución fusil en mano, como ellos llaman. No es esa gente la que lucha, sino nosotros, los trotskistas. Los llamamos a que nos apoyen a nosotros.” ¡Ah! Pero, ¿será el “luchador” Posadas el que ponga las condiciones a la burocracia maoísta? No, en ningún momento. Lo que Posadas pide ahí es simplemente venderse al mejor postor. De esta manera el posadismo se ofrece a sí mismo con el fin de extender las traiciones de Mao y Cía. El maoísmo, ya sabemos, entregará “apoyo” en metálico a Posadas como ya hizo con el PKI. Y Posadas, ¿qué ofrece? Simplemente venderse, vía Pekín, a su propia burguesía nacionalista como hizo el PKI. Le diremos a Posadas que La Habana, como la LOM ya lo sabe, está más cerca que Pekín.

[5] Recientemente la hipocresía maoísta ha responsabilizado a la burocracia rusa por la destrucción del PKI. ¡Como si la intromisión papelesca de un segundo gánster redimiese las culpas del primer gánster! Tales son los caprichosos devaneos que Posadas tanto admira en Pekín Informa.

[6] Peking Review (Pekín Informa) No. 21, mayo 19,1967, “comenta” sobre tal documento.

[7] Trad. del inglés de En Defensa Del Marxismo, Nueva York, 1965, pág. 17. Posadas no sólo desea ansiosamente ser algún día un “partido del gobierno estalinista” sino que trata de extender esa traición a una “internacional” del gobierno maoísta.

[8] Frente Obrero, marzo 2, 1967. El lector interesado en saber si es que es verdad que hemos “ignorado” esta demanda, puede referirse a los siguientes números de nuestras publicaciones, en donde llamamos a la formación de un partido obrero independiente: Spartacist: No. 2, julio-agosto de 1964, pág. 5; No. 4, mayo-junio de 1965, pág. 5; No. 8, noviembre-diciembre de 1966, pág. 4; No. 10, mayo-junio de 1967, pág. 5. Spartacist West: Vol. 1, No. 4, abril 29, 1967, pág. 4; Vol. 1, No. 7, agosto 29, 1966, pág. 3; Vol. 1, No. 8, septiembre 30, 1966, pág. 3. Espartaco: Vol. 1, No. 2, diciembre de 1966, pág. 7, etc., etc. Lo nombrado es suficiente para desmentir esta calumnia posadista.

[9] Fundamentalmente, el sentido de las demandas transicionales es el de preparar a las masas obreras para la toma del poder. La demanda posadista de 40 y 36 no es sino reformista ya que pide que se “generalicen” las conquistas de los obreros gráficos. Si esto es hecho por la burguesía, extendiendo paulatinamente 40 y 36 a otras industrias, los problemas del racismo, el desempleo, etc., todavía quedarían sin resolverse. La cuestión en este caso es de exigir a la burguesía que satisfaga una demanda que ella no puede aceptar; es decir, 40 y 30, para que toda la clase obrera encuentre empleo y se rompan las barreras del racismo. Esto traería a la orden del día numerosas otras medidas que abrirían más posibilidades para las luchas de los obreros, tanto de los sindicatos como los no organizados en ellos. En fin, es una verdadera demanda transicional. Es doloroso tener que explicar esto a un “trotskista”, que ha adoptado una posición economista al abandonar el Programa de Transición.

[10] Frente Obrero, marzo 2, 1967.

[11] Trad. del inglés de El Partido Obrero en América, Toronto, pág. 5.

[12] Ibídem, pág. 2.

[13] Ibídem, pág. 28.

[14] “Esta declaración de Reuther [referente a sus disputas con la AFL-CIO] la realiza en pleno auge del proceso de la revolución política en China…” nos dice Posadas en Frente Obrero de marzo 2, 1967. Así, Reuther, el Torquemada anticomunista de los sindicatos industriales, “avanza” presionado por las masas chinas.

[15] El partido Obrero en América, pág. 20. Basta conocer la actuación posadista en el MR-13. La fracción ce Posadas dejó de publicar su propia prensa y se dedicó, al contrario, a publicar Revolución Socialista, órgano oficial del MR-13. Ahí aparecían artículos escritos por Posadas, pero la publicación no era del partido posadista. ¡Un típico ejemplo de mimetismo!

[16] Frente Obrero, marzo 2, 1967.

[17] El ruso L. Leóntiev, académico estalinista y autor de textos “oficiales” sobre economía política, concuerda con el posadismo al repetir el reaccionario idealismo “objetivista”: “Cada día es mayor el número de países que emprende la vía de desarrollo no capitalista, la vía socialista. La humanidad en su conjunto atraviesa ahora por el período de tránsito del capitalismo a un régimen social más elevado, el comunismo.” (Fundamentos de la Economía política marxista, pág. 95.) Esta palabrería, que transforma la comprensión marxista en una contemplación académica, olvida recalcar el papel fundamental e imprescindible de la vanguardia proletaria, la clase proletaria y su partido leninista. Como no, mientras esto sea “olvidado” por los Leóntiev, Deutscher, Pablo y Posadas, el duro trabajo de la preparación proletaria es abandonado en favor de lo “inevitable” y lo comodón. En la práctica, esto es realizado a través de aventuras “objetivas” con la pequeñoburguesía nacionalista y las burocracias estalinistas.

[18] Frente Obrero, febrero 19, 1966. ¡Qué coincidencia! En 1932-33, excusando su traidora postración ante Hitler, Thaelmann y los otros estalinistas del KPD alemán, se consolaban diciendo que el nazismo triunfante “era el pago” que debían hacer las masas obreras alemanas para alcanzar después el socialismo.

[19] Frente Obrero, marzo 2,1967.

[20] Este es el esquema atómico de Posadas: “En poco tiempo, como enseña la experiencia de la reconstrucción después de la segunda guerra mundial, se pueden conseguir saltos económicos inmensos y superar los niveles actuales de producción, cualquiera que sea el grado de destrucción provocado por el imperialismo, y esos saltos serán mucho mayores si se apoyan en la conciencia comunista de las masas [¿?] dirigiendo la reconstrucción, y libre de cualquier traba burocrática.” (Frente Obrero, febrero 19, 1966.) Mas Posadas olvida que el Plan Marshall del imperialismo ayudó en mucho a la “reconstrucción” europea y que ningún plan similar “comunista” será posible después de una guerra atómica. En lo que se refiere a la “conciencia comunista” de las masas, las espantosas experiencias sufridas por las masas de Hiroshima, Nagasaki, Tokio, Berlín, Dresden, Essen, etc., demuestran que sólo un arrebatado puede imaginar esos delirios. Uno de los principales obstáculos psicológicos para cualquier reorganización pública durante un bombardeo convencional es precisamente la falta de interés de las masas. El golpe es tan horroroso que la mayoría de la población se sume en “shock”, volviéndose histérica o totalmente pasiva. Otro obstáculo, de naturaleza “técnica”, es el fenómeno de la tormenta de fuego, ocurrido en Hamburgo durante la II guerra y que impedía todo intento de rescate o reconstrucción por días y semanas enteras. ¡Imaginemos las tormentas de fuego causadas por explosiones nucleares, a más de las radiaciones que sepultarán ciudades enteras! Huelga decir que la guerra atómica destruirá por completo, sin posibilidad de recuperación, enormes masas proletarias y valiosísimos centros industriales. Estas consideraciones no molestan en absoluto a Posadas. El procede como toda cabeza de una secta: hace miles de planes, compone sistemas enteros, complicadísimos castillos de arena; pero nada trasciende jamás los confines de su cráneo. ¡Y todo esto es hecho “en nombre” del marxismo!

[21] En Revista Marxista Latinoamericana, No. 11-12, págs. 153-154, vemos que los cuadros posadistas son tratados de igual manera que los burós políticos: “El documento a que se refiere el camarada Posadas fue presentado en una conferencia del POR (trotskista), sección brasileña de la IV Internacional, por un grupo de cinco camaradas, sin discusión previa. Ese documento gráfico defendía una concepción democrática de organización del Partido y atacaba la forma de funcionamiento centralizada [léase burocratizada] de la Internacional. El documento fue rechazado por la Conferencia [léase Posadas], que resolvió retirarlo de la circulación y que se disolviese [¡!] el grupo de sus autores. Esta resolución fue aplicada inmediatamente.” ¡Ay de los vencidos!

[22] En Sobre la revolución socialista en Cuba, son incluidos dos documentos sobre el desarrollo revolucionario cubano en 1934, aparecidos en la revista Comunismo, de la Sección Española de la Oposición Comunista Internacional. Según la presentación, dichos documentos fueron escritos por Posadas. Claro está que tales documentos presentan posiciones marxistas, en contraste a las banalidades de Posadas incluidas en la primera parte del libro. Lo extraño es que Posadas diga que él escribió dichos documentos, cuando nada hay que así lo pruebe. Camaradas españoles ahora en exilio, y que formaban parte de la sección española sabiendo más que nadie quién era y no era, dudan seriamente que Posadas haya escrito en la revista Comunismo.

La discusión acerca de Cuba dentro de la TR

Apuntes sobre la discusión acerca de Cuba dentro de la Tendencia Revolucionaria

por James Robertson

30 de abril de 1963

(Resumen de los comentarios hechos en la discusión oral. Versión corregida para ser usada en la clase sobre “La cuestión rusa―de Octubre a Cuba”, 24 de noviembre de 1964. Originalmente publicado en Marxist Bulletin 8. Esta versión fue impresa en Cuadernos Marxistas No.2.

(1) El florecimiento desde 1943 de toda una serie de estados anticapitalistas en varias de las zonas más atrasadas del mundo ha clavado al movimiento trotskista en la cruz de varios dilemas. El callejón sin salida teórico y la crisis política para el movimiento nacen de la ausencia aparente tanto de una base proletaria como de una dirección bolchevique de las guerras civiles revolucionarias llevadas a cabo en Yugoeslavia, China, Indochina y Cuba. Consideración aparte merece la Revolución Cubana, cuya dirección victoriosa no fue estalinista en sus orígenes.

Los trotskistas han reaccionado de cuatro maneras diferentes al medir el desarrollo de estos veinte años y adjudicarle signos negativos o positivos desde el punto de vista de la vía al socialismo: (1) Algunos, como actualmente Swabeck [del SWP] sobre China, han llegado a convencerse de que las revoluciones en cuestión son claramente proletarias y, con una dirección marxista-leninista a juego. Esta posición se elimina a sí misma continuamente a causa de la defección del movimiento de los que la apoyan y en realidad no es más que un claro rechazo de la auténtica lucha revolucionaria de la clase obrera de la que el trotskismo no representa más que el firme programa en su profundidad histórica; (2) La mayoría del SWP y los pablistas europeos han llegado, en general, y sin tomar en cuenta ciertas pretensiones formalistas hacia lo contrario, a ver estas revoluciones como básicamente sanas, pero atribuyendo la responsabilidad de los fallos presentes a los lideratos que son insuficientes, inconscientes, o no existen. (Una vez que los que defienden ese punto de vista se dan cuenta de que estos lideratos se han vuelto suficientes, conscientes y existentes, el centrismo se convierte en un revisionismo galopante abandonando rápidamente el terreno del pretendido trotskismo.) (3) Aquellos que mantienen el punto de vista expresado en estas notas ven estas revoluciones como fundamentalmente defectuosas, limitadas, y aún más, con lideratos a juego; (4) Finalmente aquellos que comparten la opinión de la SLL como está expresada en “Trotskyism Betrayed” [“Trotskismo Traído”] dan lugar a un punto de vista que en gran parte o bien niega que se ha producido en absoluto una revolución social, sólida o defectuosa, y correspondientemente que los líderes son capitalistas bonapartistas; o bien dejan sin explicación la transformación fundamental ya admitida, como en el caso de China.

Varios comentarios sobre este panorama de opiniones son evidentes. (a) La simetría entre las posiciones de Swabeck y nuestras surge de que ambos vemos las revoluciones y sus direcciones en consonancia una con otra. (b) La base para una posición común entre nosotros y aquellos como la SLL existen en esta coyuntura porque los mismos puntos programáticos se deducen de cada punto de vista. (c) La posición del grupo francés del CI está a caballo de los dos últimos puntos de vista básicos ― de ahí la vaguedad de estados “capitalistas fantasmas” o “transicionales”.

(2) Más específicamente, la posición de los miembros franceses del CI padece de la debilidad central de que la Revolución Cubana es para ellos análoga a la experiencia dé España en los años 30 en la cual las fuerzas estalinistas apuntalaron al “gobierno leal” ―un régimen capitalista sin substancia― frente a una revolución proletaria en auge y aplastaron esta revolución por medio de la represión y el terror. Esta analogía no es simplemente defectuosa ―resalta exactamente lo que no es común a España y Cuba― ¡una verdadera revolución obrera!

Aún más, los camaradas franceses niegan a lo largo y a lo ancho el significado y la aplicabilidad de todos los elementos de la situación cubana que pudieran haber conducido a una ruptura fundamental y decisiva con el capitalismo nativo y mundial. Pero la profundidad y el alcance de estas negaciones son demasiado grandes. La Revolución China, verdaderamente análoga a la cubana, entra también dentro de esta negación. Así esta interpretación abarca demasiado; esto es, no refleja adecuadamente la verdadera estructura de la realidad.

La expresión “asimilación estructural” y las nebulosas pero “mágicas” cualidades que se le atribuyen por algunos trotskistas no tienen nada que ver con la discusión sobre Cuba. La expresión fue, para el movimiento trotskista, una manera de convencerse a sí mismo de que, después de la victoria del ejército soviético en Europa Oriental, el Kremlin en ciertos casos fue en verdad lo suficientemente contrario al capitalismo como para consolidar su poder económico y estatal en la estela de su conquista militar. Lo que estamos discutiendo ahora es la creación de aquellos estados que han aparecido esencialmente con independencia de la influencia inmediata o directa de la Unión Soviética.

(3) Toda la estructura del punto de vista teórico de los miembros franceses del CI proviene de la premisa inicial, que se considera axiomática, de que cualquier tipo de estado obrero debe originarse en una revolución obrera.

De ahí que (a) la naturaleza de clase del estado que surgió de la Revolución Cubana no viene determinada por sucesos internos ―y lo mismo para China, Yugoslavia, Indochina― ya que evidentemente la clase obrera no estuvo esencialmente envuelta en los procesos revolucionarios domésticos.

Y (b) “la asimilación estructural” es la manera en que les ha sido transmitida a estos estados la cualidad de estado obrero nacida de la única revolución obrera aún en existencia, el Octubre Ruso de hace 45 años.

Y (c) la prueba de que “la asimilación estructural” es el eslabón decisivo en el cambio de carácter de clase de estos nuevos regímenes es el hecho de que se han vuelto en todos los aspectos idénticos en esencia a la Unión Soviética, y por lo tanto deben haber sido “asimilados estructuralmente”.

Y como observación al margen, (d) se dice que hay estados capitalistas (Birmania, Egipto, etc.) que tienen una estructura económica formal casi igual a la de los regímenes anticapitalistas en formación, pero a los que les falta el vital compartir en el “bien original” ruso y por tanto no pueden transcender el capitalismo de estado.

Es triste decir que este ejemplo de puro escolasticismo es el núcleo central de una visión teórica tal. Una manera crítica de exponer su contenido es sugerir que desdé este punto de vista ¡“el carácter de clase de un estado viene dado por su política exterior”!

(4) En la presente discusión hemos propuesto basar nuestra posición sobre nuestro “Resolución preliminar sobre la revolución cubana”, un documento de tres páginas del YSA impreso en Young Socialist Forum No. 15, diciembre de 1961 [ver “La Revolución Cubana” por Shane Mage en la p.18 del presente cuaderno]. La crítica más seria a este documento proviene precisamente de que es excelente en muchos puntos. Tal como se presenta, la resolución sólo tiene sentido en el contexto de que ve a Cuba como un estado obrero deformado; pero sin embargó, esta caracterización no se expresa abiertamente. Con el paso de otro año y medio ¡ya va siendo hora de expresarla! Por ejemplo, todos los defectos y debilidades de la Revolución Cubana tal como se citan en la resolución y todas las medidas y demandas propuestas para combatirlos son consistentes solamente con una visión de Cuba como una variedad de estado obrero deformado. ¡En la Resolución Preliminar no se sugiere en ningún momento que todavía se necesite eliminar el capitalismo de Cuba! (Exceptuando esa consideración básica común a todo el bloque soviético de que una capa dirigente burocrática es en sí misma un reflejo del imperialismo capitalista en el mundo.)

(5) No hay necesidad entre aquellos que defienden el concepto de estado obrero deformado de ser excesivamente modestos en la defensa de esta posición. A veces nos encontramos con que existe la impresión de que esta opinión es quizá la mejor ― pero la mejor de entre muchas malas. Esencialmente esta censura proviene de la circunstancia de que esta teoría explica sucesos profundamente desagradables para los genuinos trotskistas ―direcciones no proletarias y bases en luchas de masas― y parte de estos sentimientos son contagiosas. Pero las insatisfacciones y las ambigüedades se centran en las realidades del intervalo desde la Segunda Guerra Mundial, no en una interpretación teórica y guía para la acción adecuadas ahora. La teoría tiene los necesarios valores de ser sencillahasta el punto en que la realidad permite, de ser capaz de predecir (así el conocer cómo el movimiento debe intervenir en situaciones coloniales para destruir las formaciones militares basadas en los campesinos por un proceso de polarización a través de la actividad de la clase obrera y en oposición directa a ellas, por ejemplo en la sección 13 del documento de la mayoría del SWP “For the Early Reunification of the Fourth International” [“Por la Rápida Reunificación de la Cuarta Internacional”]); y de ser un afilado instrumento para el análisis histórico, por ejemplo cuando reconoce los puntos decisivos en la cronología de la degeneración de la Revolución Rusa, o sea, haciendo hincapié en el punto central al final del año 1923 de quién gobernaba, para qué y cómo.

(6) El mejor y más completo documento de que disponemos que analice la Revolución Cubana como un fenómeno conducente a un estado obrero deformado es el borrador de Wohlforth de julio de 1961, “Cuba y los estados obreros deformados” [ver p. 9 del presente cuaderno].

Este documento se divide en seis secciones:

1. Su método y el nuestro.

2. La evolución de Cuba.

3. Estados obreros y estados obreros deformados.

4. El estado en transición.

5. El papel de la clase obrera.

6. La revolución política.

De los temas tratados en estas secciones, hay dos puntos sobre los cuales se deben tener ciertas reservas. La sección 4, “El estado en transición”, tiene a todo lo largo una cualidad bastante superficial. En ciertos momentos Wohlforth se vio reducido a buscar refugio en una dudosa “dialéctica” para escaparse de ciertas dificultades en sus explicaciones. Estas dificultades habían surgido por no haber prestado suficiente atención a la historia y la naturaleza de los nuevos estados victoriosos, geográficamente separados, que habían triunfado en situaciones de doble poder, o sea, guerras civiles.

En la sección 6, “La revolución política en Cuba” se pide “que nosotros preconicemos una revolución política en Cuba”. Sin embargo, se afirma que es una “revolución política que se podría consumar sin organizar “una insurrección armada”; así, según él, todavía hay esperanza de “una revolución política no violenta”. Especialmente en lo referente a Cuba esta posición táctica embrolla las cosas. Las razones para la adopción de esta posición parecen provenir en gran medida de dudosas definiciones formales que contrastan a Cuba con la Unión Soviética de antes de 1933.

No se debe permitir que esta crítica obscurezca lo que es generalmente correcto y claro en este documento que presenta sistemáticamente el concepto de la Cuba contemporánea como un estado obrero deformado.

(7) La delineación de un enfoque más estudiado dé la revolución política en Cuba y un resumen útil para el conjunto de estas notas se encuentran en la carta del 24 de febrero de 1963 de J. Robertson a D. Martin, en la que se propone formalmente abrir una discusión de toda la tendencia sobre la cuestión de Cuba en preparación para la convención del Partido:

“Como probablemente sabes, mantengo que Cuba es un ‘estado obrero deformado’, que yo expreso más precisamente como ‘un estado obrero de segunda categoría’, o para decirlo más empíricamente, como ‘un estado resultante del mismo tipo de proceso revolucionario que triunfó en Yugoeslavia y China’. Aún más, creo que al programa de la revolución política en Cuba debería dársele una formulación transicional (por ejemplo, ‘Hacer a los ministros del gobierno responsables ante, y revocables por organizaciones democráticas de obreros y campesinos’). No sólo ha nacido el régimen cubano de una revolución como la de China y Yugoeslavia (y diferente de la Rusia de Stalin que fue creada por una contrarrevolución política), sino que además en Cuba la falta de un partido burocrático y de un sistema de gobierno formados previamente, o sea, una práctica estalinista en plena marcha, hizo posible que, el innegable gobierno desde arriba fuera inicialmente más ‘abierto’. Aunque esta ventaja para la intervención proletaria es, o mejor dicho fue, transitoria, no se debe simplemente olvidar sino que se debe poner a prueba mediante la agitación práctica como los trotskistas cubanos del BLA estaban haciendo en su periódico antes de que fuera cerrado.”

(8) Por lo tanto mantengo que la Tendencia Revolucionaria debe adoptar la línea general del punto de vista desarrollado en “Cuba y los estados obreros deformados”.

Declaración de los Comunistas Internacionalistas de Buchenwald

Declaración de los comunistas internacionalistas de Buchenwald (IVº Internacional)

[Declaración de la célula trotskista del campo de exterminio nazi de Buchenwald, 20 de abril de 1945. Copiado dehttp://grupgerminal.org/?q=node/352 ]      

1. La situación internacional del capitalismo

Al acabar la Segunda Guerra Mundial, Italia, Alemania y Japón han perdido su posición como grandes potencias imperialistas, mientras que Francia ha sido vapuleada gravemente.

Las contradicciones y los conflictos imperialistas entre los EE.UU y Gran Bretaña dominan las zonas tempestuosas de la política imperialista mundial. Desde el principio de esta Guerra Mundial, Rusia salió de su aislamiento y se encuentra actualmente ante el problema de realizar política y militarmente sus éxitos militares contra las aspiraciones de las potencias imperialistas victoriosas. China, a pesar de sus grandes esfuerzos, sigue siendo el objeto de las grandes potencias imperialistas, lo que es una consecuencia necesaria de la victoria de la burguesía china sobre el proletariado chino.

La unanimidad afirmada concluyentemente en las conferencias imperialistas internacionales de paz debe ocultar a las masas las contradicciones inmanentes de las potencias capitalistas. Los intereses militares concordantes contra Alemania no pueden, sin embargo, impedir el estallido de las contradicciones en el campo aliado. A estas contradicciones se añaden las crisis inevitables y las convulsiones sociales del modo de producción capitalista en declive. Un análisis exacto de la situación internacional que aplique los métodos del marxismoleninismo es la condición indispensable para una política revolucionaria que corone con éxito.

2. La situación internacional de la clase obrera

Esta evolución da al proletariado alemán la posibilidad de levantarse a corto plazo de su derrota más profunda y de ponerse de nuevo a la cabeza del proletariado europeo en la lucha por derribar el capitalismo. La revolución rusa, aislada por el fracaso de la revolución en Europa, tomó una evolución que la alejó cada vez más de los intereses del proletariado europeo e internacional. La política del “socialismo en un único país” representó en primer lugar únicamente los intereses de la casta burocrática dominante y conduce actualmente el Estado ruso a una política de nacionalismo mano a mano con las potencias imperialistas. Cualquiera que sea la evolución en Rusia, el proletariado internacional debe liberarse de toda ilusión relativa a este Estado y llegar por un análisis marxista claro a la constatación de que la casta de burócratas y militares actualmente en el poder defiende exclusivamente sus propios intereses y que la revolución internacional debe renunciar a todo apoyo por parte de este Gobierno.

El completo derrumbe militar, político y económico de la burguesía alemana abre para el proletariado alemán la vía de su liberación. Para impedir el renacimiento de la burguesía alemán favorecido por las contradicciones imperialistas, la clase obrera debe llevar su lucha revolucionaria en cada país contra su propia burguesía. La clase obrera ha sido privada de su dirección revolucionaria por la política de las dos organizaciones obreras internacionales que han combatido activamente y saboteado la revolución proletaria; ellas solas hubieran podido impedir esta guerra. La II Internacional es un instrumento de la burguesía. La III Internacional se convirtió, desde la muerte de Lenin, en una agencia de la política exterior de la burocracia rusa. Ambas han participado activamente en la preparación y la dirección de esta guerra imperialista por lo que son corresponsables de ella. Aquellos que quieren hacer responsable o corresponsable de esta guerra a la clase obrera simplemente siguen sirviendo a la burguesía.

El proletariado sólo puede realizar su tarea histórica bajo la dirección de un nuevo partido mundial revolucionario. La construcción de este partido es la tarea inmediata de todos los elementos más avanzados de la clase obrera. En la lucha contra el capitalismo y sus agentes reformistas y estalinistas, algunos cuadros revolucionarios internacionales ya se han reunido para la construcción de este partido mundial. Para realizar esta tarea difícil, no es posible una vuelta a la consigna conciliadora por una nueva Internacional 2 ½ . Tal formación intermedia impide la clarificación ideológica necesaria y frena la eficacia revolucionaria.

3. ¡Más que nunca un 9 de noviembre de 1918!

En el período prerrevolucionario inminente, hay que movilizar a las masas trabajadoras en la lucha contra la burguesía y preparar la construcción de una nueva Internacional revolucionaria que realizará la unión de la clase obrera en la acción revolucionaria.

Todas las teorías e ilusiones relativas a un “Estado popular”, “Democracia popular”, ha conducido a la clase obrera durante las luchas de clases bajo la sociedad capitalista a las derrotas más sangrientas. Sólo la lucha intransigente contra el Estado capitalista hasta su destrucción y la instauración del Estado de los consejos obreros y campesinos puede impedir otras derrotas. La burguesía y la pequeña burguesía desarraigada llevaron el fascismo al poder. El fascismo es una creación del capitalismo. Sólo la acción independiente y victoriosa de la clase obrera contra el capitalismo puede destruir el mal del fascismo con sus raíces. En esta lucha, la pequeña burguesía vacilante seguirá al proletariado revolucionario en su empuje, como la historia de las grandes revoluciones nos lo ha enseñado.

Para vencer en las luchas de clases por venir, la clase obrera alemana debe luchar por la realización de las siguientes reivindicaciones:

¡Libertad de organización, reunión y prensa!

¡Libertad de asociación y restablecimiento inmediato de todas las conquistas sociales de antes de 1933!

¡Supresión completa de todas las organizaciones fascistas! ¡Utilización de sus fortunas en favor de las víctimas del fascismo! ¡Todos los representantes del Estado fascista deben ser juzgados por tribunales populares libremente elegidos!

¡Disolución del Wehrmacht (Ejército alemán) y su sustitución por milicias obreras!

¡Elecciones inmediatas y libres de consejos obreros y campesinos en toda Alemania y convocatoria de un congreso general de los consejos!

¡Hay que mantener y ampliar los consejos mientras se utilizan todas las instituciones parlamentarias de la burguesía para la propaganda revolucionaria!

¡Expropiación de los bancos, de la industria pesada y los propietarios latifundistas! ¡Control de la producción por los sindicatos y los consejos obreros!

¡Ni un hombre, ni una moneda para las deudas de guerra y reparaciones de la burguesía! ¡Que pague la burguesía!

¡Por la revolución socialista en toda Alemania, contra la desmembración de Alemania!

¡Fraternización revolucionaria con los proletarios de los ejércitos de ocupación! ¡Por la Alemania de los consejos en una Europa de los consejos! ¡Por la revolución proletaria mundial!

Los comunistas internacionalistas de Buchenwald (IV° Internacional),

el 20 de abril de 1945

Las Tareas en Alemania

Revolución democrática nacional o revolución proletaria: las tareas en Alemania

por Ted Grant

[Copiado de OBRAS COMPLETAS DE TED GRANT · VOLUMEN I. Impreso por primera vez en Workers’ International News, Enero de 1947.]

Los compañeros del IKD (sección de los trotskistas alemanes emigrados) han respondido a nuestra crítica de susTres tesis con un artículo titulado Dos balances, publicado en octubre de 1946 en Workers Internacional News.

Aunque, aparentemente corrigen ciertos errores, a saber: su pretensión de que ‘la opresión nacional ha continuado y que sólo han cambiado los uniformes de los opresores’, en cambio, refuerzan su corrección esencial que está incluida en la afirmación de que en Europa no nos enfrentamos, y aparentemente no lo es, a una revolución proletaria, sino a guerras de liberación nacional y a una revolución ‘que básicamente equivale a una revolución democrática’. Ignorando la cuestión principal, el carácter de clase de la revolución, sarcásticamente repiten que la revolución proletaria, que ha sido anticipada con confianza por la Cuarta internacional, no se ha materializado.

Es cierto que no se ha materializado. Pero puede y debe ser necesaria una discusión instructiva sobre las razones del fracaso del proletariado en la toma del poder durante la primera ola revolucionaria que siguió a la Segunda Guerra Mundial. Pero esto no invalida la actitud marxista ortodoxa hacia la lucha de clases en Europa hoy, como tampoco lo hizo el fracaso similar del proletariado en la conquista del poder en otros lugares aparte de Rusia después de la Primera Guerra Mundial. Lenin y Trotsky explicaron este fracaso por la traición de la Segunda Internacional, es decir, de la socialdemocracia.

Hoy, las masas son engañadas por dos ‘internacionales’ traidoras, la reformista y la estalinista, esta última con una autoridad mucho más formidable usurpada de la Revolución de Octubre, con una base más fuerte que la que ha tenido jamás la socialdemocracia. Este factor pone unas dificultades excepcionales en el camino del proletariado. Los estalinistas, por el momento, han conseguido con éxito desviar el movimiento de masas de la revolución proletaria hacia los canales de la ‘revolución popular’, es decir, hacia los canales de la democracia burguesa, como hicieron los socialdemócratas tras la última guerra.

Nuestros compañeros alemanes del IKD deberían recordar la experiencia de Weimar. Si cualquier pequeñoburgués escéptico reprochara con desprecio a Lenin y Trotsky por lo dicho en 1920 y preguntara donde estaba la prometida revolución en Europa, habrían recibido una respuesta apropiada pero difícilmente amable. Nuestra respuesta no puede ser diferente. La tesis básica del IKD, que nuestros compañeros mantienen sin ningún intento real de defenderse contra las críticas, es que el “retroceso” capitalista hace necesario en Europa dar un rodeo por lo que ellos definen como lo ‘que básicamente equivale a una revolución democrática’.

Como base de esto citaremos otra vez el original de Tres tesis:

“Las prisiones, los nuevos guetos, el trabajo forzoso e incluso los campos de concentración y de prisioneros de guerra, no son sólo establecimientos político-militares transicionales, sino que son formas de una nueva explotación económica que acompaña el desarrollo hacia un Estado esclavista moderno y tiene la intención de ser el destino permanente de un porcentaje considerable de la humanidad moderna”.

Esta valoración impresionista, escrita en el punto álgido de la guerra, está siendo refutada por los acontecimientos.

Esta teoría del “retroceso” capitalista se desarrolló aún más sobre la base del surgimiento temporal durante la guerra de pequeñas fábricas, lo que demuestra un regreso al ‘Estado esclavista’, a la Edad Media y al amanecer del capitalismo. Las características temporales provocadas por las necesidades de la guerra se transforman de este modo en características permanentes de la época actual. Arrojando por la borda la teoría marxista de la concentración de la gran industria a expensas de la pequeña, de la sustitución de mano de obra por maquinaria y el desarrollo del trabajador ‘libre’ a expensas del trabajador siervo y esclavo del pasado.

La sabiduría política de los compañeros del IKD se resume de la siguiente manera:

“A diferencia del uso de maquinaria complicada y a diferencia de la concentración y sobredesarrollo de una industria adaptada sólo para propósitos bélicos, existe el trabajo forzoso, es decir, el uso en masa de trabajo manual que es más barato que el trabajo mecanizado, la fundación y extensión de formas pequeñas y medianas debido a la escasez de bienes de consumo, la restauración del trabajo manual, la disipación y la ruina del sistema monetario… La situación política en estos países sistemáticamente explotados (bajo el dominio nazi) se caracterizaba sobre todo por la destrucción de los partidos obreros y burgueses no fascistas.

“Paso a paso los sindicatos, las sociedades políticas y culturales de todo tipo, las organizaciones religiosas, etc., están siendo liquidadas de acuerdo con el modelo alemán, cambiadas o de alguna manera puestas bajo el control directo fascista. Con ciertas excepciones, donde este proceso todavía no se ha completado, ya no existen movimientos burgueses tradicionales independientes ni movimientos políticos proletarios o de trabajadores, en estos países (especialmente en Polonia y Checoslovaquia) incluso ‘la burguesía nacional cada vez está más aplastada por métodos como la ‘arianización’, las ventas forzosas y la expulsión directa.

“Todo lo que hoy queda de los antiguos ‘movimientos’ organizados no es nada excepto círculos ilegales que tienen poca conexión entre sí y que de ninguna manera pueden actuar como una entidad… Como si fueran empujados hasta ese límite que los acerca diariamente por este enemigo, los iguala y todos toman una dirección que se podría describir sólo como de ‘empuje por la libertad nacional’. En unos cuantos países (Yugoslavia, Checoslovaquia, en parte de Polonia, etc.,) este empuje ha cruzado el límite y se ha convertido en un movimiento popular real. En él participan todas las clases y estratos de los trabajadores, asalariados, campesinos, pequeña burguesía urbana (comerciantes y artesanos, es decir, junto con los campesinos, aquellas clases que a pesar de su gran número son remanentes de los modos precapitalistas de producción), funcionarios, sacerdotes, intelectuales y generales.

“Si en la Europa dominada por Alemania no existe desde hace tiempo un movimiento obrero activo y organizado, e incluso las organizaciones burguesas están descolocadas, tampoco se puede hablar de la existencia de verdaderas organizaciones revolucionarias, en cuanto se entienden como estructuras unidas que, incluso ilegales, estarían dispuestas y serían capaces de influir en el proceso por medio, al menos, de la agitación y la propaganda correctas… Sin embargo se ve, la transición del fascismo al socialismo sigue siendo una utopía sin una etapa intermedia, que básicamente es equivalente a una revolución democrática”

(Tres Tesis).

Con pequeños cambios, Dimitrov y Stalin podrían haber subscrito este análisis. ¡Así que el movimiento obrero todavía no existe! Todo lo contrario, el movimiento obrero en Europa Occidental lejos de haber sido destruido ha salido de la guerra más fuerte que como entró. Es verdad que los seguidores de Tres Tesis han intentado sortear esta pequeña dificultad sentenciando que, como el movimiento obrero no está dirigido por marxistas, entonces no es un movimiento de los trabajadores. Pero si este fuera el caso entonces no habría existido movimiento obrero en Europa desde 1923.

¡Decir a los trabajadores de Francia que sus sindicatos y partidos políticos no constituyen un movimiento de trabajadores provocaría la respuesta que se merece! Por supuesto, el IKD ha descubierto esta formulación recientemente. Antes del resurgimiento del movimiento obrero en Europa Occidental, describían al Partido Laborista británico y al movimiento sindical como el único movimiento de trabajadores que quedaba en Europa. El Partido Laborista británico difícilmente puede ser descrito como “marxista” o consciente de la misión histórica del proletariado.

El resurgimiento del movimiento obrero en todos los países de Europa revela que toda la teoría del “retroceso” incluida en Tres Tesis estaba básicamente equivocada. Debajo de la cobertura totalitaria del fascismo la lucha de clases continuaba en ebullición. Si se hubiera realizado la revolución socialista sólo podría haber estado dirigida por la clase obrera como clase, al frente de las masas de la población luchando contra la opresión extranjera y sus agencias nacionales en el interior, es decir, la burguesía nacional y sus apéndices.

El proletariado puede ser arrastrado tras la cola de la burguesía por “el movimiento popular de todos” (como hizo sistemáticamente el estalinismo en Europa Occidental), o se puede ganar a la masa de la pequeña burguesía para el programa de la revolución proletaria sobre la base de una política proletaria revolucionaria. No existía camino intermedio. O con la burguesía o con el proletariado. Esa es la única alternativa en la época actual.

Nosotros preguntamos a los compañeros del IKD después de reflexionar sobre el desarrollo de Europa desde la caída de los nazis ¿qué ha surgido? No un movimiento popular de todas las clases, sino una división de alineamientos políticos de acuerdo con la división básica de clases en la sociedad; una polarización donde los partidos de la clase obrera están a un lado y la reacción al otro, con la pequeña burguesía inquieta se equilibra en el “centro” con partidos demócrata cristianos, una situación que no puede mantener de manera indefinida. O gira a la derecha en una reacción neofascista o será ganada para la revolución proletaria bajo la dirección del proletariado.

EL PAPEL DEL EAM EN GRECIA

Los compañeros del IKD en Dos Balances dicen lo siguiente: “Los errores, si no son analizados francamente y corregidos, por necesidad se repiten y se agravan con la repetición. Así lo atestiguan la sección británica y la lucha en Grecia. Esto se produce después de que el PCR elaborara una resolución sobre la cuestión nacional, en el punto 5 de la misma afirma que ‘todos los movimientos de resistencia nacional son agencias de uno u otro grupo de potencias imperialistas’.

“Esto también se aplica al EAM (Frente Nacional de Liberación), por tanto, el PCR tendría que haber elaborado con Churchill su posición contra el EAM, ya que él estaba tan ciego que no podía saber que era su propia agencia. Pero no lo hizo y Socialist Appeal apareció apoyando plenamente al EAM, claro que difícilmente podía ser de otra manera. Pero ¿qué pasa con la resolución que habían aprobado cuando se enfrentó a la realidad? ¿Fue revisada? No, la que sufrió la revisión fue la realidad. La rebelión en Grecia fue ascendida al rango de revolución proletaria. Este valioso apoyo, desgraciadamente, no pudo impedir la derrota de la rebelión, en la que, una vez más sin ningún análisis, se descubrió que el EAM después de todo era sólo un movimiento de resistencia, y Grecia es presentada como un ejemplo de los resultados devastadores que puede tener apoyar a un movimiento nacional.

Aunque lo que aquí se ‘apoya’, ignorando hasta donde ha llegado la insurrección y después siendo aclamada como una revolución proletaria, es ciertamente correcto”.

En la cita anterior, la posición del PCR es algo distorsionada por los compañeros del IKD. Para dar una imagen clara de la actitud del PCR hacia el movimiento de resistencia, permitirnos citar los párrafos más relevantes de la resolución sobre la cuestión nacional en Europa:

“1. El Partido Comunista Revolucionario condena y lucha contra la opresión nacional de una nación por otra, apoya el derecho de total autodeterminación y secesión política de todo pueblo oprimido a escala nacional.

“2. En la época del imperialismo y su fase actual de guerra imperialista, todas las condiciones objetivas exigidas para una genuina lucha de liberación nacional deben estar vinculadas al programa de la revolución socialista y la lucha por los Estados Unidos Socialistas de Europa”.

Al mismo tiempo que condena la opresión nazi, la resolución igualmente condena la opresión nacional realizada por los Aliados y define de la siguiente manera la actitud de los revolucionarios ante los movimientos de resistencia:

“4. El papel de las clases dominantes europeas es evidente. Colaboraron como clase con el opresor extranjero nazi y ahora buscan jugar el mismo papel como agentes de los vencedores militares, el imperialismo anglo-estadounidense y el Kremlin. Sin el apoyo activo del stalinismo y la socialdemocracia, los capitalistas habrían perdido hace tiempo todo atisbo de apoyo entre los trabajadores y campesinos. Subordinando la clase obrera y sus organizaciones a la dirección de la burguesía y al programa del imperialismo anglo-estadounidense y el estalinismo, los partidos socialdemócratas y estalinistas juegan un papel contrarrevolucionario. El deber de los revolucionarios, al mismo tiempo que en todas las etapas de la lucha intentan ganar a la base para la bandera del trotskismo, es oponerse y desenmascarar el papel de estos partidos y sus organizaciones auxiliares.

“5. A pesar del apoyo indudable de muchos miles de los mejores combatientes proletarios que ven en los movimientos de resistencia no un instrumento para la sustitución de un maestro por otro, sino más bien el instrumento para el derrocamiento del capitalismo y la emancipación de la clase obrera, estos movimientos de resistencia nacional en Europa hoy son agencias de uno u otro grupo de potencias imperialistas. Como movimientos son incapaces de luchar genuinamente por la libertad nacional”.

Esa caracterización pasa la prueba de los acontecimientos y no necesita rectificación. Es claramente aplicable también al EAM. Durante la guerra imperialista el EAM estuvo al lado del imperialismo anglo-estadounidense frente al imperialismo alemán. El PCR no adopta una posición ultraizquierdista en la cuestión de la liberación nacional. Defiende por los cuatro costados la liberación nacional de los pueblos de Europa para liberarse del grillete del imperialismo alemán. Pero no nos equivocamos al advertir que la dirección del EAM y otros movimientos de resistencia eran agentes del imperialismo.

Nuestras advertencias fueron confirmadas por los acontecimientos. El EAM hizo lo que pudo para llegar a un compromiso con el imperialismo e intentó desarmar a la clase obrera frente a la reacción fascista-monárquica y sus partidarios imperialistas. Si el EAM entró en conflicto con Churchill y los imperialistas fue consecuencia del temor de estos últimos a que el EAM no fuera capaz de ser un instrumento fiable para impedir la revolución socialista, y que a través del EAM, Grecia pudiera caer bajo el dominio de Stalin y, de este modo, poner fin a su control de la península balcánica.

La burla sobre Churchill: ‘estaba tan ciego que no podía saber que era su propia agencia’, se corresponde con el nivel de los demás argumentos. A ellos se les podría preguntar: ¿Por qué los trotskistas apoyaron a la república española frente a Franco, una república que diseñaron como agencia del imperialismo anglo-francés y el estalinismo? ¿O por casualidad ahora los compañeros niegan esto y en retrospectiva descubren que en España lo que teníamos también era un ‘movimiento popular’?

Esta caracterización no evitó que los trotskistas describieran los acontecimientos en España como un intento de revolución proletaria por parte de las masas, a pesar del contenido que dieron la burguesía y los estalinistas. El movimiento en España era una revolución proletaria que fue desviada hacia un ‘movimiento democrático popular burgués’ contra el fascismo, en una alianza con la ‘sombra de la burguesía’ mientras que la propia burguesía estaba al lado de Franco.

Así ocurrió también con el EAM en Grecia. Las masas apoyaban al EAM. La burguesía estaba con Churchill mientras que la ‘sombra de la burguesía’ estaba unida a la dirección estalinista y, de este modo, distorsionó el movimiento de masas hacia una dirección burguesa. A pesar del intento estalinista de ‘unidad nacional’, la lucha de clases estalló a través del ‘movimiento popular nacional’ Esto llevó a una guerra civil dentro del movimiento de resistencia entre el ala campesina pobre y proletaria y el ala burguesa, incluso mientras Grecia estaba aún bajo el dominio de los nazis.

Después de la llamada “liberación”, de facto, el poder pasó a manos de la clase obrera, como en España tras la insurrección de los trabajadores en Barcelona, Valencia y Madrid en los primeros días de la sublevación militar. La dirección del EAM frustró el movimiento de masas, renunció a las armas e intentó llegar a un acuerdo con los imperialistas. A pesar de sus intentos de capitulación ante los imperialistas, la guerra civil estalló debido al movimiento de las masas. Si los miembros del IKD niegan que la rebelión en Grecia fuera un intento de tomar el poder por parte del proletariado, ¿entonces cómo caracterizan este movimiento? ¿Un ‘movimiento popular’?

La rebelión comenzó como un movimiento espontáneo de las masas, a pesar de todos los intentos del EAM de evitar su estallido. La chispa que encendió la mecha fue el clásico que en una atmósfera sobrecargada puede provocar una revolución. Los disparos contra una manifestación desarmada por parte de los Batallones de Seguridad monárquico-fascistas, fue similar a los disparos de las tropas del zar en la manifestación encabezada por el padre Gapón ante el Palacio de Invierno en San Petersburgo en 1905. ¿En lugar de exigir la independencia del proletariado Lenin debería haber defendido la fusión del movimiento obrero en un movimiento popular de todas las clases? Simplemente con formular la pregunta se obtiene la respuesta.

Los disparos en la Plaza de la Constitución de Atenas, como comprendió incluso el periódico burgués Times, sembraron las semillas de la guerra civil. ¿Guerra civil entre qué clases y con qué objetivos? ¿Por la “revolución popular” o por la conquista del poder por el proletariado? El EAM era un ejemplo clásico de un Frente Popular traicionando la revolución proletaria. Si hubiera triunfado el EAM, el régimen que habría surgido de esa lucha sólo podría haber sido un régimen burgués. Toda la palabrería sobre “revolución democrática”, “revolución nacional”, “movimiento popular de todas las clases”, etc., en última instancia, sólo puede ser una versión renovada del frentepopulismo.

No puede existir una “revolución democrática” suspendida en medio del aire. La “revolución popular” tiene una base de clase. Y llegamos al punto donde empezamos. ¡Definir el contenido de clase de tu revolución para saber en que punto te encuentras!

¿CUÁL ES EL OBJETIVO DE LA ‘REVOLUCIÓN DEMOCRÁTICA’?

Al tratar la cuestión escurridiza de la ‘revolución democrática’, que no es ni proletaria ni burguesa, el IKD intenta evadirse de la confusión inseparable que conlleva definir la cuestión de la siguiente manera:

“[Grant está] luchando contra molinos de viento. Por ejemplo, la revolución democrática que nosotros [IKD] suponemos sustituye a la revolución proletaria considerando que, en realidad, dijimos que la revolución democrática en nuestra época, ‘puede realizarse sólo con la destrucción de la estructura del capitalismo” (Dos Balances, el subrayado es nuestro).

¡Confusión tres veces maldita! Nos satisface aprender de estos compañeros que la ‘revolución popular democrática’ que ellos dicen necesaria en nuestra época no se puede conseguir mediante la democracia burguesa. Ahora‘pretenden’ que algo sustituye a la revolución proletaria. ¿Entonces qué están sustituyendo por la revolución proletaria? ¿Defienden en serio que todas las clases, incluida la burguesía oprimida en el movimiento popular, van a ‘destruir la estructura del capitalismo’?

¿Hay otra revolución, aparte de la revolución proletaria, que pueda destruir la estructura del capitalismo? Cuando los compañeros se topan con las definiciones marxistas, se puede ver cómo oscilan de un lado a otro y que susTesis no tienen ningún tipo de sentido. ¿Entonces cuál es la diferencia entre la revolución democrática y la revolución proletaria? La respuesta real es que los compañeros hablan de cosas diferentes en momentos distintos, algunas veces la identifican como revolución proletaria, otras como una nueva etapa y el resto ¡no se sabe qué!

LAS TAREAS EN ALEMANIA

Igual que ellos agrupan indiscriminadamente a las diferentes clases en Europa bajo el dominio de los nazis, ahora lo hacen también con relación a Alemania, mezclan todas las clases oprimidas por los Aliados, para unirlas en una ‘revolución democrática nacional que abarque a todas las clases’. Alemania, por supuesto, tiene que realizar una lucha de liberación nacional contra sus opresores, igual que los países oprimidos por Alemania se enfrentaron al mismo problema. Pero el punto crucial del problema está en cómo se llevará a cabo la lucha de liberación nacional.

La respuesta de la Cuarta Internacional es que la liberación nacional se puede conseguir sólo con el proletariado a la cabeza de ese movimiento. Esa debería ser la idea central que deben plantear los marxistas alemanes. Lejos de desfigurar las líneas de clase, éstas se acentuarán. Sólo con una lucha de clases clara se puede ganar a la pequeña burguesía para el programa de la revolución socialista, que está indisolublemente unida a la lucha contra los opresores aliados. Esta lucha sólo se puede realizar a través de la lucha de clases.

Pero los compañeros del IKD, una vez más utilizan formulaciones vagas, dejan la puerta bien abierta para el oportunismo más vergonzoso e incluso para la capitulación ante la reacción. Ellos dicen lo siguiente:

“A menos que la Cuarta Internacional apoye a todos los movimientos de liberación nacional de acuerdo con Tres Tesis, que debe ser el punto principal en su programa para Alemania, no será capaz de ofrecer a las masas nada más allá del programa de los reformistas, ni siquiera algo distinto a lo que representan las autoridades de la ocupación, ya que éstas han expropiado a los capitalistas alemanes (¡sin compensación!) y los ha metido además en la cárcel, sólo hace falta ver las medidas del gobierno militar británico contra los propietarios del carbón en el Ruhr…” (Dos Balances).

Los trabajadores alemanes, podemos estar seguros, no derramarán lagrimas por el destino de los barones del carbón del Ruhr, ni tampoco por el de la burguesía como un conjunto en los territorios ocupados por los rusos. Pero la reivindicación de los trotskistas alemanes en ambos lados de Alemania, debe ser la retirada de las tropas de ocupación y la administración y control de la industria alemana por parte de la clase obrera. ¿O acaso se imaginan que el problema de la economía alemana se puede separar de la cuestión de qué clase la controlará? Si es así están dando la espalda al marxismo. Sólo podremos penetrar en las filas de los socialdemócratas y los estalinistas si damos una alternativa de clase a la capitulación de sus dirigentes ante los Aliados.

La lucha para liberarse de la opresión nacional en Alemania se puede realizar siguiendo las líneas de Schlageter, el precursor reaccionario de los nazis, o se puede llevar a cabo siguiendo el método de Lenin y Trotsky, es decir, en líneas de clase. La pequeña burguesía está con la reacción burguesa o con el proletariado. En Rusia los bolcheviques realizaron una lucha despiadada contra aquellos que querían diluir la independencia de clase del proletariado en el ‘movimiento popular’ contra el zarismo. En Oriente denunciaron como la mayor de las traiciones, la subordinación del movimiento comunista al ‘movimiento popular’ burgués por la liberación nacional.

Sólo el proletariado, luchando por un programa de clase independiente, podría ganar a las masas de la pequeña burguesía para la lucha por la liberación nacional, y ésta sólo podría ser la lucha por el poder, es decir, por la dictadura del proletariado. Hay que plantear las reivindicaciones transicionales: asamblea constituyente, expulsión de las tropas ocupantes, pero éstas no deben ir separadas de la lucha por el poder. Un acontecimiento tras otro revela el modo de pensamiento pequeñoburgués e incluso el contenido reaccionario de las ideas de los compañeros del IKD.

Antes de ayer, como impresionistas, habían descartado la brújula de clase ante el espectáculo de la opresión nacional de Europa por los nazis. Después no supieron que decir con la conquista Aliada de Europa. Hoy, intentan encontrar su último escondrijo en Alemania. Pero Alemania revela de nuevo y de manera implacable que la estructura de clase de la sociedad da como resultado la división política entre las clases y, en absoluto, su unificación, incluso bajo el tacón del conquistador extranjero e incluso en un país altamente industrializado como Alemania cuya industria ha quedado parcialmente destruida.

En su actividad práctica en Alemania, los protagonistas de la posición del IKD miran hacia los estudiantes universitarios y distintas capas de la “juventud nacionalista”, sin referencia a la clase, para dirigir la ‘revolución nacional’ que, supuestamente, uniría a todas las clases en Alemania. Naturalmente, a partir de su concepción de una clase obrera destruida y, debido a ello, la incapacidad del proletariado para dotar de una dirección a la nación, vuelven la espalda a las genuinas fuerzas del renacimiento nacional alemán. Rechazan la idea de la Cuarta Internacional y se concentran en la clase obrera organizada de nuevo bajo la bandera de la socialdemocracia y el estalinismo.

Estos, según estos escépticos, representaban sólo a los “viejos” con la memoria en el pasado. La ‘juventud nacionalista’ era la fuerza que dirigiría la lucha por una “revolución democrático nacional que abarque a todos”. Se acaban de celebrar elecciones en Alemania y ¿qué han revelado? La terca división de Alemania en líneas de clase. La clase media, como en los demás países de Europa Occidental, se ha agrupado alrededor de la bandera reaccionaria de la Democracia Cristiana y, de este modo, se convierte en un contrapeso de la burguesía frente al proletariado.

Pero los trabajadores, a pesar de todo, a pesar de los pesimistas del IKD, se han aferrado tenazmente a sus tradiciones de clase y votaron a los partidos obreros. El maravilloso poder de recuperación de la clase obrera, sus aspiraciones para conseguir la revolución socialista, su instinto de clase, se pueden ver en el hecho de que a pesar de las terribles traiciones, las organizaciones obreras recibieron un porcentaje mayor de votos que antes de la llegada al poder de los nazis. No existía ningún partido revolucionario marxista alternativo, pero las elecciones demostraron precisamente las posibilidades para una genuina corriente marxista basada en un programa internacionalista de clase.

La lucha por la liberación nacional no puede impedir la inevitable diferenciación de la población en líneas de clase. Y no podría ser de otra manera. La opresión nacional no elimina la explotación de clase, sino que simplemente la agrava. La crítica revolucionaria de la política del estalinismo y la socialdemocracia y la lucha de clases realizada en las líneas tradicionales del marxismo-leninismo, ofrecen hoy mayores posibilidades para la Cuarta Internacional en Alemania. Incluso los socialdemócratas van más allá que el IKD.

Para ganar el apoyo del proletariado alemán, los dirigentes socialdemócratas están haciendo discursos pseudocentristas de izquierda. La consecuencia es el apoyo del grueso de la juventud, particularmente de la juventud de la clase obrera que se agrupa instintivamente y mira hacia la revolución socialista como la única salida. La tarea de los trotskistas alemanes será exigir que los dirigentes socialdemócratas emparejen sus palabras con los hechos. Hay, por supuesto, partidos a la derecha de los Demócrata Cristianos, jugando con la ideología del nacionalismo. En cada uno de los casos son neofascistas o representan a alguna variedad de reacción extrema.

No sin motivo Trotsky censuró a los estalinistas por su flirteo con la demagogia nacionalista y con consignas que entraban en competencia con las denuncias demagógicas de los nazis en el Tratado de Versalles. Este método no puede hacer avanzar ni un solo ápice la lucha. Sólo puede hacer el juego a la reacción. La lucha por la liberación nacional debe tener un eje de clase y no se puede separar de la revolución socialista. La pequeña burguesía no puede ser ganada para la revolución socialista con el proletariado adoptando un programa pequeñoburgués ‘democrático nacional’. Eso significaría simplemente que el proletariado se arrastraría tras los faldones de la pequeña burguesía y, de este modo, de la gran burguesía.

La pequeña burguesía sólo puede ser ganada a la lucha contra la opresión nacional bajo la bandera de la lucha contra el capitalismo. De otra manera, una vez más se convertiría en una herramienta de la reacción, en su forma más espantosa. Alemania no pasará por el “rodeo necesario” de la revolución democrática nacional en cualquiera de sus formas o maneras. Nos basamos en las tradiciones de 1918, no en las tradiciones de 1913. ¡No puede haber revolución democrática en Alemania aparte de la conseguida por los Aliados!

En realidad, la restauración de la industria en Alemania, incluso parcialmente, que han iniciado los Aliados, también servirá para que el proletariado alemán recupere su confianza, su carácter ya se ha visto en toda una serie de maravillosas protestas y huelgas dirigidas contra los “nacionalistas” (que han arrojado bombas contra el gobierno militar norteamericano) y las huelgas de protesta contra la liberación de Papen, Schacht y otros nazis. Las manifestaciones se hicieron para demostrar que el proletariado alemán no permitirá nunca más que la reacción alemana tome el poder sin una lucha feroz.

Rápida o prolongada, encabezada por reivindicaciones económicas y transicionales democráticas, por una Alemania unida o por una asamblea constituyente abarcando toda Alemania libre de ocupación Aliada, cualquiera que sean las reivindicaciones que se planteen, estas sólo son parte de la lucha por la revolución proletaria durante la cual se pueden crear sóviets y comités obreros.

Aparte de esto, sólo puede haber una contrarrevolución burguesa en forma fascista o democrática, contrarrevolución democrática que será apoyada por los estalinistas y los socialdemócratas, en unas condiciones de insurrección de masas, como los socialdemócratas lo apoyaron en 1918. Si la vanguardia del proletariado alemán aceptara la postura del IKD, el proletariado alemán caería en una trampa mortal que conllevaría nuevas desgracias y derrotas para la clase obrera.

Cacería de brujas en Alemania Federal

Secuestro Schleyer

Cacería de brujas en Alemania Federal

Traducido de Workers Vanguard No. 178, 21 de octubre de 1977. Esta versión fue impresa en Spartacist en español No. 6, julio de 1978.

Luego de los asesinatos del procurador general de la República Federal Alemana Siegfried Buback y del director del Dresdner Bank, Jürgen Ponto, los círculos gobernantes de Bonn están aprovechándose del secuestro del presidente de la asociación de fabricantes, el ex-oficial de la SS Hanns Martin Schleyer, como otro pretexto para la represión de la izquierda, así como para dictar medidas conducentes a “secar el pantano intelectual de los anarquistas: la universidad”. Con tal objeto, el gobierno ha creado un ambiente de guerra civil ―incluso con sacos de arena, alambradas y tanques de la policía fronteriza “protegiendo” los ministerios y las casas de políticos prominentes― como si se tratara de la defensa a ultranza del Palacio de Invierno o contra el asalto ruso a Berlín en 1945. Simultáneamente se intenta convencer al “Sr. ciudadano medio” de que él mismo podría ser la víctima del próximo ataque o secuestro, “igual que Schleyer”.

Mientras los propagandistas burgueses intentan inundar al país mediante la prensa escrita, la radio y la televisión con oleadas de la basura del moralismo burgués, el estado entra en acción: la mordaza parcial de las noticias sobre el secuestro de Schleyer, una forma de censura velada, no es sino el comienzo. El gobierno está preparado en efecto a declarar nulas y caducas sus propias leyes, cuando se trata de suprimir una posición a la izquierda (como dijo eufemísticamente el canciller federal Helmut Schmidt: “iremos hasta el límite de lo permitido y dictado por las normas legales”). La coalición gobernante Socialdemócrata/Demócrata Libre (SPD/FPD) intenta aumentar su popularidad presentándose como un pelo más “respetable” que las sugerencias más extremas de la oposición democristiana (CDU/CSU), cada día más descarada en sus demandas. Recientemente, la fracción de la CDU en el Bundestag (cámara baja del parlamento) introdujo una propuesta para declarar ilegales a las principales organizaciones maoístas de Alemania Federal.

A Schmidt le gusta claramente su rol de administrador de crisis “antiterrorista” (en vez de su rol de administrador de la crisis económica). Luego del secuestro de Schleyer, el estado ha prohibido todo contacto de los prisioneros pertenecientes a la Fracción Ejército Rojo (RAF ― identificada frecuentemente en la prensa burguesa como la “Banda Baader-Meinhof”) con sus abogados, y en el futuro pretende encarcelar a todo militante de izquierda sospechado de terrorista (“detención preventiva”). Ya está en discusión la detención preventiva de individuos condenados por una sola ofensa criminal y se está excluyendo a todo abogado con convicciones políticas declaradas de la defensa de prisioneros políticos de izquierda. El último éxito de la justicia de clase burguesa es la ley que prohíbe todo contacto de los prisioneros de izquierda entre sí y con el mundo exterior (abogados y parientes) a fin de aislarlos completamente. Como decía el titular del Spiegel: “El estado asume posiciones de batalla.”

La “insistencia de la ciudadanía en la seguridad corporal” (como pontificó el dirigente de la CDU Helmut Kohl ante el Bundestag el 6 de septiembre) se está cumpliendo mediante la expansión masiva de la red gubernamental de espionaje; el mejoramiento del arsenal de la policía y de la “Guardia Federal Fronteriza” (Bundesgrenzschutz), la cual lógicamente debía llamarse “Policía Federal”, ya que de otra forma toda Alemania Federal se ha convertido en una “región fronteriza”; mediante la legalización del tirar a matar; mediante centenares de Berufsverbote (las listas negras excluyen a “radicales” de puestos en la función pública); mediante la limitación drástica de los derechos de los abogados, defensores, y el fortalecimiento de las leyes de control de armas.

La burguesía está organizando su terror con la ayuda de millones de marcos y miles de policías adicionales. Por ahora el gobierno Federal ha rechazado la introducción de la pena de muerte (exigida por los demócratas cristianos). También se prescindió del uso del ejército contra los “terroristas”, pero sólo porque se consideran adecuadas la policía y la guardia fronteriza para la cacería montada contra “criminales violentos”. En todo caso, los sacos de arena y las alambradas, las metralletas y los tanques no son un signo de que Schmidt y Cía. estén temblando ante la posibilidad de un ataque feroz por el puñado de la RAF. El verdadero propósito de tal despliegue de poder de parte del aparato represivo del estado burgués es de intimidar a sus verdaderos adversarios, el proletariado y aquellos que lo puedan conducir en la lucha contra el sistema capitalista.

Hasta ahora han tenido bastante éxito en lograr sus fines. A diferencia de 1966 cuando la izquierda y los sindicatos salieron a la calle para manifestar su oposición a las “leyes de emergencia” (legislación autorizando la suspensión de los derechos constitucionales durante un “estado de emergencia”), hoy día no se encuentra ninguna movilización contra este armamento del “estado fuerte”. Por el contrario, los corpulentos burócratas sindicales colaboran celosamente con las medidas represivas de “su” gobierno, y la izquierda de Alemania Occidental se está replegando en todo el frente. Los oportunistas de la izquierda, desde la DKP (pro-Moscú) y la KPD maoísta (que condena a la RAF por ser “gánsteres”) hasta el seudotrotskista GIM (“No son sólo las ‘masas engañadas’ quienes ya no entienden lo que está pasando ― nosotros tampoco”), se arrastran ante la ira de su burguesía. También ellos han dado su visto bueno a la cacería de la RAF, o en el mejor de los casos se han negado a defender a las víctimas de esta persecución reaccionaria.

Defender a la izquierda contra la represión burguesa

La tendencia espartaquista internacional (TEI) no vacila en su posición principista de defensa de la RAF contra la furia de la represión burguesa. Mientras rechazamos resueltamente el terror individual como lo que es: la estrategia política de desesperación, y lo combatimos como una de muchas manifestaciones de la frustración pequeño burguesa resultante de la crisis internacional de dirección del proletariado, al mismo tiempo, la TEI defiende a toda la izquierda contra los ataques del estado burgués.

El secuestro de Schleyer, así como los asesinatos de Ponto y Buback, no pueden ser aprobados por los revolucionarios marxistas y militantes conscientes en los sindicatos. Dichos actos de terror individual contra representantes de la burguesía no contribuyen al derrocamiento del sistema capitalista. Por el contrario, sirven de pretexto para el inicio de ataques contra la izquierda por parte del estado capitalista, y en lugar de incitar al proletariado a la lucha militante en defensa de sus intereses de clase, la política del terror individual relega a las masas, en el mejor de los casos, al papel de meros espectadores pasivos.

Declaramos claramente que la RAF no representa los intereses históricos del proletariado, y sin embargo no negamos nuestra solidaridad con el odio del imperialismo que profesan y que les induce a golpear a ciegas. En tanto buscan eliminar la opresión social engendrada por el capitalismo, nuestras aspiraciones son similares. Pero las acciones de la RAF no están en el camino al socialismo ― están contrapuestas al camino socialista proletario.

De hecho la RAF tiene más de una característica siniestra. Aun cuando es un producto de descomposición de la Nueva Izquierda, no es simplemente una copia al carbón de los Weathermen norteamericanos, cuyos lazos políticos eran con los cubanos y los norvietnamitas. Los estalinistas cubanos y norvietnamitas, por ejempló, no toleran los secuestros de aviones. Según informes, la RAF está políticamente enlazada con los nacionalistas pequeñoburgueses del PFLP [Frente Popular por la Liberación de Palestina] y el “Ejército Rojo Japonés” cuyos métodos espantosos para resolver diferencias internas (fusilamientos y tortura hasta la muerte de disidentes) son conocidos. Si estuviera en el poder esta corriente, sin duda dejaría una estela de sangre rivalizadora con la de Idi Amin. Y en un estado obrero revolucionario, serían reprimidos por su terrorismo criminal indiscriminado contra trabajadores inocentes.

Dado el carácter nefasto del estado burgués que persigue a la RAF, y el tratamiento horrible de los supuestos miembros de la RAF encarcelados, exigimos su libertad inmediata. Pero bajo condiciones de extrema terrorización e intimidación estatal de la población, gran parte de la izquierda alemana ha caído en la doble trampa de darles la espalda o de solidarizarse políticamente con ellos. Aun cuando no podemos considerar a la RAF como nuestros camaradas, no huimos de nuestra obligación de defenderlos contra el estado capitalista.

Es repugnante ver a casi toda la izquierda abandonar cualquier vestigio de defensa de la RAF en el asunto Schleyer (quien en 1938 escribió: “Soy un antiguo nacionalsocialista y líder de la SS”). Este no es un caso de terror ciego contra personas inocentes, como en el caso de la toma de rehenes por “Septiembre Negro” en las Olimpíadas de Múnich en 1972, o el último atraco de un avión por el “Ejército Rojo Japonés”. El rapto de Schleyer, no importa cuán insensato, políticamente equivocado y contraproducente, no fue un acto de terrorismo indiscriminado contra personas inocentes que merezca la condena por toda la izquierda y que ponga en duda el carácter de clase de la RAF.

No cabe duda que las acciones de la RAF son una expresión de oposición al sistema imperialista de explotación, miseria y represión. Opinar que la “nueva” RAF no tiene nada que ver con la “antigua” (una fórmula con la que juega actualmente el seudotrotskista GIM) a causa del hecho de que últimamente la RAF apenas se expresa políticamente, es una coartada demasiado transparente para ser tomada en serio. En respuesta a la afirmación de que la RAF ya no forma parte de la izquierda, el periódico conservador Neue Zürcher Zeitung (18-19 de septiembre) anota (naturalmente con el objeto de denunciar a la izquierda, pero a pesar de todo correctamente): “¿No son ellos realmente [parte de la izquierda] aun dado su origen?… ¿Cuándo fue, la ruptura?” En realidad no ha habido ninguna ruptura, aunque la RAF perdió a su dirigente político Ulrike Meinhof (quien murió en la cárcel de Stammheim bajo circunstancias sospechosas en agosto de 1976).

La posición leninista hacia dichos actos de desesperación fue elaborada por la Internacional Comunista en 1921 en el caso de Max Hölz, quien fue condenado a cadena perpetua por los tribunales capitalistas debido a su actividad de líder de las bandas guerrilleras proletarias en Alemania Central luego de la derrota de la malhadada “Acción de Marzo”:

“La Internacional Comunista se opone al terror individual y actos de sabotaje que no sirven, en forma directa, para alcanzar objetivos de batalla en una guerra civil. Se opone a la guerra irregular llevada a cabo por bandas guerrilleras independientes de la dirección política del proletariado revolucionario. Pero la Internacional Comunista ve en Max Hölz a un rebelde valiente en lucha contra la sociedad capitalista, donde la moralidad se enseña en las penitenciarías y el orden es impuesto por los desmanes de las bestias del orden. Sus acciones fueron inadecuadas para la obtención de su objetivo: el terror blanco sólo puede ser destruido por la sublevación de las masas, las únicas capaces de realizar el triunfo del proletariado. Pero sus actos nacieron de su amor por el proletariado y su odio a la burguesía.”

No el terrorismo pequeñoburgués sino revolución proletaria

Aunque los métodos de la RAF son similares a los del anarquismo clásico, su ideología es nuevo izquierdismo fosilizado ― un conglomerado de populismo bakuninista y concepciones maoístas basado en la falta de confianza en la capacidad revolucionaria del proletariado. Su política se deriva de la doctrina de Lin Piao de rodear las ciudades (los estados imperialistas) con el campo (el “Tercer Mundo”). La RAF se considera una fuerza auxiliar a uno u otro grupo estalinista/nacionalista en lucha contra el imperialismo en el “Tercer Mundo” ― como “guerrillas urbanas” y un “destacamento partisano tras las líneas enemigas” (de una entrevista con Andreas Baader, Ulrike Meinhof, Gudrun Ensslin y Jean Carl Raspe en Der Spiegel número 4 en 1975).

La política de las guerrillas urbanas, desde los Tupamaros hasta la RAF, es substitucionista hasta la médula. Mientras proclama sus simpatías por los “desgraciados de la tierra” la RAF ve a la clase obrera de los países imperialistas como una aristocracia laboral vendida, irremediablemente atrapada en la “sociedad de consumo”. Consiguientemente sus acciones no son sino gestos moralizadores (incendio de un almacén, ataque a un club de oficiales del ejército norteamericano, secuestros, asesinatos de líderes burgueses prominentes). Por cada Buback, Ponto o Schleyer “ajusticiado”, otro tomará su lugar, sólo subirá el nivel de represión. Los leninistas, por el contrario, comprendemos que el imperialismo sólo será barrido por la clase obrera internacional bajo la dirección del partido revolucionario de vanguardia cuya actividad educa y prepara al proletariado para cumplir con su tarea histórica.

La RAF repite los errores de los populistas del Narodnaya Volya en la Rusia zarista: luchadores heroicos que buscaron derrocar al régimen de terror autocrático mediante actos de contraterror individual. Pero el punto máximo de la actividad de los narodniki ocurrió una generación antes de la aparición de un movimiento obrero organizado en Rusia, cuando las fuerzas capaces de liberar al país estaban todavía en su infancia. La RAF, en cambio, le da la espalda al poderoso movimiento obrero alemán (e internacional) porque son demasiado impacientes para participar en la lucha por educar a la clase. De esta manera rechazan toda la historia del movimiento marxista, y en particular la herencia de la Revolución de Octubre.

La izquierda alemana de rodillas ante la histeria burguesa

Durante los últimos cinco años, la izquierda alemana participó y/o organizó en numerosas ocasiones, manifestaciones de solidaridad con la RAF contra la represión brutal por el aparato estatal. Muchos grupos incluso extendieron su apoyo político a los terroristas de Nueva Izquierda. El año pasado, miles de personas marcharon en una manifestación en Berlín con motivo del entierro de Ulrike Meinhof; allí, “liberales” como el teólogo Helmut Gollwitzer y “socialistas” como el ex-líder de la Nueva Izquierda Rudi Dutschke dieron elogios. Pero ahora que la RAF ha disipado la última gota de su popularidad, ahora que ha desaparecido la “comprensión de sus motivos” por la “opinión pública liberal”, virtualmente toda la izquierda (y aquí chamos, una vez más, al malicioso Neue Zürcher Zeitung) “abandona a los terroristas como a una brasa ardiente, declarando no tener, ni haber tenido, relación alguna con ellos.” Quienes glorifican acciones como las de la RAF, en tanto se lleven a cabo en otra parte ―España, Argentina, Palestina― no pierden tiempo en declarar en voz alta su “respetabilidad” cuando se encuentran súbitamente enfrentados por su propia burguesía.

En 1974 fuimos la única organización de toda la izquierda que marchó junto con el partido pro-Pekín KPD (Kommunistische Partei Deutschlands) ―claro que bajo nuestras propias banderas― hasta la cárcel de Moabit en Berlín (donde estuvieron presos Rosa Luxemburgo y Karl Liebknecht durante la Primera Guerra Mundial) para protestar contra el terror de clase del estado burgués desplegado contra los miembros encarcelados de la RAF. Hoy día el KPD compite con el DKP (pro-Moscú) por el rol del lacayo ideológico más repugnante de la burguesía al interior del movimiento obrero. Comparando el ataque en Köln con las acciones de un Al Capone, el periódico del KPD, Rote Fahne (7 de septiembre), califica al secuestro de Schleyer como “Una guerra de gángsters en las filas de la burguesía”. Con el oído al suelo, el KPD nos informa que “el pueblo” considera el rapto del dirigente industrial como simplemente un “asunto de la burguesía”. La RAF está compuesta por “los mimados y aburridos hijos e hijas de los ricos.”

Si se aplicara tal criterio al mismo KPD, es decir, jugando en base al origen de clase de sus líderes Semler y Horlemann, ello tendría indudablemente consecuencias fatales en la evaluación de la organización. Lo decisivo para el análisis de una organización no es, en primera instancia, su composición social sino su programa y su política. De acuerdo con estos criterios el KPD se muestra totalmente traidor: hace tres años defendía, mínimamente, a los prisioneros de la RAF; hoy día se lava las manos respecto a estas víctimas de la justicia de clase burguesa. Sin embargo, no es la tendencia agrupada alrededor de la RAF la que ha cambiado en estos últimos tres años, sino el KPD. Claro que este cambio no ha sido cualitativo, puesto que aún en ese entonces el KPD ya era una organización de oportunistas estalinistas con un programa menchevique. Pero en términos cuantitativos es impresionante el movimiento hacia la derecha de estos maoístas. Estos loros de la burocracia de Pekín, que compiten con el líder revanchista de la CSU, Franz Josef Strauss como los mejores “defensores de la patria” contra el “imperialismo soviético”, ahora añaden su voz a la cacería reaccionaria “antiterrorista”.

El Sozialistisches Büro (SB), socialdemócratas de izquierda, reaccionó “con horror” al “asesinato a sangre fría” de los policías protectores de Schleyer en una declaración publicada en la segunda página del Frankfurter Rundschau(13 de septiembre). A causa de este “asesinato colectivo” permanente, dice el SB, la “‘Fracción Ejército Rojo’ ha abandonado sus pretensiones socialistas.” “Con sólo unos cuantos tiros”, continúa el SB, “ellos [la RAF] han destruido mucho por lo que hemos luchado laboriosamente durante años.” ¿Les agradecerá la burguesía por estas apologéticas tan efusivas y engrandecedoras del terror estatal capitalista? Quizás el canciller Schmidt y el jefe del SPD Willy Brandt, las encarnaciones modernas de Noske y Ebert, encontrarán, algunos puestos de consejeros burocráticos para estos propagandistas contra el “fascismo rojo”.

Debe reconocerse, sin embargo, que el KPD manifiesta cierta consecuencia en sus difamaciones. Su rival principal maoísta, el KBW (Kommunistische Bund Westdeutschlands) pro-Pekín, no puede decir lo mismo. En 1974, el KBW polemizaba contra el KPD, que caracterizó de “contrarrevolucionario” el asesinato a tiros del juez Drenckman en Berlín. Citas de Lenin podrían mostrar, decía el KBW, que el asesinato de Drenckman fue “una acción totalmente incorrecta, basada en una estrategia y táctica falsas” pero no “contrarrevolucionaria” (Kommunistische Volkszeitung, 5 de diciembre de 1974). Hoy el KBW repite las mismas tonterías que el KPD sobre la supuesta “guerra de gángsters”.

Hace unos meses, el Kommunistische Volkszeitung (5 de mayo de 1977) denunciaba en forma totalmente repugnante “la vida lujosa de los miembros de la RAF” (¿se referían quizás a Holger Meins y a Ulrike Meinhof, quienes murieron en la cárcel?). El KBW pontificaba: “La RAF nunca se dedicó al terrorismo para conseguir una meta determinada. La RAF explotó bombas con el fin de llamar la atención. Era como si una parte de la burguesía quisiera convencer a la otra de que algo debía hacerse” (subrayado nuestro). Pero extrañamente resulta que la clase capitalista se rehúsa a reconocer como uno de los suyos a la RAF, que se especializa en secuestros y asesinatos de representantes destacados de la burguesía. Por alguna “razón inexplicable” el gobierno alemán persiste en su intento de eliminar a esta organización y a sus “simpatizantes”, así como de usar las acciones espectaculares de la RAF como un pretexto para la represión de todo comunista declarado (los así llamados “grupos-K”).

El SB, DKP, KPD Y KBW simplemente declararon a la RAF fuera de la izquierda, con el fin de huir de su obligación de llamar por la defensa del grupo ante la represión criminal por el estado alemán. El grupo maoísta “crítico” Kommunistische Bund (KB), en cambio, anuncia en el primer párrafo de una declaración en la primera plana de su periódico que no participará “en la histeria dentro de la izquierda por distanciarse [de la RAF], siguiendo las órdenes de Strauss, Schmidt y Cía.” Lamenta “la posición tomada por varias personalidades y organizaciones de la izquierda, que buscan insinuarse en las columnas de la prensa progubernamental con sus infames protestas de no estar involucrados” (Arbeiterkampf, 3 de octubre).

Sin embargo, los mal disimulados oportunistas del KB ya comienzan a presentar sus verdaderos rostros. Mientras que considera a la RAF como “camaradas”, no exige la libertad de los miembros encarcelados de la RAF. Tampoco explica por qué dejó de lanzar esta consigna. (Anteriormente había llamado por su libertad, aunque bajo la consigna liberal errónea de “libertad a todos los prisioneros políticos”, la cual habría incluido también a presos derechistas como Rudolf Hess.) La única explicación ofrecida por el KB de ésta omisión cobarde es que “en estos momentos” la izquierda no puede “sugerir nada respecto a la ‘liberación’ de los prisioneros políticos que sea moderadamente creíble con alguna posibilidad de éxito”. Esta excusa descaradamente objetivista (Kautsky y Bauer la hubieran aprobado de todo corazón) es presentada como una “expresión del balance de las fuerzas de clases” en Alemania Federal.

Por otro lado el KB se preocupa por el “aumento del número de ‘ataques armados’ individuales desesperados llevados a cabo por camaradas que, careciendo de confianza en el poder histórico del movimiento obrero, no son capaces de ver otra ‘salida’.” Esto es debido a que “la debilidad relativa de la izquierda alemana empeora la situación, ya que no puede ofrecer una alternativa real a corto plazo a los futuros ‘terroristas’.” Pero tal alternativa, a corto o largo plazo, sólo puede ser proporcionada por una perspectiva política, un programa político; y el KB le teme al programa como el diablo al agua bendita. “En realidad, es una tradición nuestra tratar muy poco de las llamadas ‘cuestiones programáticas’,” declaran con satisfacción. “y en cambio concentrarnos primariamente en cuestionesconcretas, prácticas de la lucha política” (Arbeiterkampf, 5 de septiembre). Así el KB demuestra que no proporcionará nunca esa alternativa, sea para los individuos desesperados o para la clase obrera en su  conjunto.

La llamada por la libertad de las víctimas del terror reaccionario de la burguesía es sólo un elemento en nuestro programa revolucionario, aunque un elemento indispensable. Plantearla sólo cuando tiene posibilidades de éxito es simplemente capitular ante la presión de la “opinión pública”. Particularmente, en el caso de camaradas proletarios en las fábricas, sometidos a tremendas presiones en períodos de histeria política, sólo serán capaces de resistir si su organización muestra la mayor claridad y dureza posibles. Aquellos que no aceptan la estratagema cínica de declarar a la RAF fuera de la izquierda, no pueden simplemente “olvidar” la demanda de su libertad. No importa cuán impopular, ésta debe ser proclamada incesantemente y a toda voz.

La capitulación cobarde del GIM

N o nos sorprendemos al ver a los burócratas aspirantes socialdemócratas ni a los maoístas defensores de la patria solidarizándose con la represión desatada por el estado burgués contra la “amenaza terrorista”. Pero aun cuando para estos reformistas desvergonzados su actitud rastrera ante el asunto Schleyer constituye un nuevo récord, la capitulación más asquerosa viene de parte del Gruppe Internationale Marxisten (GIM, sección alemana del Secretariado Unificado [SU] de Ernest Mandel). Estos oportunistas que hace algún tiempo alababan la “estrategia guerrillera” en América Latina, veneraban al “Che” Guevara y daban su apoyo “sin reservas” a la “ascensión imparable” del primer ministro español Carrero Blanco (como resultado de un ataque con bombas por los nacionalistas vascos), ahora corren a esconderse bajo la cama cuando se usan las mismas tácticas en casa y la burguesía amenaza con la represión.

Comenzando con su titular repugnante ―“¡El terror individual sólo ayuda a la derecha!”― el número del 15 de septiembre de Was Tun (No. 175) está lleno de retórica legalista, calumnias veladas contra las víctimas de la represión reaccionaria y excusas rastreras dirigidas al estado burgués. Y para coronar esta colección nauseabunda de evasiones socialdemocráticas, ¡el GIM presenta su propio programa antiterrorista! “Nuestro ‘programa contra el terror’ es un programa de acciones de masas contra el desempleo y la contaminación atómica, por la defensa conjunta de los derechos democráticos.”

¡Qué tergiversación del marxismo! El GIM no sólo se niega a defender a la RAF contra la cacería iniciada por el estado alemán occidental; no sólo se pliegan estos seudotrotskistas a la histeria “antiterrorista” gubernamental; no sólo rehúsan hacer la distinción elemental de clase entre el terror del estado capitalista y el de la RAF; sino además, estos aterrados oportunistas en plena huida a la derecha, declaran (tal como Schmidt le dice a Strauss) tener un programa mejor para combatir el terrorismo de izquierda. ¡Es una vergüenza! ¿Acaso ha “olvidado” el GIM el principio de la solidaridad de clase contra la represión burguesa? ¿Se ha olvidado del carácter de clase del estado?

Aparentemente sí, pues el notorio No. 175 de Was Tun declara:

“Los secuestradores de Schleyer, que proporcionan una excusa [para la represión estatal contra la izquierda], dan pruebas así de su actitud apolítica: simplemente siguen la lógica ‘militar’ de una guerra privada que carece totalmente de justificación. Sus demandas por la libertad de prisioneros tienen el único objetivo de [aumentar] su propia capacidad de acción. Sus métodos incluyen la muerte de la escolta de Schleyer.”

Luego de esta condena de la RAF que podría haber aparecido en cualquier periódico del SPD y es digna del SB, el GIM concluye:

“En el caso de grupos contemporáneos que siguen una política de terror individual, su pertenencia al movimiento obrero es altamente cuestionable… Actualmente estamos discutiendo al interior de nuestra organización las conclusiones políticas de largo alcance que se deben sacar de la reciente oleada del terrorismo individual.”

Es una denuncia poderosa de los pablistas, quienes cambian de posiciones con cada nueva brisa de la opinión pequeñoburguesa, el hecho de que la gente que durante el apogeo del furor guevarista llamaban a una estrategia de “guerra de guerrillas prolongada” en América Latina, ahora quieran declarar ajeno a la izquierda a todo grupo que emplee métodos terroristas.

De hecho, no hace mucho que la tendencia mayoritaria centrista del SU disculpaba incidentes de terror indiscriminado por grupos nacionalistas cuyas víctimas no eran representantes de la burguesía sino individuos inocentes. La masacre criminal de unos turistas baptistas puertorriqueños en el aeropuerto Lod de Israel, llevado a cabo por el “Ejército Rojo Japonés” en colaboración con el PFLP palestino, se calificó sólo como un error grave en el No. 6 de Was Tun. Y no nos olvidemos de la masacre de Múnich, cuando se asesinaron atletas israelíes como resultado de su secuestro insensato por nacionalistas palestinos del grupo Septiembre Negro; en ese entonces, el buró político de la sección francesa del SU escribió que “la acción de Septiembre Negro debe ser apoyada incondicionalmente” (Rouge, 30 de septiembre de 1972). Pero dejen que unos terroristas caseros ―y no los héroes exóticos “tercermundistas” que son dotados de un aura romántica y animados por los aplausos entusiastas de los guerrilleros de salón― rapten a un prominente industrial y ex-Nazi conocido, y el voluble GIM súbitamente se pregunta si la RAF pertenece a la izquierda.

Pero no termina aquí el descaro de los pablistas. ¡La primera reacción del GIM al atraco de Köln fue el lamentar la muerte de los policías! “No nos alegra el secuestro de Schleyer, no sólo porque resultó en la muerte de cuatro policías que no son, por supuesto, del todo ajenos al problema, pero que al menos no son personalmente culpables…” (Was Tun, 8 de septiembre). ¿No son los policías los pistoleros profesionales, el puño de hierro del estado burgués? Y sin embargo esta infamia no debería de sorprendernos en las bocas de adherentes de una “Internacional” cuya sección española llama al estado franquista a disolver a las bandas fascistas, cuyos partidarios “fraternales” norteamericanos llaman al ejército imperialista estadounidense a proteger a la población negra en Boston, y cuya sección francesa apoya la sindicalización de los policías. Quizás siguiendo la tradición del SWP norteamericano, que le envió un telegrama de condolencia a la viuda Kennedy en 1963, el GIM pronto publicará declaraciones de condolencia para con los deudos de los Buback, Ponto, Schleyer y sus “escoltas”.

¡Abajo la cacería “antiterrorista”!

El GIM trata de reforzar su capitulación con una cita de Trotsky, publicada en 1911 en Kampf, el periódico de la socialdemocracia austriaca. El No. 175 de Was Tun reproduce un pasaje en el cual Trotsky muestra como los terroristas con sus “acciones heroicas” echan las masas al lado, empujándolas hacia la pasividad política. Pero estos renegados cobardes del trotskismo se cuidan de [no] reproducir el final del artículo, ya que éste refleja un fuego revolucionario demasiado ardiente para las páginas de su hoja economicista.

“No importa lo que digan los eunucos y fariseos del moralismo, el deseo de venganza tiene sus derechos legítimos y da testimonio del altísimo honor moral de la clase obrera que es incapaz de observar simplemente con aburrida indiferencia, lo que pasa en éste el mejor de todos los mundos. La tarea de la socialdemocracia no es el extinguir la sed del proletariado por la venganza, sino, por el contrario, soplar constantemente sus llamas, alimentarlas, a fin de profundizarla y dirigirla contra las verdaderas causas de toda injusticia y depravación humana.

“Si rechazamos, no obstante, los actos terroristas, no es debido a que no reconozcamos el derecho a la venganza, sino porque tal venganza individual es insuficiente. La cuenta por arreglar con el orden capitalista mundial es demasiado grande como para presentársela a un vulgar funcionario gubernamental con el título de ministro. El entender todos los crímenes contra la humanidad y todas las desgracias a la dignidad humana como productos del sistema social, a fin de unir todas nuestras fuerzas en la lucha colectiva contra el sistema ― ése es el camino por el cual el deseo más ardiente de venganza podrá encontrar su satisfacción moral más noble.”

A diferencia del SU, la tendencia espartaquista internacional siempre se ha opuesto políticamente al guerrillerismo (ya sea rural o urbano) y al terrorismo como estrategias sin salida, de aventurerismo pequeñoburgués, sustitucionismo y desesperación, que no pueden llevar nunca al estado obrero revolucionario, basado en una democracia soviética, que es nuestra meta. Más aún, hemos distinguido constantemente entre la política falsa y peligrosa del terror individual y la práctica criminal del terrorismo indiscriminado. Cuando la sección francesa del SU calificaba la acción de Septiembre Negro en Múnich “un acto de violencia legítima de un pueblo al cual la reacción internacional y la traición de las burguesías árabes han dejado sin otra alternativa”, la tendencia espartaquista escribía:

“El furor terrorista pequeñoburgués indefendible manifiesto en Múnich, se origina en la evidente consolidación israelí de las victorias arrancadas del cuerpo vivo de los pueblos árabes…. el clamor burgués apenas toca el tema de las represalias mucho más sangrientas desatadas por el estado israelí…. Pero mientras se puede comprender cómo la miseria del pueblo palestino lleva a grupos como el PFLP y Septiembre Negro a actos rabiosos y desesperados, no obstante, no se pueden defender en absoluto los actos de terror masivo indiscriminado como en Múnich y Lydda.”

Workers Vanguard No. 13, noviembre de 1972

En el mismo artículo, mientras condenábamos al ataque criminal en Múnich, hicimos clara nuestra defensa consecuente de toda la izquierda contra el terror del estado capitalista: “El terror individual dirigido contra el enemigo de clase, no importa su sustitucionismo y contra productividad inevitables, es todavía un acto de odio de clase contra la opresión, y sus autores deben ser defendidos contra la represión burguesa.” A distinción de los inconstantes guerrilleristas de salón del SU, que ahora buscan cobardemente excusas para evitar la defensa de los prisioneros de la RAF, la tendencia espartaquista internacional no pide disculpas por su historia consecuente de defensa del movimiento obrero.

¡Libertad a los miembros encarcelados de la RAF!

¡Libertad a los militantes de izquierda en prisión!

¡Abajo la cacería “antiterrorista”! ¡Por la unidad de acción proletaria contra la amenazada proscripción de las “organizaciones comunistas”!

¡Abajo las leyes de emergencia! ¡Abajo la ley de “prohibición” de contacto! ¡Por la disolución de laBundesgrenzschutz y los comandos móviles de intervención!

¡Aplastar el Berufsverbote ― No a las listas negras en los sindicatos!

¡Por la justicia clasista proletaria de un gobierno obrero!

Arquivo Histórico: Vern-Ryan e a Revolução Boliviana (3)

Tendência Vern-Ryan

A Revolução Boliviana e a Luta contra o revisionismo

[Publicamos a seguir o terceiro de três documentos escritos entre 1952 e 1954 por Sam Ryan e apoiados por Denis Vern, militantes da filial de Los Angeles do SWP norte-americano. A “fração Vern-Ryan”, como ficaram conhecidos, foi a única voz a criticar, à época, a postura do Partido Obrero Revolucionario boliviano (POR) ante a Revolução Boliviana deflagrada a partir de abril de 1952, bem como a conivência com a mesma por parte dos órgãos dirigentes da Quarta Internacional – já então sob direção pablista. Tais documentos são de grande importante histórica na luta contra o revisionismo, ainda que possuam falhas e insuficiências. Sua tradução para o português foi realizada pelo Reagrupamento Revolucionário a partir da versão em inglês disponível na publicação da Liga pelo Partido Revolucionário (LRP/EUA), “Bolivia: The Revolution the ‘Fourth International’ Betrayed” (1987).]

Sam Ryan, de Los Angeles.

Outubro de 1954.

“Para Pablo, a missão histórica da Quarta Internacional perdeu todo o seu significado. O ‘processo revolucionário objetivo’ sob as rédeas do Kremlin, aliado com as massas, está cumprindo seu papel suficientemente bem. É por isso que ele está inclinado impiedosamente a liquidar as forças trotskistas, sob o pretexto de integrá-las ao ‘movimento de massas como ele existe’.

“A salvação da Quarta Internacional exige imperativamente a expulsão dessa liderança liquidacionista. Uma discussão democrática deve ser aberta dentro do movimento trotskista mundial sobre todos os problemas que ficaram em aberto, embaçados, ou falsificados pela liderança pablista durante três anos. Dentro dessa perspectiva, será indispensável para a saúde da Internacional que a maior autocrítica possível seja realizada sobre todas as fases e causas do desenvolvimento da gangrena pablista.

“… estas ideias e esta tática liquidacionista foram depois estendidas aos partidos reformistas e a todas as organizações sob uma liderança pequeno-burguesa (o MNR boliviano, o movimento peronista na Argentina, o movimento liderado por Ibánez no Chile, etc.)”. (Boletim do Comitê Internacional, No. 1)

Este artigo tem a intenção de ser uma contribuição para a discussão sobre o “desenvolvimento da gangrena pablista”. Ao mesmo tempo, ele também pretende se uma contribuição para a luta contra o pablismo. Em minha opinião, tal discussão, já muito atrasada, é uma parte indispensável da luta e não deve ser mais adiada; isso porque uma das maiores vitórias do pablismo é precisamente o fato de que problemas teóricos e práticos da maior importância “ficaram em aberto, embaçados, ou falsificados”. A “maior autocrítica possível”, que realmente é necessária, irá mostrar que a maior ajuda para que Pablo traísse o marxismo veio do silêncio e da resignação dos “trotskistas ortodoxos”. Um dos crimes do revisionismo durante os últimos dois anos foi a traição da revolução boliviana.

Que a revolução boliviana de fato foi traída deveria estar claro para todos. Em novembro último, o partido trotskista boliviano, o POR, publicava um jornal semanal, Lucha Obrera. Para um partido operário num país pequeno e atrasado, com uma alta taxa de analfabetismo, isso é uma conquista tremenda, uma indicação de poderoso apoio de massas. Em dezembro, Lucha Obrera foi suspenso pelo governo, quase sem nenhuma resistência. Não houve nenhuma luta desde então que fosse importante o suficiente para ser noticiada nos jornais daqui. Esse fato é, por si só, uma notícia muito significativa.

Marxismo é uma ciência. Isso significa que suas generalizações não são imperativos divinos, mas a destilação dos eventos passados. E a característica distinta de toda ciência não é simplesmente fornecer generalizações verdadeiras (ou mais corretamente, aproximações da verdade), mas que ela fornece generalizações que podem ser testadas na realidade material. Falhar ao examinar qualquer evento importante em sua relação com a teoria marxista é transformar o marxismo num dogma, em verdades que são dadas de forma definitiva. E uma vez transformado em um dogma, o marxismo se torna inútil e desnecessário para a solução dos problemas práticos.

Quais eventos, acima de todos, exigem investigação pelos marxistas? Se o marxismo for compreendido não como um exercício contemplativo, mas como um guia para a ação, a resposta vem à mente de maneira imediata. Uma revolução é um teste supremo de teoria. Uma revolução joga fora todas as enganações, expõe de forma clara o caráter de classe de todos os partidos, de todos os programas. Nenhum tipo de revisionismo consegue se passar pelo marxismo no tempo de uma revolução; nenhum marxista pode ignorar uma revolução. É mais do que lógico esperar que uma atenção muito próxima fosse dada à revolução boliviana, por mais de uma razão. Não apenas é um teste de teoria e prática, especialmente em vista do fato de que um partido trotskista está desempenhando um papel importante; ela acontece sob as próprias muralhas do bastião da reação mundial.

Mas a revolução boliviana já passou há mais de dois anos agora, e não houve discussão sobre esse importante evento. Apenas dois artigos de discussão surgiram, ambos escritos pelo presente autor. E, apesar de os dois artigos serem agudamente críticos, eles não receberam nenhuma resposta. Até mesmo as novidades da Bolívia têm sido muito escassas. Pablo, que reivindica uma Internacional centralizada, nem mesmo conseguiu estabelecer uma comunicação decente por correio!

Que resposta esmagadora Pablo teria para as acusações de revisionismo? “Podem revisionistas sustentar uma política revolucionária no curso de uma revolução?” Mas Pablo escolheu não responder a isso, e isso é um traço claro do seu revisionismo. Os revisionistas preferem agir e não explicar; quanto mais eles puderem manter o silêncio, mais eles podem enganar os revolucionários. E Pablo foi deixado em paz para realizar o seu trabalho de traição.

Que o pablismo é a inspiração para a linha do POR é fácil de provar. A caracterização feita pelo POR do MNR e do governo do MNR como “pequeno-burgueses”, seu prognóstico da possibilidade de reformar o governo, sua teimosa recusa em fazer qualquer crítica à linha traidora e contrarrevolucionária dos líderes sindicais, e seu completo silêncio quanto ao stalinismo – essas coisas não vêm do arsenal do marxismo, mas do revisionismo.

Uma revolução por nomeação

Em sua décima conferência nacional, ocorrida em junho de 1953, o POR adotou uma resolução política que, apesar de cheia de expressões trotskistas, contém alguns poucos parágrafos que são o suficiente para tornar o documento inteiro um exercício de revisionismo. Essa resolução (Etapa Actual de la Revolución y Tareas del POR) foi impressa na publicação mexicana “Que Hacer?” mas não foi traduzida para o inglês.

“O governo pequeno-burguês”, diz a resolução (VII, 7), “… adquire um caráter transitório e bonapartista … Submetendo-se à poderosa pressão do proletariado assim como à do imperialismo, ele vacila constantemente entre os dois extremos. Dessa situação fluem as duas possibilidades abertas para o desenvolvimento do presente governo. Se as massas, com um novo impulso, decidem pela derrota política da ala direita pela esquerda, se abre a possibilidade de que o governo se transforme na etapa prévia do governo operário e camponês. Esse processo seria acompanhado por uma série inteira de medidas de caráter revolucionário, assim como a expansão das nacionalizações, a revolução agrária, etc. Se a ala direita, com a ajuda do imperialismo, barrar o espaço governamental dos seus adversários, ela irá consolidar um governo pequeno-burguês a serviço da ‘Rosca’ e do capital financeiro.”

Dois parágrafos depois, nós lemos:

“A ala direita está definitivamente comprometida com a reação latifundiária e imperialista e, portanto, nós não podemos simplesmente descartar a possibilidade de um futuro racha com a ala esquerda. Uma predominância completa dessa última iria alterar profundamente o caráter do MNR e lhe permitir mover para mais perto do POR. Apenas sob tais condições nós poderíamos falar de um possível governo de coalizão do POR e do MNR, que seria uma forma de realização da fórmula de ‘governo operário e camponês’, que por sua vez constituiria a etapa de transição em direção à ditadura do proletariado.”

Um regime bonapartista só pode aparentar estar entre as classes para as pessoas que se esqueceram da natureza de classe do Estado. Todos os governos sempre foram, para os marxistas, os instrumentos das classes dominantes, impossíveis de serem reformados, em sua natureza de classe, por nenhuma quantidade de pressão. Bonapartismo é simplesmente uma forma que um regime burguês ou proletário assume sob determinadas condições. O POR não foi o primeiro a se esquecer de que não pode haver um regime intermediário nem a reforma de um regime. Foi o Terceiro Congresso Mundial, com seu “status intermediário” dos países do Leste Europeu, e o CEI [Comitê Executivo Internacional] com sua caracterização do regime de Mao na China como Estado nem burguês nem operário, mas intermediário, um “governo operário e camponês”.

Um regime bonapartista é um regime ditatorial, regulado por um árbitro. Os marxistas nunca favoreceram essa forma de governo; eles sempre promovem a intervenção das massas na política. Assim, os bolcheviques exigiram uma assembleia constituinte eleita por sufrágio universal para substituir o domínio bonapartista de Kerensky. A demanda de eleições democráticas é uma das pedras de toque do programa trotskista para a revolução nos países atrasados. Essa palavra de ordem certamente não é “golpista”; ela pode ser levantada – é mais apropriado – por um partido revolucionário que ainda não está em posição de tomar o poder. E levantar essa demanda certamente não é incompatível com defender o governo no caso de investidas contrarrevolucionárias.

No entanto, em nenhum lugar de toda a resolução do POR é levantada a demanda por eleições! E isso apesar do fato de que o presente governo foi eleito há cinco anos, e que um golpe militar e uma revolução aconteceram desde então. Não é feita menção nem mesmo à existência de uma legislatura eleita ou do desejo de eleger uma. Não é feita menção à questão de eleições populares. O POR está obviamente satisfeito com o atual governo bonapartista, está convencido da sua capacidade de se transformar, passo a passo, em um governo de trabalhadores.

Diante da recusa do POR em exigir eleições gerais, qual é o significado da palavra de ordem que ele levanta: “Controle completo do Estado pela ala esquerda do MNR”? Como ele espera que isso ocorra? Aparentemente por nomeação do Bonaparte Paz Estenssoro. Isso não é uma mera dedução. Isso é o que o POR realmente propôs. Em agosto de 1953 surgiu um gabinete de crise, uma divisão entre as alas esquerda e direita do governo sobre a questão da divisão das terras. Em uma situação como essa, com o movimento camponês se levantando, é óbvio o que o um partido trotskista deveria propor: destituição do governo, incluindo o presidente; eleições nacionais para presidente e para o congresso; a ala esquerda do MNR deveria lançar candidatos independentes, incluindo um candidato a presidente; o POR poderia dar apoio crítico à campanha da ala esquerda e levantar a palavra de ordem: que a Ala Esquerda tome o poder.

O POR não exigiu eleições gerais; ele não exigiu que as massas tivessem o direito de se despojar por si próprias do governo. Ele propôs que a ala esquerda “recebesse o poder” por nomeação do presidente Paz Estenssoro.

No número 43 (23 de agosto de 1953) de Lucha Obrera, nós podemos ler o seguinte apelo tocante direcionado ao Bonaparte do governo bonapartista:

“Para os revolucionários, a condução do presidente parece ambígua e nós acreditamos que ela indica a intenção de manter algumas posições de direita enfraquecidas pela crescente pressão das massas. É certo que um chefe de Estado tem responsabilidades, mas ele as tem perante o povo. Na realidade, são os trabalhadores que sozinhos tem o direito de julgar os atos do governo, especialmente levando em conta que foi a classe trabalhadora que, com seus sacrifícios, colocou-o no poder. Se essas massas, que são o único apoio do presidente, seguindo seu instinto de classe, desconfiando da ala direita, apelam e exigem que homens saídos de suas fileiras sejam postos no gabinete para substituir elementos ligados à reação, não existe base para negar a elas esse direito. E se Paz Estenssoro respeitar suas responsabilidades perante a história, ele estará motivado primariamente por um desejo de respeitar a vontade do povo e realizar as aspirações dos trabalhadores, organizando um gabinete composto exclusivamente de homens da esquerda do seu partido.”

Esse gabinete “operário” faria alguma diferença para o caráter do governo? Nem um pouco. Não faria mais diferença do que os gabinetes “operários” do governo legalista espanhol ou que o gabinete “operário” de Kerensky. Significaria tanto quanto um gabinete nomeado por Eisenhower ou Truman composto não por “nove milionários e um encanador”, mas de “dez encanadores”. Um “gabinete operário” nomeado por Paz Estenssoro seria responsável não a um corpo legislativo eleito por sufrágio universal, como na Inglaterra ou na França, mas a um comandante supremo responsável perante ninguém a não ser sua classe. Tal gabinete não seria o resultado de um rompimento dos líderes operários com o governo. Ao contrário, os tornaria os representantes oficiais dessa classe.

O que é um partido pequeno-burguês?

Agora é possível ver o que o POR quer dizer quando caracteriza o MNR como um partido “pequeno-burguês” e o governo do MNR como um governo pequeno-burguês. Todas as publicações do POR são muito consistentes nisso; o MNR e o seu governo nunca são chamados de nada além de pequeno-burgueses. Longe de ser meramente uma questão terminológica (um defensor da linha do POR me disse – verbalmente, é claro – que pequeno-burguês queria dizer burguês), essa é uma formulação que leva à rejeição do trotskismo em teoria e à traição da revolução na prática.

Se a política é a economia concentrada, então os partidos políticos são a expressão de interesses econômicos. Mas o fator dominante na sociedade atual é a luta de classes entre o proletariado e a burguesia. Os partidos políticos, portanto, são, e não podem deixar de ser, expressões de e instrumentos na luta de classes. Eles servem aos interesses ou da burguesia ou do proletariado. É isso que dá a eles seu caráter de classe. Não é a sua composição social, nem a composição da sua liderança, mas a qual das duas classes principais eles servem. Isso é verdade tanto nos países atrasados quanto nos avançados.

Existem partidos que os marxistas chamam de pequeno-burgueses – os partidos socialdemocratas e trabalhistas. Nós usamos esse termo por convenção, não porque esses partidos sirvam aos interesses da pequeno-burguesia – a pequeno-burguesia não tem interesses de classe independentes – mas porque esses partidos estão, em certo sentido, entre as classes. Eles falam do socialismo e da classe trabalhadora, mas agem pelo capitalismo e pela burguesia. Os partidos pequeno-burgueses são largamente ou predominantemente proletários em composição e burgueses pelo seu caráter político. Para provar isto basta se perguntar se a natureza de classe de algum governo já foi modificada pela ascensão ao gabinete de algum partido pequeno-burguês. A vitória do Partido Trabalhista britânico, por exemplo, não mudou o caráter de classe do governo de burguês para pequeno-burguês.

O MNR não é um partido pequeno-burguês nesse sentido. Ele não é um partido operário, ele não reivindica representar a classe trabalhadora ou advoga o socialismo. O seu programa é típico de um partido nacionalista burguês em um país atrasado. Ele reivindica falar em nome de todo o povo; ele é pela paz e prosperidade. A concepção do POR é de que como o capital nativo é muito fraco e muito reacionário (aliado com o imperialismo), e porque o MNR diz tentar cumprir a revolução nacional burguesa, mas não é um partido da classe trabalhadora, então ele representa a pequeno-burguesia e é um partido pequeno-burguês.

Para encontrar um precedente para tal concepção de um partido pequeno-burguês – um partido que representa a pequeno-burguesia e luta contra a burguesia pela revolução burguesa – nós teríamos que retornar aos escritos bolcheviques antes de outubro. Essa é a concepção defendida por Lenin em 1903 como prognóstico para a revolução russa. A ditadura democrática do proletariado e do campesinato seria, de acordo com Lenin, dirigida por um partido camponês e apoiada, talvez na forma de um governo de coalizão, pelo partido proletário.

Para fazer justiça a Lenin deve-se acrescentar que ele não concebeu tal governo como um governo “pequeno-burguês” intermediário, mas como um que iria permanecer nos limites do capitalismo, removendo os vestígios do feudalismo, cimentar o capitalismo e dessa forma fortalecer a classe burguesa. Isso seria um governo de transição, não de transição para o socialismo, mas de transição do feudalismo para uma república democrático-burguesa. As Teses de Abril de Lenin e depois a revolução de outubro marcam a rejeição definitiva de um partido pequeno-burguês, um partido que não é nem proletário nem burguês. Daí em diante, todos os marxistas aceitaram a teoria da revolução permanente, defendida por Trotsky em 1903. De acordo com essa teoria, o governo que realiza a revolução democrático-burguesa não pode permanecer nos limites do capitalismo; ele deve começar a transformação socialista. Mas esse governo não pode ser um “governo camponês” nem de um partido “pequeno-burguês”; deve ser um governo animado pelo partido do proletariado.

Stalin traiu a segunda revolução chinesa usando como pretexto para sua política menchevique uma vulgarização da concepção de Lenin de ditadura democrática. Não é à toa que Mike Martell, um líder dos pablistas norte-americanos, defende a linha do POR (verbalmente, é claro) ao dizer que a teoria de Lenin de ditadura democrática não foi completamente refutada. Também não é à toa que Murray Weiss, ao defender a linha pablista sobre um caráter intermediário do governo de Mao (verbalmente, é claro) se apropriou do que ele afirmou que era a crença de Lenin, em 1903, sobre a possibilidade de um governo transitório, pequeno-burguês. O POR, enquanto diz apoiar a teoria da Revolução Permanente, acredita que um partido “pequeno-burguês” pode ser reformado e seu governo se transformar em um governo de trabalhadores e camponeses, uma “etapa de transição em direção à ditadura do proletariado”.

“A linha em ziguezague entre o imperialismo e proletariado, que caracteriza a condução do governo”, diz o POR em sua resolução, “não permite que ele planeje suas ações e faz com que ele caia em um empirismo disforme, fadado a dar respostas isoladas e improvisadas aos problemas que se apresentam. Assim, o observador percebe que a política do governo é caracterizada por uma falta de consistência e o raciocínio dos líderes por uma total ausência de coerência e doutrina unitária”.

Isso, é claro, é uma característica de todo pensamento burguês e pequeno-burguês. Seria, portanto, a característica principal das atividades de um “governo pequeno-burguês”? Não. As atividades dos políticos pequeno-burgueses, por mais inconsistentes que pareçam ser para si mesmos e para terceiros, tem uma consistência que os marxistas podem desvendar. Elas são governadas por leis tão completamente quanto são as ações dos corpos físicos ou dos elementos químicos, que não tem pensamentos quaisquer. Os marxistas podem ver a consistência em ações aparentemente inconsistentes dos políticos pequeno-burgueses. Os marxistas podem ver que, não importa como eles se enxerguem, na verdade servem aos interesses da burguesia.

A verdadeira questão do poder

A concepção de que o MNR e seu governo são pequeno-burgueses é uma traição à revolução boliviana. Ela implica que o MNR e seu governo não são fundamentalmente inimigos da classe trabalhadora, que eles podem ser reformados. Não alertar a classe trabalhadora de que esse governo vai esmaga-la se ele puder é deixar os trabalhadores politicamente desarmados e indefesos, esperando sentados para quando o inimigo estiver pronto para atacar.

Como nós podemos saber o caráter do MNR? Antes de tudo, nós podemos estudar o seu passado, especialmente quando ele teve o poder de Estado. O MNR de Paz Estenssoro é o MNR de Villaroel. Estenssoro foi o vice-presidente de Villaroel. Villaroel suprimiu a classe trabalhadora e executou estudantes em protesto. Ele foi enforcado em um poste em um levante parcialmente liderado pelos stalinistas. O MNR estava tão exposto como inimigo da classe trabalhadora que nas eleições de junho de 1949, Lechín, cabeça da Federação dos Mineiros, recusou a indicação para vice-presidente e, ao invés disso, fez um bloco eleitoral com o POR. Essa eleição mostrou que o MNR, apesar de ganhar uma maioria de votos, já estava desacreditado com a vanguarda do proletariado. Os trotskistas e a Federação dos Mineiros elegeram quatro deputados cada um. Então veio uma ditadura militar de três anos, que naturalmente fortaleceu as ilusões democráticas entre as massas.

Entretanto, durante a revolução de abril de 1952 aconteceu um incidente que indicou que o MNR não tem a confiança da classe trabalhadora. O MNR apelou aos trabalhadores por apoio no levante. Os trabalhadores têxteis exigiram como condição para seu apoio que dois líderes sindicais fossem aceitos no novo governo. A demanda foi aceita e os trabalhadores apoiaram o levante. Guillermo Lora, que deu esses detalhes em uma entrevista que foi impressa no jornal em maio de 1952, não disse se o POR apoiou ou não essa demanda; mas o fato de que o POR nunca criticou a presença de líderes sindicais no gabinete indica que sim.

No decorrer do levante, o exército e a polícia foram desarmados. Os trabalhadores, liderados por Lechín e pelo POR, possuíam dez mil rifles e metralhadoras, todas as armas do país. O que o governo fez? Ele procedeu para reorganizar o exército e a polícia e para rearmá-los com armas novas e mais modernas. Então ele começou a cuidadosamente tomar medidas para desarmar o proletariado. E isso é a medida do seu caráter burguês.

O Estado é a força armada a serviço de uma classe dominante. Permitir ao governo reconstruir o corpo especial de homens armados é colocar o destino da revolução nas mãos da burguesia, o seu inimigo mortal. Apenas mantendo seu destino em suas próprias mãos, impedindo a reconstrução do corpo especial de homens armados, mantendo o Estado como o povo em armas, pode a classe trabalhadora proteger a si e à sua revolução. O POR deveria ter alertado que aqueles que reconstruíram a força policial e o exército estão preparando uma guerra civil contra os trabalhadores e camponeses.

Isso não é o mesmo que propor a derrubada do governo do MNR. Mas é uma exposição do seu caráter burguês: se o MNR fosse realmente aliado dos trabalhadores e camponeses, se ele fosse levar adiante a revolução, ele não teria necessidade de corpos especiais de homens armados, ele poderia se basear no povo em armas. A sua “traição” (não uma traição de verdade, já que ele apenas agiu de acordo com o seu verdadeiro caráter de classe) data do momento em que ele começou a restabelecer o exército e a polícia – ou seja, do momento em que assumiu o poder. A traição de Lechín e dos dirigentes sindicais data da sua falha em se opor à reconstrução do Estado burguês.

O POR não expôs a natureza burguesa do governo; ele não criticou a traição dos dirigentes sindicais. Ele passou completamente por cima da questão da reconstrução das forças armadas do inimigo de classe. Na resolução política da Décima Conferência Nacional citada acima não há sequer uma palavra sobre essa questão, nenhum alerta contra a reconstrução do exército contrarrevolucionário e da força de polícia; literalmente nem uma palavra sobre a questão militar como uma verdadeira questão de poder. O POR obviamente acredita que questões de poder são decididas não pela força, mas por substituições e manobras nos altos círculos governamentais.

O programa de transição trotskista foi totalmente ignorado. E esse programa foi elaborado precisamente para uma situação revolucionária como a que existe na Bolívia. Seguindo esse programa, o POR poderia ter exigido que a defesa do país e da ordem interna fosse confiada não a corpos especiais de homens armados, mas às milícias operárias, que elas fossem armadas com as mais modernas armas, incluindo as pesadas, e treinadas sob controle das organizações de trabalhadores e camponeses; e que os oficiais fossem escolhidos pelos trabalhadores e camponeses. Não há nem sombra dessas demandas na resolução política nem em nenhuma das edições de Lucha Obrera em 1953.

Lucha Obrera não pode, entretanto, ignorar completamente a questão militar; e o que diz é um tremendo suplemento à sua recusa em reconhecer o programa de transição. Por volta de agosto de 1953, o governo foi tão longe a ponto de estabelecer uma academia militar para treinar uma casta de oficiais para seu exército contrarrevolucionário. O número 43 de Lucha Obrera (o mesmo número que tinha o apelo ao presidente) protestou em um artigo intitulado “Academia Militar, Perigo para a Revolução”.

“A ala direita reacionária”, diz o artigo, “deseja desesperadamente criar uma força armada na qual possa se apoiar contra o avanço dos sindicatos. Essa é a missão que recebeu a academia militar reaberta, que vai ser um bastião da contrarrevolução para os militaristas pequeno-burgueses. A única força que pode destruir a conspiração contrarrevolucionária são as massas armadas.”

“Sem dúvida”, continua o artigo, “a Revolução vai atingir a construção de um exército regular, mas isso vai ocorrer quando os trabalhadores e camponeses organizarem seu próprio governo, sem qualquer subterfúgio que permita uma infiltração contrarrevolucionária. O sentimento de classe dos trabalhadores não deveria permitir a organização de qualquer força militar enquanto todo poder não estiver em suas mãos. Apenas um Governo de Operários e Camponeses pode organizar uma verdadeira força militar verdadeiramente proletária e revolucionária. No meio tempo, é um dever revolucionário inescapável fortalecer as milícias sindicais em cada fábrica, cada mina, e prepara-las para quaisquer repressões que utilizarem como seu instrumento a academia militar.”

Aqui está uma renúncia aberta ao programa de transição, da política militar proletária. Essa é uma política completamente irrealista e impraticável, uma política que simplesmente não pode ser realizada pelo partido, e que é incapaz de convencer alguém. Nós não devemos permitir ao governo organizar nenhum exército enquanto o poder não estiver em nossas mãos? Quem e o que, então, vão defender o país no caso de o imperialismo ianque ser bem sucedido em provocar um ataque militar por parte de um dos seus satélites? Um exército de prontidão é absolutamente necessário. As milícias sindicais não são suficientes. Ninguém pode ser convencido, muito menos os militantes revolucionários, de que não pode haver exército “no meio tempo”. É por isso que o governo é capaz de ganhar tão facilmente uma vitória política e construir seu exército (um exército contrarrevolucionário) sem oposição. Porque a alternativa concreta a um exército contrarrevolucionário não pode ser, como reivindica o POR, exército nenhum, mas sim um exército revolucionário.

E não há razão no mundo pela qual essa alternativa deva esperar até que “todo o poder esteja em nossas mãos”. Se for possível mobilizar pressão de massa suficiente para forçar o governo a construir tal exército revolucionário (ao armar e treinar os trabalhadores sob controle sindical) então o poder estará em nossas mãos. Se, como é infinitamente mais provável, o governo resista a qualquer pressão, o seu caráter contrarrevolucionário estará exposto e toda a necessidade de derrubá-lo se tornará mais clara. É para isso que serve o programa de transição.

O POR, ao invés de propor a alternativa realista do programa de transição, vai esperar até que “todo o poder esteja em nossas mãos” por nomeação do mesmo presidente responsável pela reconstrução do exército contrarrevolucionário. Essa é a política de observar de forma tranquila enquanto o machado está sendo afiado e então esperar pelo seu golpe.

Inocentes pegos desprevenidos

Quem, então, é responsável pela traição da revolução? Quem é responsável pelo fato de que os trabalhadores e camponeses tenham caído na apatia? O MNR simplesmente cumpre a sua tarefa assumida – salvar o capitalismo na Bolívia. Os líderes sindicais colaboraram completamente para salvar o capitalismo. Eles entraram no governo no começo e permaneceram lá desde então. Eles deram um consentimento silencioso para a reconstrução das forças armadas contrarrevolucionárias e para a supressão do POR. Eles permitiram que a milícia operária caísse em decadência, como foi demonstrado pela insurreição fascista de 9 de novembro de 1953. A Falange, um grupo comparativamente menor liderado pelos oficiais do exército de Paz Estenssoro, foi capaz de tomar Cochabamba, a segunda maior cidade da Bolívia e centro do movimento camponês. E mantê-la por seis horas antes que as milícias pudessem mobilizar força suficiente para expulsá-lo. O POR jamais criticou os dirigentes sindicais por entrar o permanecer no gabinete governamental. Ele jamais os criticou por seu silêncio sobre a reconstrução da contrarrevolução. Ele nem mesmo os criticou por seu silêncio diante da supressão do Lucha Obrera.

Guillermo Lora, escrevendo para a edição de março de “Que Fazer?”, reclama que o MNR está traindo as aspirações das massas. A traição, de acordo com Lora, consiste no fato de que o governo está contendo a revolução agrária, está revertendo as nacionalizações, jogou o fardo da crise econômica nas costas dos trabalhadores e camponeses, burocratizou a COB, a central sindical. É digno de nota que Lora nem mesmo mencione a supressão de Lucha Obrera! Isso, aparentemente, é tão pouco importante para ele quanto a supressão dos trotskistas chineses realizada por Pablo e Germain [Mandel].

Lora é consistente em acusar o MNR de traição, já que ele esperava mais dele. Mas quem e o que tornou essa traição possível? Sem o apoio dos dirigentes sindicais, Paz Estenssoro não poderia ter sido bem sucedido em seu papel contrarrevolucionário. Lora não faz menção de que os líderes sindicais permanecem até hoje no gabinete.

Lora, é claro, afirma ser superior em perspicácia do que um trabalhador na média:

“Para o grosso dos militantes [do MNR]”, escreve ele, “e para muitas outras pessoas, o ano de 1954 vai ser o ano da traição. Nós falamos da traição das aspirações das massas por parte da liderança pequeno-burguesa. Para nós será o ano da verificação de nossas conclusões teóricas sobre a capacidade de um partido pequeno-burguês realizar as tarefas revolucionárias e anti-imperialistas.”

O prognóstico de que o MNR iria suprimir a classe trabalhadora e o seu partido não foi feita pelo POR, porque o POR nunca considerou o MNR como um inimigo de classe. A “previsão” do POR que, de acordo com Lora, foi verificada, foi completamente inútil em preparar a si mesmo ou aos seus seguidores para uma luta contra o MNR. Tal luta, de fato, foi caracterizada por Lora em sua entrevista como uma “histeria”.

“Não se pode excluir a possibilidade”, disse Lora em sua entrevista, “de que a ala direita do governo, encontrando-se diante do aguçamento da luta de massas contra si, vá aliar-se com o imperialismo para esmagar o assim chamado ‘perigo’ comunista”.

Em uma carta comentando a entrevista de Lora (boletim interno [do SWP] de junho de 1952), eu escrevi o seguinte:

“Uma coisa parece clara: o camarada Lora não considera esse governo como um inimigo da classe trabalhadora e do POR. Essa formulação é errada, muito errada! Esse é um erro que, se de fato representa a posição do POR, pode ter consequências trágicas para a própria existência física dos quadros do partido trotskista boliviano. Este é o aviso que os líderes do POR devem dar à classe trabalhadora e acima de tudo aos seus próprios membros: Nós podemos esperar com absoluta certeza (não meramente ‘não excluir a possibilidade’) que o governo (e não apenas a sua ala direita) vai se aliar com o imperialismo e tentar esmagar o movimento de massas e antes de tudo a sua vanguarda, o POR.”

Na mesma carta:

“Eu acho que é incontestável que o atual governo boliviano é um governo burguês (eu nunca imaginei que alguém iria contestar isso!), cuja tarefa e objetivo é defender por todos os meios disponíveis os interesses da burguesia e do imperialismo. Ele irá, se puder, controlar e desarmar a classe operária, esmagar a sua vanguarda revolucionária e reconstruir a ditadura da burguesia, que foi abalada, mas não destruída, pela primeira fase da revolução. Esse governo é, portanto, o inimigo mortal dos trabalhadores e camponeses, e especialmente do partido marxista.”

E mais uma:

“Lechín é um simpatizante traidor e indigno de confiança. Lechín irá capitular de novo e de novo. Ele irá ajudar a desarmar os trabalhadores. Ele vai ajudar a tentar esmagar o POR, não importa o quanto este o apoie. E a traição de Lechín será facilitada se o POR continuar a apoiá-lo.”

Não é preciso ser um gênio, como pode ser visto, para fazer previsões corretas e úteis. Armados com a doutrina marxista e o método marxista, pessoas bastante comuns podem ver a direção dos eventos e se prepararem para eles com uma política revolucionária. Mas sem o método marxista, não há possibilidade nenhuma de prever e realizar uma política bem sucedida. O marxismo não é uma garantia da vitória, mas o revisionismo é uma garantia de derrota.

O maoísmo ganha um recruta

Alinhado com a capitulação do POR aos dirigentes sindicais reformistas estava a sua conciliação pró-stalinista. Nisso o POR se sai melhor do que Pablo. Nessa questão eu não posso fazer nada melhor do que reproduzir porções de uma carta que eu escrevi para Murray Weiss em 2 de janeiro de 1954 (nunca respondida, é claro):

“Eu fiquei feliz em ver você tomar conhecimento do ‘papel contrarrevolucionário dos stalinistas na Bolívia’ no jornal de 21 de dezembro. Entretanto, eu considero a sua breve referência totalmente inadequada, já que ela não é apoiada por quaisquer fatos… Você tem tais evidências, Murray? Eu, da minha parte, estaria muito interessado em vê-las… Eu me pergunto onde você conseguiu suas evidências sobre o papel contrarrevolucionário dos stalinistas bolivianos. Certamente não dos trotskistas bolivianos. Como você sem dúvida sabe, eles nunca criticam os stalinistas bolivianos, não em palavra impressa pelo menos.”

“Olhe as edições de Lucha Obrera, o jornal do POR. Em todas as edições de 1953, você vai encontrar apenas uma única referência aos stalinistas. É num anúncio de um racha no PIR stalinista e a formação do ‘Partido Comunista dos Trabalhadores e Camponeses’. Fora isso não há nenhuma outra referência aos stalinistas. Esse fato, tão incrível e tão esclarecedor, sem dúvida é do seu conhecimento. Como você explica isso? Alguém pediu ao POR uma explicação?”

“Mesmo quando Lucha Obrera menciona o assassinato de Trotsky, ele não diz quem foi responsável ou por qual razão (isso no número 43, a mesma edição que eu citei duas vezes). O artigo menciona o assassinato e lida com as contribuições de Trotsky – liderou a revolução russa, construiu o Exército Vermelho, elaborou a teoria da Revolução Permanente, e fundou a Quarta Internacional. Mas ele consegue omitir qualquer menção que seja ao tema dominante nos últimos dezessete anos de sua vida – a luta contra o stalinismo.

Lucha Obrera publicou dois artigos sobre a queda de Mossadegh – e nem mesmo um sussurro sobre a existência de um partido stalinista no Irã, muito menos de denúncia à sua traição. ‘A queda de Mossadegh’, diz Lucha Obrera, ‘é sem dúvida um triunfo do imperialismo britânico, mas é ao mesmo tempo um produto da sua política vacilante, que tentou limitar a revolução iraniana, virando suas costas para as aspirações das massas’. E Lucha Obrera quer dizer a ‘política vacilante’ não do Partido Tudeh [stalinista], o que já seria ruim o suficiente (ele nem sequer dá pista da existência de tal partido); ele fala da ‘política vacilante’ de Mossadegh.”

“ ‘A conversa pablista sobre a a ‘inadequação’ da política stalinista em agosto, ou da ‘falha dos stalinistas em projetar uma orientação revolucionária’ é falsa e desorientadora. É uma questão de traição calculada’. Isso é o que vocês dizem no jornal. O erro do POR ao fazer o mesmo que Pablo na forma como critica os stalinistas iranianos e, sobretudo, os bolivianos, também não é ‘falsa e desorientadora’?”

Por questão de precisão, eu devo fazer as seguintes reservas. Os números 38 e 39 de Lucha Obrera estão ausentes da minha coleção: portanto eu não posso afirmar ter examinado todas as edições de 1953. Também, eu encontrei outra referência aos stalinistas bolivianos – uma resposta às suas calúnias contra o POR no número 35 (março de 1953). Sobre o stalinismo a nível internacional, há um artigo traduzido do nosso jornal sobre o caso contra os médicos judeus no número 34 (fevereiro de 1953) e um pequeno item sobre a greve de Berlim no número 40 (julho) que relatou, de forma bastante estranha, que uma das demandas dos grevistas era a retirada do Exército Vermelho. Essas reservas não mudam a imagem da conciliação com o stalinismo.

O número 36 (abril de 1953) contém o seguinte elogio a Mao Tse-tung:

“Em Primeiro de Março o governo central chinês adotou uma lei eleitoral que é amplamente democrática e permite às forças revolucionárias esmagarem a reação. Plena democracia para os explorados e liquidação de todas as garantias dos reacionários, esse é o espírito da lei.”

“A nova lei estabelece que todos os chineses (homens e mulheres) com mais de 18 anos ‘com exceção dos contrarrevolucionários’ e antigos proprietários de terras que não tenham sido convertidos ao trabalho produtivo tem direito ao voto. Os analfabetos estão incluídos e votarão por sinal, erguendo suas mãos. O Partido Comunista Chinês e todas as outras organizações democráticas podem apresentar suas listas, conjuntas ou separadas. O eleitor vai reter o direito de votar por candidatos que não estejam em nenhuma lista.

“As eleições serão por representação proporcional. Um delegado para cada 800 mil habitantes de regiões não-proletárias. Os proletários vão eleger um delegado para cada 100 mil. Mao Tse-tung explica que a lei eleitoral reflete o papel dirigente da classe trabalhadora.”

“Como tem se visto, a lei eleitoral é plenamente democrática para os camponeses e proletários (forças fundamentais da revolução). Ela concretamente estabelece que o direito ao voto não pode ser exercido por contrarrevolucionários e latifundiários que não tenham se convertido à produção. Na China de Mao não há democracia para a reação.”

Esse item apareceu por volta do mesmo período em que o nosso jornal aqui imprimiu o apelo do Comitê Executivo Internacional contra as perseguições sofridas pelos trotskistas chineses. Durante o resto do ano, até ser suprimido, Lucha Obrera não teve uma palavra a dizer sobre esse assunto. Ele nem mesmo relatou as notícias aos seus leitores. E, de fato, por que deveria se importar? Se a revolução está tão bem liderada por Mao Tse-tung, então os trotskistas não são realmente “fugitivos de uma revolução” (como afirmava Pablo)? Como resultado dos eventos revolucionários do pós-guerra, o maoísmo encontrou representantes dentro da Quarta Internacional.

Isso não é uma questão acadêmica para o POR, já que envolve toda a questão da revolução colonial. Maoísmo é colaboração de classes, a ideia da possibilidade de uma “democracia popular” que não é um Estado nem burguês nem proletário, mas um governo de transição. O POR acredita na mesma possibilidade; ele acredita que o governo de Mao seja um governo intermediário. O POR tem muitas coisas bonitas a dizer sobre a Revolução Permanente. A sua verdadeira teoria, entretanto, é uma caricatura do trotskismo. A teoria da Revolução Permanente sustenta que as tarefas democrático-burguesas da revolução colonial só podem ser realizadas por um Estado operário; o POR sustenta que as tarefas socialistas só podem ser realizadas por um governo não-proletário.

O POR não está sozinho nisso, é claro. Ele encontra sua inspiração e apoio no pablismo, que é um dos nomes do maoísmo.

Poderia o maoísmo liderar uma revolução na Bolívia como ele fez na China? Enquanto isso não está absolutamente excluído, é extremamente improvável, muito mais do que era na China. “A revolução avança sob o chicote da contrarrevolução”, disse Marx sobre a revolução francesa de 1848; e essa observação empírica se transformou em uma lei geral. Diante de um poderoso inimigo de classe, a revolução só pode ser bem sucedida se liderada por uma liderança resoluta, completamente consciente, ou seja, o partido marxista; sob os golpes temperantes da contrarrevolução, a liderança vai se desenvolver, se tornar forte teórico e politicamente, e ganhar a confiança da classe trabalhadora.

Na China a classe dominante nativa era muito fraca e muito corrupta, privada do apoio efetivo do imperialismo, ela pôde ser derrubada por uma revolução fraca, contida e sabotada por uma liderança burocrática e colaboracionista de classe. Wall Street não vai permitir uma vitória tão fácil em nenhuma parte do seu império na América Latina, e ele vai ter muito mais poder, tanto político como econômico, para impedir isso do que ele teve na China.

Uma condição adicional foi necessária para o sucesso do maoísmo; a ausência de um partido marxista revolucionário de massas. Já que o maoísmo não é completamente revolucionário, enquanto liderava a revolução para a qual foi forçado pela fraqueza do seu inimigo de classe, ele deforma a revolução, ele expropria politicamente a classe operária.

A vitória do maoísmo resulta em um Estado operário deformado. A expropriação política da classe trabalhadora não pode acontecer de nenhuma outra forma a não ser esmagando a sua vanguarda com consciência de classe e o seu partido marxista. Mao deixou o grosso dessa tarefa para Chiang Kai-shek; esse é o significado do que o CEI chama delicadamente de “falta de coordenação” entre os levantes de trabalhadores em 1945-47 e o movimento camponês, que o Partido Comunista conteve; esse é o significado da perseguição dos trotskistas chineses que não são, como os pablistas vergonhosamente e maliciosamente os chamam, “fugitivos da revolução”, mas na verdade refugiados (se tiverem sorte) da contrarrevolução – a contrarrevolução stalinista que Mao também representa. Entre o maoísmo e o partido marxista não pode haver coexistência pacífica.

Maoísmo é incompatível com o marxismo. É por isso que o pablismo na Bolívia e em toda parte é uma traição ao marxismo e uma liquidação do partido.

Maoísmo dentro da Internacional

Foi objetado (verbalmente, é claro) que eu não critiquei Pablo, mas sim Lora e o POR, e que Lora está agora “do nosso lado”. Se Lora de fato está do lado do marxismo, isso não invalida a conclusão de que ele e o POR foram o instrumento através do qual Pablo traiu a revolução boliviana. Lora pode, é claro, repudiar a linha reformista que ele tem seguido. Isso seria de grande ajuda para rearmar a revolução boliviana, e só poderia ser bem-vindo. Mas se Lora for aceito como um trotskista ortodoxo com base em defender uma revolução na URSS enquanto é pelo reformismo na Bolívia, então a ortodoxia dos “trotskistas ortodoxos” é questionável, e eles dividiriam com Pablo o ônus da traição boliviana.

A luta contra o revisionismo pablista não pode ser confinada a palavras de ordem de “Nenhuma capitulação ao Stalinismo” e “Pelo direito do Partido de existir”. Pelos últimos dois anos o POR foi organizativamente independente enquanto capitulava politicamente ao governo burguês. Por quê? Porque o revisionismo do POR é em uma questão mais fundamental: a natureza de classe do Estado. E o revisionismo pablista como um todo também se baseia fundamentalmente na rejeição da posição marxista sobre a natureza de classe do Estado.

Antes do Terceiro Congresso Mundial, o camarada Cannon reconheceu o perigo. Em 1949, junto com a maioria do Comitê Nacional, ele rejeitou a posição defendida por Cochran e Hansen de que os antigos Estados burgueses da Europa Oriental haviam se transformado em Estados operários sem uma revolução prévia.

“Se você começa a brincar com a ideia de que a natureza de classe do Estado pode ser modificada por manipulações nos altos círculos”, disse o camarada Cannon, “você abre a porta para todos os tipos de revisão de teoria básica […] Isso só pode ser feito por uma revolução que é seguida por uma mudança fundamental nas relações de propriedade.”

Essa profecia foi completamente concretizada; entretanto o profeta prefere permanecer sem honra por sua profecia. Ele prefere combater algumas das manifestações do revisionismo que ele previu e ignorar a base sob a qual este se fundamenta.

Quando o Terceiro Congresso Mundial adotou a mesma posição que o camarada Cannon atacou tão fortemente, ele e todos os seus apoiadores se uniram para endossa-la de forma unânime. Eles aceitaram que os países do Leste Europeu teriam tido um “status intermediário” de 1945 a 1948; eles aceitaram o critério economicista de Pablo e Cochran sobre a natureza de classe do Estado; eles aceitaram a ideia de uma transformação social fundamental e de uma mudança na natureza de classe do Estado sem revolução. Eles não estavam felizes com essa posição; nenhum artigo sequer apareceu defendendo isso ou explicando isso.

Posteriormente eles também aceitaram a posição de Pablo de que a China não era um Estado operário nem burguês, mas um “governo operário e camponês” intermediário. Eles nunca defenderam essa posição tampouco – por escrito – e defenderam-na oralmente apenas quando eles precisaram: quando ficaram diante do ataque da tendência de Vern em Los Angeles. Murray Weiss e Myra Tanner mostraram então que essa posição só poderia ser defendida com o mais aberto e evidente revisionismo – tamanho revisionismo que eles não ousariam colocar por escrito. Eles também aceitaram a traição de Pablo na revolução boliviana, recusando-se também a defender isso por escrito e consentindo a um debate verbal – em Los Angeles – somente depois de muita hesitação e muitas mudanças de opinião.

Nos últimos quatro anos a linha política do movimento internacional esteve nas mãos de Pablo, com os “trotskistas ortodoxos” seguindo-o docilmente. Eles estavam, como disse Murray Weiss, “nas mãos de Pablo”. “Pelo direito do Partido de existir” e “Nenhuma capitulação ao Stalinismo” não podiam ser encontrados em lugar nenhum quando Pablo e Germain apresentaram sua posição maoísta sobre a China. Eles votaram por uma resolução que declarava:

“Ao colocar-se em matéria de doutrina no nível do marxismo-leninismo, ao afirmar que seu objetivo histórico é a criação de uma sociedade comunista sem classes, ao educar os seus quadros nesse espírito, assim como no espírito de devoção à URSS, o PC chinês apresenta de maneira geral as mesmas características que outros partidos stalinistas de massa dos países coloniais e semicoloniais.” (É por isso que o POR se recusa a criticar os stalinistas?).

Eles aceitaram a linha de “apoio crítico” ao governo de Mao, mesmo quando Germain mostrou que isso realmente significava solidariedade com o governo de Mao contra os trotskistas. Com uma brutalidade digna de um Stalin, mas sem precedentes no movimento trotskista, Germain declarou que a recusa em apoiar Mao, como apresentada no CEI pelo camarada Jacques era “contrarrevolucionária”. Nenhum membro da internacional ou de nenhum partido do movimento levantou a voz contra esse ato de brutalidade stalinista. Chamar a posição de Jacques de contrarrevolucionária significava que a diferença sobre dar ou não apoio crítico a Mao não era uma disputa terminológica; significava solidariedade com a polícia secreta contra todo pensamento independente, contra os trotskistas. Os camaradas que emitiram suspiros de choque por uma deserção muito mais insignificante, a de Grace Carlson, reagiram a isso com tranquilidade. Não apenas não houve protesto, mas também essa posição stalinista foi na verdade defendida por Max Geldman, um membro de liderança da maioria, em um debate. “Vocês não tem confiança”, disse Geldman, “vocês desconfiam do CEI”. Isso foi em abril de 1953.

Sim, Vern e Ryan, e os companheiros que apoiam sua posição, não confiavam no CEI dirigido por Pablo e Germain; eles estavam mais do que desconfiados da sua linha revisionista. E eles tinham muito menos conhecimento concreto do que Geldman e o resto do Comitê Nacional deveriam ter. Nós não sabíamos o que Peng [o líder da seção chinesa emigrada] sabia. Mas o marxismo é um guia melhor para pessoas e eventos do que o empirismo ou a fé. Murray Weiss tinha fé em Pablo. “Como vocês sabem”, perguntou ele em um debate com Denis Vern em maio de 1953, “que o Partido Comunista Chinês não pode se tornar um partido marxista?”.

“Eu estou disposto”, respondeu o companheiro Vern, “a afirmar a total validade da minha posição sobre isso: quando a pressão da guerra da Coréia crescer, o governo vai, ao invés de liberar o poder proletário como dizem você e Germain, se tornar ainda mais burocratizado; vai intensificar sua repressão contra os trotskistas.”

Por que eles ficam em silêncio?

Agora os camaradas estão indignados pela zombaria pablista de que os trotskistas chineses são “fugitivos de uma revolução”. Mas indignação não é uma resposta para uma posição política. Os pablistas estão confiantes; eles acreditam que o maoísmo é ou pode vir a ser completamente revolucionário. O que dizem os seus oponentes? Nada. Eles ainda retêm formalmente a posição pablista. Todas as tentativas de levantar a questão encontram um silêncio retumbante. O camarada Stein fez a tentativa de abordar a questão em um documento interno do Núcleo da Maioria, mas ele foi rejeitado e desde então manteve o silêncio. A resolução do Comitê Nacional criticando a linha de Pablo sobre o stalinismo (“Contra o Revisionismo Pablista”, Fourth International, setembro-outubro de 1953) retém a posição de Pablo sobre a China.

Por que eles permaneceram em silêncio? Por que eles permanecem em silêncio, como diz o Comitê Internacional, sobre problemas deixados em aberto, embaçados ou falsificados pela liderança pablista durante “três anos”? Será porque, como nos disseram insipidamente, eles não queriam “dignificar” a tendência Vern respondendo às suas críticas? Mas as questões sobre as quais eles mantêm tal silêncio teimoso envolvem a vida e a morte do movimento! Será o pequeno grupo Vern tão poderoso que ele pode travar as mentes e as máquinas de escrever da liderança do partido em tais questões vitais?

Não. Os “trotskistas ortodoxos” tem uma razão muito mais importante para terem se omitido diante de Pablo. Enquanto Pablo analisou e respondeu a importantes problemas conforme eles surgiam – de uma forma empírica e revisionista – os seus oponentes foram incapazes de dar qualquer resposta a qualquer desses problemas. Tanto Pablo como seus oponentes descobriram que não podem fazer a realidade se adequar à sua doutrina; no aforismo usado por ambos Harry Frankel e Max Geldman, “a teoria é cinza e a vida é verde”. Pablo vira suas costas para a doutrina e concentra seus olhos de uma forma empírica e impressionista na “nova realidade mundial”. Os seus oponentes viram suas costas para os eventos e mentem sua doutrina como um dogma revelado.

O stalinismo não pode ser reformado – diz o camarada Cannon em declarações públicas. Então o PC chinês, que certamente era stalinista, foi ou não reformado? Nenhuma resposta.

A burocracia soviética deve ser derrubada por uma revolução. E quanto à burocracia chinesa? Recusar a dar apoio político a ela ainda é contrarrevolucionário? Nenhuma resposta.

A natureza de classe do Estado, diz o camarada Cannon, não pode ser transformada sem uma revolução. E as mudanças que aconteceram na Europa Oriental? Quando e como esses Estados foram transformados de burgueses a proletários? Sobre essa questão, depois de votar pela posição de Pablo, eles nem a defenderam (quer dizer, por escrito) e nem a combateram.

E eles não responderam a nenhuma pergunta sobre a revolução boliviana.

Será que não é possível encarar a realidade do pós-guerra e ao mesmo tempo manter e defender a doutrina marxista? Claro que sim. Ambos o empirismo de Pablo e o abstencionismo de Cannon tem sua base comum na rejeição do marxismo sobre a natureza do Estado; e isso tem sua origem na questão russa. A crença de que a burocracia soviética é contrarrevolucionária de cabo a rabo, que é a origem dos erros de ambos os lados, significa a rejeição do trotskismo sobre a natureza do Estado soviético.

Quando uma organização da classe trabalhadora, não importa quão burocratizada, leva adiante a luta contra a classe capitalista, não importa quão inadequadamente, isso é uma luta de classe. Se o Estado soviético é um Estado operário, então a luta contra a Alemanha Nazista foi uma luta de classe. Uma guerra de classe é uma luta de classe no nível do poder de Estado – ou seja, guerra-revolução ou guerra-contrarrevolução. Esse pensamento, que foi hesitantemente e equivocadamente aceito com relação a uma possível Terceira Guerra Mundial, foi rejeitado quando diz respeito à Segunda. No entanto, essa é a única posição que pode trazer todos os eventos do pós-guerra, toda a “nova realidade”, em conformidade com a teoria marxista. Com a vitória sobre os alemães, o Exército Vermelho foi deixado como o único verdadeiro poder – o único poder de Estado – na Europa Oriental. Essa foi a revolução, a transferência de poder de uma classe para outra. Sem essa transferência de poder, as subsequentes transformações econômicas e sociais teriam sido impossíveis.

A revolução é ignorada pela Internacional. A burocracia stalinista teria sido contrarrevolucionária de cabo a rabo e, portanto, não poderia realizar a revolução. Os Estados da Europa Oriental não poderiam ser Estados operários, concluiu a Internacional; eles ainda devem ser Estados burgueses – Estados burgueses degenerados, no caminho da assimilação estrutural pela União Soviética. Mas o Terceiro Congresso Mundial não podia ignorar as transformações econômicas e sociais fundamentais que haviam ocorrido; eles devem ser Estados operários. Como eles surgiram? Estados burgueses no caminho da assimilação estrutural acabaram virando Estados com um “status intermediário”, Estados de transição, a traição do marxismo sobre a questão do Estado. Os “trotskistas ortodoxos” assentiram à traição teórica porque eles não tinham saída. E eles ainda mantem o seu erro original, a causa da sua rendição a Pablo.

A burocracia soviética é contrarrevolucionária de cabo a rabo e até a medula? Os “velhos trotskistas” não conseguem nenhum apoio de Trotsky nesse ponto. Eles só podem encontrar uma citação que pode de alguma forma parecer apoiar os seus pontos de vista. E essa frase é parte de uma passagem em que Trotsky explica a Shachtman que o Estado soviético é contrarrevolucionário, mas ainda assim um Estado operário. Os camaradas têm suas próprias boas razões para chamar a tendência Vern de “talmúdica” ou “escolástica”. Admitindo que a burocracia cumpre algum papel progressivo, o camarada Weiss aponta que às vezes políticos burgueses também fazem algumas coisas progressivas sem mudar seu caráter completamente reacionário.

Isso mostra a completa falta de preocupação com relação a distinções de classe. Construir estradas, financiar pesquisa científica, etc. pode ser progressivo no sentido geral da luta pelo controle da natureza; mas para os marxistas, os termos progressivo e reacionário tem um significado político apenas em relação à luta de classes. Um capitalista que faz uma concessão em resposta a uma luta não é mais progressista do que aquele que resiste; o efeito da resistência do capitalista pode ser até mais progressivo no caso de isso forçar os trabalhadores a se organizarem e a lutarem de forma mais combativa. Enquanto um capitalista que faz as concessões mais liberais não está fazendo nada de progressivo, um líder sindical que organize um piquete está. E a atividade da burocracia soviética em organizar a luta contra a contrarrevolução de Hitler foi profundamente progressiva. Se a burocracia tivesse desertado (e muitos burocratas o fizeram) a União Soviética teria sido conquistada. Pode-se objetar que a ausência de uma alternativa, uma liderança marxista, foi totalmente devido à supressão feroz da burocracia – e isso é a pura verdade. Mas isso meramente serve para mostrar o papel dual da burocracia, ao mesmo tempo progressiva e reacionária.

Se o Estado soviético é de fato um Estado operário, então como pode o administrador do Estado, confrontado não apenas com uma classe trabalhadora rebelde, mas também com uma feroz burguesia contrarrevolucionária, ser de cabo a rabo, e até a medula, contrarrevolucionário? Essa posição não pode ser sustentada de forma consistente; os apoiadores do Comitê Internacional ainda não podem negar as mudanças fundamentais na Europa Oriental. Eles insistem que as mudanças foram realizadas por “ação militar-burocrática” e que os stalinistas chineses não são mais stalinistas. Como isso prova a natureza supostamente completamente contrarrevolucionária da burocracia soviética, isso ninguém até agora o demonstrou.

A escolha não pode ser ignorada: ou abandonem a teoria de que a burocracia soviética é contrarrevolucionária de cabo a rabo ou então abandonem de forma completa e aberta o marxismo sobre a questão do Estado. A escolha terá de ser feita. O silêncio terá de ser quebrado. Até que esse momento chegue, a luta contra o pablismo não pode ser levada até o fim.

Acima de tudo, e mais importante que tudo, o silencio a respeito da revolução boliviana deve ser quebrado. A traição de Pablo deve ser exposta e combatida. Se o silêncio de Pablo sobre a Bolívia é um sinal de seu abandono do marxismo enquanto ciência, o que devemos dizer do silêncio de seus oponentes? Permanecer em silêncio é proteger os traidores e compartilhar da sua traição.

Nós precisamos de solidariedade internacional

Não apenas não houve discussão sobre a revolução boliviana, como se nós não tivéssemos nada a aprender com ela e nenhuma ajuda política a oferecer; a revolução boliviana esteve quase completamente ausente da atividade de propaganda do partido.

Quando a revolução começou, dois anos atrás, o jornal respondeu rapidamente e publicou uma boa quantidade de material nas primeiras semanas. George Breitman escreveu muitos bons artigos que mostram que ele sabe qual deveria ter sido uma política revolucionária. Ele até mesmo chamou o governo do MNR de um governo burguês, e escreveu que “seria melhor se presença de Lechín no gabinete fosse curta”.

Mas depois das primeiras semanas, o jornal só publicou algumas referências ocasionais à revolução boliviana. Breitman aparentemente perdeu o interesse até que, cutucado pela supressão de Lucha Obrera, ele escreveu um pequeno artigo no qual ele novamente chamou o governo do MNR de “um governo capitalista”. Mesmo quando Labor Action[o jornal de Shachtman] acusou os líderes do POR de terem aceitado postos nas comissões governamentais, nenhuma resposta foi antecipada. Mesmo uma carta escrita pelo Secretário do POR negando as acusações foi rejeitada para publicação. (Nesse ponto, eu admito uma circunstância atenuante: a negação do POR pareceu ser meramente diplomática. O secretário do POR negou estar no governo, mas não disse nada sobre participar das comissões. Uma carta aberta para o Labor Action, prometida pelo secretário do POR, jamais apareceu.)

Desde as primeiras semanas, o jornal imitou a linha do POR, chamando o governo do MNR de pequeno-burguês, apontando para a presença de dirigentes sindicais no gabinete como prova do seu caráter progressivo, e depois acusando o MNR de trair a revolução. A última vez, até o fechamento dessa carta, que foi feita menção da revolução boliviana foi em 28 de dezembro [de 1953]. Foi um editorial lidando com a supressão de Lucha Obrera. O editorial denunciou os covardes dirigentes sindicais pelo seu silêncio sobre a Bolívia! Mas o jornal conseguiu uma vitória. Depois de dois editoriais chamando pelo reconhecimento do governo do MNR, sem quaisquer protestos de massa, sem reuniões públicas ou petições, o Departamento de Estado foi convencido. Os dois editoriais posteriores protestando contra a supressão de Lucha Obrera não tiveram o mesmo efeito.

O partido não fez nada para popularizar, defender ou explicar a revolução boliviana para o público. Em dois anos só houve uma reunião pública sobre a Bolívia; não uma reunião por filial, mas uma reunião para todo o partido! Ela aconteceu em Nova Iorque, e Bert Cochran foi o palestrante. A revolução boliviana é algumas vezes mencionada em orações de fim de semana, a maior parte das vezes nem isso. Só houve uma discussão de filial sobre a revolução boliviana em todo o partido, um debate em Los Angeles; e ele aconteceu seis meses depois de ter sido requisitado. “Vocês tem uma fixação na Bolívia”, me disseram, “nós estamos ocupados com a revolução americana”. Isso partiu do organizador da filial de Los Angeles, com a sua enorme população latina!

Essa negligência vergonhosa do dever elementar de solidariedade internacional está em contradição flagrante com as diretivas dadas pelo Congresso de Fundação da Quarta Internacional:

“Da mesma forma que as seções latino-americanas da Quarta Internacional devem popularizar em sua imprensa e agitação as lutas dos movimentos revolucionários e operários americanos contra o inimigo comum, sua seção nos EUA deve devotar mais tempo e energia em seu trabalho de agitação e propaganda para explicar ao proletariado norte-americano as posições e lutas dos países latino-americanos e de seus movimentos operários. Toda ação do imperialismo americano deve ser exposta na imprensa e em manifestações e, em determinadas situações, a seção dos EUA deve tentar organizar movimentos de massas para protestar contra atividades específicas do imperialismo norte-americano.”

“Além disso, a seção norte-americana, pela utilização da literatura em língua espanhola da Quarta Internacional, deve buscar organizar, mesmo que numa escala modesta de início, as forças militantes revolucionárias entre os milhões de trabalhadores filipinos, mexicanos, caribenhos e das Américas Central e do Sul residentes nos Estados Unidos, duplamente explorados, não apenas com o objetivo de uni-los ao movimento operário nos EUA, mas também com o objetivo de aproximar-se dos movimentos revolucionários e operários em seus países de origem. Esta tarefa será desenvolvida sob a direção do Secretariado Americano da Quarta Internacional, que publicará a literatura necessária e organizará o trabalho para este objetivo.”

Devido a uma legislação reacionária, a filiação internacional está impedida. Mas nenhuma lei capitalista pode impedir trotskistas ortodoxos genuínos de agir como internacionalistas. A revolução boliviana deveria ter para nós ao menos a mesma importância que uma greve em Minneapolis ou Detroit.

Arquivo Histórico: Vern-Ryan e a Revolução Boliviana (2)

Tendência Vern-Ryan

A Colaboração de Classes Ganha um Recruta

[Publicamos a seguir o segundo de três documentos escritos entre 1952 e 1954 por Sam Ryan e apoiados por Denis Vern, militantes da filial de Los Angeles do SWP norte-americano. A “fração Vern-Ryan”, como ficaram conhecidos, foi a única voz a criticar, à época, a postura do Partido Obrero Revolucionario boliviano (POR) ante a Revolução Boliviana deflagrada a partir de abril de 1952, bem como a conivência com a mesma por parte dos órgãos dirigentes da Quarta Internacional – já então sob direção pablista. Tais documentos são de grande importante histórica na luta contra o revisionismo, ainda que possuam falhas e insuficiências. Sua tradução para o português foi realizada pelo Reagrupamento Revolucionário a partir da versão em inglês disponível na publicação da Liga pelo Partido Revolucionário (LRP/EUA), “Bolivia: The Revolution the ‘Fourth International’ Betrayed” (1987).]


Sam Ryan, de Los Angeles
4 de Agosto de 1953

“Sem teoria revolucionária, não existe movimento revolucionário.”
― Lenin

1. O QUE NÓS SABEMOS SOBRE A BOLÍVIA

Faz agora dezesseis meses desde que a revolução boliviana começou. Faz dezesseis meses que essa pequena nação, de três e meio milhões de pessoas, apresentou para a Quarta Internacional a oportunidade de provar que o marxismo – trotskismo – pode conquistar as massas e dessa forma leva-las à vitória.

Considerando o fato de que um partido trotskista de massas, o POR, está envolvido em uma situação revolucionária, nós deveríamos esperar ter nesse período uma leva de informações da Bolívia, tanta informação que iria enriquecer imensuravelmente, aprofundar e concretizar a nossa teoria marxista.

Como tem ido o POR na tarefa de ganhar dos traidores do movimento operário, do naipe de Lechín, as massas que seguem o MNR?

Como o POR lidou com as várias questões concretas que surgem com os vários estágios da luta?

Quem controla a COB? Qual é a força de Lechín? E a do POR? E a dos stalinistas? Como as suas forças variaram no curso dos últimos dezesseis meses?

E quanto aos altos e baixos nas lutas grevistas? Como variou com isso a força do POR? Greves políticas têm aumentado em intensidade? Se não, por quê? Qual tem sido o papel do POR? E o de Lechín?

Surgiu alguma disputa dentro do POR? Ou o POR permaneceu, numa situação revolucionária, completamente monolítico?

Essas são apenas algumas da muitas perguntas para as quais nós já deveríamos agora ter um rico tesouro de informações.

Na verdade, nós não recebemos quase nenhuma informação prática sobre a situação na Bolívia – a única revolução em que os trotskistas estão desempenhando um papel importante.

Não é verdade, entretanto, que nós não saibamos nada sobre o que está acontecendo na Bolívia. Isso porque no mês passado relatos detalhados têm circulado sobre as atividades do POR. De acordo com esses relatos, recebidos de fontes não-trotskistas, o POR está aceitando posições no aparelho governamental; Guillermo Lora, ex-secretário do partido, foi indicado para o Ministério da Estabilização; o camarada Moller, atual secretário do POR, é diretor do Banco de Reserva dos Trabalhadores, que é controlado por Juan Lechín, um membro do gabinete; Alayo Mercado, outro líder do POR, é membro da comissão agrária. Diante desses relatos, o silêncio do Comitê Político do SWP e do Secretariado Internacional deveria causar grande preocupação aos camaradas.

Quem cala consente. E aqueles que permanecem em silêncio diante de uma política que desarma politicamente os trabalhadores e camponeses diante dos seus inimigos de classe compartilham da responsabilidade pelos resultados inevitáveis.

Os relatos de coalicionismo e colaboração de classes por parte do POR não caem como um raio de um céu azul. É essa a direção da política adotada pelo POR, com o encorajamento dos camaradas de liderança da Internacional, desde a revolução de 9 abril de 1952.

Em maio de 1952 o jornal publicou uma entrevista do camarada Lora. Eu escrevi uma carta para o Comitê Político, que foi impressa no Boletim Interno de junho de 1952, expressando um agudo desacordo com a linha política de Lora. Eu afirmei então que eu achava que era uma linha conciliacionista e de colaboração de classes, ao invés da linha do marxismo revolucionário; e eu perguntei se essa era mesmo a linha do POR. O Comitê Político respondeu que isso era “obviamente uma diferença de opinião entre você e o camarada Lora” e ele, o Comitê Político, não estava em posição de participar da discussão.

Agora nós temos a posição oficial do POR, na forma de um artigo não-assinado da nossa revista (“Um Ano da Revolução Boliviana” [Fourth International, janeiro-fevereiro de 1953]). Esse artigo, que segue a linha de Lora, estabelece inequivocamente a base não para liderar a revolução proletária, mas para fortalecer o Estado burguês. Imediatamente depois de ler o artigo, eu preparei uma crítica, com o objetivo de leva-la ao Boletim Interno. Mas ao ouvir sobre os verdadeiros passos que o POR tem tomado em direção a entrar no governo, eu decidi me conter de enviar meu artigo, esperando que fossem desmentidos, ou por uma explicação, ou por uma crítica, fosse pelo Comitê Político ou pelo Secretariado Internacional. Entretanto, nenhum comentário foi anunciado até o momento; e isso é por si só um grave indício não apenas da política do POR, mas também da linha do Comitê Político e do Secretariado Internacional.

2. UMA REVOLUÇÃO “CLÁSSICA” – UMA POLÍTICA NADA CLÁSSICA

Desde a Segunda Guerra Mundial, a Internacional tem tido o hábito de encontrar situações “excepcionais” nas quais, “excepcionalmente”, as leis “clássicas” e tradições do leninismo não se aplicariam. Na Europa Oriental, a negação do caráter de guerra-revolução na guerra entre União Soviética e Alemanha levou a Internacional a ver o estabelecimento de Estados operários sem revolução proletária. Na China, a Internacional vê um Estado transitório, nem burguês nem proletário, batizado de poder dual e de “governo operário e camponês”. Além disso, a Internacional vê o partido stalinista chinês sendo reformado em um partido que ela espera que vai liderar a “demonstração do poder proletário”; o papel do trotskismo é reduzido desde a luta pelo poder para um de “empurrar” o PC e as massas. Para essas situações “excepcionais”, a Internacional tem adotado os conceitos e métodos do reformismo. Mas uma vez embarcada em um curso reformista, ela não pode voltar atrás; não é nem um pouco difícil passar a enxergar todas as situações como “excepcionais”.

Mas o artigo (“Um Ano da Revolução Boliviana”) aponta que aqui nós não temos nenhuma situação excepcional. Ele vê a semelhança próxima do curso da revolução boliviana com o da revolução russa. Alguém poderia pensar que muito poderia ser aprendido estudando a estratégia e as táticas – acima de tudo as concepções – dos bolcheviques no período de fevereiro a outubro.

A linha política do POR, entretanto, não é a de Lenin, mas sim a dos seus oponentes colaboracionistas de classes, Kamenev e Zinoviev. Os últimos, de fato, não foram tão longe quanto o POR: eles não aceitaram postos no governo burguês.

“Se essa política (de Kamenev e Zinoviev) tivesse prevalecido”, diz Trotsky, “o desenvolvimento da revolução teria passado por cima da cabeça do nosso partido e, no fim, a insurreição das massas operárias e camponesas teria acontecido sem a liderança do partido; em outras palavras, nós teríamos tido a repetição dos dias de julho em uma escala colossal, ou seja, dessa vez não como um episódio, mas como uma catástrofe. É perfeitamente óbvio que a consequência imediata de tal catástrofe teria sido a destruição física do nosso partido. Isso nos oferece uma medida de quão profundas eram nossas diferenças de opinião”.

A mesma medida deveria nos indicar a penalidade extremamente séria na qual nosso movimento vai incorrer como resultado de uma política errada. Deixe-me citar os três parágrafos centrais do artigo na revista:

“O POR começou concedendo justificadamente um apoio crítico ao governo do MNR. Isto é, ele deixou de lado a agitação da palavra de ordem de ‘abaixo o governo’; ele deu ao governo apoio crítico contra os ataques do imperialismo e da reação, e ele apoiou todas as medidas progressivas. Mas ao mesmo tempo ele evitou qualquer tipo de expressão de confiança no governo. Pelo contrário, ele propagou a atividade revolucionária e a organização independente das massas tanto quanto pôde.”

“O POR limita seu apoio e acentua suas críticas enquanto o governo se mostra incapaz de completar o programa nacional-democrático da revolução, enquanto ele hesita, capitula, joga indiretamente o jogo do imperialismo e da reação, se prepara para trair e por isso tenta perseguir e ridicularizar os revolucionários.”

“O POR têm aplicado essa atitude flexível que exige uma ênfase cuidadosamente considerada a cada momento, uma que não seja nem confusa e nem sectária, e ao aplicar essa atitude, o POR está demonstrando uma formidável maturidade política. O POR adotou uma atitude de crítica construtiva em relação à base proletária e popular do MNR com o objetivo de facilitar uma progressiva diferenciação dentro dela.”

Cada frase nesses três parágrafos contém pelo menos um ataque contra a teoria e a prática do marxismo revolucionário; a política que é delineada é o oposto direto daquela que foi conduzida por Lenin. Tornou-se moda aqui em Los Angeles falar que Lenin está morto; mas nós podemos facilmente julgar que tipo de caracterizações enérgicas ele faria de qualquer um que chamasse qualquer tipo de apoio a um governo burguês como algo “justificável”.
  
“‘Por que vocês não puseram Rodzianko e companhia (o Governo Provisório) na cadeia?’ ele perguntou amargamente aos líderes bolcheviques no dia da sua chegada em Petrogrado. No dia seguinte ele escreveu: ‘Nenhum tipo de apoio ao governo provisório ’. Nos protestos de massas por volta do fim de abril, os bolcheviques levantaram a palavra de ordem: ‘Abaixo o governo provisório’.”

Lenin retirou a palavra de ordem “Abaixo o Governo Provisório”. Mas isso não tinha nada em comum, como aponta Trotsky em “Lições de Outubro”, com a posição de Kamenev de que a palavra de ordem era, em si, um erro aventureiro.

“Uma vez efetuado o reconhecimento”, diz Trotsky, “Lenin retirou a palavra de ordem de derrube imediato do Governo Provisório; retirou-a, contudo, temporariamente, por algumas semanas ou meses, de acordo com a maior ou menor rapidez com que crescesse a indignação das massas com os conciliadores. A oposição (que defendia apoio crítico ao Governo Provisório – S. Ryan), pelo contrário, considerava esta palavra de ordem como um erro. O recuo provisório de Lenin não comportava a menor modificação na sua linha. Lenin não se baseava no fato de ainda não ter terminado a revolução democrática, mas tão somente em que a massa ainda não era capaz de derrubar o governo provisório, para o que devia prepará-la o mais depressa possível”.

A “flexibilidade” de Lenin nas táticas não tem nada em comum com a “atitude flexível” do POR em relação ao governo do MNR. Lenin não era nem um pouco flexível, mas muito rígido em sua atitude com relação ao Governo Provisório. Todas as táticas flexíveis de Lenin eram parte de uma linha inalterável: derrubada do Governo Provisório.

Lenin não depositou nenhuma confiança no Governo Provisório, nem nos partidos que o compunham; sua confiança estava inteiramente reservada ao partido Bolchevique. Declarar isso é um pleonasmo, quase uma tautologia. O artigo da revista, entretanto, se sente obrigado a protestar dizendo que o POR “evitou (!) qualquer tipo de expressão de confiança no governo”. O que seria isso além da linguagem diplomática puramente formal? E como toda linguagem diplomática, essa passagem é mais útil em esconder do que em esclarecer o que está por trás dela.

O que significa essa frase? Que o POR jamais afirmou: “Nós confiamos no governo”? Mas existem muitas formas de expressar a essência da confiança, acima de tudo nas ações, enquanto se “evita” formalmente. Antes de tudo, na revolução de 9 abril de 1952, o POR, ao invés de lutar pelo poder por si próprio, pela classe trabalhadora, propôs que o MNR tomasse o poder; isto é, o POR propôs manter a burguesia no poder.

Se não se confia na classe trabalhadora e em seu partido, que eles podem tomar e exercer o poder, tal confiança passa a ser dada, queira-se ou não, para o governo burguês. Lenin entendia isso. Quando, em resposta à sua demanda de que o governo burguês fosse derrubado, os mencheviques perguntaram o que, para eles, era uma pergunta retórica – “Quem dentre nós vai formar um governo e comandar a nação?” – Lenin respondeu imediatamente – “Nós iremos!”. E ele recebeu em resposta risadas zombeteiras, já que os Bolcheviques não passavam de uma pequena minoria no soviete e no país.

O próprio artigo da revista  expõe o claro contraste entre a atitude do POR e a de Lenin.

“A direção da revolução boliviana até agora confirma passo a passo a linha geral desse tipo de desenvolvimento clássico da revolução proletária em nossa época. Ela tem mais semelhança com o curso da revolução russa, embora em miniatura, do que com a revolução chinesa, por exemplo. Ela começou levando o partido radical da pequeno-burguesia ao poder (como foi o caso com a revolução russa em um momento particular antes de outubro) com o apoio das massas revolucionárias… e ainda do partido revolucionário do proletariado, o POR.”

Isso não é “evitar qualquer tipo de expressão de confiança no governo” do MNR! Além do mais, é completamente falso implicar que os Bolcheviques deram algum apoio a qualquer “partido radical da pequeno-burguesia” que governou a Rússia em algum “momento particular antes de outubro”.

3. DANDO COBERTURA AOS CONCILIADORES DO MOVIMENTO OPERÁRIO

A classe trabalhadora podia ter tomado o poder em abril de 1952? O paragrafo citado acima implica que uma revolução proletária não era possível. Mas isso é ver a questão de forma desesperançosamente formalista. A classe trabalhadora estava armada e havia derrotado o exército e a polícia. Nada a impedia de tomar o poder a não ser suas próprias ilusões e a sua liderança capitulacionista. Exatamente como na Rússia! O poder da classe trabalhadora é demonstrado pelo fato de que ela foi capaz de forçar o MNR a aceitar dois de seus líderes no governo.

Nada sobre isso é dito no artigo da revista. O autor fala de uma futura diferenciação com o MNR, de uma futura ala revolucionária emergindo de dentro do MNR, mas não diz nada sobre o fato de que essa diferenciação já está um ano atrasada; que o que as massas apoiaram em abril de 1952 não foi o MNR, mas a sua ala esquerda (colaboracionista de classe). Quais eram e quais são as relações entre o POR e essa ala esquerda já existente? Essa questão nem sequer é discutida. O artigo “evita” mencionar a “expressão de confiança” que o POR estendeu aos líderes operários conciliadores (e ao governo) quando ele apoiou a entrada deles no governo. E até hoje o POR não levantou a demanda de que os líderes operários rompam com o governo burguês e tomem o poder.

A questão decisiva da revolução nem mesmo é mencionada! A luta do POR pelo poder transforma-se concretamente na luta contra a ala esquerda do MNR pela liderança dos trabalhadores e camponeses. Antes que os marxistas possam tomar o poder eles devem derrotar os conciliadores ideológica e politicamente. Essa é uma parte integral e inevitável da luta de classes; os conciliadores representam a influência do inimigo de classe dentro da classe trabalhadora.

Como os Bolcheviques derrotaram os conciliadores russos? Os Mencheviques e Socialistas-Revolucionários também tinham o apoio da maioria dos trabalhadores e camponeses. Eles também entraram no governo burguês. Os Bolcheviques atacaram impiedosamente os conciliadores por sua traição de classe. Eles intransigentemente se opuseram à colaboração dos Mencheviques e dos SR no governo burguês. Quando os bolcheviques estavam em pequena minoria, eles insistentemente demandaram que os mencheviques e SR rompessem com os políticos burgueses e tomassem o poder, não em algum momento no futuro, mas na hora, imediatamente. Mesmo se os Mencheviques e SR tivessem tomado o poder na primavera de 1917, isso não teria lhes proporcionado a confiança dos Bolcheviques, nem uma coalizão governamental com eles; os Bolcheviques prometeram apenas tirá-los do poder pacificamente, contanto que isso fosse possível.

Como o POR vai expor e derrotar os conciliadores bolivianos? Longe de atacar a sua traição de classe, o POR exigiu a sua inclusão no governo do MNR. Longe de chama-los a romper com o MNR e a tomar o poder (estabelecer um “governo operário e camponês”), o POR relega o governo operário e camponês ao “objetivo final da luta”. O POR fala da “colaboração com uma ala revolucionária emergindo de dentro do MNR” em um futuro governo operário e camponês. Então ele resolveu o problema – verbalmente. Se a futura ala esquerda é revolucionária, tudo que temos que fazer é fundir com ela e formar um partido revolucionário maior. Mas lutar contra a atual ala esquerda reformista? Isso o POR falha em fazer.

A premissa de que um governo do POR era inevitável é uma tentativa de acobertar os falsos e traiçoeiros líderes da classe trabalhadora ao colocar a culpa da sua traição no “atraso” das massas.

4. APOIO CRÍTICO E COLABORAÇÃO DE CLASSES
  
A questão do apoio crítico tem se tornado uma coisa difícil de discutir no nosso partido; seu sentido se tornou obscuro desde que a Internacional resolveu dar apoio crítico ao governo de Mao na China e ao governo do MNR na Bolívia. Apoio crítico é apoio político? Apoio crítico é defesa material contra uma contrarrevolução armada? Apoio crítico a um governo é meramente apoiar as suas medidas progressivas? Todas essas definições estão incluídas em uma passagem muito curta e muito confusa do artigo da revista.

Na Guerra Civil espanhola, os trotskistas foram bem claros sobre a distinção entre ajuda material e apoio crítico. Nós demos ajuda material ao governo Legalista burguês; mas nós não lhe demos nem um centímetro de apoio crítico. Shachtman foi duramente repreendido por Trotsky por propor isso. Nossa atitude em relação aos partidos da classe trabalhadora, incluindo o POUM, o mais à esquerda dentre todos, era a mesma: nós nos recusamos a lhes dar apoio crítico.

Lenin, da mesma forma, delimitou uma linha bastante clara entre defesa e apoio. Na época da tentativa de Kornilov para derrubar Kerensky, ele escreveu:
  
“Nós não devemos apoiar nem mesmo agora o governo de Kerensky. Isso seria falta de princípios. Vão nos perguntar: ‘Não devemos combater Kornilov?’ É claro que sim. Mas isso não é a mesma coisa. Há um limite aqui. Alguns dos Bolcheviques estão cruzando-o, se envolvendo em compromissos, sendo carregados pelo fluxo dos acontecimentos”.

A defesa de Kerensky por Lenin foi uma parte integral da sua luta para derrubar Kerensky.

Na concepção do POR, como exemplificado pelo artigo da revista em discussão, a palavra “defesa” enquanto aplicada ao governo burguês, não aparece em lugar nenhum. A palavra “apoio” é usada indiscriminadamente para significar ambos apoio político e defesa material. Além de ser um empobrecimento da nossa herança teórica, essa confusão dá respaldo e conforto a todos os conciliadores.

“O POR limita seu apoio e acentua suas críticas enquanto o governo se mostra incapaz de completar o programa nacional-democrático da revolução, enquanto ele hesita, capitula, joga indiretamente o jogo do imperialismo e da reação, se prepara para trair e por isso tenta perseguir e ridicularizar os revolucionários.”

O que é isso senão apoio político – ou seja, apoio à política do governo do MNR, enquanto ele levar adiante o programa nacional-democrático da revolução? Quantas lembranças do “enquanto” de Stalin e Kamenev que, antes da chegada de Lenin em Petrogrado, proclamaram sua disposição em apoiar o Governo Provisório “enquanto ele fortaleça as conquistas da revolução”.

O que há de errado com ambos os exemplos de “enquanto”? Apenas isso – correlacionar “apoio” e “críticas” significa que o apoio é político; como é possível misturar defesa física com críticas políticas?

Se, entretanto, o POR quer dizer que nós temos que “limitar” nossa defesa material dos aliados traiçoeiros dependendo da sua política ou da sua atitude conosco, então isso só poderia resultar em um isolamento sectário e passividade no exato momento em que a defesa material é necessária. Essa é outra instância do bem conhecido fato de que oportunismo e sectarismo compartilham a mesma carcaça teórica. Deixe-nos lembrar que a investida de Kornilov contra Kerensky veio em agosto, precisamente durante a repressão de Kerensky contra os Bolcheviques; Trotsky estava na prisão, Lenin estava escondido. Kerensky certamente tinha “se mostrado incapaz de completar o programa nacional-democrático da revolução”; ele certamente estava “perseguindo e ridicularizando os revolucionários”. Além disso, Kerensky estava de fato mancomunando com Kornilov para destruir os sovietes. Não seria esse o momento ideal para Lenin “limitar seu apoio”? Entretanto, se ele tivesse “se vingado” dessa forma de Kerensky, a revolução teria sofrido uma derrota esmagadora.

Antes do recente plenário do nosso Comitê Nacional, o núcleo de Los Angeles realizou uma discussão na qual a questão do apoio crítico ao governo de Mao Tse-tung se destacou. “Apoio crítico”, disse Myra Tanner, “não é apoio político”. “Apoio crítico”, disse Murray Weiss, também um apoiador da posição do Comitê Executivo Internacional, “é apoio político”. E ele castigou a tendência Vern como sectários sem solução por se oporem a dar apoio crítico a um partido da classe trabalhadora que liderou a revolução. Junto com o camarada Vern, eu escrevi uma resposta a essa posição que foi enviada, mas ainda não publicada no Boletim Interno (“Carta Aberta ao Comitê Nacional”).

Mas o argumento de Murray Weiss não se aplica à Bolívia; e isso foi apontado diversas vezes no curso da discussão. Quando nós perguntamos “E quanto à Bolívia?”, nossa única resposta foi um embaraçoso silêncio. E esse silêncio foi mantido por Murray Weiss e por todos os camaradas que apoiam a posição do CEI durante toda a discussão e até o dia de hoje!

A pergunta sobre se o apoio crítico é apoio político só pôde surgir porque a posição trotskista tradicional sobre o apoio crítico foi derrubada. A questão não podia surgir no passado porque os trotskistas nunca antes deram apoio crítico a um partido ou a um governo. Nós nunca hesitamos, entretanto, em dar apoio crítico a todas as medidas progressivas de qualquer partido, qualquer governo. Dar apoio crítico à sugestão do presidente Truman por um aumento do salário mínimo, por exemplo, não implica nenhum apoio crítico para o Partido Democrata e não fez levantar a questão de se nós estamos dando apoio político ao governo.

5. O TERCEIRO CAMPO GOVERNA A BOLÍVIA?

O governo boliviano é um governo burguês? Ele serve a uma das duas classes sociais rivais da sociedade moderna? Sobre essa questão, o POR abandonou a posição tradicional e principista do marxismo. E ao fazer essa “exceção”, ele encontra apoio em outras “exceções” que foram encontradas pela Internacional no “status intermediário” da Europa Oriental entre 1945-48 e no “governo operário e camponês” que o CEI enxerga na China.

“O MNR”, diz o POR, “é um partido de massas, sendo a maioria da sua liderança pequeno-burguesa, mas tendo à sua margem alguns representantes conscientes da nascente burguesia industrial, um dos quais, por exemplo, é o próprio Paz Estenssoro!”. E o governo é, naturalmente, caracterizado como um governo “pequeno-burguês”, “tendo à sua margem agentes conscientes dos capitalistas-feudais nativos e do imperialismo”. Os agentes do imperialismo e da classe capitalista estão à margem do partido e o governo. Tal afirmação ridícula é possível apenas em uma atmosfera de neo-reformismo envenenado. Os políticos burgueses estão à margemdo MNR exatamente da mesma forma com a qual Henry Ford está à margemda companhia Ford Motor.

Como os líderes do POR explicam o fato de que esses agentes da burguesia e do imperialismo controlam o governo, incluindo em suas fileiras um proeminente habitante da “margem”, o presidente da Bolívia? Toda revolução vitoriosa e fracassada desde 1917 nos ensina que a pequeno-burguesia (e isso se aplica duplamente para a pequeno-burguesia urbana) não pode ter um partido próprio; não pode estabelecer o seu próprio governo. Essa é a pedra de toque da Revolução Permanente.

Compare-se a explicação superficial do POR com a de Trotsky:

“A revolução”, ele diz em Lições de Outubro, “provocou deslocamentos políticos nos dois sentidos; os reacionários tornaram-se cadetes e os cadetes, republicanos (deslocamento para a esquerda); os Socialistas-Revolucionários e os Mencheviques tornaram-se o partido burguês dirigente (deslocamento para a direita). É através de processos deste gênero que a sociedade burguesa tenta criar uma nova ossatura para o seu poder, estabilidade e ordem”.

Nós não deveríamos esquecer que o equivalente dos Mencheviques e dos SR não é o MNR, mas as sua ala esquerda. Trotsky não falha em caracterizar aqueles Bolcheviques que defendiam o apoio crítico ao governo:

“Mas enquanto os mencheviques abandonam o seu socialismo formal pela democracia vulgar, a direita dos bolcheviques passa ao socialismo formal, quer dizer, à posição ocupada ainda na véspera pelos mencheviques.”

6. O MNR É NOSSO INIMIGO MORTAL

Por que é tão importante entender que o governo do MNR é burguês (e não pequeno-burguês)? Porque os trotskistas devem ser absolutamente claros em que o governo é o seu inimigo mortal. E os trotskistas devem ser os inimigos mortais do MNR e de seu governo. Essa não é a concepção do POR.

“Em um estágio mais avançado da revolução”, diz o artigo da revista, “ele (o governo de Paz Estenssoro) vai cair sob condução da direita que quer impor uma ditadura militar, ou então da esquerda para o estabelecimento de um genuíno governo operário e camponês, a ditadura do proletariado aliado ao campesinato pobre e à pequeno-burguesia urbana.”

O que o MNR vai fazer? Esperar ser derrubado?

Não. O MNR vai atar as mãos da classe trabalhadora, enchê-la de legalismo burguês e burocracia, usando seus ajudantes do movimento operário para isso. Ele vai perseguir os militantes revolucionários, desarmar os trabalhadores politicamente (novamente, usando seus ajudantes) e depois fisicamente.

E as forças da “direita que quer impor uma ditadura militar”, quem são elas? Com que vão impor uma ditadura militar? Não são eles os oficiais, o aparato geral precisamente desse governo “pequeno-burguês”? Não é o caso que os democratas pequeno-burgueses como Kerensky, como Azaña, como Paz Estenssoro, sempre colaboram e conspiram com seus próprios generais? Kornilov era o comandante-em-chefe de Kerensky. Franco era o dirigente militar de Azaña no Norte da África. E não vamos esquecer aquele democrata mais à esquerda, o queridinho da Internacional Comunista estalinizada, Chiang Kai-shek, que foi seu próprio Kornilov. Que o futuro aspirante a ditador militar da Bolívia está no presente momento preparando as suas forças sob a proteção de Paz Estenssoro é indicado pela recente tentativa de golpe de Estado por oficiais do exército e da polícia.

O governo do MNR é o inimigo mortal da classe trabalhadora. A sua derrubada é uma necessidade urgente.

7. PLANEJAMENTO CONSCIENTE OU OTIMISMO FATALISTA?

Uma das características mais chocantes da linha do POR é o seu otimismo fatalista. Um exemplo:

“A pequeno-burguesia urbana”, diz o artigo da revista, “está dividida entre uma maioria muito pobre, altamente radicalizada em razão de suas condições instáveis e sempre disposta (minha ênfase – S. Ryan) aliada do proletariado revolucionário…”.

Mas a pequeno-burguesia empobrecida não está sempre disposta como aliada do proletariado revolucionário. Uma das maiores lições do outubro russo, e da revolução alemã abortada de 1923, e da ascensão de Hitler, é exatamente essa: a pequeno-burguesia radicalizada, e também a classe trabalhadora por sinal, não pode ser considerada como uma mina de ouro, sempre disponível ao Partido uma vez que tenham sido convencidas da necessidade de uma mudança revolucionária. Elas se viram primeiro para os social-reformistas. Desapontadas, vão aos marxistas criticamente, cheias de suspeitas. Se os marxistas se provam receosos, hesitam em realizar sua tarefa proclamada de derrubar o governo burguês, o apoio das massas rapidamente se esvai. A pequeno-burguesia radicalizada torna-se então uma presa fácil para um demagogo fascista; a pequeno-burguesia fica então “disposta” não para a revolução, mas para a contrarrevolução.

É por isso que a insurreição é tão necessária como parte da revolução. É por isso que o momento da insurreição é o momento decisivo na vida do partido revolucionário. É por isso que Lenin foi tão insistente para que o Comitê Central Bolchevique tratasse a insurreição como uma arte.

“A pressão instante, contínua, incansável, exercida por Lenin no Comitê Central durante os meses de setembro e outubro justificava-se pelo receio de que deixássemos escapar o momento”. Este é Trotsky em Lições de Outubro. “O que significava deixar escapar o momento?… A correlação das forças varia em função do estado de espírito das massas proletárias, do naufrágio das suas ilusões, da acumulação da sua experiência política, do abalo de confiança no poder estatal das classes e grupos intermediários e, finalmente, do enfraquecimento da confiança deste em si próprio. Em épocas revolucionárias estes processos decorrem rapidamente. Toda a arte tática consiste em saber aproveitar o momento em que combinação das condições é mais favorável para nós… Nem a desagregação do poder estatal, nem tampouco o afluxo espontâneo da confiança impaciente e exigente das massas nos bolcheviques, podiam ser de longa duração; de uma maneira ou de outra, a crise tinha que desembocar numa solução. Agora ou nunca! repetia Lenin.”

Não existe nada desse sentido de urgência na linha do POR, como expresso no artigo da revista. “O objetivo final da luta” é expresso como:

“a formação de um genuíno governo operário e camponês. Esse governo vai surgir não mecanicamente, mas dialeticamente, baseando-se nos organismos de duplo poder criados pelo próprio movimento de massas… O governo operário e camponês vai aparecer amanhã como a emanação natural de todos esses organismos no qual ele vai se basear.”

Todas as expressões usadas – “formação”, “surgir dialeticamente”, “aparecer” – podem descrever um processo evolutivo. A questão decisiva, entretanto, não é como o Estado operário irá aparecer, surgir, ou ser formado, mas como ele vai tomar o poder, tornar-se a força dominante do país. O que está faltando é a consumação da revolução, a insurreição conscientemente organizada.

Uma possível resposta à minha crítica (se alguém for respondê-la) pode ser a de que eu sou crítico demais com relação ao POR; que os líderes do POR sabem o que deve ser feito em uma revolução; que eles simplesmente não querem contar todos os seus planos.

Infelizmente, tal argumento, sedutor como parece ser, exige um exercício de fé que rivaliza com aquele de quem acredita na Imaculada Conceição. Isso porque não são as intenções subjetivas dos líderes do POR que estão em questão (eu posso admitir que elas sejam as melhores), mas sim os resultados objetivos das suas concepções neo-reformistas.

É algo muito difícil mudar a linha do partido de paz para guerra, de apoio crítico para derrubada revolucionária. Mesmo se o POR tivesse a linha de oposição irreconciliável ao governo desde o começo, a mudança desde a preparação para a verdadeira derrubada traria consigo uma crise de liderança, tal qual a que afetou os Bolcheviques em outubro, quando uma seção do Comitê Central, liderada por Kamenev e Zinoviev, saiu a público em oposição à insurreição.

“Qualquer partido”, diz Trotsky, “mesmo o mais revolucionário, elabora inevitavelmente o seu conservadorismo de organização; caso contrário, não alcançaria a estabilidade necessária… Lenin – como vimos – dizia que quando sobrevinha uma mudança brusca na situação e, portanto nas tarefas, os partidos, mesmo os mais revolucionários, continuavam na maior parte dos casos a seguir a sua linha anterior, tornando-se ou ameaçando tornar-se, por isso mesmo, uma trava para o desenvolvimento revolucionário. O conservadorismo do Partido, tal como a sua iniciativa revolucionária, encontram nos órgãos da direção a sua expressão mais concentrada”.

Para vencer a oposição de Zinoviev e Kamenev, Lenin teve essa vantagem: a linha pública oficial do partido estava do seu lado. Seis meses antes, em abril, Lenin havia rearmado o partido; ele havia derrotado decisivamente aqueles que queriam dar apoio crítico para o Governo Provisório. Desde então o partido havia agitado abertamente pela preparação da derrubada de tal governo.

8. A SEMENTE E O FRUTO

Quem vai ter a vantagem no POR – os partidários do conservadorismo, ou os partidários da iniciativa revolucionária? A questão já está respondida. O POR está à direita da ala direita daqueles Bolcheviques que, como diz Trotsky, adotaram uma posição socialista formal.

O POR ocupa, em todas as questões principais, as posições ocupadas pelo menchevismo na revolução russa, e pelo stalinismo na segunda revolução chinesa de 1925-27.

O POR, em suas concepções reformistas, na sua atitude conciliacionista, e com seus métodos de colaboração de classes, se baseia e se apoia na posição neo-reformista adotada pela Internacional desde a Segunda Guerra Mundial. Tal é a teoria adotada pela Internacional para explicar as transformações na Europa Oriental. Essa teoria, que desde a sua adoção não recebeu defesa nas nossas publicações, sejam públicas ou internas, sustenta de fato que o reformismo funcionou na Europa Oriental; que o caráter de classe do Estado foi modificado sem revolução proletária, por manipulações nos círculos de poder; que por três anos o Estado estava em um status intermediário. Essa revisão do marxismo tinha suas raízes, como todo o revisionismo desde 1917, na questão russa; e a incapacidade ou falta de vontade de ver a guerra entre a Alemanha e a União Soviética como uma guerra de classe – ou seja, como revolução ou contrarrevolução.

A linha política da Internacional na China trouxe esse neo-reformismo do reino da teoria (ou terminologia) para o da atividade política. A ideia de um Estado transitório, um Estado que não é nem burguês e nem operário, se torna mais explícita; através do “apoio crítico” ao governo de Mao, afirma-se o papel de liderança do stalinismo, enquanto a necessidade crucial da consciência marxista incorporada no partido trotskista é jogada no lixo. A consciência revolucionária deve ser substituída pela “pressão das massas”.

O POR não introduziu nada de novo. Ele está aplicando na Bolívia a linha revisionista da Internacional – ainda mais, com o apoio e o encorajamento da Internacional.

Eu não tenho dúvidas de que a maioria dos camaradas esteja desconfortável com o curso que está sendo seguido na Bolívia; que eles não concordam com a linha do POR. Mas um silêncio embaraçoso não é o suficiente. Aqueles que permanecem em silêncio pelo bem de uma falsa harmonia não podem escapar da responsabilidade pelas consequências de uma linha política errada.

Spartacist League Supports US Troops in Haiti!

Disintegration in the “Post-Soviet Period”

Spartacist League Supports US Troops in Haiti!

February 15, 2010

The devastation wrought by the recent earthquake in Haiti has riveted the attention of the world, with the plight of the Haitian masses gaining mass sympathy amongst broad strata of the population. The immediate urgency of the situation and the illusions of many American’s in Obama’s goodwill has given the US government an opportunity to justify its military occupation of that country in the name of ostensibly helping its people.

While in the past similar immediately urgent situations have lead many on the left to also lose their bearings and support imperialist military interventions, from the Cliffites support for the presence of British troops in Northern Ireland in the late 60’s, the US Socialist Workers Party’s calling for sending US troops into Boston in the mid-70’s, or the widespread support for imperialist intervention in the Bosnian civil war in the mid-90’s, this time around it appears almost everyone on the far left has recognized the US government’s imperialist rationale for Haiti’s occupation for what it is and come out in opposition. Almost everyone on the far left except for one surprising, if not completely shocking, exception.

In the current issue of their newspaper, the Spartacist League has proclaimed

“The U.S. military is the only force on the ground with the capacity—e.g., trucks, planes, ships—to organize the transport of what food, water, medical and other supplies are getting to Haiti’s population. And they’re doing it in the typical piggish U.S. imperialist manner. We have always opposed U.S. and UN occupations in Haiti and everywhere—and it may become necessary to call for U.S./UN out of Haiti in the near future—but we are not going to call for an end to such aid as the desperate Haitian masses can get their hands on.”

“Haiti Earthquake Horror: Imperialism, Racism and Starvation”

Worker Vanguard #951 29, January 2009

No one proclaiming a Marxist understanding of imperialism, or for that matter just some knowledge of recent history, would have any doubt as to the ultimately predatory ambitions behind any imperialist intervention abroad. The situation in Haiti poses no new questions that differ from previous “humanitarian” interventions (where the SL has at least opposed the presence of imperialist troops, if not always calling for their military defeat) that could possibly justifiably be the cause of legitimate disorientation. The SL’s article even acknowledges

“While reformist “socialists” like the International Socialist Organization (ISO) and Workers World Party (WWP) call for the U.S. to provide aid without the exercise of American military might, we have no such illusions. Indeed, American forces in Haiti have made “security” a higher priority than providing aid. While many planes carrying aid have landed at the Port-au-Prince airport, which is now controlled by U.S. forces, others were criminally diverted as the U.S. gave landing priority to planes carrying military personnel.”

The US military’s widely noted obstruction of desperately needed aid and repression against Haiti’s people should only make the situation all the more obvious even to those guided by a purely immediate empirical understanding.

Program Generates Theory, Generates Program

Still, the SL’s claim to Marxism has forced them to attempt a theoretical explanation/ rationale for what is, at bottom, an opportunist “impulse.”  Arguing against their opportunist impulse through quotations of Lenin’s State & Revolution or Rosa Luxemburg’s Opportunism and the art of the possible etc. in the circumstances are therefore beside the point. Nonetheless, even on their own terms, the arguments raised have a political logic, going far beyond even the immediate situation in Haiti, which should be sending shock waves to anyone with even remotely socialist aspirations within the SL’s demoralized milieu.

In the course of denouncing Jan Norden’s Internationalist Group who came out with a statement on Haiti before they did, the SL argues

“The stark reality that the IG would deny is that a) even before the earthquake, there was virtually no working class in Haiti; b) in the aftermath of the earthquake, not only is the state “largely reduced to rubble,” but so is the society as a whole, including the desperate and dispossessed population; and c) there is a military power in Haiti that is far from “reduced to rubble,” and it’s U.S. Imperialism.”

“The IG demands that “all U.S./U.N. forces get out,” painting the U.S. military presence in Haiti today as aimed at suppressing a popular uprising…. The IG is cynically toying with rhetoric, blithely unconcerned with the fact that, in the real world, if the policies they advocate were implemented, they would result in mass death through starvation.” (Emphasis in original)

The claim that, even before the earthquake, there was virtually no working class in Haiti has many parallels with Stalinist arguments on China in 1927, where proportionally speaking, it is doubtful the working class was more developed than in Haiti, Bolivia or the many other countries the SL has written off for revolutionary purposes. But even if hypothetically true and Trotsky’s views on Permanent Revolution needs to be re-adjusted or narrowed as the SL is implicitly arguing, Marx (in his correspondence with Russian revolutionaries) and Lenin’s Third International still at least attempted to map out possible revolutionary strategy for such scenarios, understanding their ultimate fate did rest on the victory of revolutions in the advanced capitalist countries. In the manner of Second International “Marxists” the SL in contrast argues

“The bitter truth is that the desperate conditions of Haiti today cannot be resolved within Haiti. The key to the liberation of Haiti lies in proletarian revolution throughout the hemisphere, in which the mobilization of the sizable Haitian proletariat in the diaspora can play a key role.”

That leaves Haitian revolutionaries with little option but to either passively wait to be rescued by revolutionary struggles in other countries, or to emigrate. Either way this would leave the Haitian masses as a whole and their struggles in somewhat of a lurch, if the SL has any interest in the matter. How should revolutionaries have, for instance, oriented to past (and future) struggles such as the “massive discontent that drove “Baby Doc” Duvalier out of power”? Does it, according to the SL, even matter in the bigger scheme of things?

Pointing to the truism that the ultimate fate of Haiti (or any other country for that matter, however economically developed) ultimately rests on the victory of world revolution thus acts as a mechanism for abandoning Trotsky’s Permanent Revolution (or any other proposed alternative revolutionary) strategy for possibly most of the Third World. Of course, the SL is not attempting a serious theoretical re-evaluation, with all the political consequences consistently thought through, but giving a rationalization for their current mood of despair and resignation.

If, once again hypothetically speaking, there really is not much of a working class in Haiti, industrial, rural or otherwise, then that means there was also no sufficiently developed capitalist class, indigenous or foreign. This raises some questions about the nature of Haiti’s economy. Also, exactly whose class interests was the Haitian state defending? Denouncing other leftists for opportunistically tailing Aristide , the SL lets the cat out of the bag by quoting a previous statement that he would “play the role of groveling instrument of the Haitian bourgeoisie.” (“Haiti: Election Avalanche for Radical Priest,” WV No. 517, 4 January 1991) Leaving aside the question of Haiti’s class structure for the moment, who does the SL propose the Haitian masses support if not bourgeois populist figures like Aristide with their current stance? They’re obviously not calling for forming a Trotskyist party, with whatever proposed strategy, in Haiti as an alternative. The Stalinists would offer the Haitian masses their two stage strategy, of course. What would be the SL’s response?

The SL points out that in 2004 “We pointed out that the U.S. occupation of Haiti also represented a danger to the Cuban deformed workers state, as well as to the militant proletariat of the Dominican Republic, which shares the island of Hispaniola with Haiti (see “Haiti: U.S./UN Troops Out!” WV No. 821, 5 March 2004).” Have those dangers suddenly disappeared? Doesn’t defence of the Cuban revolution begin at Port-au-Prince (to paraphrase an earlier SL slogan)?

The SL further writes

“For liberals disappointed with the Obama administration’s policies in Afghanistan and Iraq, the earthquake in Haiti was seen as an opportunity for the U.S. to show a benign face. This was echoed by Obama’s somewhat disillusioned reformist boosters, such as the ISO and WWP. The ISO demands that “Obama immediately stop the military occupation of Haiti,” while calling for the U.S. to “flood the country with doctors, nurses, food, water and construction machinery” (Socialist Worker online, 19 January). Likewise, a January 14 statement on Workers World’s Web site demands “the removal of all U.N. combat troops,” while calling for “all bonuses from executives of financial institutions that received bailout money to be donated to Haiti.”

“The notion that U.S. imperialism can be pressured into serving the needs of the oppressed, rather than its own class interests, shows boundless illusions in the good offices of the rapacious American ruling class. Reformists like the ISO and WWP perennially raised calls at demonstrations against the U.S. war in Iraq demanding a shift of U.S. government spending priorities from war to social services like education. But neocolonial domination and aggrandizement are inherent to imperialism, and no amount of pressure and pleading can change that. “

But if “the notion that imperialism can be pressured to serve the needs of the oppressed” shows “boundless illusions”  then why is the SL not opposing the US military occupation of Haiti? Obviously the SL does not believe it is an illusion since they favor the troops remaining precisely because they claim they are serving the immediate needs of the oppressed. What other parts of the world can US imperialism help out in? More narrowly those the SL claims is without a sizable indigenous working class, such as say Afghanistan? Or perhaps more broadly throughout history. The Cliffites argument on Northern Ireland in 1969 seems highly similar to the SL’s today.

“The breathing space provided by the presence of British troops is short but vital. Those who call for the immediate withdrawal of the troops before the men behind the barricades can defend themselves are inviting a pogrom which will hit first and hardest at socialists”

Socialist Worker, 11 September 1969)

Finally what attitude would the SL take in the circumstance of a military struggle Haitians to drive US troops out of their country? Would the SL simply refrain from calling for the defeat of US imperialism as they did in Afghanistan in 2001 or call for saving the lives of those troops as they did in Lebanon in 1983, or potentialy even worse, especially in light of the beneficial role the SL claims they are playing at the moment?

In a report on the SL’s thirteenth national conference, designed to prepare it’s readers for a potential future purge of Rachel Wolkenstein and her base of supporters in the Partisan Defence Committee, the SL claims

“The pressures of the period have helped to generate attempts to find a way to “get rich quick,” i.e., liquidating our revolutionary, internationalist and proletarian program in order to latch on to larger forces, hostile to the working class and to our revolutionary purpose “

“Dog Days of the Post-Soviet Period”

WV #948,  4 December 2009

It seems somewhat perverse to denounce ones internal critics for “latching” on to “larger forces hostile to the working class” (the rather small and sincere, if on many occasions politically wrong, group of Mumia activists, most of whom still no doubt have a better position on Haiti than the SL) when the “larger forces” one is latching on to is ones own bourgeoisie.

Why?

Questions have been raised by many as to the potential motives behind the SL most recent position. Some have claimed that it is an attempt by the SL leadership to find a way to artificially differentiate themselves from the rest of the left. Complaints from the SL’s quarter about the difficulties differentiating themselves from other left groups since the fall of the USSR have indeed been frequent in their literature. Others believe that, in the context of their recent internal turmoil, the SL leadership is using the issue organizationally as a loyalty test. Those who succeed in passing the SL’s test show their true loyalty is to the diseased cult organizationally, rather than any pretence it makes about socialist revolution. Lastly the IG has implied the SL has taken a dive in the face of chauvinist hysteria. While the SL certainly has taken such dives, such as their frightened reaction to 9/11 and the war in Afghanistan in 2001, no such similar atmosphere exists in relation to Haiti at the moment.

As more fully elaborated in a previous polemic (“IG: Trotsky’s Transitional Program or Robertson’s Political Compass”) the SL based practically it’s entire existence in the 1980’s on the issue of defending the USSR. In the face of it’s demise they have constructed a worldview in which, just as previously all questions were seen through the narrow prism of the Soviet Unions defence, today all questions are viewed through the narrow prism of the Soviet Unions demise. It is not just the subjective crisis of leadership that holds back working class struggles but a new objective circumstances where the question of taking state power is off the historical agenda for one reason or another.

Those who give up on the working class are forced to look to other social forces for salvation. During the 1980’s, in a symmetrical disorientation to today’s, the SL wildly exaggerated notions and fears about the dangers of the “Reagan years” combined with their dismantling of their trade union fractions lead them to look to the Soviet Stalinists and their military and economic might to protect them from the ravages of imperialism. Today the USSR no longer exists and Cuba cannot act as a sufficient substitute in the region. The recent crisis in Haiti and the SL’s reaction are, at bottom, an expression of giving up on the working class and, for that matter, giving up on themselves.

Wohlforth and Robertson 

At least in some ways it appears that Spartacist leader Jim Robertson has arrived at the same place though with different tempos, as his former arch-nemesis Tim Wohlforth. Besides the fact that both started out as oppositionists to the Socialist Workers Party turn to Pabloite revisionism in the early 60’s and both tragically ended up leading bureaucratized anti-Trotskyist cults, it appears that Jim Robertson is now finally coming over to Wohlforth’s views on “humanitarian” imperialism.

A 1995 SL article provocatively titled (and without humouros intent) “Wohlforth: Who Is This Road Kill?” (Spartacist#52, Autumn 1995) states “Young people surfing the internet might wonder who is that maniac out in cyberspace cheering “Good Going!” to the Nato forces bombing the Bosnian Serbs…”  Wohlforth also extended his support for “humanitarian” imperialist intervention into other countries at the time such as Somalia (which also by current SL standards had no working class and was perhaps also in hindsight deserving of imperialist goodwill) and, coincidentally, Haiti. Robertson is not yet quite as openly grotesque, he’s been following his arch-nemesis’s footsteps at a slower pace. Being quite old he is likely to die before he fully catches up. But perhaps today people surfing the internet should be asking the question (with the proper Seinfeldese inflections and shoulder shrugs) “Jim Robertson, who IS this roadkill?, and WHYdoes he support sending US troops to occupy Haiti?.”

A Sinking Ship  

The SL’s thirteenth national conference report at points reads almost as a self-obituary. After acknowledging that “We may not have an immediate ‘perspective.’” the SL proclaims that their “central task” is “to arm the party programmatically and theoretically, from Spartacist to the maintenance of our Central Committee archive, the Prometheus Research Library, and education of all kinds in the course of our work.” In other words preserve Jim Robertson’s legacy for future archivists. This is the logical outcome of abandoning, implicitly or explicitly, socialist revolution as the realistic perspective of our epoch. A leader then sets one sights lower on the “realistic” goal of using the organization for attaining and preserving ones personal legacy and  “footnote in history”.

This evident demoralization, drastic cut in membership size, the recent internal turmoil with Rachel Wolkenstein and the most recent dive on a key international issue of the day all indicate the SL is a sinking ship and there is great awareness of the fact internally from all indications.

In it’s transformation from a revolutionary propaganda group into a sectarian leader cult, the SL has not only destroyed many potential revolutionaries but also managed to recruit people on the basis of their former heritage, a small minority of whom have not yet subjectively abandoned their revolutionary aspirations. The Internationalist Group’s leadership has never given an honest political accounting of the SL’s history and the role they played in it. Neither, in other ways, has the International Bolshevik Tendency’s leadership (particularly in relation to issues surrounding Bill Logan, but also no doubt their current top bureaucrat Tom Riley) and, after a promising start, has been with increasing speed driving down it’s own bureaucratic “Road to Rileyville” for more than a decade now (see “Resignation from the International Bolshevik Tendency”). None of these groups deserves any political confidence.

As the mothership is sinking, and it’s offshoots stagnate under their own permanent geriatric leaderships, we appeal to all those genuinely interested in advancing (as opposed to what is in reality narrowly “preserving”) all that was revolutionary in the Spartacist League’s heritage to discuss with us.

See also

Internationalist Group: Trotsky’s Transitional Program or. Robertson’s “Political Compass”

Healyites, Messengers of Qaddafi

Healyites, Messengers of Qaddafi

[First printed in Workers Vanguard No. 158, May 20, 1977. Copied from http://anti-sep-tic.blogspot.com/2009/07/messengers-of-qaddafi-200577.html ]

Something stinks in News Line, daily garbage organ of the British Healyite Workers Revolutionary Party (WRP) -and it’s not simply that it continues these political bandits’ unsavory record of sectarianism, Stalinist gangsterism and egregious opportunism. Ever since News Line’s inception on May 1976, it has been a mouthpiece for the megalomaniacal ravings and “people’s democracy” pretensions of Colonel Muammar Qaddafi of Libya. Month after month articles in News Line have lauded the dictator in weirdly shameless fashion, hailing his “agricultural revolution,” his support to the “Arab Revolution,” detailing his every attack on the “high treason” of Egypt’s Anwar Sadat, and so forth.

Thus a brief article in the 26 February News Line hailed the London publication of the Libyan strongman’s Green Book as “an uncompromising rejection of parliamentary democracy in favour of ‘the authority of the people’.” Two Labour MP’s who pushed the book were taken to task for giving it “a patronizing send-off”; their praise of the Green Book as “challenging, stimulating, moral” is evidently insufficiently fulsome for the WRP’s taste. Qaddafi’s Healyite press agents complain that his “writings and his drive towards people’s democracy hardly received the attention they deserve.”

The WRP has in the last year been making up for that with a vengeance. Over 20 articles on Libya have appeared inNews Line, not to mention a considerable increase in “special reports” from Tripoli and attacks on Sadat’s Egypt. News Line’s castigation of Egypt, described as “near bankruptcy,” for its repression of leftists is completely in accord with Qaddafi’s feud with Sadat – and contrasts sharply with the Healyites’ silence on repression in Libya.

An article in the 14 October 1976 News Line, for instance, discussed a BBC television interview with Qaddafi and dismissed the interviewer’s inquiry into political prisoners in Libya as one of the bourgeois media’s “stock-in-trade questions.” News Line smugly added, “Gaddafi was unmoved, saying that they were ‘enemies of the revolution’.” The Healyites praised the program for having “broken at least part of the Gaddafi enigma and answered some of the US State Department and Zionist lies,” but complained that the interview was not shown on prime time:

“Miss Kewley’s profile rightly belonged in the BBC’s prestige slot, ‘Panorama’.
“It is a measure of the censorship on television that it was squeezed into the ‘religious programmes’ department where it could not do justice to the subject of Islam or its leading advocate.”

What is perhaps most curious is that Workers Press, the previous Healyite daily –which folded in February 1976 with the presumption of “lack of funds” – paid little or no attention to Qaddafi and his so-called “Revolutionland.” In the six months prior to its collapse, we could locate only one article in Workers Press dealing specifically with Libya, and this was implicitly critical of Qaddafi, reporting a protest by Libyan students in London against the police slaughter of “at least 16 students” at a demonstration at Libya’s Benghazi University (Workers Press, 14 January 1976). On 8 September 1976 News Line carried a centerfold spread on Tripoli’s “anniversary celebration” of Qaddafi’s military coup. Boasting huge photos and snide comments about the bourgeois press’ lack of coverage of the glorious event,News Line’s spread on “Libya’s Day” was a sharp departure from the silence of Workers Press the year before. Something has changed, and it wasn’t the Qaddafi regime.

“Revolutionland”

We are more than happy to give Qaddafi’s policies “the attention they deserve.” Qaddafi is fanatical in his devotion to the Koran, which sanctifies the feudal enslavement of women and prescribes legal punishments such as cutting off the tongues of liars and the hands of thieves. At least 700 political prisoners have been reported held in Libyan jails. Regarding one trial of 17 prisoners (acquitted in 1974) against whom Qaddafi personally intervened to impose new sentences of life imprisonment and death, Amnesty International recently noted: “The accused were allegedly Marxists, Trotskyists, and members of the Islamic Liberation Party” (Intercontinental Press, 4 April I977). Qaddafi’s 1973 “cultural revolution” laid out his “Five Principles,” including:

“We must purge all the sick people who talk of Communism, atheism, who make propaganda for the Western countries and advocate capitalism. We shall put them in prison.”

And:

“We live by the Koran, God’s book. We will reject any idea that is not based on it. Therefore we enter into a cultural revolution to refute and destroy all misleading books which have made youth sick and insane.”

New York Times, 22 May 1973

Qaddafi’s idea of “refutation” is simple: he ordered “the burning of books that contain imperialist, capitalist, reactionary, Jewish or Communist thoughts” (New York Times, 18 April 1973).

Grotesque

The sordid history of the Healyites is replete with examples of slavering enthusiasm for left-talking “Third World” nationalists and Stalinists. Workers Press gratuitously proffered “leftist” cheerleading to assorted petty-bourgeois anti-working-class formations, from the Maoist Red Guards to the Angolan MPLA. But the WRP’s pandering to Qaddafi is surely a new low.

Perhaps the most disgusting was a full-page “special News Line interview” with Hamied Jallud, general secretary of the “Libyan trade union federation, equivalent of the British TUC” (14 September 1976). To News Line questions about collective bargaining and the right to strike, the Qaddafi bureaucrats replied, “The role of the trade unions in socialist countries is completely different from capitalist countries”! After all, “the responsibility of the trade unions is to educate the workers and increase production”; Qaddafi’s “General People’s Congress” will look after the workers’ interests. The WRP’s shameless presentation of Qaddafi’s repression of the Libyan working class leaves no doubt of its utter subjugation before this capitalist dictator.

News Line hailed the “General People’s Congress” held in early March in Shebha, a small desert village distinguished by Qaddafi’s having gone to school there. Fidel Castro was the guest of honor as the “Congress” renamed Libya the “People’s Socialist Libyan Arab Public” (sic) and kicked off Qaddafi’s “Third Universal Principle” which he modestly claims solves “the problem of democracy.”

The Healyites have had some “problems” with “democracy” themselves; their solution has generally been to beat up political opponents. Qaddafi, who-unlike the WRP-holds state power, has worked out a more elaborate schema. His little Green Book explains that “both administration and supervision become popular” through “committees everywhere” – while Qaddafi becomes head of the “General People’s Congress” which runs everything and is so “popular” that it meets once a year. The sinister meaning of this “solution” comes out in the slogans pasted up around Shebha: “Parliaments are defunct.” “representation is a fraud” and “Parties are treason” (London Guardian, 3 March 1977).

“Parties are treason” – what about the Workers Revolutionary Party? In this “People’s Public” where communists are to be jailed and butchered and their books burned, ostensible leftists would have to do some pretty peculiar things to survive – and News Line has made it clear the WRP would be more than willing to do them. The London Times (6 September 1976) reported:

“The repression… in Libya has not, of course, weakened the interest of left-wing groups in other countries. Representatives of Miss Vanessa Redgrave’s Workers’ Revolutionary Party, for instance, have visited Libya three times in the past twelve months. Nor has it diminished the affection of those countries like Malta, which feel, with some reason, that Colonel Qaddafi has proved to be their only friend.”

Malta’s reasons are obvious. About to be impoverished by the closing of NATO bases, Malta is now dependent on Qaddafi’s aid to remain solvent. The mendicant guerrillas who flock to Tripoli seeking Soviet-made arms and Libyan oil money reportedly have included Muslim secessionists from the Philippines and Ethiopia, opponents of anti-Qaddafi Arab regimes (Sudan, Yemen, Syria, Tunisia, Morocco), the Provisional IRA and various Palestinian organizations. Naturally, such groups do not bite the hand that feeds them and have accorded Qaddafi a high place in the pantheon of “anti-imperialist” leaders.

Corrupt

Workers Press, which folded on 14 February 1976, titled itself the “Daily Organ of the Central Committee of the Workers Revolutionary Party.” Heavy publicity in the preceding months for the paper’s “Crisis Fund” and dire warnings that “the future of the paper is in doubt” would lead to the presumption that it closed up shop for lack of funds. Yet the “Final Edition” Editorial Board statement does not explicitly say so; instead, the Healyites tersely announce that their printing firm, Plough Press, will cease operations.

The Healyites, normally so fond of denying inconvenient reports on the grounds of their bourgeois sources, hid behind an abstract and irrelevant set of statistics from one of the great bourgeois interests, the British Printing Industrial Federation, on “rises in general expenses” increasing printing costs. For two and a half months no Healyite newspaper appeared. Then News Line sprang to life – but not as any kind of party organ – with a format which included paid advertising. At about that same time Healy was replaced by Mike Banda as WRP general secretary.

The WRP ranks have been kept busy with the usual treks across England – and lately the “Children’s Crusade” across Europe – designed in part to keep them too exhausted to notice their corrupt leaders’ maneuvering. But even a cursory look at News Line’s year-long pandering to the oil-rich Qaddafi forces the observation that there is indeed something very rotten in the state of Denmark.

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Workers Vanguard No. 174 (23 September 1977)

Genèse du pablisme

Genèse du pablisme

[Cet article est traduit de Spartacist, édition anglaise, n° 21, automne 1972. Une première traduction était parue dans Spartacist édition française n° 4 en 1974.]

* * *

Le Socialist Workers Party (SWP) américain et les pablistes européens avaient pris des voies différentes vers le révisionnisme, et à une allure différente, mais ils avaient convergé dans une alliance inconfortable au début des années 1960, avec une « réunification » sans principes qui aujourd’hui s’écroule parce que le SWP a mené à terme sa transition du centrisme pabliste au réformisme pur et simple. Le « Secrétariat unifié » (SU) qui a émergé de la « réunification » de 1963 est au bord de la scission ; le « Comité international » « anti-révisionniste » s’est fracturé l’an dernier. L’effondrement des divers regroupements concurrents prétendant être la continuité de la Quatrième Internationale fournit l’occasion de reconstituer une authentique tendance trotskyste internationale. Et pour reconstruire la Quatrième Internationale, dans un processus de scissions et de fusions, il est essentiel de comprendre les caractéristiques et les causes du révisionnisme pabliste ainsi que celles de la réponse défectueuse des antipablistes qui se sont battus, quoique trop peu et trop tard, et sur leur terrain national, en abandonnant dans la pratique le mouvement mondial.

La Deuxième Guerre mondiale : les Etats-Unis et la France

Avant que la guerre ne commence, Trotsky et la Quatrième Internationale pensaient que le capitalisme en déclin et la montée du fascisme rendaient impossible le réformisme, et donc les illusions démocratiques bourgeoises parmi les masses. Mais ils ont dû se rendre compte de plus en plus que la révulsion que le fascisme et le danger d’occupation fasciste inspiraient à la classe ouvrière favorisait le social-chauvinisme et un regain de confiance dans la bourgeoisie « démocratique » parmi les masses ouvrières dans toute l’Europe et aux Etats-Unis. Les sections de la Quatrième Internationale confrontées à cette contradiction ont été déchirées par les fortes pressions de l’arriération nationaliste et des illusions démocratiques de la classe ouvrière ; certaines ont adopté une attitude sectaire ; d’autres ont capitulé au social-patriotisme qui sévissait parmi les masses. Le SWP a pendant une courte période adopté la « politique militaire prolétarienne » qui appelait à l’entraînement militaire sous contrôle syndical, ce qui se basait implicitement sur l’idée utopique que les ouvriers américains pouvaient se battre contre le fascisme allemand sans qu’il y ait d’Etat ouvrier aux Etats-Unis, en « contrôlant » l’armée impérialiste US. Le trotskyste britannique Ted Grant est même allé plus loin : dans un discours, en parlant des forces armées de l’impérialisme britannique, il est allé jusqu’à dire : « Notre huitième armée ». L’IKD allemand est carrément retourné au menchévisme avec la théorie que le fascisme avait créé la nécessité d’une « étape intermédiaire, essentiellement l’équivalent d’une révolution démocratique » (« Trois thèses », 19 octobre 1941).

Le mouvement trotskyste français, qui s’était brisé en morceaux au cours de la guerre, donnait le meilleur exemple de contradiction. L’un de ces morceaux avait subordonné la mobilisation de la classe ouvrière aux appétits politiques de l’aile gaulliste de la bourgeoisie impérialiste ; un autre des groupes avait renoncé à toute lutte au sein du mouvement de résistance en faveur d’un travail exclusivement dans les usines et, comme il ne se rendait pas compte que le niveau de conscience existant dans la classe ouvrière était réformiste, il avait essayé de prendre les usines au moment de la « libération » de Paris alors que les masses laborieuses étaient dans la rue. Le document de la conférence européenne de février 1944 qui servit de base à une fusion entre les deux groupes français qui constituèrent le Parti communiste internationaliste (PCI) caractérisait ainsi les deux groupes :

« Au lieu de distinguer entre le nationalisme de la bourgeoisie vaincue, qui reste une expression de ses préoccupations impérialistes, et le “nationalisme” des masses, qui n’est qu’une expression réactionnaire de leur résistance contre l’exploitation de l’impérialisme occupant, la direction du POI considéra comme progressiste la lutte de sa propre bourgeoisie. […]

« [Le] CCI, sous prétexte de garder intact le patrimoine internationaliste du marxisme-léninisme, se refusa obstinément à distinguer le nationalisme de la bourgeoisie du mouvement de résistance des masses. »

  1. L’ISOLATIONNISME DU SWP

Le mouvement trotskyste européen et celui des Etats-Unis ont de prime abord eu des réactions distinctes aux différents problèmes et tâches qui ont suivi la Deuxième Guerre mondiale. L’internationalisme précaire du SWP américain, entretenu par une étroite collaboration avec Trotsky lorsqu’il était en exil au Mexique, n’a pas survécu à son assassinat en 1940, au tout début de la guerre. Les trotskystes américains se sont retirés dans un isolement qui ne leur était pas réellement imposé lorsque les sections européennes se sont désintégrées du fait du triomphe du fascisme et de la clandestinité.

En prévision des difficultés à coordonner l’internationale pendant la guerre, un Comité exécutif international (CEI) avait été mis en place à New York. Mais il semble que tout ce qu’il ait jamais fait c’est de convoquer une « conférence d’urgence » de l’internationale qui eut lieu du 19 au 26 mai 1940 « quelque part dans l’hémisphère nord », à l’initiative des sections américaine, mexicaine et canadienne. Cette « conférence d’urgence », à laquelle moins de la moitié des sections assistaient, avait été convoquée pour s’occuper des ramifications internationales de la scission shachtmaniste dans la section américaine, qui avait eu pour conséquence que la majorité du CEI résidant à New York était partie avec lui. La conférence s’était solidarisée avec le SWP dans la bataille fractionnelle et avait réaffirmé son statut en tant que seule section américaine de la Quatrième Internationale. La conférence a aussi adopté un « Manifeste de la Quatrième Internationale sur la guerre impérialiste et la révolution prolétarienne mondiale » écrit par Trotsky. Mais après la mort de Trotsky le CEI résidant à New York bascula dans l’oubli.

Avec le recul, il est clair que la section américaine de la Quatrième Internationale aurait dû prendre l’initiative d’organiser un secrétariat clandestin dans un pays neutre en Europe, avec des cadres qualifiés du SWP et des militants en exil des autres sections, pour centraliser et superviser directement le travail des trotskystes dans les pays occupés par les fascistes. Mais pendant la guerre, le SWP s’est contenté de limiter ses activités internationales à la publication des lettres et documents fractionnels des trotskystes européens dans ses bulletins internes. Le passage de la loi Voorhis en 1941, interdisant aux groupes américains de s’affilier à des organisations politiques internationales – loi qui n’a jamais été mise en application à ce jour – a aussi fourni une excuse au SWP pour minimiser ses responsabilités internationales.

Il y avait une perspective internationale dans le travail du SWP pendant la guerre. Les dockers du SWP ont profité du fait que les cargos de Vladivostok mouillaient dans les ports de la côte ouest des Etats-Unis pour distribuer clandestinement la « Lettre aux ouvriers d’URSS » en russe aux marins soviétiques. Le SWP a aussi concentré ses camarades travaillant dans la marine marchande sur les cargos allant à Mourmansk, jusqu’à ce que le nombre de militants qui se faisaient tuer devienne si important que le parti dut abandonner cette concentration. (C’est à cause de ces activités que le GPU reçut l’ordre d’activer le réseau d’espionnage antitrotskyste de Soblen. Des années plus tard, des témoignages révélèrent que le téléphone de Cannon avait été placé sur écoute par le GPU et que le directeur commercial du magazine du SWP Fourth International, un certain « Michael Cort », était un des agents du GPU.) Mais maintenir et diriger la Quatrième Internationale faisait partie des responsabilités internationalistes du SWP, et cela aurait dû être une priorité aussi urgente que le travail que le SWP entreprenait de lui-même.

La direction du SWP est sortie de la guerre essentiellement intacte, mais renforcée dans son insularité et mal équipée sur le plan théorique pour faire face à la situation d’après-guerre.

Dans les dernières années de la guerre et immédiatement après, le SWP avait remporté certains succès impressionnants ; il avait implanté ses cadres dans l’industrie au moment du boom économique, et il avait recruté une nouvelle couche de militants ouvriers attirés par le trotskysme parce qu’ils étaient contre la politique de social-patriotisme et de paix entre les classes du Parti communiste (PC).

Optimisme et orthodoxie

Le SWP est donc entré dans la période d’après-guerre avec un optimisme enthousiaste quant à la perspective d’une révolution prolétarienne. La convention du SWP en 1946 et sa résolution « La révolution américaine qui vient » projetaient une suite de succès sans fin pour le SWP. A la convention, la perspective isolationniste du parti était évidente. On y reconnaissait que les crises et les révolutions avaient nécessairement un caractère international, mais pas que le parti d’avant-garde avait par conséquent aussi un caractère international. En fait, la résolution excusait l’arriération politique de la classe ouvrière américaine tout en se félicitant de sa combativité ; elle présentait le syllogisme suivant : les batailles décisives de la révolution mondiale auront lieu dans les pays avancés où les moyens de production sont très développés et où le prolétariat est puissant – surtout aux Etats-Unis. Il suffit donc de bâtir la révolution américaine et le capitalisme mondial sera renversé. Le SWP, sous la coupe d’un profond impressionnisme, voyait le monde à travers les yeux du capitalisme américain, qui était devenu indiscutablement la puissance capitaliste mondiale dominante au sortir de la guerre.

La stabilisation du capitalisme européen après la guerre, l’émergence des partis staliniens en tant que partis ouvriers réformistes dominants en Europe, l’expansion du stalinisme en Europe de l’Est (qui en apparence contredisait l’analyse trotskyste selon laquelle le stalinisme ne pouvait que trahir), la destruction du capitalisme par des formations nationalistes staliniennes basées sur la paysannerie en Yougoslavie et en Chine, tous ces développements posaient de nouveaux problèmes théoriques au mouvement trotskyste auxquels ne pouvait pas faire face le SWP, que la scission petite-bourgeoise de Shachtman avait privé d’une couche d’intellectuels doués et qui s’était trouvé privé peu après des conseils de Trotsky. La réaction immédiate du SWP fut de se retrancher dans une « orthodoxie » stérile, dépourvue de tout contenu théorique, ce qui ne faisait que renforcer encore son isolement.

Une nouvelle vague de luttes de classe spontanées a eu lieu dans les années cinquante en Europe de l’Ouest et de l’Est, mais pour le SWP c’était le début de la chasse aux sorcières de la guerre froide : les poursuites contre le PC et ses anciens militants au nom du Smith Act ; l’étouffement de tous les aspects de la vie sociale et intellectuelle ; la purge impitoyable des « rouges » et des militants combatifs dans le mouvement syndical, coupant des liens que le SWP avait mis des années à tisser avec le mouvement ouvrier ; le départ de toute une couche d’ouvriers recrutés au SWP à la fin des années 1940. La pression poussant à devenir simplement une section s’enthousiasmant sur les luttes en Europe et dans les colonies était forte, mais le SWP s’en tint à son engagement verbal orthodoxe à faire la révolution aux Etats-Unis.

  1. RUPTURE DE CONTINUITE EN EUROPE

Le mouvement trotskyste européen était vulnérable au révisionnisme à la fois à cause des carences historiques des organisations européennes et parce que sa continuité avait été complètement brisée dans la période qui venait de s’écouler. Lorsque Trotsky, en 1934, se lança dans la lutte pour fonder la Quatrième Internationale, la classe ouvrière européenne, confrontée au choix décisif entre le socialisme et la barbarie, n’avait pas de direction communiste. La tâche était claire pour la Quatrième Internationale : mobiliser la classe ouvrière contre la menace fasciste et la guerre ; rassembler les cadres pour construire un parti révolutionnaire mondial qui soit pour l’internationalisme prolétarien face à la guerre impérialiste qui approchait et contre la capitulation social-chauvine de la Deuxième et de la Troisième Internationales. Mais Trotsky avait fait remarquer combien il était difficile pour l’avant-garde consciente d’aller de l’avant dans une période de défaite écrasante pour la classe ouvrière et quelle « terrible disproportion » il y avait «entre les tâches et les moyens » (« Contre le courant », avril 1939). La section française était l’exemple par excellence de la faiblesse du mouvement européen. Trotsky l’avait critiquée à plusieurs reprises et sa déviation ouvriériste petite-bourgeoise et son dilettantisme avaient fait l’objet d’une résolution à la conférence de fondation de la Quatrième Internationale en 1938.

La Quatrième Internationale s’était embarquée dans la bataille décisive contre le fascisme et la guerre et elle avait perdu. Pendant la guerre et l’occupation nazie, même les rudiments de coordination internationale, et même nationale, avaient été détruits. L’internationale s’était désintégrée en petits groupes de militants poursuivant des politiques improvisées : certaines opportunistes, d’autres héroïques. Les 65 camarades français et allemands qui furent fusillés par la Gestapo en juillet 1943, à cause de leur fraternisation défaitiste révolutionnaire et parce qu’ils avaient créé une cellule trotskyste dans l’armée allemande, sont un témoignage du courage internationaliste d’un mouvement révolutionnaire faible qui se bat contre des difficultés insurmontables.

La décimation des cadres trotskystes

En août 1943 on tenta de rétablir des rudiments d’organisation en Europe. Dans le secrétariat européen qui avait été mis en place à cette réunion en Belgique, il y avait exactement un membre de la direction d’avant-guerre qui avait survécu, et c’est en grande partie à cause de l’absence de cadres expérimentés que Michel Pablo (Raptis), organisateur clandestin très doué, mais pas réputé pour ses capacités en tant que dirigeant politique ou théoricien, se retrouva à la tête de l’internationale. Lorsqu’en juin 1945 un comité exécutif européen se réunit pour préparer la tenue d’un congrès mondial, les dirigeants expérimentés et les jeunes trotskystes les plus prometteurs (A. Léon, L. Lesoil, W. Held) avaient été assassinés par les nazis ou la GPU. La continuité du trotskysme en Europe avait été brisée. Ce processus tragique se reproduisit ailleurs avec l’emprisonnement et finalement l’exécution de Ta Thu Thau et des trotskystes vietnamiens, la disparition presque totale des trotskystes chinois, et la liquidation des trotskystes russes qui restaient (y compris, en plus de Trotsky, Ignace Reiss, Rudolf Klement et Léon Sedov). Apparemment les Européens manquaient tellement de cadres expérimentés que Pierre Frank put devenir un des dirigeants de la section française d’après-guerre, lui qui avait été un des dirigeants du groupe Molinier que Trotsky avait dénoncé et qualifié de «centristes démoralisés » en 1935, et qui avait été exclu en 1938 parce qu’il refusait de rompre avec la social-démocratie après l’entrisme dans le Parti socialiste.

A ce moment crucial, l’intervention et la direction d’un parti trotskyste américain vraiment internationaliste aurait pu faire une grande différence. Mais le SWP, qui aurait dû prendre la direction de l’internationale dès le début de la guerre, était plongé dans ses propres préoccupations nationales. Plus tard, Cannon fit remarquer que la direction du SWP avait délibérément construit l’autorité de Pablo, allant « jusqu’à mettre en sourdine beaucoup de nos divergences» (juin 1953). C’était précisément le contraire qu’aurait dû faire le SWP qui, quels que soient ses défauts, était l’organisation trotskyste la plus forte et la plus expérimentée.

III. REAFFIRMATION DE L’ORTHODOXIE

Ce que les trotskystes auraient dû faire au sortir de la guerre, c’était réorienter leurs cadres et réévaluer la situation de l’avant-garde et de la classe ouvrière en fonction des projections qui avaient été faites. Les trotskystes s’attendaient à ce que les fragiles régimes capitalistes d’Europe de l’Ouest chancellent et qu’une violente lutte de classes reprenne dans toute l’Europe, et en particulier en Allemagne, où l’effondrement du pouvoir nazi avait laissé un vide ; et leurs prévisions s’étaient accomplies. Mais les réformistes, en particulier les partis staliniens, avaient à nouveau montré leur capacité de contenir les soulèvements ouvriers spontanés. Le contrôle de la classe ouvrière française qui était aux mains de la CGT passa de la social-démocratie (SFIO), qui dominait la CGT avant la guerre, aux staliniens. Et donc, malgré l’esprit révolutionnaire manifeste de la classe ouvrière européenne et malgré les grandes vagues de grèves dans toute l’Europe de l’Ouest, particulièrement en France, en Belgique, en Grèce et en Italie, le prolétariat ne prit pas le pouvoir et l’appareil stalinien se trouva renforcé et consolidé.

La réaction de la Quatrième Internationale fut de retomber dans l’orthodoxie stérile et de refuser obstinément de croire que ces luttes avaient été vaincues dans l’immédiat :

« Dans ces conditions, les défaites partielles […], les périodes intermédiaires de reflux […] ne démoralisent pas définitivement le prolétariat ; […] l’incapacité de la bourgeoisie à rétablir un régime politique et économique tant soit peu stable, lui offrent chaque fois de nouvelles chances de passer à des stades plus élevés de la lutte. […]

« le gonflement des rangs des organisations traditionnelles en Europe, et en premier lieu des partis staliniens, […] a déjà atteint presque partout son point culminant. La phase de la dépression commence. »

– Comité exécutif européen, avril 1946

Les opportunistes de droite dans le mouvement trotskyste (l’IKD allemand, la fraction Goldman-Morrow du SWP) avaient raison lorsqu’ils critiquaient l’optimisme excessif d’une telle analyse et qu’ils observaient que les directions réformistes traditionnelles de la classe ouvrière sont toujours les premières à bénéficier d’un regain de militantisme et de luttes. Mais pour eux, la « solution » était de limiter le programme trotskyste aux revendications démocratiques bourgeoises, et à des mesures comme le soutien critique à la Constitution française bourgeoise d’après-guerre. S’attendant à ce que les travailleurs se regroupent plus ou moins spontanément sous la bannière trotskyste, la majorité rejeta sans hésitation leur proposition d’entrisme dans les partis réformistes européens. Cette attitude pavait la voie à un revirement total sur la question de l’entrisme quand il devint impossible d’ignorer l’influence des réformistes – comme ils l’avaient fait implicitement.

Les perspectives de la Quatrième Internationale dans l’immédiat après-guerre sont résumées dans un article d’Ernest Germain (Mandel) : « La première phase de la révolution européenne » (Fourth International, août 1946). Le titre est déjà une indication de sa façon de voir : « la révolution » était implicitement redéfinie comme un processus métaphysique durant continuellement et progressant inévitablement vers la victoire, plutôt que comme une confrontation très dure, et nécessairement limitée dans le temps, sur la question du pouvoir d’Etat, et dont le résultat déterminerait toute la période ultérieure.

Stalinophobie

La capitulation pabliste devant le stalinisme qui allait se produire plus tard fut préparée par des exagérations impressionnistes de son opposé : la stalinophobie. En novembre 1947, le Secrétariat international de Pablo écrivait que l’union soviétique était devenue :

« Un Etat ouvrier dégénéré à tel point que toutes les manifestations progressistes qui restaient des conquêtes d’Octobre sont de plus en plus neutralisées par les effets désastreux de la dictature stalinienne.

« Ce qui subsiste des conquêtes d’Octobre diminue toujours davantage en valeur comme moteur d’un développement socialiste.

« […] nous ne demandons pas l’expropriation de la bourgeoisie […] aux forces occupantes russes ou aux gouvernements stalinisants, entièrement réactionnaires. »

Dans le SWP, il circulait une rumeur selon laquelle Cannon flirtait avec l’idée que l’Union soviétique était devenue un Etat ouvrier totalement dégénéré, c’est-à-dire un régime « capitaliste d’Etat », position que Natalia Trotsky adopta peu après.

Sur la question de l’expansion du stalinisme en Europe de l’Est, la Quatrième Internationale était unanime sur la base d’une orthodoxie singulièrement simpliste. Il y eut une discussion poussée sur « Le Kremlin en Europe de l’Est » (Fourth International, novembre 1946) de E.R. Frank (Bert Cochran) qui avait un ton très antistalinien et tendait à accréditer l’idée que les pays occupés par l’Armée rouge seraient délibérément maintenus en tant qu’Etats capitalistes. Germain, dans une polémique contre Shachtman en date du 15 novembre 1946, était encore plus catégorique : la théorie qu’un « Etat ouvrier dégénéré pouvait être instauré dans un pays où il n’y avait pas eu de révolution prolétarienne auparavant » était tout simplement qualifiée d’« absurde ». Et Germain de s’interroger avec ironie : « Est-ce que Shachtman pense réellement que la bureaucratie stalinienne a réussi à renverser le capitalisme dans la moitié de notre continent ? » (Fourth International, février 1947)

La méthode ici est la même que celle qu’utilisera plus tard – avec plus de cynisme – le « Comité international » sur la question de Cuba (vous êtes perplexe ? alors niez la réalité !), avec la différence que le caractère de classe de l’Europe de l’Est était plus difficile à comprendre, étant donné que les institutions économiques étaient capitalistes, mais que le pouvoir d’Etat se trouvait entre les mains des armées d’occupation d’un Etat ouvrier dégénéré. Les empiristes et les renégats n’éprouvèrent bien entendu aucune difficulté à caractériser la nature de classe des Etats d’Europe de l’Est :

« Chacun sait que dans les pays où les staliniens ont pris le pouvoir, ils se sont appliqués, plus ou moins vite, à y établir exactement le même régime économique, politique et social que celui qui existe en Russie. Chacun sait que la bourgeoisie a été ou est sur le point d’être expropriée, privée de tout son pouvoir économique, et même souvent privée de toute existence mortelle […]. Chacun sait que les restes de capitalisme qui existent encore dans ces pays ne seront même plus des restes demain, et que la tendance générale est d’établir un système social identique à celui de la Russie stalinienne. »

– Max Shachtman, « Le congrès de la Quatrième Internationale », octobre 1948, New International

Malgré le ridicule de cette situation, humiliante pour eux, les trotskystes orthodoxes étaient coincés dans leurs analyses, parce qu’ils étaient incapables d’avancer une théorie qui puisse expliquer les transformations en Europe de l’Est sans arriver à des conclusions non révolutionnaires.

Germain sut au moins poser clairement le dilemme théorique (ce qui était typique de lui à l’époque) : la conception trotskyste du stalinisme était-elle correcte si le stalinisme se montrait capable dans certaines circonstances d’accomplir une espèce de transformation sociale anticapitaliste ? En s’en tenant étroitement à l’orthodoxie, les trotskystes perdaient le sens réel de la théorie, et supprimaient un aspect de l’analyse dialectique qu’avait faite Trotsky du stalinisme : que c’était une caste parasitaire et contre-révolutionnaire reposant sur les acquis de la révolution d’Octobre, sorte d’intermédiaire traître entre le prolétariat russe victorieux et l’impérialisme mondial. Comme ils avaient réduit le matérialisme dialectique à un dogme statique, leur égarement fut complet quand ils eurent à répondre par l’affirmative à la question de Germain. C’est ce qui ouvrit la voie au révisionnisme pabliste, qui sauta à pieds joints dans le néant théorique.

La Quatrième Internationale flirte avec Tito

C’est pratiquement sans exception que les membres de la Quatrième Internationale furent désorientés par la Révolution yougoslave. Après quelque 20 années de monolithisme stalinien, les trotskystes n’avaient peut-être guère envie d’examiner scrupuleusement le PC yougoslave anti-Staline. On qualifiait les titistes yougoslaves de « camarades » et de « centristes de gauche », et la Yougoslavie était soi-disant un « Etat ouvrier établi par une révolution prolétarienne ». Dans une de ses « Lettres ouvertes » à Tito, le SWP écrivait : « La confiance des masses en lui[“votre parti”] va s’accroître énormément et il deviendra vraiment l’expression collective des intérêts et des désirs du prolétariat de son pays ». La Révolution yougoslave posait un problème nouveau (que les expériences chinoise, cubaine et vietnamienne allaient à nouveau poser plus tard) : à la différence de l’Europe de l’Est, où les transformations sociales étaient opérées par les armées d’un Etat ouvrier dégénéré étranger, la Révolution yougoslave était clairement une révolution sociale autochtone qui, sans l’intervention de la classe ouvrière ni la direction d’un parti trotskyste, réussit à établir un Etat ouvrier (déformé). En qualifiant cette révolution de « prolétarienne » et les titistes de « centristes de gauche », la Quatrième Internationale évitait le problème théorique. (Le SWP a évité la question chinoise en refusant jusqu’en 1955 de caractériser sans ambiguïté le régime maoïste d’Etat ouvrier déformé. En 1954, deux articles de la tendance Phillips, caractérisant encore la Chine de capitaliste d’Etat, furent publiés dans Fourth International, la revue du SWP.)

Une fois encore on s’en tenait à l’orthodoxie, mais dépouillée de son contenu. La tendance, contenue jusqu’à ce que Pablo lui donne consistance, était de penser que le fait qu’il était possible pour des forces non prolétariennes et non trotskystes d’accomplir toutes sortes de renversements sociaux enlevait à la Quatrième Internationale sa raison d’être. On ne faisait plus la distinction qualitative qu’il faut faire entre un Etat ouvrier et un Etat ouvrier déformé ; cette distinction se fait dans le sang, car il faut une révolution politique qui ouvre la voie au développement socialiste et à l’extension de la révolution aux autres pays.

  1. LE PABLISME L’EMPORTE

Les cadres de la Quatrième Internationale d’après-guerre, inexpérimentés, théoriquement désarmés, numériquement faibles, socialement isolés, étaient une proie facile pour l’impatience et la désorientation dans une situation où il y avait des soulèvements pré-révolutionnaires répétés, sur lesquels ils ne pouvaient exercer aucune influence. Au début de l’année 1951, on vit poindre un nouveau révisionnisme, le pablisme. Il répondait à une situation objective frustrante en fournissant un ersatz de solution au fait que la Quatrième Internationale était isolée des mouvements de la classe ouvrière. Le pablisme était la généralisation de cette impulsion, incarnée en doctrine révisionniste et offrant des réponses impressionnistes qui paraissaient plus cohérentes que l’orthodoxie unilatérale de la Quatrième Internationale de l’immédiat après-guerre.

Il est important de ne pas confondre l’état de faiblesse organisationnelle, le manque d’implantation dans le prolétariat, l’incapacité théorique et la désorientation, qui étaient des conditions préalables à la dégénérescence révisionniste de la Quatrième Internationale, avec la consolidation et la victoire de ce révisionnisme. En dépit de graves erreurs politiques, la Quatrième Internationale de la période de l’immédiat après-guerre était encore révolutionnaire. Le SWP et l’internationale s’accrochaient à une orthodoxie stérile comme à un talisman, pour se garder de tirer des conclusions non révolutionnaires des événements mondiaux qu’ils ne pouvaient plus comprendre. L’histoire a pourtant démontré qu’à certains moments critiques les marxistes révolutionnaires ont pu dépasser une théorie inadéquate : ainsi avant avril 1917, Lénine n’était pas équipé théoriquement pour organiser une révolution prolétarienne dans un pays arriéré comme la Russie ; Trotsky, jusqu’en 1933, avait assimilé le Thermidor russe à un retour au capitalisme. Mais le pablisme était plus qu’une théorie symétrique fausse, plus qu’une réaction impressionniste excessive contre l’orthodoxie : c’était en fait la justification théorique d’une impulsion non révolutionnaire, basée sur l’abandon de la perspective de construire une avant-garde prolétarienne dans les pays avancés ou colonisés.

En janvier 1951, Pablo s’aventura dans le domaine de la théorie avec un document intitulé « Où allons-nous ? » Bien que mêlée à des paragraphes entiers de délire et de grandiloquence absurde, toute la structure révisionniste émerge :

« le rapport des forces international […] ne tendait pas vers l’équilibre prolongé, mais évoluait au désavantage grandissant de l’impérialisme.

« une époque de transition entre le capitalisme et le socialisme. […]

« cette transformation occupera probablement une période historique entière de quelques siècles et qui sera remplie entre-temps par des formes et des régimes transitoires entre le capitalisme et le socialisme, nécessairement éloignés des formes “pures” et des normes. […]

« le processus objectif est en dernière analyse le seul déterminant primant tous les obstacles d’ordre subjectif. […]

« les partis communistes gardent la possibilité, dans certaines circonstances, d’esquisser une orientation révolutionnaire. »

Pablo donne la primauté au « processus objectif » en tant que « seul facteur déterminant », déniant ainsi toute importance au facteur subjectif (la conscience et l’organisation du parti d’avant-garde). Il parle de « nombreux siècles » de « transition » (les adversaires de Pablo diront « des siècles d’Etats ouvriers déformés »). Et il suggère que la direction révolutionnaire pourrait bien être assumée par les partis staliniens plutôt que par la Quatrième Internationale. Toute la structure analytique du révisionnisme pabliste est là.

Dans un autre document, « La guerre qui vient », Pablo avance sa politique « d’entrisme sui generis » :

« Afin de s’intégrer dans le réel mouvement des masses, de travailler et de rester par exemple dans les syndicats de masse, les “ruses” et les “capitulations” sont non seulement admises mais nécessaires. »

Les trotskystes étaient essentiellement censés abandonner une perspective d’entrisme à court terme, dont l’objectif avait toujours été de scissionner les organisations de la classe ouvrière sur la base d’un programme solide ; c’était une tactique de construction du parti trotskyste. La nouvelle politique entriste découlait directement de l’analyse de Pablo. Puisque le soi-disant renversement dans les rapports de forces mondiaux en faveur de la révolution obligerait les partis staliniens à jouer un rôle révolutionnaire, il était donc logique que les trotskystes deviennent une composante de ces partis, poursuivant essentiellement une politique de pression sur l’appareil stalinien.

Tout cela aurait dû sonner l’alarme dans la tête des cadres trotskystes internationaux. Après tout Pablo était le dirigeant du « Secrétariat international » (SI), organisme politique permanent de la Quatrième Internationale ! Mais il n’y eut pas le moindre signe d’alarme, et encore moins de fraction anti-révisionniste internationale. Un long document d’Ernest Germain (« Dix thèses »), et peut-être quelques grognements sourds, obligèrent Pablo à faire un pas en direction de l’orthodoxie sur la question de la « période de transition », mais aucun autre document ne fut écrit contre l’attaque la plus évidente qui eût jamais été conduite contre le programme du trotskysme.

Germain résiste

En mars 1951, Germain publia ses « Dix thèses ». C’était une attaque voilée visant « Où allons-nous ? » mais il ne désignait pas nommément Pablo ou son document. Germain réaffirmait l’usage marxiste du concept de « période transitoire », qui est la période entre la victoire de la révolution (la dictature du prolétariat) et la réalisation du socialisme (l’avènement de la société sans classe). Sans mentionner explicitement la position de Pablo, il écrivait : «Pas plus que la bourgeoisie, elle [la bureaucratie soviétique] ne survivra à une guerre qui se transformera en essor mondial de la révolution. » Germain insistait sur le caractère bonapartiste contradictoire du stalinisme, qui se base sur des formes de propriété prolétariennes tout en protégeant la position privilégiée de la bureaucratie contre les travailleurs. Il mettait aussi l’accent sur la double nature des partis communistes de masse hors de l’URSS, qui d’un côté sont déterminés par leur base prolétarienne tout en étant de l’autre côté subordonnés aux bureaucraties staliniennes au pouvoir.

Germain s’efforçait de fournir une réponse orthodoxe à la proposition pabliste selon laquelle la destruction du capitalisme en Europe de l’Est, en Chine, en Yougoslavie, accomplie sans direction trotskyste, rendait la Quatrième Internationale superflue. Mais, encore une fois, il ne mentionnait pas les positions qu’il attaquait ; on aurait cru que les « Dix thèses » tombaient tout simplement du ciel et que ce n’était qu’un exercice théorique intéressant, et non la réaction à l’apparition d’un courant révisionniste qui s’opposait au sens de la pensée de Germain. Insistant sur le fait qu’une nouvelle poussée révolutionnaire mondiale ne stabiliserait pas le stalinisme mais représentait au contraire un danger mortel pour lui, il écrivait :

« c’est parce que la nouvelle montée révolutionnaire contient en germe la destruction des partis staliniens en tant que tels, que nous devons aujourd’hui être plus proches des ouvriers communistes. Ce n’est là qu’une phase de notre tâche fondamentale : construire de nouveaux partis révolutionnaires […] [souligné par nous].

« Etre “plus près de l’ouvrier stalinien” signifie donc en même temps affirmer plus que jamais, face à la politique stalinienne qui le mène dans l’impasse, notre programme et notre politique trotskystes. »

Les « Dix thèses » montraient qu’aucune des tendances du mouvement trotskyste n’était encore capable de saisir la nature des transformations sociales qui s’étaient déroulées en Europe de l’Est. (Toutefois, l’analyse que faisait la majorité du RCP britannique de Haston-Grant, et que le groupe Vern-Ryan du SWP à Los Angeles avait empruntée, était le commencement de la sagesse – mais seulement le commencement – car cette analyse reconnaissait que dans la période de l’immédiat après-guerre, il n’était pas suffisant d’examiner les formes de propriété, puisque le pouvoir d’Etat en Europe de l’Est c’était l’Armée rouge, armée d’occupation étrangère.) En 1951 Germain considérait encore comme inachevé le processus « d’assimilation structurelle » (!), et prédisait que les armées des Etats d’Europe de l’Est seraient intégrées à l’armée soviétique, autrement dit que l’Europe de l’Est serait tout bonnement incorporée dans l’Union soviétique. Germain reconnaissait certes que la transformation en Europe de l’Est avait détruit le capitalisme, mais qu’en même temps, même avec la victoire, la bureaucratie représentait un obstacle décisif au développement socialiste : il insistait sur le fait que l’expansion du mode de production non capitaliste de l’URSS « est infiniment moins importante que la destruction du mouvement ouvrier vivant qui l’a précédée ».

En ce qui concerne la Chine et surtout la Yougoslavie, aucun obstacle de cette sorte ne fut soulevé. Les trotskystes étaient incapables de dissocier le phénomène du stalinisme de la personne de Staline ; la rupture des titistes avec le Kremlin les empêchait de voir que la Yougoslavie allait nécessairement poursuivre des politiques intérieure et extérieure qualitativement identiques, et qu’elle sauvegarderait les intérêts de son propre régime bureaucratique national face à la classe ouvrière. Réticent à admettre que des forces staliniennes à la tête des masses paysannes puissent jamais accomplir une révolution anticapitaliste, Germain, dans ses « Dix thèses », qualifiait les événements de Chine et de Yougoslavie de « révolutions prolétariennes » et affirmait également que « Ces partis cessent, dans ces conditions, d’être des partis staliniens au sens classique du mot. »

Alors que Pablo considérait ces événements comme un nouveau modèle révolutionnaire invalidant les formes et les normes « pures » (autrement dit, la Révolution russe), Germain, toujours sans mentionner Pablo, affirmait qu’ils n’étaient que le résultat de circonstances exceptionnelles qui ne pouvaient en aucun cas être valables pour les pays industriels avancés. Il soulignait le contraste entre « Le front unique de fait qui existe aujourd’hui entre les révolutions coloniales en Asie et la bureaucratie soviétique, et dont la menace commune par l’impérialisme est l’origine objective » et les possibilités en Europe. Il était d’accord avec la prédiction d’une troisième guerre mondiale imminente entre « le front unique impérialiste d’une part, et l’URSS, le “glacis” et les révolutions coloniales, de l’autre », mais plutôt que d’en saluer l’approche, il la qualifiait de guerre contre-révolutionnaire.

Le fond de l’argument de Germain était le suivant :

« Ce qui importe avant tout dans la période actuelle, c’est de donner au prolétariat une direction mondiale capable de coordonner ses forces et d’arriver à la victoire mondiale du communisme. La bureaucratie stalinienne, obligée de se retourner avec une fureur aveugle contre la première révolution prolétarienne victorieuse en dehors de l’URSS [la Yougoslavie !], est socialement incapable d’accomplir pareille tâche. C’est là la mission historique de notre mouvement. […] La justification historique de notre mouvement […] réside dans l’incapacité du stalinisme à renverser le capitalisme mondial, incapacité qui a ses origines dans la nature sociale de la bureaucratie soviétique. »

Après coup, avec l’expérience des 20 dernières années, il est facile de voir que les « Dix thèses » sont défectueuses dans leurs analyses et leurs prédictions : la nature contre-révolutionnaire du stalinisme s’est très clairement manifestée en Hongrie en 1956 ; il y a eu la Révolution cubaine de 1960, au cours de laquelle le nationalisme petit-bourgeois, à la tête d’une guérilla paysanne, renversa le capitalisme pour finalement fusionner avec l’appareil stalinien, intérieurement comme internationalement. La politique du PC chinois au pouvoir est solidement nationaliste et stalinienne. Mais ce qui est plus important, c’est le ton délibérément non polémique du document, qui laisse présager que Germain allait refuser de se ranger du côté des antipablistes. Germain défendait le trotskysme au niveau théorique, mais, sans détermination à lutter pour une ligne correcte dans la Quatrième Internationale, cela ne signifiait pas grand-chose. Ce n’était que du pablisme, à une différence près : la négation du facteur subjectif dans le processus révolutionnaire.

Le Troisième Congrès mondial

Le Troisième Congrès mondial de la Quatrième Internationale se tint en août-septembre 1951. Le rapport politique principal s’efforçait de faire une distinction entre les partis communistes et les « partis réformistes » sur la base que seuls les premiers étaient contradictoires, et que sous la pression d’une forte poussée des masses, les partis communistes pourraient devenir des partis révolutionnaires. La répudiation du but principiel de l’entrisme – polarisation et scission – révélait la nature clairement opportuniste de la version pabliste de la tactique de l’entrisme : « Les possibilités de scissions importantes dans les partis communistes […] sont remplacées par un mouvement de gauche à la base, à l’intérieur du parti ». On ne reconnaissait pas les déformations cruciales des Etats ouvriers de Chine et de l’Europe de l’Est, de sorte qu’implicitement le congrès ne faisait qu’une différence quantitative entre l’Union soviétique de Lénine et les Etats ouvriers dégénéré et déformés. Le rapport envisageait la possibilité que Tito puisse prendre « la tête d’un regroupement des forces révolutionnaires indépendantes du capitalisme et du Kremlin […] jouant ainsi un rôle majeur dans la formation d’une nouvelle direction révolutionnaire ». Il n’était pas fait mention de la perspective de révolution permanente pour les pays coloniaux.

C’est la commission autrichienne qui a élaboré l’application de la politique pabliste d’« entrisme sui generis » :

« L’action de nos membres dans le PS, etc. sera régie par les directives suivantes : a) ne pas apparaître comme des trotskystes avec l’ensemble de notre programme ; b) ne pas pousser à l’avant-plan des questions programmatiques et principielles ; »

Quelle que soit la quantité d’orthodoxie sur papier, il n’était plus possible de cacher la réalité à ceux qui voulaient bien la voir.

Le Parti communiste internationaliste français soumit les « Dix thèses » de Germain au vote (Germain lui-même avait apparemment évité de le faire) et proposa des amendements au document principal. Aucun vote n’eut lieu sur les « Dix thèses » ou sur les amendements des Français. Le PCI vota contre l’adoption des grandes lignes du document principal ; il fut la seule section à le faire.

Dans les mois qui suivirent, la ligne pabliste fut élaborée dans le sens qui avait été exprimé clairement lors du Troisième Congrès mondial et avant :

« Nous entrons [dans les partis réformistes – note de la rédaction] pour y rester longtemps, misant sur la très grande possibilité qui existe de voir ces partis, placés dans les conditions nouvelles [une situation “partout pré-révolutionnaire”, un processus “en général irréversible”], développer des tendances centristes qui dirigeront toute une étape de la radicalisation des masses et du processus objectif révolutionnaire ».

  – Pablo, rapport au 10e plénum du comité exécutif international, février 1952

« Placée entre la menace impérialiste et la révolution coloniale, la bureaucratie soviétique se vit obligée de s’allier à la seconde contre la première. […] la désintégration du stalinisme dans ces partis [dans les pays capitalistes où ils sont majoritaires dans la classe ouvrière – note de la rédaction] ne doit pas être comprise dans l’étape immédiate comme une désintégration organisationnelle de ces partis ou comme une rupture publique avec le Kremlin, mais comme une transformation progressive interne ».

– « Montée et déclin du stalinisme », Secrétariat international, juillet 1953

  1. LES ANTIPABLISTES

Avec la capitulation de Germain – dont le rôle dans les conflits préliminaires sur la politique pabliste est ambigu, mais en qui les Français semblent pourtant avoir eu une certaine confiance – la tâche de lutter contre le pablisme échut à la majorité du PCI français de Bleibtreu-Lambert et au SWP américain. Malgré tous les mythes prétendant le contraire, le PCI et le SWP ont réagi avec beaucoup d’indécision quand le révisionnisme s’est manifesté à la tête de la Quatrième Internationale. Ce n’est que lorsqu’il fallut qu’ils l’appliquent dans leurs propres sections qu’ils rechignèrent. Ces deux groupes se sont compromis en acceptant la politique de Pablo, quoique avec réticence (combinée dans le cas du PCI à une résistance sporadique), jusqu’à ce que les conséquences organisationnelles suicidaires pour leur section les poussent à se battre férocement. Tous les deux ont abdiqué et n’ont engagé le combat contre le révisionnisme dans aucune des instances et aucune des sections de la Quatrième Internationale, et tous deux se sont retirés de la lutte en fondant le « Comité international » (CI) sur la base des « principes du trotskysme orthodoxe ». Dès sa fondation, le CI n’était qu’une tendance internationale de papier, composée de groupes dans lesquels les ailes pro-pablistes avaient déjà scissionné des orthodoxes.

Le PCI se bat contre Pablo

La majorité du PCI fut marginalisée par le Secrétariat international, qui avait mis la minorité pabliste dirigée par Mestre et Frank à la direction de la section française. La majorité du PCI continua cependant de proclamer son accord avec la ligne du Troisième Congrès mondial, prétendant que c’étaient Pablo, le SI et le CEI qui en violaient les décisions ! Selon les Français, le pablisme utilisait « les confusions et contradictions du congrès mondial – où il n’a pas pu s’imposer – pour tenter de s’affirmer après le congrès mondial » (« Déclaration de la tendance Bleibtreu-Lambert sur les accords conclus au CEI », non datée [mars ou avril 1952]).

Le 16 février 1952, Renard écrivit, de la part de la majorité du PCI, une lettre adressée à Cannon qui faisait appel au SWP et qui a son importance. La lettre de Renard proclamait son accord avec la ligne du Troisième Congrès mondial, y compris celle de sa commission française, et se réclamait du Congrès mondial « non pabliste » (citant de vagues lieux communs pour prouver que la ligne y avait été essentiellement « orthodoxe »). Et il opposait cette ligne aux actions et à la politique ultérieures de Pablo dans le CEI et le SI. Renard affirmait que « le pablisme ne l’a pas emporté au IIIe Congrès mondial ». (Il évitait prudemment d’expliquer pourquoi son organisation avait voté contre les principaux documents du Congrès !) La lettre était principalement un argumentaire contre l’intervention de la direction internationale pabliste dans la section nationale française.

La réponse de Cannon, datée du 29 mai, accusait la majorité du PCI d’opportunisme stalinophobe dans le mouvement syndical (parce qu’ils faisaient bloc avec les anticommunistes progressistes contre le PC), et niait carrément l’existence du pablisme.

La majorité du PCI mettait clairement en lumière une des implications de l’entrisme pabliste. Dans une polémique contre la théoricienne minoritaire Mestre, la majorité antipabliste avait écrit :

« Si ces idées sont justes, cessons de bavarder sur la tactique d’entrisme, même “sui generis”, et abordons de front notre nouvelle fonction : celle d’une tendance plus conséquente (pas même d’une “opposition de gauche”…), d’une tendance dont le rôle est d’aider le stalinisme à surmonter ses hésitations, à aborder dans les meilleures conditions le choc décisif avec la bourgeoisie… Si le stalinisme a changé, a cessé d’osciller, cela veut dire que, dans la nouvelle situation, il n’est plus l’expression des intérêts propres d’une caste bureaucratique dont l’existence repose sur l’équilibre instable entre les classes, qu’il n’est plus un bonapartisme, mais qu’il exprime seulement les besoins de… la défense de l’Etat ouvrier. Que cette transformation se soit produite sans intervention du prolétariat soviétique… mais au contraire par une évolution de la bureaucratie elle-même… cela nous obligerait non seulement à réviser le programme transitoire…mais à faire la critique de toute l’œuvre de Trotsky depuis 1923 et spécialement la proclamation de la Quatrième Internationale. »

– « Premières reflexions sur un zigzag », Bulletin intérieur du PCI n° 2, février 1952

Mais la majorité du PCI, tout comme le SWP, se montra incapable d’internationalisme concret quand elle se trouva devant la tâche de mener la lutte contre le pablisme toute seule.

Le 3 juin 1952, la majorité du PCI demanda au SI de reconnaître deux sections françaises de la Quatrième Internationale, permettant ainsi à la majorité de mettre en pratique sa propre politique en France. C’était une violation claire et nette des statuts de fondation de la Quatrième Internationale, et cela signifiait la liquidation de l’internationale en tant qu’organisation mondiale disciplinée. Il aurait fallu au contraire mener une lutte fractionnelle internationale sur la ligne politique de la Quatrième Internationale. Mais la majorité se sentait peu disposée à subordonner son travail en France à la lutte cruciale pour la légitimité et la continuité de la Quatrième Internationale. Lorsque Pablo refusa d’accéder à cette demande, la majorité du PCI scissionna.

Le SWP entre dans la bataille

Le SWP ne s’engagea dans la lutte contre le révisionnisme que lorsqu’une tendance pro-pabliste, l’aile Clarke de la fraction Cochran-Clarke, apparut dans le parti américain. Dans sa réponse à Renard le 29 mai 1952, Cannon avait écrit :

« Nous ne voyons [“aucune sorte de tendance pro-stalinienne”] dans la direction internationale de la IVe Internationale ni aucun signe ou symptôme d’une telle tendance. […]

« Nous n’y voyons aucun révisionnisme [dans les documents]. […] Nous considérons que ces documents sont entièrement trotskystes. […] C’est l’opinion unanime des cadres dirigeants du SWP que les auteurs de ces documents ont rendu un grand service au mouvement ».

Il y a une histoire que le SWP avait préparé quelques amendements aux documents du Troisième Congrès mondial, et que Clarke (représentant du SWP à l’internationale) les avait brûlés au lieu de les présenter. Il est possible que ce soit vrai, mais cela n’a pas beaucoup d’importance, vu la déclaration de loyauté politique à Pablo que Cannon fit au moment décisif lorsqu’il refusa de se solidariser avec la majorité antipabliste du PCI.

La majorité du SWP s’opposait à la ligne de Cochran-Clarke qui prônait une orientation vers la périphérie du PC, mais elle soutenait la tactique pabliste d’entrisme dans les PC. Toutefois elle faisait valoir une sorte d’« exceptionnalisme » américain, argumentant qu’il y avait une différence entre les partis de masse européens et le triste milieu du PC américain, qui n’avait aucune base ouvrière et n’était peuplé que d’intellectuels minables.

Face à la menace que représentaient Cochran-Clarke, Cannon entreprit de créer une fraction dans le SWP, avec l’aide de la direction Weiss à Los Angeles. Cannon chercha à rassembler les anciens cadres du parti autour de la question de la conciliation avec le stalinisme, et fit appel aux syndicalistes du parti, comme Dunne et Swabeck, en faisant une analogie entre le besoin de luttes fractionnelles au sein du parti et la lutte dans la classe ouvrière contre les réformistes et les traîtres, disant que c’étaient des processus parallèles de lutte fractionnelle contre une idéologie non marxiste. A la conférence nationale du SWP en mai 1953, il déclarait :

« Au cours de l’année dernière, j’ai eu de sérieux doutes sur les possibilités qu’avait le SWP [de] survivre […] j’ai pensé que nos 25 années d’efforts […] avaient abouti à un échec catastrophique, et qu’une fois de plus, une petite poignée devrait rassembler les morceaux et repartir pour édifier le cadre nouveau d’un autre parti sur les anciennes fondations. »

– Discours de clôture, 30 mai (in Bulletin intérieur du SI de la IVe Internationale, novembre 1953)

Mais Cannon choisit une autre voie. Au lieu de poursuivre la lutte jusqu’au bout, il fit bloc avec l’appareil Dobbs-Kerry-Hansen contre les conséquences organisationnelles liquidationnistes de la ligne Cochran-Clarke. En échange de leur soutien, Cannon promit à l’administration routinière et conservatrice de Dobbs une mainmise totale sur le SWP. Cannon, lui, ne s’en mêlerait plus (« un nouveau régime dans le Parti »).

Quand le SWP vit le débat dans l’internationale se répercuter en son sein, il réagit en approfondissant son isolement, jusqu’à devenir anti-internationaliste. Dans son rapport à la réunion de la majorité du SWP le 18 mai 1953, Cannon déclarait : « Nous ne nous considérons pas comme le bureau local américain d’une firme d’affaires internationales ; nous ne pensons pas avoir à recevoir des ordres d’un patron » ; et il disait préférer les discussions où « nous élaborons, si possible [!], une ligne commune ». Cannon rejetait la légitimité d’une direction internationale, et parlait de « quelques personnes à Paris ». Il opposait la Quatrième Internationale au Comintern de Lénine, qui détenait le pouvoir d’Etat et possédait une direction dont l’autorité était largement reconnue : il niait donc que la Quatrième Internationale de son temps puisse être une organisation régie par le centralisme démocratique.

Tardivement, Cannon objecta à la conduite de Pablo envers la majorité française, mais uniquement sur la question organisationnelle, conformément à ce qu’il pensait, à savoir que la direction de l’internationale ne devrait pas s’ingérer dans les affaires des sections nationales. Il écrivait :

« […] nous avons été abasourdi par la politique suivie dans le récent conflit, suivie de scission, en France, et par l’inconcevable précédent organisationnel créé à cette occasion. C’est la raison pour laquelle j’ai apporté de tels délais à ma réponse à Renard. Je voulais aider le S.I. politiquement, mais je ne voyais comment, en conscience, je pourrais approuver les mesures organisationnelles prises contre la majorité d’une direction élue. J’ai finalement résolu le problème en me bornant à ignorer cette partie de la lettre de Renard ».

  – « Lettre à Tom », ibid.

La « Lettre à Tom » réaffirmait aussi la position que le Troisième Congrès mondial n’était pas révisionniste.

Les pablistes exploitèrent à fond les carences profondes de la lutte du PCI et du SWP contre le pablisme : le quatorzième plénum du CEI reprocha à Cannon sa conception que l’internationale était une « union fédérative ». Le plénum constata que le SWP ne s’était jamais opposé en principe à la ligne pabliste, et il accusa le SWP de faire un bloc sans principes avec le PCI sur la Chine. S’attaquant à l’orthodoxie étroite du SWP (Hansen avait défendu l’expression d’un membre de la majorité du SWP qui avait dit que le stalinisme est « contre-révolutionnaire de bout en bout », caractérisation qui ne s’applique qu’à la CIA !), les pablistes purent camoufler leur liquidation du programme trotskyste indépendant sous de pieuses réaffirmations que les staliniens, caste contre-révolutionnaire reposant sur les formes de propriété établies par la révolution d’Octobre, sont contradictoires.

Formation du Comité international

Après la scission Cochran-Clarke, le SWP rompit précipitamment et publiquement avec Pablo. Le 16 novembre 1953, le Militant publiait une « lettre aux trotskystes du monde entier » qui dénonçait Cochran-Clarke et Pablo et se solidarisait – quelque peu tardivement – avec la majorité du PCI « injustement exclue ». Comme le SWP avait auparavant qualifié le Troisième Congrès de « parfaitement trotskyste », il lui fallut trouver le moyen de prétendre, dans cette fameuse « lettre ouverte », que le pablisme était apparu après le congrès, ce qui le força à développer une argumentation peu convaincante, en s’en prenant à un ou deux tracts de la minorité pabliste française datant de 1952. A peu près en même temps, en novembre 1953, le SWP publia « Contre le révisionnisme pabliste », qui contenait une meilleure analyse de l’accommodation liquidationniste de Pablo au stalinisme :

« La conception selon laquelle un parti communiste de masse prendrait le chemin du pouvoir si seulement il était soumis à une pression suffisante des masses est une conception erronée. Elle reporte sur les masses la responsabilité de la direction pour les défaites révolutionnaires […].

« La classe ouvrière se transforme [selon les théories de Pablo] en un groupe de pression, et les trotskystes se transforment avec elle en un groupe de pression qui pousse une section de la bureaucratie vers la révolution. De cette façon, on fait passer la bureaucratie, qui est traître et fait obstacle à la révolution, pour une force motrice auxiliaire de la révolution. »

Le « Comité international » se constitua en 1954. Il comprenait la majorité du PCI français, le SWP américain (fraternellement) et le groupe Healy (Burns) en Angleterre. Ce dernier ne joua aucun rôle important ou indépendant dans la lutte contre le révisionnisme. Après la guerre, Pablo avait soutenu la scission de Healy-Lawrence du Parti révolutionnaire communiste (RCP) en désintégration, impulsée par la perspective d’ « entrisme profond » de la fraction Healy-Lawrence dans le Parti travailliste anglais. Pablo avait reconnu deux sections en Grande-Bretagne et leur avait accordé une représentation égale au CEI. Healy était « l’homme de Cannon » en Angleterre, et le SWP l’avait presque toujours soutenu dans les controverses au sein du RCP. Quand le SWP rompit avec Pablo, la fraction Healy-Lawrence scissionna, Healy soutenant le SWP et Lawrence soutenant Pablo. (Lawrence allait plus tard passer au stalinisme, tout comme Mestre, de la minorité du PCI français.) Mais malgré son appartenance au nouveau bloc international antipabliste, le groupe Healy poursuivit sa politique opportuniste archipabliste dans le Labour Party. Il n’avait aucun poids dans le bloc du CI jusqu’en 1956 lorsqu’à la suite de la révolution hongroise il recruta une couche impressionnante d’intellectuels et de syndicalistes du PC (il perdit plus tard la plupart des militants qu’il y avait recrutés), devenant ainsi considérablement plus important dans la gauche britannique.

Le CI disait aussi avoir gagné la section chinoise (émigrée), qui avait déjà connu une scission, et la petite section suisse.

Le CI réussit à produire quelques bulletins intérieurs au début de 1954, mais ne s’est jamais réuni en tant que véritable organisation internationale, et n’a jamais non plus élu une direction centralisée. La tactique adoptée par le SWP était de boycotter le Quatrième Congrès mondial, qu’il qualifia de simple réunion de la fraction de Pablo dépourvue de la moindre légitimité en tant que Quatrième Internationale.

Le mouvement mondial paya cher cette dérobade. Pour ne citer qu’un exemple : Ceylan. Le LSSP de Ceylan prit une position non fractionnelle sur le pablisme, demandant au SWP de ne pas scissionner et d’assister au Quatrième Congrès. Il aurait dû y avoir une bataille féroce contre les indécis cinghalais passifs pour créer un clivage et forger des cadres endurcis dans la lutte. Mais au lieu de cela, les Cinghalais se rapprochèrent petit à petit de Pablo. Quelque sept ans plus tard, la participation du LSSP à un gouvernement bourgeois de coalition salissait la réputation révolutionnaire du trotskysme aux yeux des militants du monde entier, précipitant une « scission » de dernière minute de la direction internationale pabliste. Si une dure bataille principielle anti-révisionniste avait été menée dans la section cinghalaise en 1953, on aurait pu créer alors une organisation révolutionnaire affermie qui aurait pu revendiquer la continuité du trotskysme, évitant ainsi que le nom de trotskysme ne soit associé à la trahison fondamentale du LSSP.

Mais c’est délibérément que la lutte anti-révisionniste n’avait pas été engagée dans le mouvement mondial. Le CI était essentiellement composé de groupes qui avaient déjà scissionné sur la mise en pratique de la ligne pabliste dans leur propre pays, et la lutte contre le révisionnisme et pour la reconstruction de la Quatrième Internationale sur la base du trotskysme authentique fut ainsi mort-née.

Du flirt à la consommation

En 1957 le Secrétariat international de Pablo et le SWP flirtèrent avec l’idée d’une réunification éventuelle (cf. la correspondance Hansen-Kolpe). La base en était une orthodoxie de forme, à savoir la similarité des lignes politiques du SI et du SWP sur la révolution hongroise de 1956. Le SWP, qui s’attendait peut-être naïvement à ce que la position de Clarke en 1953 sur la possibilité de l’autoliquidation des bureaucraties staliniennes se répète, avait tendance à prendre les conclusions formellement trotskystes du SI sur la question hongroise pour argent comptant. Ces ouvertures en vue de réunification n’aboutirent à rien à cause de l’opposition des groupes anglais et français, et aussi parce que Cannon soupçonnait que Pablo était en train de manœuvrer. La question était mal posée : on se contentait de constater un accord empirique apparent, sans examiner ni les divergences passées ni l’évolution des groupes.

Lorsque la question de réunification revint sur le tapis, le champ politique avait complètement changé. La réunification fut consommée en 1963, avec la formation du Secrétariat unifié. Le SI et le SWP se trouvèrent d’accord sur la question cubaine. Mais la base n’en était plus une apparente convergence sur l’orthodoxie ; c’était plutôt l’abandon du trotskysme par le SWP pour adhérer au révisionnisme pabliste. (Aujourd’hui, le SWP, avec sa ligne de collaboration de classes sur la guerre du Vietnam, a carrément pris le chemin du réformisme pur et simple).

En 1963, la base de la réunification était le document intitulé « Pour une réunification prochaine du mouvement trotskyste mondial. Déclaration du comité politique du SWP », (1er mars 1963). La nouvelle ligne était développée dans le paragraphe 13 :

« Sur le chemin de la révolution, qui commence avec de simples revendications démocratiques et finit dans la rupture des relations de propriété capitalistes, la guerre de guérilla faite par les paysans sans terre, et les forces semi-prolétariennes, sous une direction qui est résolue à faire aboutir la révolution, peut jouer un rôle décisif pour ruiner et précipiter la chute des pouvoirs coloniaux ou semi-coloniaux. C’est une des principales leçons à tirer de l’expérience depuis la Deuxième Guerre mondiale. Cela doit être consciemment incorporé à la stratégie de construction de partis marxistes révolutionnaires dans les pays coloniaux. »

Dans « Vers la renaissance de la Quatrième Internationale », du 12 juin 1963, la Tendance spartaciste s’opposait à ce document :

« L’expérience depuis la Deuxième Guerre mondiale a montré que la guérilla basée sur la paysannerie avec une direction petite-bourgeoise ne peut mener en elle-même à rien de plus qu’à un régime bureaucratique antiprolétarien. La création de tels régimes s’est réalisée dans une situation de dégénérescence de l’impérialisme, de démoralisation et de désorientation occasionnées par les trahisons staliniennes et par l’absence d’une direction marxiste révolutionnaire de la classe ouvrière. La révolution coloniale ne peut avoir de signification révolutionnaire progressiste sans équivoque que sous la direction du prolétariat révolutionnaire. Que des trotskystes introduisent dans leur stratégie le révisionnisme sur la question de la direction prolétarienne de la révolution est une profonde négation du marxisme-léninisme, quels que soient les vœux pieux exprimés en même temps en faveur de “la construction de partis marxistes révolutionnaires dans les pays coloniaux”. Les marxistes doivent s’opposer résolument à toute acceptation aventuriste de la voie de la guérilla paysanne au socialisme, historiquement apparentée au programme tactique des socialistes-révolutionnaires que combattait Lénine. Cette voie est un cours suicidaire pour les buts socialistes du mouvement ; elle est peut-être aussi physiquement suicidaire pour les aventuriers qui la prennent. »

L’ironie de l’histoire c’est que l’évolution de plus en plus à droite du SWP l’amène maintenant à répudier la ligne fondamentale du paragraphe 13, mais de la droite : la ligne du Secrétariat unifié en faveur de la lutte armée petite-bourgeoise est beaucoup trop aventureuse pour un SWP entiché de légalité, et qui vise à devenir le parti de masse du réformisme américain.

Spartacist et la Quatrième Internationale

Dans son combat pour fonder la Quatrième Internationale, Trotsky soulignait toujours qu’il était indispensable d’avoir une organisation révolutionnaire de caractère international. L’isolement national prolongé dans un seul pays désoriente nécessairement au bout d’un certain temps, et déforme et détruit n’importe quel groupement révolutionnaire, quelle que soit sa solidité subjective. Seule une collaboration internationale disciplinée, fondée sur des principes, est à même de faire contrepoids aux fortes pressions, à l’insularité et au social-chauvinisme créés par la bourgeoisie et ses agents idéologiques dans le mouvement ouvrier. Comme l’a noté Trotsky, ceux qui nient la nécessité d’un parti mondial démocratiquement centralisé et basé sur le programme, rejettent la conception léniniste du parti d’avant-garde elle-même. Il faut une lutte sans relâche pour faire renaître la Quatrième Internationale détruite par le révisionnisme pabliste, et la fracture organisationnelle en de nombreux blocs internationaux se faisant concurrence.

Depuis dix ans que nous, la Tendance spartaciste, existons, nous avons dû confronter et résister à de fortes pressions objectives poussant à abandonner une perspective internationaliste. Privée de liens internationaux disciplinés à cause du sectarisme organisationnel puis de la dégénérescence du Comité international de Gerry Healy, la Spartacist League a refusé de se résigner passivement à l’isolement international qui nous avait été imposé. Nous rejetons fermement l’ersatz « d’internationalisme » selon lequel on noue des liens internationaux dans un pacte de non-agression fédéraliste, renonçant ainsi par avance à la lutte pour une organisation internationale disciplinée. Nous avons cherché à nouer des liens fraternels avec des groupements dans d’autres pays. Cela fait partie du processus de clarification et de polarisation. Notre but est de cristalliser une tendance internationale démocratiquement centralisée et cohérente, basée sur une unité programmatique de principe, l’embryon d’une Quatrième Internationale reconstruite.

Les failles qui se font jour actuellement dans plusieurs blocs « trotskystes » internationaux fournissent de nouvelles occasions pour la Tendance spartaciste d’intervenir dans le mouvement mondial. Notre histoire et notre programme peuvent servir de guide à des courants qui se dirigent actuellement vers le trotskysme authentique parce que, malgré notre isolement national involontaire pendant une certaine période, nous sommes toujours déterminés à rester internationalistes, et nous avons continué à mener un combat de principe contre le révisionnisme.

Les soi-disant organisations internationales des révisionnistes et des centristes sont démasquées, on sait maintenant que le SU, le CI, etc., n’ont jamais été que des blocs fédérés pourris ; cette situation, combinée à la montée mondiale de la combativité prolétarienne dans un contexte de rivalités interimpérialistes aiguës et de crise profonde du capitalisme, fournit une occasion objective sans précédent de cristalliser et de développer la Tendance spartaciste à l’échelle internationale. Les cadavres politiques des blocs révisionnistes continuent à pourrir ; la Quatrième Internationale, parti mondial de la révolution socialiste, doit renaître.

POUR LA RENAISSANCE DE LA QUATRIEME INTERNATIONALE !

Vers la renaissance de la IVe Internationale

Vers la renaissance de la IVe Internationale

PROJET DE RESOLUTION SUR LE MOUVEMENT MONDIAL, soumis par la Revolutionary Tendency au Congrès de 1963 du Socialist Workers Party (SWP). Ce texte fut soumis comme contre-projet de résolution en opposition à la résolution de la direction du SWP, « Pour une réunification prochaine ».

14 Juin 1963

INTRODUCTION

Depuis quinze ans, le mouvement fondé par Léon Trotsky est déchiré et connaît une crise théorique, politique et organisationnelle profonde. En surface, la façon dont cette crise s’est manifestée, c’est que la Quatrième Internationale a disparu en tant que structure significative. Le mouvement s’est, par conséquent, réduit à un tas de groupuscules nominalement organisés en trois tendances : le « Comité International », le « Secrétariat International (Pablo) » et le « Secrétariat International (Posadas) ». Des politiciens superficiels espèrent conjurer la crise avec une formule organisationnelle – « l’unité » de tous ces groupuscules qui veulent bien s’unifier autour d’une plate-forme programmatique au plus petit dénominateur commun. Cette proposition camoufle et, en fait, aggrave les causes politiques et théoriques fondamentales de la crise.

Ce qui est à la racine de la crise de notre mouvement est devenu clair avec l’apparition du révisionnisme pabliste : c’est l’abandon d’une perspective ouvrière révolutionnaire. Comme il y a eu une relative stabilisation du capitalisme dans les Etats industriels occidentaux et que des mouvements petits-bourgeois ont partiellement réussi à renverser la domination impérialiste dans certains pays arriérés, la tendance révisionniste à l’intérieur du mouvement trotskyste a élaboré une orientation qui se détourne du prolétariat pour se rapprocher des directions petites-bourgeoises. Pablo personnifie cette transformation du trotskysme en satellite de gauche des directions ouvrières et coloniales-révolutionnaires existantes, combinée à une orthodoxie en paroles, classique du centrisme, mais ce n’est l’exclusivité ni de Pablo ni de sa tendance organisée. Au contraire, il est devenu évident avec les révolutions cubaine et algérienne que la tendance centriste est tout aussi répandue dans certains groupes qui, à l’origine, s’étaient opposés à la tendance de Pablo.

Il y a une logique nette et manifeste dans les propositions de réunification prochaine des groupes centristes à l’intérieur du mouvement trotskyste. Mais une « réunification » sur la base d’une politique centriste ne peut pas signifier que la Quatrième Internationale a été reconstruite. La lutte pour la Quatrième Internationale c’est la lutte pour un programme qui incarne la perspective ouvrière révolutionnaire du marxisme. Il est vrai que les doctrines de base du mouvement, en tant que formulations abstraites, n’ont pas été formellement reniées. Mais concrètement les révisionnistes, par leur abandon d’une perspective révolutionnaire, remettent en cause les bases programmatiques de notre mouvement.

L’essence du débat dans le mouvement trotskyste c’est la question de quelle perspective le prolétariat et ses éléments d’avant-garde révolutionnaire doivent avoir vis-à-vis des directions petites-bourgeoises du mouvement ouvrier actuel, des Etats ouvriers déformés et de la révolution coloniale. Ce qui est au coeur de la perspective révolutionnaire du marxisme c’est la lutte pour l’indépendance des ouvriers en tant que classe par rapport à toutes les forces non prolétariennes ; la question politique qui doit nous guider, le critère théorique, c’est la démocratie ouvrière, dont l’expression suprême est le pouvoir de la classe ouvrière. Cela s’applique à tous les pays où le prolétariat est devenu capable d’avoir sa propre politique indépendante – seule la forme dans laquelle la question se pose varie d’un pays à l’autre. Ces formes, bien entendu, déterminent l’intervention pratique des marxistes.

L’EUROPE

5. Contrairement à ce que prétendent les révisionnistes de tous acabits, la reprise économique et la prospérité durable du capitalisme européen n’ont pas rendu le mouvement ouvrier plus conservateur. En réalité, aujourd’hui dans le prolétariat européen la force, la cohésion, le niveau culturel et la combativité potentielle sont plus élevés que jamais. Cela est illustré par la défaite de de Gaulle face aux mineurs français [1963] et le puissant tournant électoral vers la gauche, qui va s’accélérant dans les pays bourgeois-démocratiques d’Europe (et plus particulièrement en Italie, en Grande-Bretagne et en Allemagne).

6. La résistance et la trahison de la bureaucratie syndicale ont bloqué les tentatives faites par les ouvriers européens d’aller au-delà des luttes économiques partielles vers la transformation socialiste de la société. En France, les quatre années de réaction qui ont suivi la prise du pouvoir par de Gaulle montrent quel prix terrible il faut encore payer quand on tolère ces fourvoyeurs. La grève générale belge [de 1961] a prouvé encore une fois que des bureaucrates de « gauche » comme Renard font aussi tout ce qui est en leur pouvoir pour bloquer ou détourner un mouvement capable de menacer la domination capitaliste. Mais les expériences tant en France qu’en Belgique sont l’indice d’un désir spontané de la part des ouvriers de s’engager dans une lutte contre la classe capitaliste – un désir qui à l’occasion produit des confrontations ouvertes avec le système.

La tâche des trotskystes dans le mouvement ouvrier européen est de construire une direction alternative à l’intérieur des organisations de masse (syndicats et, dans certains cas, partis). Les marxistes doivent à tout moment maintenir et exercer leur indépendance politique et programmatique dans le contexte de la forme de l’organisation donnée. Il est correct et même obligatoire de soutenir des tendances à l’intérieur de la bureaucratie syndicale, dans la mesure où celles-ci défendent les intérêts essentiels de la classe ouvrière ou reflètent un désir de lutte de classes dans le mouvement ouvrier ; mais ce soutien est toujours seulement conditionnel et critique. Lorsque la lutte des classes atteindra le stade où les bureaucrates « de gauche » joueront un rôle réactionnaire, ce qui arrivera inévitablement, les marxistes devront s’opposer à eux, immédiatement et ouvertement. La conduite de la tendance centriste regroupée autour du journal belge La Gauche, qui a retiré son appel, correct, à une marche sur Bruxelles lors de la grève générale, afin d’éviter la rupture avec Renard, est à l’opposé de ce que doit être l’attitude marxiste envers la bureaucratie syndicale.

Objectivement les perspectives de développement du mouvement trotskyste en Europe sont extrêmement prometteuses. Un grand nombre de jeunes militants, parmi les meilleurs de tous les pays, rejettent le routinisme cynique et arriviste des bureaucrates staliniens et sociaux-démocrates, et sont sérieusement à la recherche d’une perspective socialiste. Ils peuvent être gagnés à un mouvement capable de les convaincre, en pratique et en théorie, qu’il offre cette perspective. Les changements structurels qui découlent de l’intégration européenne posent la question de la démocratie ouvrière et de l’indépendance des organes politiques et économiques de la classe ouvrière pour remplacer le contrôle du mouvement ouvrier par l’Etat. Ils poussent aussi la classe ouvrière dans des luttes de classe de plus en plus importantes. Si dans ces conditions objectives, les trotskystes d’Europe de l’Ouest ne grossissent pas rapidement, ce sera parce qu’ils ont eux-mêmes adopté la position révisionniste d’être des satellites de la direction ouvrière, au lieu d’avoir une perspective de lutte autour du programme de la démocratie ouvrière.

  

LE BLOC SOVIETIQUE

Depuis la Deuxième Guerre mondiale, les pays d’Europe de l’Est sont devenus des Etats industriels modernes. Au fur et à mesure que le prolétariat des Etats ouvriers déformés augmente en nombre et améliore son niveau de vie et son niveau culturel, le conflit irrépressible entre la classe ouvrière et la bureaucratie stalinienne s’intensifie. Malgré la défaite de la révolution ouvrière hongroise, le prolétariat du bloc soviétique a gagné des réformes importantes, qui élargissent substantiellement son champ de pensée et d’action. Mais ces réformes ne signifient pas qu’il y ait un «processus de réforme » ou un « processus de déstalinisation » : elles n’ont été accordées qu’à contrecoeur par une bureaucratie non réformable, elles subissent les attaques constantes de la fraction des « héritiers de Staline » et seront en danger aussi longtemps que la domination stalinienne sera en place. Ces concessions ne sont historiquement significatives que dans la mesure où elles aident le prolétariat à se préparer au renversement de la bureaucratie. Ce n’est que par la révolution politique que l’on pourra effectuer une déstalinisation authentique.

Une nouvelle direction révolutionnaire est en train d’émerger dans la jeunesse prolétarienne du bloc soviétique. Inspirée par des sources jumelles – la tradition léniniste inextinguible et les besoins directs et tangibles de sa classe – la nouvelle génération formule et réalise dans la lutte le programme de la démocratie ouvrière. Il faut noter, dans ce contexte, ce que déclarait un participant de longue date à la vie étudiante soviétique. A propos de la nature fondamentale de la plupart de l’opposition répandue dans la jeunesse russe, il affirmait : « L’étudiant soviétique, parce qu’il est marxiste-léniniste, est plus radicalement insatisfait que s’il était un pragmatiste anglo-saxon » (David Burg auNew York Times). Les trotskystes, continuateurs directs du communisme de la première période, ont une contribution indispensable à faire à cette lutte : la conception d’un parti international et celui du programme de transition nécessaire pour mener à terme la révolution politique. Une des tâches pratiques les plus importantes pour toute direction internationale digne de ce nom, c’est d’aider au développement d’une direction révolutionnaire dans le bloc soviétique, par des contacts personnels et idéologiques.

LA REVOLUTION COLONIALE

C’est dans les endroits du monde les plus arriérés et ex-coloniaux que la signification programmatique de la démocratie ouvrière est la plus forte. C’est précisément dans ce secteur que le programme de la démocratie ouvrière trace la ligne de démarcation la plus claire possible entre les tendances révolutionnaires et les tendances révisionnistes. Dans tous ces pays, la lutte pour les droits démocratiques bourgeois (liberté d’expression, droit de s’organiser, droit de grève, élections libres) est très importante pour la classe ouvrière parce qu’elle jette les bases d’une lutte avancée pour la démocratie prolétarienne et le pouvoir prolétarien (contrôle ouvrier de la production, pouvoir d’Etat basé sur des soviets ouvriers et paysans).

Selon la théorie de la révolution permanente, fondamentale pour notre mouvement, la révolution démocratique-bourgeoise ne peut être accomplie que par la victoire et l’extension de la révolution prolétarienne, le couronnement de la démocratie ouvrière. L’expérience de tous les pays coloniaux a confirmé cette théorie et a mis à nu les contradictions internes manifestes qui perturbent continuellement l’état actuel de la révolution coloniale contre l’impérialisme. C’est précisément dans les Etats qui ont atteint leurs buts bourgeois d’indépendance nationale et de réforme agraire que les ouvriers et les paysans n’ont pas obtenu de droits politiques démocratiques, malgré les acquis sociaux. C’est particulièrement vrai dans les pays où la révolution coloniale a abouti à la formation d’Etats ouvriers déformés : la Chine, le Nord-Vietnam… et Cuba. Jusqu’à présent, le résultat de ces succès a été contrecarré. Il est soit essentiellement sans contenu, comme dans les néocolonies du modèle africain, soit profondément déformé et limité, comme par exemple en Chine. C’est la prédominance de forces de classe spécifiques dans les soulèvements coloniaux et de formes liées à une classe particulière qui ont été employées dans les luttes. Ces formes imposées à la lutte, si variées soient-elles, ont été imposées exclusivement « par le haut », qu’elles soient parlementaires ou militaro-bureaucratiques. Et les forces de classe en question ont été, bien sûr, bourgeoises ou petites-bourgeoises. Les antagonismes complexes, résultant du fait que la révolution démocratique-bourgeoise n’a pas été accomplie, conduisent à des oppositions de classes. Les directions petites-bourgeoises, avec leurs formes bureaucratiques et leurs méthodes empiriques s’opposent à la participation à la lutte des ouvriers en tant que classe. L’engagement de la classe ouvrière dans la lutte est forcément centrée sur la conquête de la démocratie ouvrière et nécessite que l’avant-garde prolétarienne révolutionnaire en prenne la direction avec la conscience programmatique de sa mission historique. C’est quand la classe ouvrière gagne de l’influence dans la lutte et draine derrière elle les couches les plus opprimées de la petite-bourgeoisie que la révolution permanente peut aller de l’avant.

La Révolution cubaine a mis en lumière les vastes incursions du révisionnisme dans notre mouvement. Sous prétexte de défendre la révolution cubaine, ce qui est une obligation pour notre mouvement, certains ont soutenu à fond, inconditionnellement et sans critiques, la direction de Castro, en dépit de sa nature petite-bourgeoise et de son régime bureaucratique. Et pourtant la liste des droits démocratiques que le régime refuse aux ouvriers et aux paysans cubains est claire : les dirigeants démocratiquement élus du mouvement ouvrier ont été chassés bureaucratiquement et remplacés par des larbins staliniens ; la presse trotskyste a été interdite ; le système de parti unique a été proclamé, etc. Côte à côte avec ce bilan, il y a les premiers accomplissements énormes, au niveau social et économique, de la Révolution cubaine. Aussi les trotskystes sont à la fois les défenseurs les plus militants et inconditionnels de la Révolution cubaine, et de l’Etat ouvrier déformé qui en est issu, contre l’impérialisme ; mais ils ne peuvent pas faire confiance ou apporter leur soutien politique, si critique soit-il, à un régime gouvernemental hostile aux principes et aux pratiques les plus élémentaires de la démocratie ouvrière, même si notre démarche tactique n’est pas la même que celle qui serait utilisée à l’égard d’une caste bureaucratique endurcie.

Ce qui est vrai de la démarche des révisionnistes envers le régime de Castro est encore plus évident vis-à-vis du régime de Ben Bella, actuellement au gouvernement en Algérie avec un programme de révolution « socialiste » qui collabore avec l’impérialisme français. La nature antiprolétarienne de ce groupe petit-bourgeois est évidente pour tout le monde, sauf pour ceux qui ne veulent pas voir : il a pris de force le contrôle du mouvement ouvrier et a supprimé tous les partis d’opposition. Même les nationalisations étendues et le développement des comités d’autogestion, faits dans le contexte de l’expropriation politique de la classe ouvrière et de l’orientation économique vers la collaboration avec la France, ne peuvent pas donner à l’Algérie le caractère d’un Etat ouvrier ; au contraire elle reste une société capitaliste arriérée avec un degré élevé d’étatisation. Pour nous, révolutionnaires, l’intervention dans ces deux révolutions, comme dans tout Etat existant, doit être en accord avec la position de Trotsky : « Nous ne sommes pas un parti gouvernemental, nous sommes le parti de l’opposition irréconciliable » (Défense du marxisme). Il n’y a que dans un gouvernement basé vraiment sur la démocratie ouvrière que nous pouvons cesser de le faire.

L’expérience depuis la Deuxième Guerre mondiale a montré que la guérilla basée sur la paysannerie avec une direction petite-bourgeoise ne peut mener en elle-même à rien de plus qu’à un régime bureaucratique antiprolétarien. La création de tels régimes s’est réalisée dans une situation de dégénérescence de l’impérialisme, de démoralisation et de désorientation occasionnées par les trahisons staliniennes et par l’absence d’une direction marxiste révolutionnaire de la classe ouvrière. La révolution coloniale ne peut avoir de signification révolutionnaire progressiste sans équivoque que sous la direction du prolétariat révolutionnaire. Que des trotskystes introduisent dans leur stratégie le révisionnisme sur la question de la direction prolétarienne de la révolution est une profonde négation du marxisme-léninisme, quels que soient les voeux pieux exprimés en même temps en faveur de « la construction de partis marxistes révolutionnaires dans les pays coloniaux ». Les marxistes doivent s’opposer résolument à toute acceptation aventuriste de la voie de la guérilla paysanne au socialisme, historiquement apparentée au programme tactique des socialistes-révolutionnaires que combattait Lénine. Cette voie est un cours suicidaire pour les buts socialistes du mouvement ; elle est peut-être aussi physiquement suicidaire pour les aventuriers qui la prennent.

Dans tous les pays arriérés où le prolétariat existe en tant que classe, le principe fondamental du trotskysme c’est l’indépendance de la classe ouvrière, de ses syndicats et de ses partis, en opposition intransigeante à l’impérialisme, à toute bourgeoisie libérale nationale et aux gouvernements et partis petits-bourgeois de toutes sortes, y compris ceux qui se réclament du « socialisme » et même du « marxisme-léninisme ». Ce n’est que de cette façon que l’on peut préparer le terrain pour l’hégémonie de la classe ouvrière, en alliance révolutionnaire avec les couches opprimées de la petite-bourgeoisie, en particulier la paysannerie. De même, si un parti prolétarien dans un pays avancé brise la solidarité de classe avec les ouvriers d’un pays arriéré en soutenant politiquement un gouvernement petit-bourgeois de révolution anticoloniale, c’est un signe certain d’opportunisme centriste ; tout comme le refus de défendre une révolution coloniale à cause du caractère non prolétarien de sa direction est un signe de sectarisme, sinon pire.

Le rapport entre les luttes démocratiques-bourgeoises et démocratiques-prolétariennes dans la révolution coloniale reste tel qu’il le fut formulé dans le programme de fondation de la Quatrième Internationale, et c’est une formule qui garde encore aujourd’hui toute sa validité :

« Il est impossible de rejeter purement et simplement le programme démocratique : il faut que les masses elles-mêmes dépassent ce programme dans la lutte. Le mot d’ordre de l’ASSEMBLEE NATIONALE (ou CONSTITUANTE) conserve toute sa valeur dans des pays comme la Chine ou l’Inde. Il faut lier indissolublement ce mot d’ordre aux tâches de l’émancipation nationale et de la réforme agraire. Il faut, avant tout, armer les ouvriers de ce programme démocratique. Eux seuls peuvent soulever et rassembler les paysans. Sur la base du programme démocratique révolutionnaire, il faut opposer les ouvriers à la bourgeoisie “nationale”.

« A une certaine étape de la mobilisation des masses sur les mots d’ordre de la démocratie révolutionnaire, les soviets peuvent et doivent surgir. Leur rôle historique dans chaque période donnée, en particulier leurs rapports avec l’assemblée nationale, est déterminé par le niveau politique du prolétariat, par la liaison entre celui-ci et la classe paysanne, et par le caractère de la politique du parti prolétarien. Tôt ou tard, les soviets doivent renverser la démocratie bourgeoise. Eux seuls sont capables de mener la révolution démocratique jusqu’au bout et d’ouvrir ainsi l’ère de la révolution socialiste.

« Le poids spécifique des diverses revendications démocratiques et transitoires dans la lutte du prolétariat, leurs liens mutuels et leur ordre de succession sont déterminés par les particularités et les conditions propres de chaque pays arriéré, pour une part considérable par le degré de son retard. Cependant, la direction générale du développement révolutionnaire peut être déterminée par la formule de la REVOLUTION PERMANENTE, dans le sens qui a été définitivement donné à cette formule par trois révolutions en Russie (1905, février 1917, octobre 1917). »

—L’Agonie du capitalisme et les tâches de la IVe Internationale

CONCLUSIONS

La tâche du mouvement marxiste révolutionnaire international aujourd’hui, c’est de rétablir sa propre et réelle existence. Dire que la « conquête des masses » est ce qui nous guide au niveau général et international est une exagération qualitative. Les tâches de la plupart des sections et groupes trotskystes aujourd’hui découlent du besoin de clarification politique dans la lutte contre le révisionnisme dans le contexte d’un niveau de travail dont la nature est généralement propagandiste et préparatoire. Le développement et le renforcement de racines dans le mouvement prolétarien plus large fait indispensablement partie de notre préparation ; sans quoi les trotskystes seraient condamnés à l’isolement stérile ou à la dégénérescence politique durant les périodes de montée des luttes de classe ; dans les deux cas ils seraient incapables d’aller de l’avant dans leur tâche historique qui est de mener le prolétariat au pouvoir. Mais surtout ce qu’on peut et doit faire, c’est construire un parti mondial basé solidement sur des sections nationales fortes, rassembler un groupe de cadres prolétariens gagnés et mis à l’épreuve dans la lutte de classe et sur la base solide de la perspective révolutionnaire de la Quatrième Internationale, le programme nécessaire à la réalisation de la démocratie prolétarienne – culminant avec la classe ouvrière au pouvoir. « En défense d’une perspective révolutionnaire »(voir Discussion Bulletin du SWP, vol. 23, n° 4, juillet 1962) contient une déclaration fondamentale présentée par la minorité, qui explique plus amplement cette perspective, son opposition au pablisme et son importance aux Etats-Unis.

La « réunification » du mouvement trotskyste sur la base centriste du pablisme, quelle qu’en soit la variante, serait un pas en arrière et non pas en avant vers la renaissance de l’authentique Quatrième Internationale. Mais si la majorité des groupes trotskystes actuels persiste dans le sens d’une telle « réunification », la Tendance révolutionnaire du mouvement mondial ne devrait pas tourner le dos à ces cadres. Au contraire : faire cette expérience avec eux est d’une nécessité vitale. La Tendance révolutionnaire entrerait dans un mouvement « réunifié » en tant que fraction minoritaire, en se donnant pour but de gagner une majorité au programme de la démocratie ouvrière. Ce n’est pas en s’adaptant au révisionnisme pabliste que la Quatrième Internationale renaîtra : ce n’est que par une lutte politique et théorique contre toutes les formes de centrisme que le parti mondial de la révolution socialiste sera finalement établi.

A propos de l’art de couvrir sa retraite

Lettre ouverte à E. Germain

A propos de l’art de couvrir sa retraite

4 juillet 1951

[Cet article est tiré du bulletin interne du PCI, la Vérité, No. 278, juillet 1951. Il constitue une contre-at-taque en résponse à l’attaque par Germain contre la critique faite par Favre-Bleibtreu dè l’article de Pablo “Où allons-nous?”.]

  

Cher Camarade Germain,

Nous prenons toujours le même plaisir à lire tes textes dont le niveau de culture, lé caractère imâgé et le style rapellent que tu restes le plus brilliant écrivain de l’Internationale. Mais je me confirme à ces lectures qu’une qualité, la plus nécessaire à un dirigeant, te’ fait défàut: la fermeté sur tes idées politiques.

Tu offres aujourd’ hui à la direction du P.C.l., magnanimement, le hâvre de paix “dans les rangs de la majorité de l’Internationale” où tu t’es réfugié  toi-même, sans gloire, après quelques velléités de résistance aux manifestations révisionnistes de Pablo. Excuse nous de ne pas te suivre dans cette voie car pour nous l’Internationale ne se construit pas par la manoeuvre et surtout pas par tes dérisoires manoeuvres.

Ainsi tu justifies ton approbation des thèses du C.E.l. (thèses contradictoires, électiques) en vidant celles-ci de toute signification et de tout contenu:

“ce document, écris-tu, ne prétendait NI élaborer une ligne d’action pour nos séctions, NI analyser en détail la situation économique ou politique mondiale à un moment précis, NI offrir une analyse élaborée de tel ou tel aspect complexe de la réalite mondiale (révolution coloniale, question du stalinisme, dynamique de la révolution européene, perspectives de la révolution américaine, etc…). Il prétendait seulement fournir le cadre général dans lequel devaient s’insérer de tels documents, dont I’élaboration incombe soit à la direction internationalè d’ici le Congrès Mondial; soit au Congrès Mondiale lui-même, soit aux diverses sections ou groupes régionaux de sections”.

Que tu apelles à la rescousse la tradition marxiste pour te tirer de cettè passe difficile n’est ni honnête pour la tradition, ni très honorable pour toi; même si cette jonglerie (vider de tout sens une résolution éclectique pour en faire un “cadre général”) tepermet de poursuivre ton double jeu.

Si je comprends ton axe de démonstration tout se résume au fait que Favre-Bleibtreu n’ose pas avouer qu’il adopte les positions du C.E.l.! Et tu alignes plusieurs citations de textes collectifs ou personnels d’où se dégage précisément l’idée qui’l n’existe pas de divergences fondamentales sur la nature de la guerre; sa dynamique et que nos positions sur les délais de guerre sont plus correctes que celles, confuses et contradictoires, du C.E.l.

Mais acceptons ta thèse: Bieibtreu est “devenu” d’accord avec le C.E.l., mais il a trop mauvais caractère pour le reconnaitre, Frank et Privas, co-rédacteurs des “annexes” ont bon caractère. Et moi Ernest GERMAIN, qui au mois de janvier donnais mon’ approbation àux “annexes,” je suis une bonne pâte.

Tout cela serait idyllique, et je condamnerais avec toi le mauvais caractère de Favre-Bleibtreu s’il ne s’agissait précisément pas d’autre chose sur quoi tu t’efforces constamment de faire diversion, à savoir: du rôle de la bureaucratie stalinienne dans la paix et dans la guerre, de la nature de la bureaucratie, de la révision par Pablo de la défense de l’URSS, de la nature des PC, et des rapports des PC avec les masses.

Nul mieux que toi ne sait que là réside le désaccord et que notre critique des positions du C.E.I. dans la question de la guerre porte sur les conséquences dans un problème important, de ces tendances révisionnestes sur la question du stalinisme.

Tu le sais si bien qu’au mois de janvier 1951 tu nous fis prendre connaissance au camarade Marin et  â moi-même du projet de tes “10 THESES” sur le stalinisme pour nous convaincre qu’il était inutile d’ouvrir la polémique contre Pablo et son texte “OU ALLONS-NOUS”.

Nous avons pensé avec toi que ces thèses que nous approuvions étaient un redressement, suffisant des manifestations révisionnistès dans le C.E.I. A ta demande nous avons décidé de ne pas entreprèndre cette polémique au cas où les dix thèses seraiènt adoptées par le S.l. comme document fondamental proposé au vote des sections et du Congrès Mondial.

Nous estimions em effet que l’adoption officielle et dans ces formes des 10 thèses par opposition aux tendances, révisionnistes manifestées étaient suseptible d’assurer le redressement en prêservant l’homogénéité de la majorite Internationale.

Et lorsque par manque de fermeté, camarade Ernest GERMAlN, tu te dérobas devant cet eng engagement et que aprè’s des mois où l’on nous a bercé d’iliusions nous combattons contre un danger mortel qui menace notre Internationale, tu te retournes vers nous três cérémonièx , en appelànt manoeuvre l’adoption par nous de ces 10 thèses. J’admets qué la lecture de la résolution par laquelle nous adoptonis tes 10 thèses t’ait produit “une impression fort pénible”. Mais tu ne peux t’en prendre qu’à toi-mêmè si le B.P. du P.C.I. a été amené’ à les adopter en lieu’ et place du S.I. que tu n’as pas réussi à convaincre.

Ce que tu fais aujourd’hui, pour couvrir ton bloc sans principe avec Pablo, nous te l’avons prédit il y a 6 mois lorsque tu nous expliquais qu’il “vaut mieux bien agir qu’avoir raison”. Comme prévu, en renonçant à avoir raison, c’est à dire à lutter courageusement pour tes idées, tu fus contraiI;lt de’ mal agir.

Les erreurs politiques comme celles du Camarade Pablo peuvent se redresser. Mais ruser avec les idées” faire consciemment un bloc sans principe en renonçant à défendre ses idées, faire passer les “combines” d’organisation avant la clarification, c’est un mal très grave qui appelle’ les plus expresses réserves’ sur le “dirigeant” qui en présente les symptômes.

Camaradre Ernest GERMAIN, renonce aux manoevres de diversion, renonce à ton double jeu puéril et irresponsable, exprime et défends tes idées comme nous les défendons nous-même. Il te sera alors beaucoup pardonné pour les erreurs que tu pourrais’ commettre, même si elles dépas-sâient les erreurs additionnées de Pablo et de Bleibtreu.

Marcel Favre (“Bleibtreu”)

Juicio de los dirigentes estalinistas

Un discurso de James P. Cannon

Juicio de los dirigentes estalinistas

[Cannon pronunció el siguiente discurso en 6 de febrero de 1949 en una reunión convocada para protestar contra el primer juicio a los dirigentes del Partido Comunista, uno de los disparos de arranque de la cacería de brujas anticomunista que acompaño a la Guerra Fría en Estados Unidos. Este discurso de Cannon se ha traducido deMilitant (14 de febrero de 1949). Después fue publicado en inglés en Speeches for Socialism (Discursos por el socialismo, Nueva York: Pathfinder Press, 1971). Traducido en Spartacist No. 27, Diciembre de 1996]

Hay una impresión popular muy extendida de que los dirigentes del Partido Comunista en el banquillo de la corte federal en Foley Square son criminales y deben ser sometidos a juicio. En lo personal, estoy de acuerdo con ese sentimiento. Los dirigentes estalinistas son en efecto criminales, y deberían ser juzgados por sus crímenes. Pero no estamos de acuerdo con este juicio. Este es un caso de los criminales correctos acusados del crimen equivocado. Y están siendo juzgados en el tribunal equivocado.

Como el camarada Dobbs, yo podría testificar como un testigo experto sobre estas cuestiones. Por este medio ofrezco públicamente a los abogados de los estalinistas enjuiciados mis servicios en su defensa contra acusaciones falsas. Estoy calificado como tal experto, por lo siguiente:

Fui un miembro activo del Partido Comunista desde su fundación en 1919 hasta 1928, es decir, durante nueve años. Soy un estudiante de la teoría marxista y leninista que los estalinistas están falsamente acusados de enseñar. He sido un oponente activo del estalinismo durante 20 años.

Y, finalmente, estoy familiarizado con la sección sobre la libre expresión de la Constitución de los Estados Unidos que dispone que “El Congreso no aprobará ley alguna… que límite la libertad de expresión o de la prensa.” Aprendí esto en la escuela, y después tuve la oportunidad de leerlo de nuevo y pensar al respecto durante 13 meses en una universidad federal en la penitenciaría Sandstone.

Tres razones

Así que, armado con este currículum, rechazo la acusación contra los dirigentes del partido estalinista por tres razones:

l. El crimen de que se les acusa – que “conspiraron para llamar” por el derrocamiento del gobierno de los Estados Unidos mediante la fuerza y la violencia – no es un crimen en este país bajo la Constitución.

2. Los estalinistas ni siquiera son culpables de este crimen que no es crimen. No llaman por el derrocamiento del gobierno de los Estados Unidos mediante la fuerza y la violencia, ni mediante ninguna otra forma.

3. El tribunal federal del capitalismo estadounidense no tiene ningún derecho a juzgarlos, pues los crímenes del estalinismo no han sido dirigidos contra el sistema que este tribunal representa. Los dirigentes estalinistas deberían ser juzgados ante un tribunal de la clase obrera internacional por altos crímenes y delitos contra la clase obrera del mundo, y de este país también, durante un largo período de años; altos crímenes y delitos que van desde perversiones del marxismo hasta colaboración de clases y apoyo al gobierno imperialista de los Estados Unidos durante la Segunda Guerra Mundial, e incluyendo todo tipo de ofensas contra la ética del movimiento obrero, desde el falseamiento y la falsificación hasta el embuste y el asesinato.

Los estalinistas son culpables de estos crímenes. Los estalinistas son los más grandes criminales en la historia. Pero el juicio actual en el tribunal federal del Distrito Sur de Nueva York en Foley Square es un embuste contra ellos. No son culpables del cargo presentado contra ellos, de que llamaron por el derrocamiento del gobierno capitalista de los Estados Unidos.

Todo el curso del estalinismo, desde su nacimiento, ha servido para apoyar al capitalismo mundial y no para derrocarlo. El estalinismo empezó hace 25 años con la promulgación de su teoría básica del “socialismo en un solo país”, es decir, Rusia. Ello significó “nada de socialismo en ningún otro país”. Significó la renuncia a toda perspectiva de revolución internacional; una oferta de la burocracia soviética para comprometerse con el capitalismo mundial a costas del movimiento obrero internacional. Esa es la teoría de la que se originó el estalinismo.

Crímenes estalinistas

La práctica siguió a la teoría: la expulsión, los embustes y los asesinatos masivos de decenas de miles de bolcheviques que hicieron la revolución y que estaban, en realidad, por la revolución internacional contra todas las instituciones capitalistas; la conducta de los estalinistas en España, donde sostuvieron y apoyaron al gobierno burgués al precio de asesinatos masivos de revolucionarios españoles; la política del “frente popular” de colaboración con partidos capitalistas y participación en gobiernos capitalistas; el pacto nazi-soviético, en el que los estalinistas unieron sus manos con Hitler al iniciar la Segunda Guerra Mundial; el Pacto Anglo-soviético-americano, bajo el cual los estalinistas estadounidenses vendieron a la clase obrera norteamericana y se alinearon para apoyar la guerra.

Sí, el historial muestra claramente que los estalinistas son criminales. Pero los tribunales capitalistas non están calificados, por este historial de hechos conocidos y por la clara disposición de la Constitución de los Estados Unidos, e incluso por consideraciones de gratitud por servicios recibidos de los estalinistas, especialmente durante la guerra, para juzgarlos.

Por otro lado, a pesar del hecho de que acusamos formalmente a los estalinistas de criminales, nosotros y todas las demás organizaciones obreras, que no tenemos razón para sentir amor o agradecimiento hacia los estalinistas, tenemos un interés vital en protestar contra su proceso en este caso particular. Ese es el propósito de nuestra reunión esta noche.

Este no es un juicio criminal por presuntas acciones en violación de leyes constitucionales definidas. Este es un juicio político. La libertad de “llamar” por cualquier doctrina, incluyendo la revolución, es básica para la libre expresión y la democracia. Este juicio golpea las raíces mismas de estos derechos democráticos de todas las organizaciones obreras.

Precedente peligroso 

Debe tenerse en mente que la acusación contra los estalinistas no les levanta cargos ni por una sola acción contra el gobierno de los Estados Unidos. La única base para el juicio es que conspiraron para “llamar” por el derrocamiento del gobierno de los Estados Unidos. Es decir, conspiraron para hablar y escribir.

La disposición misma de la Constitución a la que me he referido fue diseñada específicamente para impedir que el Congreso aprobara leyes que proscribieran el “llamado” por cualquier doctrina. Pero esta acusación bajo la Ley Smith – la misma ley bajo la que nosotros fuimos procesados y convictos en Minneapolis – es una acusación contra el hablar y escribir. Ahora, una vez que se establece el precedente de que es posible proscribir un tipo de habla o “llamado”, se sienta la base para la supresión de cualquier otro tipo. Se legitima la supresión de la libertad de expresión y la libre prensa.

Desafortunadamente, nuestro juicio y convicción bajo la Ley Smith en Minneapolis y nuestro posterior encarcelamiento, y la negativa de la Corte Suprema a revisar el caso, han sentado ya un precedente. Ese fue un duro golpe contra la libertad de expresión y la democracia en este país, y los estalinistas en juicio están sufriendo ese precedente.

Los intereses propios del movimiento obrero

Es cierto, como lo señaló el camarada Dobbs, y como creo que todos ustedes saben, que los estalinistas hicieron todo lo que pudieron, de todas las sucias maneras que sabían, para ayudar a la fiscalía a ponernos en prisión. Hicieron todo lo que pudieron para mantenernos en prisión por la duración plena de nuestra condena. Es cierto que estos sinvergüenzas incluso trataron de sabotear y romper nuestro Comité de Defensa, de impedirle reunir fondos de organizaciones con simpatía por el caso para pagar a los abogados. De ser por los estalinistas, no habríamos podido emplear una defensa legal para implementar una defensa legal. Su vergonzosa conducta pavimentó el camino para su propio enjuiciamiento bajo la misma ley.

Todo eso es cierto, como ha sido relatado tan gráficamente esta noche por el camarada Dobbs. Pero eso no puede determinar la política de una organización revolucionaria, o de cualquier organización obrera, si a esas vamos. El puro interés en uno mismo, para nosotros y para cualquier organización obrera honesta, es más importante que cualquier sentimiento de revancha en este caso.

Si el precedente establecido en nuestro caso es reforzado por otra convicción, de los estalinistas en este caso, y sancionado por la opinión pública hasta que sea aceptado como una costumbre, las libertades tradicionales que el movimiento obrero necesita para el avance progresista, cederán ante nuevos abusos en toda la línea. La siniestra tendencia hacia el control del pensamiento bajo un estado policíaco será grandemente acelerada.

Esa es la cuestión mayor que transciende todas las demás consideraciones, en el juicio actual de los estalinistas. Es por ello que estamos tan preocupados y apelamos a todas las organizaciones obreras, especialmente a las que nos apoyaron en nuestro juicio, a protestar contra el juicio político contra los estalinistas. Creo que hemos dejado suficientemente claro que nuestro punto de vista en este caso no está motivado por el perdón cristiano o por la suavidad de pensamiento, y mucho menos por la conciliación política con el pérfido estalinismo. Nuestra posición se basa únicamente en nuestro concepto del más vital interés de la clase obrera y sus luchas futuras.

Una gran tradición

Solía darse por hecho en el movimiento obrero que a pesar de todas las diferencias y disputas entre distintos partidos, fracciones y grupos, todos se unirían y cooperarían cuando cualquier sector del movimiento obrero estuviera bajo ataque en los tribunales del enemigo de clase. Hemos recorrido un largo camino desde la vieja tradición de la solidaridad contra el enjuiciamiento y los embustes. Era una buena tradición y deberíamos tratar de restaurarla en cierta medida.

Algunas de las páginas más brillantes de la historia obrera estadounidense se escribieron en luchas unidas por la justicia y la libertad de expresión. El movimiento obrero de hoy en día, que no cayó del cielo, es el producto y fruto de muchas luchas en el pasado, y le debe mucho a estas luchas de frente unido por la libertad de expresión y la justicia y la libertad de organización.

Mi primer interés en el movimiento obrero y socialista surgió por el gran movimiento de protesta en favor de Moyer y Haywood en 1906. Fueron arrestados y llevados a juicio sobre falsos cargos de asesinato, pero su verdadera ofensa fueron sus actividades obreras, su combatividad e incorruptibilidad. No se les dejó solos para que se defendieran ellos mismos como mejor pudieran. Eran dirigentes de la Federación Occidental de Mineros, que entonces estaba afiliada al IWW [Trabajadores Industriales del Mundo]. No obstante, todos los sectores del movimiento obrero reconocieron la amenaza para sí y para todo su futuro en el intento de legitimar el embuste contra los dirigentes obreros.

Se construyó una tremenda maquinaria de protestas y defensa, de un extremo del país al otro, en la forma de “Conferencias Moyer-Haywood”. Todo tipo de organizaciones, representando todo sector del movimiento obrero y todos los puntos de vista, enviaron delegados a estas conferencias de frente unido. Sindicatos de la AFL [Federación Estadounidense del Trabajo] e independientes, el IWW, el Partido Socialista, el Partido Laborista Socialista, los grupos anarquistas y grupos de liberales, y gente de buena voluntad, todos marcharon juntos bajo las “Conferencias Moyer-Haywood” para hacer un movimiento poderoso en defensa de los acusados. La tierra tembló a su paso.

Los conspiradores que habían tratado de tomar las vidas de Moyer y Haywood fueron echados atrás. El embuste fue derrotado por la amenaza del movimiento obrero unido. El gran Bill Haywood, de queridos recuerdos, estaba en lo cierto cuando habló a la primera gran reunión de masas de 200 mil personas en Chicago, quienes lo felicitaron por su liberación de la cárcel, y dijo: “Le debemos nuestras vidas a su solidaridad.”

La misma solidaridad fue mostrada en defensa de Ettor y Giovanitti, dirigentes de la huelga de Lawrence en 1912; y en la defensa de Mooney y Billings. Fue cierto, a un grado considerable, en el caso de los líderes del IWW durante la Primera Guerra Mundial, y en los casos de Debs y de Sacco y Vanzetti. Todos los obreros con conciencia de clase sintieron que era una obligación elemental, como cosa de rutina, unirse contra los ataques del enemigo de clase.

El papel dela ILD

El mismo Partido Comunista fue una vez el defensor de esta orgullosa tradición de solidaridad. La International Labor Defense [Defensa Obrera Internacional], que fue formada en 1925 bajo la inspiración directa del Partido Comunista, estaba dedicada expresamente al principio de la defensa obrera no sectaria, a la defensa de cualquier miembro del movimiento obrero, sin tener en cuenta sus opiniones, que sufriera persecución por los tribunales capitalistas a causa de sus actividades u opiniones.

Yo puedo hablar con autoridad sobre ello porque yo participé en la planificación de la ILD, y fui su Secretario Nacional desde su incepción hasta que fuimos expulsados del Partido Comunista en 1928. La International Labor Defense realmente “nació en Moscú”; tengo que admitirlo, aunque fue estrictamente una institución estadounidense en sus métodos y prácticas. La ILD nació en Moscú en discusiones con Bill Haywood. El viejo luchador, quien fue exilado de Estados Unidos amenazado con una condena de 20 años [de prisión], estaba profundamente preocupado por la persecución de los obreros en los Estados Unidos. Él quería que se hiciera algo por los hombres casi olvidados que yacían en las cárceles a lo largo del país.

Había más de cien hombres – organizadores sindicales, dirigentes de huelgas y radicales – en las prisiones en ese tiempo en los Estados Unidos: miembros del IWW, anarquistas, Mooney y Billings, Sacco y Vanzetti, McNamara y Schmidt, los prisioneros de Centralia, etc. Durante discusiones ahí en Moscú en 1925 elaboramos el plan y la concepción de la International Labor Defense como un cuerpo no sectario que defendería a cualquier miembro del movimiento de la clase obrera, sin importar sus opiniones o afiliaciones, si sufriese persecución por la ley capitalista.

Nunca olvidaré esas reuniones con Bill Haywood. Cuando completamos los planes que más tarde se hicieron realidad con la formación de la ILD; y cuando yo le prometí que regresaría a Estados Unidos y aseguraría que los planes no quedasen solamente escritos en papel; que realmente íbamos a trabajar en serio e ir en ayuda de los hombres olvidados en las prisiones; los ojos del viejo león – es decir, su ojo único – brillaba con el viejo fuego. Dijo, “Ojalá pudiera regresar para echar una mano en ese trabajo.” No podía regresar porque era un proscrito en los Estados Unidos, no por haber cometido ningún crimen, sino por todas las cosas buenas que había hecho por la clase obrera norteamericana. Hasta el final de su vida siguió siendo un participante activo en el trabajo de la ILD por medio de la correspondencia.

Defensa no sectaria

Los planes para la International Labor Defense como una organización de defensa no sectaria, elaborados ahí en el cuarto de Bill Haywood en Moscú, fueron llevados a cabo durante sus primeros años de existencia. Había 106 prisioneros de la guerra de clases en los Estados Unidos: decenas de miembros del IWW condenados falsamente en California, Kansas, Utah y otros estados bajo las leyes contra el sindicalismo criminal. Localizamos a un par de anarquistas poco conocidos en Rhode Island; un grupo de mineros del carbón de la AFL en West Virginia; dos organizadores sindicales en Thomaston, Maine; aparte de los prisioneros más prominentes y mejor conocidos mencionados antes. Sumaban 106 personas en prisión en aquel tiempo en esta tierra de los hombres libres, por actividades en el movimiento obrero. No eran criminales para nada, sino dirigentes de huelgas, organizadores, agitadores, disidentes; nuestra propia clase de personas. ¡Ni siquiera una de estas 106 personas era miembro del Partido Comunista! Pero la ILO los defendió y ayudó a todos.

La ILD adoptó como su política el recordarlos y reunir dinero para ellos. Creamos un fondo para que todos los meses se mandaran cinco dólares a cada uno de los 106 prisioneros de la lucha de clases. Cada Navidad reuníamos un fondo especial para sus familias. El grupo de Centralia del IWW, medio olvidados durante años, fueron recordados, se le dio publicidad a su caso y se hicieron esfuerzos para ayudarles. Fue igual con todos los antiguos casos medio olvidados. La ILD fue el centro de organización del gran movimiento mundial de protesta para los anarquistas Sacco y Vanzetti. Todo este trabajo de solidaridad tuvo el respaldo y apoyo del Partido Comunista, pero eso fue antes de que éste quedara completamente estalinizado y expulsara a los revolucionarios honestos.

El principio de la International Labor Defense, que fue lo que la hizo tan popular y tan valorada entre los militantes, fue la defensa no sectaria libre de discriminación política. El principio fue la solidaridad. Cuando se considera todo esto y se compara con las prácticas posteriores de los estalinistas; cuando se recuerda lo que ha ocurrido en los últimos veintitantos años, se tiene que decir que los estalinistas han hecho más que nadie para deshonrar esta tradición de solidaridad. Ellos han hecho más que nadie para desorganizar la unidad para la defensa contra el enemigo de clase.

Pagando las consecuencias

Esa terrible corrupción en la falta de unidad ante el enemigo de clase también ha penetrado otras secciones del movimiento obrero. Los socialdemócratas dedican mucho tiempo a devotas prédicas sobre la moralidad de los estalinistas, pero su conducta no es mucho mejor, si es que es mejor en algún grado. Generalmente, no protestan contra la persecución de los estalinistas. Los funcionarios sindicales, tanto del CIO [Congreso de Organizaciones Industriales] como de la AFL, se mantienen al margen, y muchos incluso apoyan a la fiscalía.

Ellos piensan que no hay por qué preocuparse por la Ley Smith; eso sólo es para los estalinistas. Eso fue lo que pensaron los estalinistas cuando nosotros estábamos en juicio hace siete años – que esta ley maligna e inconstitucional era solamente para los trotskistas. Oí en San Francisco que un orador estalinista, acosado por un interrogador sobre la relación entre su juicio y el nuestro, dijo, “Este juicio es un error y un malentendido. La Ley Smith era para los trotskistas.” Pero los estalinistas pagaron las consecuencias de la Ley Smith, y la misma cosa puede pasarle a otros también.

Si los estalinistas son condenados, estableciendo otro precedente para reforzar el precedente de nuestro caso, la misma ley puede ser invocada contra otras organizaciones políticas, contra profesores universitarios, y hasta los pastores religiosos que quizás tengan opiniones contrarias a las de los poderes que mandan, y que tengan el coraje de expresarlas. Es un gran error, un terrible error, descuidar este juicio y negarse a protestar; un error por el que tendremos que pagar todos – ellos y nosotros, y todos nosotros – todos los que aspiran a través de cualquier medio, o a través de cualquier programa o doctrina, a un mundo mejor y más libre por medio de la solidaridad de los obreros. Todos tendremos que pagar si el fiscal federal gana este caso y lo hace efectivo con el apoyo de la opinión pública. Es por eso que nos gustaría ver todo esfuerzo posible, incluso ahora mientras se desarrolla el juicio, para invertir el sentido de la tendencia actual, para superar la pasividad y la indiferencia.

iUnanse en protesta!

Es, por supuesto, utópico esperar que un gran movimiento unido, colaborando lealmente como en los tiempos de antes, pueda ser formado con los estalinistas. Los estalinistas no pueden colaborar lealmente con nadie. Les ofrecimos un frente unido. Lo rechazaron. Incluso ahora, cuando la cacería de brujas y las purgas por deslealtad [a la patria] son dirigidas contra ellos, se niegan a decir una palabra en defensa de James Kutcher, el veterano sin piernas quien fue despedido de su trabajo en la Administración de Veteranos en Nueva Jersey por sus opiniones políticas como militante del Socialist Workers Party.

A causa de la actitud de los estalinistas, y también por otras consideraciones, sería utópico esperar un frente unido que incluya a todos. Pero los sindicatos y las organizaciones políticas antiestalinistas deberían unirse, por sus propias razones y en sus propios intereses, para protestar contra esta acusación. Nos uniríamos y le daríamos apoyo a tal esfuerzo. Pero en todo caso, aunque pueda ser cooperando o por separado, todos deben levantar sus voces en protesta contra el juicio político que está transcurriendo en Foley Square. No por el bien de la pandilla estalinista, sino por el bien de la libertad de expresión, por aquellos derechos democráticos que el movimiento obrero ha conseguido a gran costo y que necesita desesperadamente para llevar a cabo su lucha informada y consciente para alcanzar un terreno más alto.

¡Libertad para santiago Alegría!

Alto a la victimización del PORE

¡Libertad para santiago Alegría!

Traducido de Workers Vanguard No. 192, 10 de febrero de 1978. Esta versión fue impresa en Spartacist en español No. 6, julio de 1978.

El 3 de enero Santiago Alegría Sánchez, un cabo del ejército español, fue arrestado por la policía militar y acusado de participación en un robo de armas y municiones en la base aérea El Paní donde cumplía su servicio militar. Alegría fue detenido junto con seis otros militantes de izquierda en relación con una alegada desaparición de armas el 27 de diciembre, pero luego se puso en libertad a los demás después de haber sido golpeados e “interrogados” brutalmente. Las autoridades militares franquistas se han negado a libertar a Alegría y aún se encuentra en sus manos, sin duda bajo tortura y en peligro de ser condenado por un proceso sumario en un consejo de guerra.

Mientras que las autoridades se aferran a las “pruebas” fabricadas contra Alegría, tanto los interrogatorios policiales como las informaciones aparecidas en la prensa burguesa revelan claramente  que el verdadero motivo de este proceso es la afiliación de Alegría con el Partido Obrero Revolucionario de España (PORE). Las acusaciones del tribunal militar contra el cabo detenido incluyen: “hay motivos para creer que Santiago Alegría pertenece al Comité Central del PORE, un partido ilegal cuyo propósito es la toma del poder … Los hechos arriba mencionados constituyen el crimen de asociación ilegal” (citado según Truth, 27 de enero de 1978).

Bajo el lema de la “democracia española” de Juan Carlos / Adolfo Suárez, el aparato estatal heredado intacto de la dictadura franquista ha aumentado la represión, dando como pretexto una campaña contra los supuestos “terroristas”. Esta campaña de provocación se ha dirigido sobre todo contra la federación sindical anarquista (la CNT), los grupos maoístas y el PORE. Durante una manifestación frente a la jefatura de la policía en Barcelona el 8 de enero para exigir la libertad de sus camaradas detenidos, se detuvo a cuatro otros militantes y simpatizantes del PORE quienes poco después fueron libertados. La semana siguiente, luego de una manifestación cenetista contra el Pacto de la Moncloa (un programa común entre el gobierno Suárez, la oposición parlamentaria y las principales federaciones sindicales) nueve militantes cenetistas fueron detenidos y acusados de un atentado terrorista contra una sala de fiestas (Le Monde, 19 de enero).

Alegría, un militante del PORE en la vida civil de acuerdo con una declaración de este partido, fue detenido cuando la policía afirmó haber encontrado un volante del PORE en una región montañosa por donde, según dicen, se transportaban las armas. Además de Alegría, en la redada policial detuvieron a Nuria Marti, Albert Marti y Antoni Ríus – todos militantes del PORE junto con tres otros militantes de izquierda. Estos últimos fueron soltados después de haberse determinado que no eran militantes del PORE. Los militantes del PORE, en cambio, informaron que habían sido libertados sólo después de ser torturados e interrogados acerca del comité central del partido (Truth, 27 de enero de 1978).

Este episodio de la detención de Alegría y de los otros seis militantes es sin duda una provocación. No hay prueba alguna que ligue al cabo con el robo de armas y él ha negado rotundamente toda participación. Evidentemente las autoridades cogieron a todo aquel conocido o sospechado de pertenecer al PORE en Tarrasa (la ciudad catalana cerca de la base militar) a raíz de un volante que dicen haber encontrado al lado de un camino. Los otros militantes del PORE fueron libertados sin cargos y según Nuria Mari la policía ni siquiera le interrogó acerca del robo de armas. El PORE sacó un Comunicado denunciando la provocación y oponiéndose al “terrorismo … [y] las acciones separadas de la movilización de las masas trabajadoras”.

El movimiento obrero en su conjunto debe exigir la libertad inmediata de Alegría Sánchez y la anulación de las acusaciones falsas contra él, además de exigir el fin a la persecución del PORE. Como en ocasiones anteriores denunciamos terminantemente la detención de los militantes del PORE, (véase “Free All Class-War Prisoners in Spain” Workers Vanguard No 113, 11 de junio de 1976). Sin embargo, debemos señalar la actuación irresponsable de la tendencia varguista (antiguamente la LIRQI, Liga Internacional Reconstruyendo la Cuarta Internacional, que ahora se proclama rimbombantemente la Cuarta Internacional y cuya sección española es el PORE) en cuanto a cuestiones de seguridad.

Así al punto máximo de la represión luego de la muerte del dictador Franco, los órganos de la LIRQI publicaron al pie de unas fotografías de una manifestación de obreros de la construcción en Barcelona: “En las primeras filas se pueden reconocer algunos dirigentes del PORE” (publicado en Truth. 1 de abril de 1976). Sin duda la policía española hizo todo lo posible para identificar a estos militantes entregados por sus propios camaradas. Del mismo modo, en el caso de Alegría los varguistas norteamericanos – la Trotskyist Organization USA al principio declararon orgullosamente que él era militante del PORE (Truth. 13 de enero) y luego en el número siguiente, insistieron en que Alegría era un ex-militante, ¡refiriéndose al intento de vincularle al PORE como parte de la provocación policíaca!

Los varguistas estadounidenses anunciaron la constitución de un Comité por la Libertad Inmediata de Santiago Alegría Sánchez para organizar los esfuerzos de defensa contra la victimización de los militantes del PORE. En una llamda telefónica a Workers Vanguard Jon Cohen, el secretario nacional de la Trotskyist Organization solicitó la participación de la Spartacist League en el Comité, una de cuyas consignas principales era “Libertad para todos los presos políticos en España!” La SL se opuso a esta consigna liberal que implicaría favorecer la libertad de fascistas encarcelados, por ejemplo varios fascistas de la AAA española detenidos por ser implicados en el atentado del septiembre pasado contra la revista satírica de izquierda barcelonesa El Papus, resultando en una persona muerta y doce heridas.

Anteriormente, en su prensa, La Aurora, el PORE había planteado en repetidas ocasiones la consigna “libertad para todos los presos políticos”, incluso hasta en el número del 16 de septiembre de 1977. El caso más descarado fue la campaña internacional de  los varguistas en 1975-76 exigiendo la “libertad de todos los prisioneros políticos” en la URSS y Europa Oriental. Mientras los verdaderos trotskistas denunciarnos la supresión estalinista de toda disidencia en los estados obreros degenerado y deformados, esta oposición está indisolublemente ligada a nuestra defensa de las conquistas proletarias en estos países y no incluye una llamada por la libertad de los fascistas georgianos y canalla contrarrevolucionaria semejante. Sin embargo, en una respuesta, evidente al atropello delPapus, el PORE ha cambiado recientemente su posición y ahora exige la “libertad inmediata para todos los presosantifranquistas” (La Aurora, 21 de octubre de 1977, subrayado nuestro).

El PORE nunca dio motivo para tal cambio de línea y aparentemente la organización fraterna norteamericana no estaba al tanto. Cuando se le informó al portavoz de la Trotskyist Organization que sus propios camaradas españoles ya no utilizaban la consigna liberal-reformista de libertar a todos los presos políticos, dio una media vuelta brusca y desconcertada. En el curso de la conversación, Cohen cambió las consignas del Comité para conformarlas a las del PORE y de la “Internacional Revolucionaria de la Juventud” de los varguistas (cuya principal distinción es su llamada por una manifestación a la frontera de Alemania Oriental bajo la consigna anticomunista “¡Abajo la muralla de Berlín!”).

La tendencia Espartaquista internacional exige la libertad inmediata de Alegría y el cese a la persecución del PORE. Esto exige una protesta internacional y en España estas consignas deberían plantearse como parte dc acciones de frente unido movilizando a las masas contra la represión franquista. Sin embargo, tal movilización requiere  un asalto directo al colaboracionismo de clases del Pacto de la Moncloa, en cuyo marco los partidos comunista y socialista se unen con Suárez al llamar por “la consolidación de la democracia y defensa frente a las agresiones de todo orden, especialmente las terroristas” – una petición velada para aumentar las medidas policíacas contra las organizaciones de izquierda y nacionalistas más combativas.

Además hay que exigir el fin de la ilegalización de hecho del PORE. El estado español, como muchos países latinoamericanos, se otorga el derecho de aprobar o ilegalizar  partidos políticos y sindicatos a través de un procedimiento de registro en el cual el ministerio del interior y los tribunales deciden a quien se le permite participar en las elecciones o negociar contratos laborales colectivos. Las organizaciones políticas están obligadas a entregar sus estatutos a las autoridades para ser aprobadas según criterios indefinidos.

Por lo menos hasta el otoño pasado, el gobierno Suárez se negaba a aprobar a todo partido que llamara abiertamente por una república en España, por la independencia de las varias nacionalidades oprimidas o por el derrocamiento revolucionario del régimen. Los reformistas y la mayoría de los centristas eliminaron servilmente de sus documentos básicos dichas cláusulas y fueron recompensados con el sello oficial a su debido tiempo. El PORE se negó a cambiar sus estatutos y hasta este momento no ha recibido su personería jurídica. En una rueda de prensa al principio de septiembre el ministro del interior Martín Villa declaró, según se informa:

“No se legalizarán los partidos que estén por conseguir  sus objetivos por medios armados. Este es el caso del Partido Obrero Revolucionario de España. Se exigirá para la legalización que no se atente contra la unidad de España, ni contra la monarquía ni contra el orden legal…”

– citado en La Aurora, 16 de septiembre de 1977.

Actualmente, mientras que el PORE no está formalmente prohibido y puede funcionar más o menos abiertamente (es decir, no está relegado a la semiclandestinidad. no tiene estado legal y por lo tanto su situación precaria (sobre todo dado que la gran mayoría de los partidos han sido aprobados) le deja sin defensa contra todo tipo de provocación. Los marxistas se oponen a toda forma de control por el estado burgués sobre las organizaciones políticas y sindicales de la clase obrera. Por consiguiente, nos oponemos a cualquier procedimiento de aprobación o registro de partidos políticos por el estado, que son medidas de represión antidemocráticas. Al mismo tiempo es preciso denunciar la negativa del gobierno a conceder al PORE el mismo estado legal que ha concedido a los demás partidos, lo que equivale a la ilegalización del PORE. [Después de la redacción de este artículo el congreso del PORE fue prohibido por el gobernador militar de Barcelona y se ha detenido al redactor de La Aurora, Miguel Saías, quien  se encuentra frente a un tribunal militar acusado de “presuntas injurias a los Ejércitos”.  La tendencia espartaquista denuncia estos nuevos ataques contra el PORE y exige el cese a las provocaciones contra este partido.]

¡Libertad para Santiago Alegría Sánchez! ¡Libertad para todas las víctimas de la represión franquista!

¡Alto a la victimización de los militantes del PORE! ¡Alto a la ilegalización del PORE y toda organización obrera y antifranquista!

¡Hacia una sección española de una Cuarta Internacional Reforjada! ¡Por una república obrera Española en una federación soviética ibérica y en unos estados unidos socialistas de Europa!

La Spartacist League soutient les troupes américaines à Haïti !

Désintégration dans la « période post-soviétique »

La Spartacist League soutient les troupes américaines à Haïti !

15 février 2010

La dévastation causée par le récent tremblement de terre à Haïti a fixé l’attention du monde sur la situation critique des masses haïtiennes, leur gagnant une sympathie de masse parmi de larges couches de la population . L’urgence immédiate de la situation et les illusions de nombreux Américains dans la bonne volonté d’Obama ont fourni au gouvernement américain une occasion de justifier son occupation militaire de ce pays sous le prétexte officiel d’aider ce peuple.

Alors que dans la passé, des situations urgentes similaires ont conduit beaucoup, dans la gauche, à abandonner leurs positions et à soutenir des interventions militaires impérialistes, depuis le soutien des cliffistes à la présence de troupes britanniques en Irlande du Nord à la fin des années 60, l’appel du Socialist Workers Party américain à l’envoi de troupes à Boston au milieu des années 70 ou le soutien très répandu à l’intervention impérialiste dans la guerre civile bosniaque au milieu des années 90 , cette fois-ci il semble que presque tout le monde à l’extrême gauche a reconnu les raisons impérialistes du gouvernement américain d’occuper Haïti pour ce qu’elles sont et s’y est opposé. Presque tout le monde à l’extrême-gauche, excepté une exception surprenante, si ce n’est complètement choquante.

La Spartacist League des États-Unis (section dirigeante de la Ligue communiste internationale) dans l’actuel numéro de son journal a proclamé :

« Les militaires étasuniens sont la seule force sur terre avec la capacité – camions, avions, bateaux – d’organiser le transport de la nourriture, de l’eau, des médicaments et des autres approvisionnements  pour la population d’Haïti. Et ils le font de la façon typiquement désagréable de l’impérialisme US. Nous nous sommes toujours opposés aux occupations américaines ou de l’ONU en Haïti et partout – et il pourrait devenir nécessaire d’appeler à un retrait étatsunien ou de l’ONU d’Haïti dans un futur proche – mais nous n’allons pas appeler à arrêter une telle aide dont les masses haïtiennes désespérées peuvent se saisir. » («  L’horreur du tremblement de terre d’Haïti : impérialisme, racisme et famine », Workers Vanguard n° 951, 26 janvier 2010)

Personne proclamant une compréhension marxiste de l’impérialisme ou, en cette matière, ne serait-ce que quelque connaissance de l’histoire récente, n’aurait le moindre doute sur les ambitions en définitive prédatrices  derrière toute intervention impérialiste à l’étranger. La situation en Haïti ne pose pas de nouvelles questions qui diffèrent de précédentes interventions « humanitaires » (pour lesquelles la SL s’était au moins opposée à la présence de troupes impérialistes, tout n’appelant pas toujours à leur défaite militaire) qui pourraient justifier  ou être la cause possible d’une légitime désorientation. L’article de la SL reconnaît même :

« Alors que des « socialistes » réformistes comme l’International Socialist Organization (ISO) et le Workers World Party (WWP) appellent les États-Unis à fournir de l’aide sans exercer leur pouvoir militaire, nous n’avons pas de telles illusions. En effet, les forces américaines en Haïti ont fait passer la « sécurité » avant les secours. Tandis que beaucoup d’avions apportant de l’aide ont atterri à l’aéroport de Port au Prince qui est maintenant contrôlé par les forces américain, d’autres furent détournés criminellement pendant que la priorité d’atterrissage était donnée à des avions transportant du personnel militaire. »

L’obstruction des militaires américains, largement observée, à une aide désespérément nécessaire et la répression contre le peuple d’Haïti devrait pour le moins rendre la situation évidente même à ceux guidés par une compréhension purement immédiate et empirique.

Le programme génère la théorie et génère le programme

Cependant, la prétention de la SL au marxisme les a forcés à tenter une légtimiation théorique à ce qui est, à la base, une « impulsion » opportuniste. Critiquer leur impulsion opportuniste au moyen de citations de L’Etat et la révolution de Lénine ou L’Opportunisme et l’art du possible de Rosa Luxembourg dans ces circonstances est par conséquent à côté du sujet. Néanmoins, même dans leurs propres termes, les arguments invoqués ont une logique politique, allant bien au-delà de la situation immédiate à Haïti, ce qui devrait provoquer des secousses à quiconque garde de confuses aspirations socialistes dans le milieu démoralisé de la SL.

Dans le cours de sa dénonciation de l’Internationalist Group de Jan Norden qui publia une déclaration sur Haïti avant qu’ils ne le fissent, la SL soutient que :

« la forte réalité que l’IG voudrait nier est que a) même avant le tremblement de terre il n’y avait virtuellement plus de classe ouvrière à Haïti ; b) qu’à la suite du tremblement de terre, non seulement l’Etat est « largement réduit à des décombres » mais également la société dans son ensemble, y compris la population désespérée et dépossédée, et c) il y a un pouvoir militaire à Haïti qui est loin d’être en ruines et c’est l’impérialisme étasunien. »

  

« L’IG exige que « toutes les forces américaines et de l’ONU s’en aillent », dépeignant la présence militaire étasunienne d’aujourd’hui comme visant à supprimer un soulèvement populaire en Haïti  … L’IG joue cyniquement de rhétorique, allègrement indifférent au fait que, dans le monde réel, si on appliquait la politique qu’ils préconisent, cela aboutirait à une mort massive par la famine. » (souligné dans l’original)

L’affirmation que , même avant le tremblement de terre, il n’y avait virtuellement plus de classe ouvrière à Haïti a de nombreux parallèles avec les arguments staliniens sur la Chine de 1927, où proportionnellement parlant, on puisse douter que la classe ouvrière était plus développée qu’à Haïti, en Bolivie ou dans bien d’autres pays que la SL a déclaré inapte à la révolution. Mais même si c’était vrai et si les vues de Trotsky sur la révolution permanente ont besoin d’être réajustées ou limitées comme la SL l’argumente implicitement, Marx (dans sa correspondance avec des révolutionnaires russes) et la Troisième internationale de Lénine ont au moins essayé de tracer une stratégie révolutionnaire possible pour de tels scénarios, comprenant que leur destin ultime reposait sur la victoire de révolutions dans les pays capitalistes avancés. Tout au contraire, à la manière des « marxistes » de la Deuxième internationale, la SL, prétend que :

« L’amère vérité est que les conditions désespérées d’Haïti aujourd’hui ne peuvent être résolues à l’intérieurd’Haïti. La clé de la libération d’Haïti se trouve dans la révolution prolétarienne dans tout l’hémisphère dans laquelle la mobilisation du prolétariat haïtien important dans la diaspora peut jouer un rôle clé. »

Que cela laisse les révolutionnaires haïtiens avec le choix soit d’attendre passivement d’être sauvés par les luttes révolutionnaires dans d’autres pays ou d’émigrer. De toute façon, cela laisserait en plan les masses haïtiennes en bloc et leurs luttes, du moins si cela intéressait la SL. Comment des révolutionnaires auraient-ils dû s’orienter  dans des luttes passées (et futures) telle que «  le mécontentement massif qui chassa Baby doc Duvalier du pouvoir ? » Cela a-t-il même de la moindre importance pour la SL ?

Invoquer le truisme que le destin final d’Haïti (ou de tout autre pays, d’ailleurs, quelque soit son développement économique) repose en dernière instance sur la victoire de la révolution mondiale agit donc comme un mécanisme d’abandon de la stratégie de révolution permanente de Trotsky (ou de toute autre proposition  révolutionnaire) pour la plus grande partie du Tiers monde. Bien sûr, la SL n’entreprend pas une réévaluation théorique sérieuse avec toutes les conséquences politiques qu’elle devrait en tirer, mais donne une rationalisation de son actuel état de désespoir et de résignation.

Si, en acceptant toujours leur hypothèse, il n’ya réellement pas de classe ouvrière à Haïti, industrielle, rurale ou autre, cela signifie alors qu’il n’y avait pas non plus de classe capitaliste suffisamment développée, indigène ou étrangère. Cela soulève quelques questions sur la nature de l’économie d’Haïti. Donc, quels étaient exactement les intérêts de classe que l’Etat haïtien défendait ?En dénonçant d’autres courants de gauche pour leur suivisme opportuniste envers Aristide, la SL vend la mèche en citant une déclaration précédente qu’Aristide « jouerait le rôle d’instrument rampant de la bourgeoisie haïtienne » ( « Haïti : avalanche électorale pour un prêtre radical » WV n° 517, 4 janvier 1991). En laissant de côté la question de la structure de classe d’Haïti, qui la SL propose-t-elle aux masses haïtiennes de soutenir, sinon des figures populistes bourgeoises comme Aristide, avec sa position actuelle ? Elle n’appelle apparemment pas à former un parti trotskyste avec quelque stratégie que ce soit en Haïti comme une alternative. Les staliniens offriraient aux masses haïtiennes leur stratégie à deux étapes, bien sûr. Quelle serait la réponse de la SL ?

La SL souligne qu’en 2004 « nous avons établi que l’occupation US d’Haïti représentait aussi un danger pour l’Etat ouvrier déformé cubain, de même que pour le prolétariat militant de la République dominicaine qui partage l’île d’Hispaniola avec Haïti. ( voir «  Haïti : dehors les troupes US et de l’ONU ! », WV  n° 821, 5 mars 2004). » Ces dangers ont-ils soudainement disparu ? La défense de la révolution cubaine  ne commence-t-elle pas à Port au Prince (pour paraphraser un ancien slogan de la SL) ?

La SL écrit plus loin :

« Pour des libéraux désappointés par la politique de l’administration Obama en Afghanistan et en Irak, le tremblement de terre en Haïti a été vu comme une occasion pour les Américains de montrer un visage bienveillant .Y ont fait écho ses soutiens réformistes quelque peu désillusionnés , tels que l’ISO et le WWP. L’ISO demande que « Obama arrête immédiatement l’occupation militaire d’Haïti » tout en appelant les Américains à «  inonder le pays de docteurs, d’infirmières, de nourriture, d’eau et de matériel de construction », Socialist Worker on line, 19 janvier). De même, une déclaration du 14 janvier sur le site du Workers World demande « le retrait de toutes les troupes de combat de l’ONU »  tout en appelant à « verser à Haïti tous les bonus des cadres des institutions financières qui ont reçu du soutien financier. »

  

« La notion que l’on puisse exercer une pression sur l’impérialisme étasunien pour servir les besoins des opprimés plutôt que ses propres intérêts de classe montre des illusions sans limite dans les bons offices de la classe dirigeante américaine. Des réformistes tels que l’ISO et le WWP lancent perpétuellement des appels à des manifestations contre la guerre américaine en Irak en demandant au gouvernement étasunien de changer ses priorités de dépenses de la guerre vers les services sociaux comme l’éducation. Mais la domination néocoloniale et l’expansion sont inhérents à l’impérialisme et aucune quantité de pression et de plaidoyer ne peut changer cela. »

Mais si «  la notion qu’on ne peut exerce de pression pour que l’impérialisme serve les besoins des opprimés » montre« des illusions illimitées », alors pourquoi la SL ne s’oppose-t-elle pas à l’occupation militaire étasunienne d’Haïti ? Visiblement, la SL ne croit pas que ce soit une illusion puisqu’elle préfère que les troupes restent précisément parce qu’ils proclament qu’ils servent les intérêts immédiats des opprimés. Dans quelle autre partie du monde l’impérialisme étasunien peut-il fournir une aide ? Evidemment ceux que la SL estime aujourd’hui dépourvus d’une classe ouvrière indigène conséquente, comme l’Afghanistan, sans parler d’une large application rétrospective à travers toute l’histoire. L’argument des cliffistes sur l’Irlande du Nord en 1969 semble hautement similaire à celui de la SL aujourd’hui.

« Le moment de répit fourni par la présence des troupes britanniques est court mais vital. Ceux qui appellent au retrait immédiat des troupes avant que les hommes derrière les barricades puissent se défendre eux-mêmes invitent à un pogrome qui atteindra d’abord et le plus durement les socialistes. » (Socialist Worker, 11 septembre 1969)

Enfin, quelle attitude prendrait la SL dans les circonstances d’une lutte militaire des Haïtiens pour chasser les troupes étasuniennes de leur pays ? La SL s’abstiendrait-elle d’appeler à la défaite de l’impérialisme étasunien comme ils le firent en Afghanistan en 2001 ? Ou appellerait-elle à sauver les vies de ces troupes comme elle le fit au Liban en 1983 ? Ou pire encore, ce qui est en germe à la lumière du rôle bénéfique que la SL leur attribue actuellement ?

Dans un rapport à la treizième conférence nationale de la SL, conçue pour préparer ses lecteurs à une future purge potentielle de Rachel Wolkenstein et de ses alliés dans le Partisan Defense Commitiee, la SL proclame :

« Les pressions de la période ont aidé à créer des tentatives  pour trouver un moyen de « devenir vite riche », c ;a ;d ; en liquidant notre programme révolutionnaire, internationaliste et prolétarien de façon à s’accrocher à des forces plus larges, hostiles à la classe ouvrière et à notre but révolutionnaire » (« Canicule de la période postsoviétique »,  WV n° 948, 4 décembre 2009)

Il semble quelque peu pervers de dénoncer ses critiques internes comme « s’accrochant à de plus larges forces hostiles à la classe ouvrière » (le groupe plutôt petit et sincère des militants de la cause de Mumia Abu Jamal, même s’il a commis des erreurs politiques en de nombreuses occasions, dont la plupart a sans aucun doute une meilleure position sur Haïti que la SL) si les « forces plus larges » auxquelles s’accrocher sont sa propre bourgeoisie .

Pourquoi ?

Beaucoup ont soulevé des questions sur les motifs derrière les récentes positions de la SL. Certains ont proclamé que c’est une tentative de la direction de la SL de trouver un moyen de se différencier artificiellement du reste de  la gauche. Des plaintes de la part de la SL au sujet des difficultés à se différencier d’autres groupes de gauche depuis la chute de l’URSS ont cependant été fréquentes dans leur littérature. D’autre croient – dans le contexte de sa récente confusion interne – que la direction de la SL utilisent la question de manière interne comme un test de loyauté. Ceux qui ont réussi à passer le test de la SL montreraient que leur vraie loyauté concerne le culte organisationnel malade plutôt que toute présence dans la révolution socialiste. Enfin, l’IG a laissé entendre que la SL a fait le plongeon devant l’hystérie chauvine. Quoique la SL a certainement fait de tels plongeons, comme leur réaction effrayée le 9 septembre 2001 ou face à lintervention en Afghanistan en 2001, il n’existe pas d’atmosphère similaire en relation avec Haïti en ce moment.

Comme nous l’avions pleinement élaboré dans une polémique précédente («  IG : le programme de transition de Trotsky ou la boussole politique de Robertson », 6 mai 2009), la SL fondait pratiquement son entière existence dans les années 1980 sur la question de la défense de l’URSS. Face à sa disparition, ils ont construit une vue du monde dans laquelle, de même que précédemment toutes les questions étaient vues à travers le prisme étroit de la défense de l’Union Soviétique, aujourd’hui toutes les questions sont vues à travers le prisme étroit de la disparition de l’Union Soviétique. Ce n’est pas simplement la crise subjective de direction qui contient les luttes de la classe ouvrière mais une nouvelle circonstance objective où la question de la prise du pouvoir d’Etat est supprimée de l’agenda historique pour une raison ou une autre.

Ceux qui abandonnent la classe ouvrière sont forcés de chercher d’autres forces sociales pour leur salut. durant les années 1980, dans une désorientation symétrique à celle d’aujourd’hui, la SL exagérait sauvagement des notions et des craintes sur les dangers des « années Reagan » combinées au démantèlement de leurs fractions syndicales, ce qui les amena à compter sur les staliniens soviétiques et leur pouvoir militaire et économique pour les protéger des ravages de l’impérialisme. Aujourd’hui, l’URSS n’existe plus et Cuba ne peut servir de remplaçant suffisant dans la région .La crise récente à Haïti et la réaction de la SL sont, à la base, une expression de leur abandon de la classe ouvrière et, dans ce cas, leur abandon d’eux-mêmes..

Wohlforth et Robertson

Au moins, d’une certaine manière, il apparaît que le dirigeant spartaciste Jim Robertson est arrivé au même point, bien qu’à un rythme différent, que son ancien Némésis, Tim Wohlforth. En dehors du fait que tous deux commencèrent comme des opposants au tournant vers le révisionnisme pabliste du Socialist Workers Party au début des années 1960 et tous deux finirent tragiquement en dirigeant de cultes anti-trotskystes bureaucratisés, il apparaît que Jim Robertson en vient finalement maintenant aux vues de Wohlforth sur l’impérialisme « humanitaire ».

Un article de la SL de 1995,  intitulé provocativement (et sans intention humoristique) « Wohlforth, qui est-cel ? » (Spartacist n° 52, automne 1995 ) énonce «  Des jeunes gens surfant sur Internet pourraient se demander quel est ce maniaque qui sur internet crie : «  Bien joué ! » aux forces de l’OTAN bombardant les Serbes bosniaques…».Wohlforth élargit également son soutien pour des interventions impérialistes « humanitaires » à d’autres pays à l’époque tels que la Somalie (qui n’a pas non plus de classe ouvrière, selon les critères actuels de la SL et méritait peut-être aussi rétrospectivement la bonne volonté impérialiste) et, coïncidence, Haïti. Robertson n’est pas encore aussi ouvertement grotesque, il a suivi les traces de son Némésis à un rythme plus lent. Etant plutôt âgé, il est probable qu’il mourra avant de le rattraper complètement. Mais peut-être qu’aujourd’hui des gens naviguant sur Internet poseraient la question (avec le haussement d’épaules approprié) «  Jim Robertson, qui est-ce ? et pourquoi soutient-il l’envoi de troupes étasuniennes pour occuper Haïti ? ».

  

Un navire qui sombre

Le rapport de la treizième conférence nationale de la SL  se lit presque comme une rubrique nécrologique .Après avoir reconnu que « il se peut que nous n’ayons pas de perspective immédiate », la SL proclame que sa « tache centrale » est « d’armer le parti programmatiquement et théoriquement , de Spartacist jusqu’à l’entretien des archives de notre Comité central, la Prometheus Research Library, et l’éducation en tous genres dans le cours de notre travail » . En d’autres mots, il s’agit de préserver l’héritage de Jim Robertson pour des futurs historiens. C’est l’issue logique de l’abandon, implicite ou explicite, de la révolution socialiste comme la perspective réaliste de notre époque. Un dirigeant abaisse alors son regard sur le but « réaliste » de se servir de l’organisation pour acquérir et préserver sa postérité et « ses notes de bas de page dans l’histoire ».

Cette démoralisation évidente, l’effectif en chute drastique, le récent conflit interne avec Rachel Wolkenstein et le plongeon plus récent sur une question internationale-clé d’aujourd’hui, tout cela indique que la SL est un bateau en perdition et tout indique qu’en interne, on est grandement conscient du fait.

Dans sa transformation d’un groupe révolutionnaire de propagande en un culte de chef sectaire, la SL a non seulement détruit beaucoup de révolutionnaires potentiels, mais a aussi réussi à recruter des gens  sur la base de leur héritage antérieur, dont une petite minorité n’a pas encore abandonné ses aspirations révolutionnaires. La direction du Groupe internationaliste n’a jamais donné une comptabilité politique honnête de l’histoire de la SL et du rôle qu’elle y a joué. Pas davantage, d’une autre manière, la direction de l’International Bolshevik Tendency (particulièrement en rapport avec des questions autour de Bill Logan, mais sans aucun doute aussi de son bureaucrate dirigeant Tom Riley) qui, après un début prometteur, a descendu avec une vitesse grandissante sa propre « route vers Rileyville » depuis plus d’une décennie maintenant  (voir «  Démission de la tendance Bolchevique Internationale » par Samuel Trachtenberg, 25 septembre 2008). Aucun de ces groupes ne mérite la moindre confiance politique.

Comme le vaisseau amiral est en train de sombrer et que ses ramifications stagnent sous leurs propres directions gériatriques permanentes, nous appelons tous ceux sincèrement intéressés en avançant tout ce qui fut révolutionnaire dans l’héritage de la Spartacist League (comme opposé à ce qui la « préserve » étroitement en réalité) à discuter avec nous.

Fundamentalismo evangélico na luta pelo poder

Globo x Igreja Universal

Fundamentalismo evangélico na luta pelo poder

Julho de 2009

[Nota do Reagrupamento Revolucionário: apesar da sua análise fundamentalmente correta acerca do projeto de poder do fundamentalismo evangélico no Brasil, esse artigo contém uma perspectiva catastrofista do processo de desenvolvimento capitalista. Essa era uma perspectiva compartilhada por parte dos membros do Coletivo Lenin (organização da qual se originou o Reagrupamento Revolucionário) e que, apesar de nunca ter sido seriamente discutida entre o conjunto da organização, não raro vinha à público. Deixamos claro que nós não a reivindicamos como parte de nosso legado teórico-programático.]

O COAF (órgão do governo federal que regula a cobrança de impostos) denunciou a Igreja Universal por desviar os dízimos para uso pessoal de seus líderes e empresas ligadas à igreja. Desde então, começou uma troca de acusações diárias entre a Rede Record (da Universal) e a Globo (que a Record responsabiliza por ter “criado uma campanha de calúnias”), em que os dois canais jogam no ar os podres uns do outro. A Record até mesmo comprou os direitos do filme “Muito além de Cidadão Kane”, um documentário sobre a aliança da Globo com a ditadura e o seu papel de manipular informação para controlar o povo.

Quando os dois maiores fabricantes de mentiras e desinformação do país se confrontam, não dá pra esperar ouvir muita verdade. E a primeira mentira é que isso é a luta de um setor ligado a uma igreja contra uma multinacional “laica”. A Globo, além de apoiar a ditadura, sempre se encostou nos setores conservadores da Igreja Católica. No capitalismo, não existe Estado completamente laico, porque é fundamental para as classes dominantes usar as religiões para controlar o povo.

A imprensa burguesa, instrumento de desinformação

Os meios de comunicação funcionam como um verdadeiro partido nos países capitalistas. Transmitem a ideologia e a política da classe dominante. Derrubam e levantam governos (como está acontecendo na Venezuela, com os ataques da imprensa contra o governo nacionalista de Chávez). Criam estereótipos racistas e machistas e homofóbicos. Por tudo isso, são um aparato fundamental para o Estado burguês.

A posição dos comunistas é contra o monopólio dos meios de comunicação. Isso significa, por exemplo, a não-renovação da concessão da Globo, por todo o seu papel de manipulação. Por exemplo, foi a Globo que escondeu as passeatas das Diretas Já! O jornal O Globo (junto com o JB e o Estado de São Paulo) foi um dos que agitaram a favor do Golpe de 1° de abril de 1964. Apoiou todas as mamatas de Fernando Henrique Cardoso. O governo Lula, por se apoiar em setores do empresariado e se comprometer a não fazer mudanças estruturais na sociedade, engoliu a renovação da concessão da Globo, mesmo ela tendo sido responsável pela derrota de Lula em 1989, com a sua edição tendenciosa do debate com Collor no Jornal Nacional.

Por outro lado, em nome do Estado laico, somos contra a concessão de meios de comunicação para igrejas. Mesmo que elas estejam “disfarçadas” com empresas de fachada.

A solução para a questão da comunicação (que é uma questão estratégica da luta pelo poder) só pode ser dada a favor dos trabalhadores com a expropriação de todos os meios de comunicação de massas. Isso só pode ser feito por um Estado Operário, baseado em assembléias. Só assim, poderá ser criada uma programação que realmente atenda às necessidades da sociedade.

Ao mesmo tempo, defendemos a liberação de todas as rádios e canais comunitários, sindicais e populares, sem necessidade de concessão estatal, que tem sido chamada pelo movimento da comunicação alternativa de “reforma agrária no ar”. Qualquer pessoa deve ter o direito de fazer jornalismo, sem exigência de diploma. Ao contrário da FENAJ (Federação Nacional de Jornalistas), que é a favor da exigência do diploma, por razões corporativistas (diminuir a concorrência no setor). E somos pelo fim de qualquer forma de censura, inclusive à pornografia.

Na Internet, somos a favor do Software livre, com código aberto e sem direitos autorais. E apoiamos o uso do hacktivismo como método de sabotagem (ligado às mobilizações de massas) contra governos e empresas, como foi feito através da sabotagem das comunicações do Exército israelense na guerra contra o Líbano.

Todas essas reivindicações só podem ser realizadas com a destruição do Estado burguês, que usa o monopólio da comunicação para impedir que o povo se informe sobre as condições sociais, o controle do poder pelos empresários e sobre as lutas de classes. Por isso, não podemos depositar a nossa confiança em medidas do governo. Uma dessas medidas é a Conferência Nacional de Comunicação, no final deste ano. Vários movimentos de comunicação alternativa estão agitando que a Conferência pode aprovar várias leis contra os monopólios, mas a própria composição (com representantes das empresas, como a ABERT) mostra a política do governo, de colaboração com os empresários, para que eles não desestabilizem o governo. É este o motivo de defendermos a não participação nessa conferência, assim como em todos esses fóruns de colaboração de classes que o Governo cria (Conferência das Cidades, etc).

O que é o fundamentalismo cristão?

Mas a disputa entre a Globo e a Record não coloca na ordem do dia somente a questão da comunicação. Como em todos os países do mundo, no Brasil também a decomposição do capitalismo (a partir da década de 1970) se expressa também como um retrocesso na superestrutura ideológica. Ideologias abandonadas há séculos retornam, porque a burguesia não tem mais capacidade de formular uma visão científica de mundo (o que levaria a questionar a própria sociedade de classes).

Assim, o fundamentalismo religioso voltou com toda a força. E não só em Israel e nos países árabes. Nos Estados Unidos, o centro do capitalismo mundial, há batalhas judiciais em todos os estados pela implantação de ensino do criacionismo nas escolas (uma das versões do criacionismo diz que o universo inteiro tem 6 mil anos!). Os mórmones dizem abertamente que a pele negra é sinal de maldição divina. Grupos “pró-vida” fazem atentados contra clínicas de aborto, ferindo e até matando pacientes e médicos. A Christian Coalition, de Pat Robertson, defende a implantação na íntegra das leis do Antigo Testamento (apedrejar mulheres adúlteras e homossexuais, cortar a mão de ladrão, etc). Se a gente continuar a repetir exemplos, esse texto vai acabar com mais de mil páginas!

O que tudo isso significa é que, devido à ausência de capacidade da burguesia em analisar a sua própria decomposição, esses discursos completamente falsos voltam à moda, e ainda servem como instrumento para oprimir mulheres, negros e homossexuais.

O protestantismo, no início, foi uma expressão da crise da Igreja Católica. Mas, a partir do século XVII, as correntes protestantes se aliaram com a burguesia em ascensão, e se tornaram um instrumento da luta ideológica contra a Igreja, a favor da separação entre a religião e o Estado. Por isso, nas revoluções inglesa e americana, grande parte dos militantes mais ativos era protestante.

A partir da decadência do capitalismo, se tornou impossível que qualquer conteúdo realmente revolucionário seja trazido pela religião (embora algumas correntes religiosas pequeno-burguesas possam levantar ainda palavras de ordem progressistas, dentro de um programa reformista, como a Teologia da Libertação e a Teologia Negra). Como o capitalismo acabou com todos os modos de produção tradicionais, e deixou claro que o que movimenta sociedade é a economia, só pode existir ação anticapitalista movida por uma ideologia que coloque o foco na produção (o comunismo).

Enquanto isso, as igrejas se tornam cada vez mais reacionárias. Até mesmo a defesa do Estado laico desapareceu. Hoje, existe uma exigência cada vez maior de uma legislação “cristã”, principalmente nos direitos reprodutivos. Os fundamentalistas são parte do complexo industrial-militar estadunidense (Bush Filho foi um exemplo claro disso). E, através, do “teleevangelismo”, têm chances de usar sua base de massas com objetivos políticos.

Opressão religiosa no Brasil

Sem deixar de denunciar o uso das religiões como ferramenta para manter o conformismo, e contrapor as conquistas do materialismo científico contra a superstição e a visão sobrenatural do mundo, nós comunistas lutamos pelo direito das minorias cultural-religiosas exercerem livremente as suas crenças.

No Brasil, isso é muito mais gritante: toda a opressão dos negros e índios foi justificada com um discurso religioso, desde a Colônia. Por isso, o candomblé, a umbanda, a pajelança e outras religiões de matriz africana e indígena têm sido satanizadas e foram proibidas até poucos anos atrás. O papel desse tipo de perseguição é destruir a cultura e a autoestima dos negros e indígenas. Além disso, como essas religiões são matriarcais, a perseguição a elas é uma forma de subjugar as mulheres, exatamente como aconteceu na caça às bruxas no século XVII.

A história da resistência dos povos brasileiros anda lado a lado com a luta contra a opressão religiosa, seja a Inquisição, ou em episódios como a Cabanada, a Guerra de Canudos, a Revolta do Contestado, a formação dos quilombos (inclusive com brancos de religiões minoritárias, como judeus e muçulmanos), entre outros. Por isso, a luta contra a opressão religiosa é uma parte chave da luta pela libertação dos negros através da revolução socialista.

Agora, várias igrejas pentecostais têm se mobilizado para atacar centros de candomblé e destruir as imagens, ou até mesmo agredir os praticantes da religião. Diante desses caso, somos pelo direito à autodefesa contra esses ataques racistas. Para evitar que as religiões maiores usem o Estado para oprimir as menores, o programa de separação entre a religião e o Estado inclui:

• Fim do ensino religioso;
• Nenhuma verba estatal para as religiões;
• Expropriação dos bens das religiões homofóbicas, racistas ou machistas (imóveis, contas em bancos, empresas, etc).

Nas condições da decomposição do capitalismo, é uma necessidade do que resta do capital a fascistização da sociedade (mesmo por dentro da democracia formal), para controlar a massa de trabalhadores excluídos da produção. Por isso, a longo prazo, a burguesia apostará em regimes fundamentalistas/fascistas.

E talvez a mais séria pretendente ao poder não seja nem nenhuma das igrejas pentecostais (que são as mais perigosas agora, mas estão completamente dispersas) nem nenhum setor católico, como a Opus Dei (de Geraldo Alkmin/PSDB) ou a TFP (que é tão extremista que não tem condições de ganhar nenhuma base de massas, com o seu discurso de retorno aos valores medievais, a favor da monarquia, etc). Talvez seja a Igreja Universal, que chega ao ponto de abrir mão de pontos do programa fundamentalista tradicional (contra a legalização do aborto, contra o divórcio, etc) e de adotar práticas das religiões afro-brasileiras para poder aumentar sua base.

A Universal já está seguindo sua estratégia, com seus próprios meios de comunicação e infiltrada no PR (Partido da República). Infelizmente, a maioria das correntes de esquerda ou vai dizer que somos alarmistas e catastrofistas, ou pior, vai falar que a entrada em cena das igrejas fundamentalistas tem algum conteúdo “popular” (porque organizam camadas super-exploradas da população), assim como fazem em relação ao fundamentalismo islâmico hoje em dia.

Não existe forma de barrar o ascenso do fundamentalismo por dentro do sistema, com um programa de simples defesa do Estado laico. Porque é o próprio colapso do capitalismo que vai destruir as condições sociais para a existência dos Estados nacionais, e vai exigir a implantação de regimes fascistas, o que é a véspera do fim da nossa civilização. Por isso, a única saída progressiva é a mobilização dos trabalhadores, principalmente as mulheres e os negros, através do programa transitório. Para isso, precisamos refundar a Quarta Internacional, o único partido que pode levar à vitória da revolução socialista!

BOURGEOISIE CELEBRATES KING’S LIBERAL PACIFISM

Ten Years After Assassination

BOURGEOISIE CELEBRATES KING’S LIBERAL PACIFISM

[reprinted from Workers Vanguard #207, 26 May 1978]

Ten years after he was assassinated in Memphis nearly every black ghetto in the U.S. has its renamed Martin Luther King Avenue, its King school and asphalt playground. The day of his birth is now institutionalized as a national holiday. Young black school children are carefully taught the political gospel of M.L. King, Jr. as the martyred embodiment of the civil rights movement- the prophet of “nonviolence” and “patient moderation” which all black people who yearn for equality ought to follow.

It is no wonder then that the tenth anniversary of his murder has been the occasion for further mythology. It does not seem to matter to the mythmakers that the ghetto school named in his honor is probably less integrated today than it was ten years ago, that the parents of its black schoolchildren are more likely to be unemployed, that their housing is even less habitable and more expensive: and most of all, that the future of these ghetto youth in racist capitalist America appears even more desperate as their jobless rate climbs above 50 percent.

While the anniversary of the King assassination is the perfect occasion for mythologizing, it is indicative that this year the festivities were actually smaller than ever. The purpose of the celebrations has always been to dilute the memory of that original “Martin Luther King Day” which sent shivers of fear through America’s ruling class: the ghetto explosions which swept the country upon the news of his death. On the night of 4 April 1968 hundreds of thousands of black people took to the streets, leaderless and without political focus, in outrage over the cold-blooded murder of the man who was seen as the leader of blacks in struggle against their oppression. A nervous bourgeoisie once pushed this holiday as a diversion and cheap concession to an enraged minority population. But as the spectre of a political mobilization of the ghetto masses against their oppressors has grown dimmer, even “saints” like Martin Luther King become expendable.

The ten-years-after assessments are not able to completely cover up reality, so they have sounded this refrain: King brought us a long way-we’ve got a long way to go (presumably along that same “glory road”). The major chord is that King and the liberal civil rights movement won increased democratic rights, and the minor chord is the rendition of the “economic miracle” of a racially harmonious “New South.” Thus the New York Times (3 and 4 April) published a two-part article entitled, “The Legacy of Martin Luther King,” in which the “New South that King made” is presented as a bouquet of fresh liberal magnolias and black elected officials:

‘”A street named for Dr. King in Selma, racial harmony in Birmingham. burgeoning black power in Atlanta: These are the triumphs of political change in the South.”

The important and real partial gains made for blacks during this period exist largely in the realm of formal democratic rights-resulting in desegregation of public facilities, voter registration as well as a degree of school integration. But even the liberals must acknowledge that these real gains have not eliminated the “handicap” of being black in white capitalist America. Down the street from the office of Atlanta’s black mayor, Maynard Jackson, the unemployed still hang out in doorways. And as a veteran civil rights activist interviewed for the New York Times “Legacy” article bitterly remarked, “What good is a seat in the front of the bus if you don’t have the money for the fare’!”

The fact is that the “social miracle” of the “New South” is based on the old refrain of the “community of interest” between oppressor and oppressed, one which harks back to the days when the plantation owners insisted that, unlike cutthroat Northern capitalists, they “took care” of their slaves. More currently the working premise is that what is good for business is good for the poor. If Jimmy Carter is the supreme being of the “New South,” and Martin Luther King its messiah, the non-union led workers remain outcasts in this land of milk and honey. “Racial harmony” is today enforced by “black power” Mayor Jackson who smashed the 1977 strike by Atlanta’s largely black sanitation workers with a brutality that rivaled Bull Connor.

Self-serving King mythmaking is by no means restricted to the liberals whose purpose is rather obvious. Reformists on the left have joined this pilgrimage to the King shrine to stay in close touch with the “progressive forces” they tailed then and now. They add left “miracle stories” to the case for liberal canonnization. And there is an odd intersection of the liberal and reformist myths with regard to King’s assassination. For different reasons they both agree he died just in time.

Certainly the most cynical statement on the subject was made by the purest product of that movement-the King aide who made it to the top as black front man for U.S. imperialism. As Andrew Young said in a 1977 Playboy interview about King’s assassination:

“He was fortunate … really…. It was a blessing… Martin had done all he could…. He was misunderstood…. God decided Martin had had enough. It was time to go on home and claim his reward.”

Of course, Andy Young (whose readiness to sellout was so famous that even King jocularly called him “Tom”) claimed his reward in a more temporal realm, at the doorstep of the capitalist class. For the liberals King’s murder makes it somewhat easier to blame the failure of the civil rights movement on an assasin’s bullet rather than on their own political misleadership. After all, what kind of symbol would King have made had he lived on? His pacifism was utterly discredited by the ghetto explosions, his preaching of reliance on the capitalist state was exposed as the federal troops bloodily suppressed these upheavals. As a preacher of poisonous bourgeois ideology King had lost his credibility and thus outlived his usefulness to the ruling class.

For its part the reformist left has a different reason tor feeling it was a blessing King died when he did. The Communist Party (CP), for instance, claims that King was shot down just as he was embarking upon a revolutionary course. His last trip to Memphis to support the sanitation workers strike and his opposition to the Vietnam War are cited as proof positive of his growing partisanship on the side of the working class. King did come out against the war. if only for a negotiated settlement, and that opposition was to cost him his privileged relationship with LBJ. Undoubtedly King was feeling pressure from more militant black SNCC youth who saw Vietnam as a racist war. However, he anticipated the important current of bourgeois defeatism in demanding that the guns for Vietnam be replaced by government butter for the black poor. “The Great Society has been shot down on the battlefields of Vietnam,” he said in New York City.

But to hear thc CP tell the story, you would think King was some sort of crypto-Marxist by the time he goes to Memphis:

“He guided the movement for liberation… He began to see the relationship between the class struggle and the struggle for equal rights. He also saw these struggles as part of the worldwide struggle against imperialism. US imperialism in the first place.”

Daily World, 1 April 1978

This sounds more like the M.L. King of J. Edgar Hoover’s imagination than the one who actually existed. In fact, King would be no more suitable for such an honored place in the “progressive pantheon” than is Ralph Abernathy had he lived to slosh around in the mud in front of the Capitol in the “Poor People’s Tent City.” The fact is that the civil rights movement had died when King was shot. This is what makes his death so “timely” for Andrew Young, the CP and others who want to cash in on the moral capital of the “good old days” without taking responsibility for the failure of that movement.

The central theme of the bourgeoisie’s hosannahs to Martin Luther King is to present him as the symbol of a civil rights movement that went from success to success by the good old American way of pressure politics. The present condition of the ghetto populace is sufficient proof of the emptiness of this fairy tale. In fact King produced defeats every time he directly confronted the economic roots of black oppression. And from early on the preacher of nonviolence and reliance on the liberals was challenged bv more militant forces in “the movement.” The tragedy was that none of the forces in the emerging left wing of the civil rights movement had grasped a political program which could mobilize a united proletarian army to liberate all the oppressed, by smashing the capitalist system which forges the chains of their oppression.

Docu-lie

By far the most publicized media event was Abby Mann’s King, broadcast last February over national TV for six hOllrs on three successive nights. Evcn belore it was shown, objcctions to the program were heard from disciples who feared the King image was not heing properly worshipped. Along with Southern Christian Leadership Conference (SCLC) president emeritus Ralph Abernathy. Hosea Williams objected to his diminished role and tried unsuccessfully to organize a national boycott of the production. Supporters of Mann’s version included Andrew Young, Coretta King and her lawyer, Stanley Levison. all of whom are portrayed as playing key roles in the TV “docudrarna.” But for all the squabbling there was no disagreement over what ought to be the purpose of the program. As Williams said, “Our preoccupation is that King be presented as the greatest peaceful warrior of the 20th Century. That’s aH” (Po/itiks, 14 Fehruary).

That’s all? Mann’s failure to take into account the left wing of the civil rights movement brought more serious objections from a number of ex-Student Nonviolent Coordinating Committee (SNCC) memhcrs. Mann said he “understands” thc criticisms made by the former SNCC members (who organized some of the projects Mann attributes solely to King). But he added in his defense: “This is the kind of film Martin Luther King wanted” (New York Times, 16 February). He’s probably right about that.

Certainly the TV “docudrama” is the appropriate genre for slickly packaged contemporary myth making. Its discomfiting mix of fact and fiction, data and impression, history and fantasy all serve to hlur rather than clarify an already obscured reality. It captures the cymclsm of post-Watergate liberalism with its syndrome of exposure and cover-up and ultimate unanswered questions. King focuses on the government’s targeting of black leaders, particularly the FBI’s criminal COINTELPRO program whose first commandment was: “Prevent the rise of a black messiah.”

In Ahby Mann’s King the liberal view of the FBI is given melodramatic import with J. Edgar Hoover portrayed as the arch-paranoid villain sitting stone-stiff in a dark room clenching his teeth and planning to get King. No doubt this is true. As FBI agent Arthur Murtaugh of the Atlanta field office later told Kennedy assassination buff Mark Lane (in an interview for his book, Code Name “Zarro”): “The concentration of effort against King was grea ter than any single investigation that I saw take place at the bureau and I saw a lot of them in twenty years.”

But it is not the whole truth. Relying on Lane’s research and theories, Mann paints a dark picture of the FBI to whitewash the role of the liberal government. In an early segment when then-president John Kennedy is asked what the government will do about attacks on civil rights activists, he says: “We’ll do what we always do. Nothing.” Fair enough. But by the end of the program John and his attorney general brother, Bobby, have been cast as warriors against Hoover, the FBI and the Ku Klux Klan. This post-Watergate convention of the mortal combat between Hoover and Camelot is phony in King and in history.

Far from being reluctant “good guys” the liberals differed with Hoover over tactical assessments on how to best contain the struggle for hlaek equality. The government’s attack on the hlack movement, particularly against its most militant sectors such as the Black Panther Party, was so intensive and widespread that to suggest it was done without the knowledge of Kennedy or Johnson is ludicrous. Indeed, liberal columnist Carl Rowan wrote that Hoover had leaked word to the press that Bobby Kennedy had authorized wiretaps on King’s phone, a charge he repeated in a 19 June 1968 interview in the Washington Star. But while for Hoover the “black messiah” had to be stopped by any means necessary, the liberals increasingly saw King as the man most capable of containing the civil rights movement within the bounds of liberal pacifism. The more the masses thrcatened to break out of these bonds. the more the liberals supported King against spokesmen for more militant strategies.

Yet by the late 1960’s the mood of the black population had become so explosive that a fearful bourgeoisie tended to allow Hoover a freer hand. After Harlem, Watts, Newark and Detroit went up in flames, any black leadership began to seem a threat. And so they were systematically put out of action or simply “eliminated.” Malcom X had already been assassinated; SNCC leader Rap Brown was in jail; within a Yiar Chicago Black Panthers Mark Clark and Fred Hampton would he murdered in their beds, while Newton. Cleaver aild Seale were hounded with arrests.

We may never know how much of the post-Watergate liberal speculation ahout FBI involvement in the King assassination is fact and how much conspiratorial paranoia. But it is certainly proper to make thc sinister connection with the government’s search-and-destroy missions against the black movement. We demand to know the whole truth about the King assassination, the murder of Malcom X and the all-out secret police war against the Black Panther Party! Instead we arc  dished up post-Watergate apologia for pacifist liberalism.

From Montgomery to Washington

The Mann docudrama presents its hero as the leader of a long march of stunning victories for the hlack masses. But the truth is that Martin Luther King did not hegin the civil rights struggle in the U.S. And he certainly did not make possible the partial gains that characterize its tarly years. After World War II. the government found formal Jim Crow segregation increasingly embarrassing. It stood in stark contradiction to the integration of masses of hlack workers into the industrial proletariat of the cities; and it exposed U.S. pretensions as champion of a “Free World” both in the Cold War with Russia and in the jockeying for inlluenee in decolonizing Africa. By 1’147 the U.S. military and all departments of the fedcral govcrnmcnt were desegregatcd, and when black soldiers came back from integrated units ill Korea they sworc they would no longer submit to Jim Crow. Even before the 1954 Brown VS. Board of Education decision, the National Association for the Advanccment of Colorcd People (NAACP) had won a number of legal victorits for school desegregation in the South.

It was with the arrest of Rosa Parks in Montgomery. Alahama in 1955 that the movement that became known as the civil rights movement dramatically overtook NAACP legalism and led to the )Tar-Iong bus boycott. It was also the event that thrust Martin Luther King to center stage as a national spokesma n of pacifist Hd ircct act ion” for hlack equality. Contrary to popular myth it was not King. hut Ralph Abernathy. a less polished Montgomcry preacher at a less esteemed church. who was the d riving force hehind the hoycott. Ahernathy, E. D. Nixon (of the local NAACP and Brotherhood of Sleeping Car Porters) and others pushed King, the “new hoy” preacher of the prestigious Dexter Avenue Church into the leadership of the hoycott for reasons of security. As he himself confirmed in his hook, ,.,'(ride Toward Freedoll1, “I neither started the protest nor suggested it,” adding in messianic terms, “I simply responded to the call of the people for a spokesman.”

Rather than a spokesman for the people, in Montgomery King became the spokesman for the policy of reliance on the federal government with a new cover of Gandhian passive resistance. As religious philosophy it is claptrap, hut in the mouth of a Gandhi or King it was the bleating of the .I udas goat. King wrote in the mid-1950’s:

“I he Ncgro all ovcr the South must comc to the point that he can say to his \\hite hrother: ‘We will match your capacity to inflict suttering with’ our eapacit~ to endure suffering. We will meet your physical force with soul lorcc. We will not hate vou, hut we will not ohey vour evil law~. We will soon wear y,iu’ down hy purc capacity to sutkr’.”

–quoted in David L. I.ewis, Aing. A Critical m()grall/7I’ 1(70)

While King preached that the nonviolent resister had “cosmic companionship” in his struggle for justice, it was clear that he saw as temporal political companions the liberal capitalist government and its courts. After a year of unyielding struggle by Montgomery’s blacks, it must have seemed to King part of the cosmic order of justice when the Supreme Court declared the local laws re4ulring segregated seating on buses unconstitutionaL A voice from the hack of the adjournment proceedings is reported to have cried out, “God  Almighty has spoken from Washington, D.C.”

In Abby Mann’s King the Montgomcry hus boycott ends victoriously with the hero stepping aboard the newly integrated hus and the “New South” takes off. Coretta King’s voice is heard as the hus pulls away:

“When Martin hoarded that hus-the tirst integrated hus–hc felt as though he were Columhus discovering America. It seemcd to him then, anything was possihle.”

King was riding high with his sermons on “soul force” and t he “capacity to suffer,” but Montgomery blacks were left to face the racist flak-courageously, but tactically, politically and morally disarmed. Following the Supreme Court decision the racist terrorists crawled from their rat holes, put on their sheets and picked their black targets. The KKK staged a provocative nighttime torchlit procession into the black neighborhoods. Black churches were burned to the ground. Buses were attacked and burned in a campaign of terror. Even King’S house was dynamited; but angry blacks who rose to his defense (and their own) calling for protest action were told by King to love their enemies.

!t was in Birmingham in 1963 that the pacifism of King and the SCLC was exposed in blood and death. Mann’s King recreates the indelihle images of that time-Bull Connor and his stormtroopers; the police dogs set loose upon the crowd; the firehoses set at pressures sufficient to strip off tree bark, hurling children up against the walls. But these dramatic scenes are only part of the story. Mann glosses over the black population’s fighting response to Connor and the racist thugs. In Birmingham King’s nonviolent philosophy was junked by the black masses who with sticks, rocks, knives and bottles fought back against the racists in the streets. It was at that moment-and not before that Kennedy sent troops to bases outside the city and announced that he had taken steps to federalize the Alabama National Guard.

In Birmingham, pacifist persuasion was put away, but not before that tragic Sunday morning, 15 September 1963, when a bomb exploded in the Sixth Avenue Baptist Church that would put four little black girls into their graves. For his part, King remained loyal to his god and his saviors in the government. And the government recognized it had a loyal representative in the field. Even when his brother’s home was bombed, King continued to “marvel” at how blacks could express “hope and faith” in moments of such tragedy.

Just how loyal King was to the Democratic Party was proved that summer in the fabled March on Washington. In Mann’s King and all King mythology the March on Washington is taken as the victorious high point of “the movement.” In fact it was here that King helped engineer a “mass” political defeat for the cause of black liberation, treacherously tying it to the Democratic Party. The numbers were certainly impressive, and so was the participation of every important civil rights organization along with the liberal wing of the union bureaucracy, most notably Waiter Reuther’s United Auto Workers. Marxists call for mobilizing the power of the organized working class as key to winning democratic rights for the oppressed. But this was not what the March on Washington was about. Rather it was an attempt to channel the movement into pressure politics for the passing of the civil rights bill and to cement ties with the Democratic Party.

Even the most conservative civil rights leaders initially saw the march as a means to put the heat on the Kennedy administration, which was dragging its heels on the bill and other antidiserimination legislation. But when Kennedy called in the “representative leaders” for a conference, they quickly changed their minds. They changed their destination from the White House to the Lincoln Memorial, issued a new march handbook deleting a “statement to the president” and the call to confront the Congressmen. They specifically denied partIcIpation to “subversive” groups and censored all speeches. Although John Lewis of SNCC was invited to speak, he was pressured into deleting from his prepared text the following sentence: “We cannot depend on any political party for both Democrats and Republicans have betrayed the basic principles of the Declaration of Independence.”

Although the 1964 Civil Rights Act was a supportable declaration of minimal democratic rights, the march was meant to build support for precisely that party whose purpose was to sabotage any attempt by blacks to gain those rights. Characterizing the march as the “Farce on Washington,” Malcolm X wrote of the period which King came to see as the high point of his career:

“In ‘6.1 it was the march on Washington. In ’64, what was it” The civil rights bill. Right after they passed the civil-rights bill they murdered a Negro in Georgia and did nothing about it: murdered two whites and a Negro in Mississippi and did nothing about it. So that the civil-rights bill has produced nothing where we’re concerned. It was onlya valve, a vent, that was designed to enable us to let 011 our frustrations. But the bill itself was not designed to solve our problems.”

~George Breitman. ed.

Malcolm X Speaks (1965)

It was the felt need for a program to “solve our problems” which led to the emergence of a left wing in the civil rights movement which challenged King.

Civil Rights Movement Divided

One of the more pernicious aspects of the King myth is the treatment of the civil rights movement as a continuous parade of victories with little or no challenge to King’s leadership and philosophy of nonviolence. Here Abby Mann makes a most worshipful offering to that idol of liberalism at the expense of truth. ror Mann the entire political struggle against liberal pacifism is reduced to an anachronistic dialogue between King and Malcolm X in which the latter is portrayed as a charming demon of defeat while King is the inchby-inch realist. Basically, the liberals put into the mouth of Malcolm a strategy for race war and allow King to point out that such a strategy would amount to race suicide. In fact it was not race war. but collective self-defense that was the issue for Malcolm X, for Robert Williams, the Deacons for Defense and many others.

Through “creative editing,” King fails to show that not only was its hero opposed by more militant, courageous activists, but that he was also pushed by the left wing of the civil rights movement into many actions for which he is now given credit. Mann gives SNCC the most cursory mention, buried under a mountain of King rhetoric, as the militant wing of the civil rights movement. And the Congress of Racial Equality (CORE). which organi7ed the first freedom rides, is not mentioned at all.

Hut history is different from “docudrama” and the developing split was to become all important to the fate of the civil rights movement. The fight was only partly generational, and at root ideological. Certainly at the beginning SNCC was a creature of the SCLC and (as its name clearly indicates) accepted its nonviolent strategy. But unlike King many of the SNCC. CORE and NAACP youth council members were not committed to nonviolence as an inviolable religious principle. They tended to accept King’s strategy as good coin. and while they had illusions in the federal government. their real commmitment was to the struggle for democratic rights for black people. Thus from the same events they learned different lessons from the preachers! When the social explosions of the mid-1960s occurred they identified with the aspirations of the black masses while King feared for the bourgeois order.

As early as the April 1960 Raleigh, North Carolina youth conference-out of which SNCC would emerge–King was already warning that “the tactics of nonviolence without the spirit of nonviolence may become a new kind of violence.” And by the following year during the confrontation in Albany, Georgia (“one of the meanest little towns” in Carter country) King had even more reason to be suspicious of the students–and they of him.

It was here that the students ~aw that despite King’s capacity to land thousands of activists in the jails, he was unable to dent the stone wall of racist reaction. I n midsummer 1961, after sustained and repeated racist attacks, with 3.000 Klansmen massed outside town, the protesters began to fight hack. As he did so often in the future. King called for a “moratorium” on -action. And the militant black youth began to refer to him derisively as “De Lawd.”

Hut it was at Selma, Alabama in 1965 that the tensions came to a head on the Pettus Hridge. In the face of King’s betrayal the song. “Ain’t Gonna Let Nobody Turn Me ‘Round,” rang with painful irony for the returning marchers. Responding to Justice Department pressure, King stopped the Selma-toM ontgomery march, knelt in prayer and turned it around. With Selma there was open talk of King as sellout and coward. To the song “We Shall Overcome,” the young militants began to counterpose, “We Shall Overrun.”

King Goes North

It was in Chicago in 1966 that the premises of the liberal civil rights movement came most clearly into explosive collision with economic and social reality. Northern ghetto blacks had lived with “equality under the law” for years and it was abundantly clear that King had no program to fight the causes of racial discrimination rooted deep in the economic and social structure of capitalist society. And despite the reformists’ claim that King was moving left when death overtook him, what grew out of the Northern experience was not a turn toward the working class, but Jesse Jackson’s “Operation Breadbasket,” the quintessence of black capitalism.

By the time King arrived in Chicago the civil rights movement was already irreversibly divided, not the least over the ghetto upheavals which had burst upon the political scene. The emerging black nationalists were enraged by the support King and the preachers gave to the vicious police repression. As King said of Watts, “It was necessary that as powerful a police force as possible be brought in to check them” (Nell’ York Times, 16 August 1965).

While talking in vague terms about attacking economic problems, King simultaneously launched an attack against his left flank, striking out against “violence” in the black movement. He had already directed his fire at CORE’s stall-in at the 1964 New York World’s Fair and a trip to Harlem that year had resulted in his car being pelted with rotten eggs while the crowd chanted, “We Want Malcolm.” He knew he would not get much besides suspicion from CORE and SNCC in his Palmer House negotiations with Mayor Daley.

The most subtle apology for King’s liberalism comes from those who agree that the civil rights movement was finished in the North, but attribute the failure to the unbreachable divide between the ethnic white neighborhood and the black ghetto. Nationalism politically tied blacks into the ghetto, despairing of a successful struggle against the segregation of minorities at the bottom of the economic ladder. Yet in the North was also the integrated workplace, the integrated union, the possibility of an alliance with other exploited sectors against the common cnemy. But this fighting alliance did not mean the empty “unity” of black liberals with liberal labor bureaucrats. In Chicago the struggle for racial quality meant directly confronting the Daley machine. and the Reuthers, Rustins and Randolphs were not about to mount a campaign against this Democratic Party kingpin. What was needed was a proprogram of class struggle; what King offered was a program of class collaboration.

Chicago blacks were presented with the choice of two dead ends: the liberal pacifism of King or the no less defeatist ideology of Carmichael and the black nationalists. Both failed to see the need to mobilize the power of the unions, through challenging the racist, procapitalist labor bureaucracy: King and the SCL.C because they were committed to the Democratic Party; Carmichael and the black nationalists because with the defeats and sellouts of liberal pacifism, they had taken the road of black separatist militancy which ignored the “white working class.”

The situation came to a head with the projected march into the lily-white suburb of Cicero. King was under pressure to make a show of militancy; SNCC was anxious to show its mettle; the racists got ready. Nazi leader George Rockwell came to town amidst considerable fanfare to recruit among the Cicero residents. The white working class communities had already made clear that they would not allow blacks to march through their streets when King was stoned to the ground earlier in Marquette Park. No one doubted the racist terror that would meet the planned King-SNCC march. But two days before it was to occur King signed the Palmer House “Summit Agreement” and backed off in exchange for a formal agreement on housing.

For the militant wing of the civil rights movement it was Selma all over again. SNCC on its own led a march of 200 people into Cicero on September 4. There were triple that number of Chicago police and thousands of National Guardsmen. The marchers were courageous and sustained many injuries and arrests, but they had lost. It was all over long before it began. The racists had out-mobilized them in the streets. Nearly a decade later busing was defeated in Boston for much the same reason: the labor movement was not brought into the struggle on the side of integration. Responsible for these defeats were the labor bureaucrats, the black liberal leadership and the seudosocialistswho tail after them.

Class Power and Civil Rights

King and the coalition of black ministers of the SCLC had never intended to unleash a movement of the black masses. Their civil rights movement was meant as a gesture by the “talented tenth” to pressure the capitalist government for legal reform. They saw the Democratic Party as the natural political vehicle for legislative pressure and black political expression. They saw the courts as their main ally and ultimate battleground. But when the black, masses moved onto the stage of U.S. history, the SCLC’s role became one of fearful containment.

It was different for SNCC whose young activists identified with and encouraged the organization of black social power. An orientation toward different class forces began to show early, if only sociologically, as SNCC turned toward “grass roots” local organizing and King continued his reliance on the federal government. The Mississippi Freedom Democratic Party (MFDP)-which grew out of the SNCC voter registration campaigns-revealed all of the contradietions of a militant civil rights organization lacking revolutionary programmatic alternatives. The MFDP shared King’s illusions in the party of Kennedy and Humphrey, illusions it paid for at the 1964 Atlantic City convention when the Johnson/Humphrey machine crushed its attempt to unseat the Jim Crow Mississippi delegation. Out of this experience the Lowndes County (Alabama) Freedom Organization was formed with a political thrust independent of the capitalist parties.

In the end no sector of the civil rights movement was able to decisively break out of the confines of liberal politics. Yet throughout this period literally thousands of its left-wing militants were in rapid political motion. That this motion was not intersected by communists with a program to broaden the fight for democratic rights of blacks into a struggle for black equality through united class struggle was a major setback for the U.S. proletariat.

In the early 1960s the predecessor of the Spartacist League, the Revolutionary Tendency (RT) within the Socialist Workers Party (S WP), fought for just such an active intervention into SNCC and other components of the left wing of the civil rights movement. The RT saw the crucial opportunity for the crystallization of a black Trotskyist cadre. Its 1963 opposition document, “The Negro Struggle and the Crisis of Leadership,” read in part:

“The rising upsurge and militancy oft the black revolt and the contradictory and confused groping nature what is now the Ieft wing in the movement provide the revolutionary vanguard with fertile soil and many opportunities to plant the seeds or revolutionary socialism …. We must consider non-intervention in the crisis of leadership a crlme or the worst sort.”

In part it was for this fight that the RT was expelled from the SWP while that already degenerated party continued its criminal abstentionism. Within a few years the opportunity would be lost–with the hardening of the black nationalist mood, the terrain would be sealed off to communists for severaI years, with many thousand of black radicals lost to the revolutionary movement.

Far from being a transcendental leader of a united movement, King was one of the political poles against which the left wing of the civil rights movement was defined. Yet there are those on the left who still yearn for the “good old days” of a “united” civil rights movement, and toward that end they falsify the movement and the man who symbolized its liberal, religious wing.

It is ironic that the rehabilitation of King within the left was begun by the black nationalists on the basis that “no whites ought to criticize” any black. But the present reformist stance toward King is dictated by desires to once again get close to the liberals. Thus the SWP, for instance, in the most cynical fashion not only talks about a “New Civil Rights Movement” as it tails after the moribund hyper-legalist NAACP, but at the same time it continues to support the residues of the black nationalist wave. In fact, both movements are dead, but these shameless reformists continue to support all of their most treacherous aspects–calls for federal troops to “protect” black schoolchildren, reliance on “peaceful, legal” means to pressure the capitalist state, support for government union-busting “Affirmative Action” schemes in the name of civil rights.

Marxists must not disguise King’s liberal pacifism and the dead end it represented in the struggle against racial oppression. We must break through the myths of “passive resistance,” crack the mask of “King the Peaceful Warrior,” and present a revolutionary analysis of the failure of the civil rights movement to provide a program for fighting the social and economic oppression of blacks under American capitalism. It is not through liberal “docudrama” that the new generation of youth will discover the true story of that period. While the reformists cover for King to camouflage their own treacherous tracks, the task of creating a black communist cadre requires destroying politically the exalted symbols of passive defeatism and reliance on the bourgeois state which led to the death of the civil rights movement.

Trockiści w rewolucji chińskiej, kubańskiej i wietnamskiej

Tekst pierwotnie opublikowany w 2009 w języku portugalskim

[Od tłumacza: artykuł ten został napisany w 2009 r. przez członka Kolektywu Leninowskiego- organizacji poprzedzającej Przegrupowanie Rewolucyjne- który ostatecznie opuścił grupę i porzucił w ogóle trockizm. Trzeba powiedzieć, że zawiera on pewne problematyczne zdania, których Przegrupowanie Rewolucyjne nie podziela – a mianowicie „taktyczny sprzeciw” wobec praw demokratycznych na Kubie i charakterystyka protestów na placu Tiananmen jako zdecydowanie prokapitalistycznych. Niemniej jednak tekst jest ten użyteczny by przybliżyć polskiemu czytelnikowi praktyczną działalność ruchu trockistowskiego.]

„Trockista nigdy nie zrobił rewolucji”

Powszechnym jest że słyszymy takie oskarżenie z ust stalinistów i maoistów (na przykład PCR i MEPR). Nawet „wyjaśniają” ten fakt „kontrrewolucyjnym” charakterem programu przejściowego i teorii permanentnej rewolucji.

Gdyby to była prawda, byłoby to coś do potraktowania na poważnie. Skoro nurt, który istnieje od końca lat dwudziestych, nie może ingerować w żadną rewolucję, może tylko oznaczać, że ten nurt jest bezużyteczny!

Co najgorsze, socjaldemokratyczne sekty udające trockistów (takie jak PSTU, O Trabalho i LER) nigdy nie zrobiły nic praktycznego, by to twierdzenie obalić. Ponieważ ostatecznie nie są zainteresowane prowadzeniem żadnego rewolucyjnego procesu. Przeciwnie, zjadają okruchy spadające ze stołu socjaldemokracji.

Ale najważniejsze jest to, że oskarżenie to po prostu KŁAMSTWO. Celem tego tekstu jest pokazanie, w jaki sposób trockiści uczestniczyli w najważniejszych powojennych procesach rewolucyjnych. I jak oni próbowali stworzyć reżimy demokracji robotniczej, i za to zostali zmiażdżeni przez stalinistów. W ten sposób dowodzimy przez a+b rewolucyjnej roli programu przejściowego.

A jednak

Przed przystąpieniem do przypadków Chin i Wietnamu konieczne jest lepsze wyjaśnienie udziału sekcji Czwartej Międzynarodówki w innych rewolucjach XX wieku.

W ostatnim stuleciu, po rewolucji rosyjskiej, było tylko pięć zwycięskich procesów rewolucji społecznej: Chiny, Kuba, Indochiny (w tym Wietnam, Laos i Kambodża), Jugosławia i Albania.

W niektórych krajach zostały rewolucje zostały pokonane przez politykę Frontu Ludowego (takich jak w Etiopii i Portugalii w 1974 i Nikaragui w 1979 roku), a różne sytuacje rewolucyjne zostały zdradzone, nigdy nie stając się rewolucjami (tak jak we Francji, w 1945 i 1968 roku, lub Iranie w 1979 r.).

W większości krajów, w których wywłaszczono burżuazję, nie było to spowodowane rewolucją. Zasadniczo było to wynikiem okupacji wojskowej państwa robotniczego, tak jak w przypadku innych krajów Europy Wschodniej i Korei Północnej. W tych przypadkach niewielu istniejących trockistów zostało po prostu zabitych, bez żadnej szansy na zorganizowanie czegokolwiek!

Tak więc od początku trzeba było walczyć o rewolucję polityczną w tych krajach, mającą na celu przekazanie całej władzy w ręce rad robotniczych. W przyszłym artykule będziemy mówić o walce o rewolucję polityczną w Niemczech Wschodnich, Polsce, Czechosłowacji i na Węgrzech w latach 1953-1970.

Prawdziwe rewolucje w Europie Wschodniej miały miejsce w Grecji, Albanii i Jugosławii. W Jugosławii nie istniała sekcja Czwartej Międzynarodówki. Już w Grecji (gdzie rewolucja została uduszona na mocy rozkazu Stalina, z powodu umów jałtańskich z Wielką Brytanią i USA) oraz w Albanii, trockiści, którzy brali udział w ludowych armiach wyzwolenia zostali wytępieni jeszcze przed zwycięstwem Hitlera ! To znaczy, stalinowcy uważali trockizm za bardziej niebezpieczny od nazizmu dla swoich celów.

Co najgorsze, w Chinach i Wietnamie Czwarta Międzynarodówka po prostu nie była w stanie utrzymywać kontaktu z sekcjami z powodu II wojny światowej, która praktycznie zmiotła jej  przywództwo w Europie i oportunistycznej izolacji amerykańskiej SWP. W ten sposób zostały pozostawione samym sobie, często rozwijając kilka odchyleń, o których będziemy mówić dalej. Ta izolacja trockistów, którzy byli zaangażowani w rewolucje, była tak samo ważna dla zwyrodnienia Czwartej Międzynarodówki, jak polityka SPR i zniszczenie sekcji w Europie.

Przypadek Kuby

W końcu, po czasie, gdy pabloizm przejął kontrolę nad Czwartą Międzynarodówką (1951), została ona zniszczona jako organizacja rewolucyjna. Michel Pablo uważał, że warunki konfrontacji radzieckiej biurokracji i imperializmu po drugiej wojnie światowej doprowadzą partie stalinowskie do przewodzenia światowej rewolucji. Dlatego przekonywał, że sekcje Czwartej Międzynarodówki powinny wejść do kompartii i mieć politykę krytycznego poparcia dla biurokracji. To znaczy, Pablo i przywódcy Czwartej Międzynarodówki chcieli, aby partie trockistowskie zaprzestały walki o przywództwo masowego ruchu za pomocą programu antykapitalistycznego i przeciwko biurokracji. Aby uzyskać więcej informacji, zobacz artykuł „Geneza pabloizmu”, Ligi Spartakusowskiej z  USA, który przetłumaczyliśmy.

W Boliwii pabloizm doprowadził bezpośrednio do zdrady rewolucji 1952 r. przez POR [Rewolucyjną Partię Robotniczą Guilermo Lory, boliwijską sekcję Czwartej Międzynarodówki- przyp. tłum]. Jedynym nurtem, który opowiadał się za poprawną polityką w Boliwii, była tendencja Verna-Ryana w amerykańskie SWP w 1954 r. Sprawa Boliwii jest tak ważna, że ​​należy ją zbadać w osobnym artykule.

Pabloizm poważnie wpłynął na sekcję kubańską, POR. Podczas rewolucji kubańskiej łańcuchem tym kierowało Biuro Latynoamerykańskie, kontrolowane przez J. J. Posadasa. Posadas na początku 1960 roku nie postradał jeszcze zmysłów (potem wzywał nawet o solidarności z latającymi spodkami w walce o socjalizm!), Ale już w pełni dostosował się do nacjonalizmu krajów Trzeciego Świata.

Dlatego naciskał, aby POR miała linię kapitulacji w kierunku przedstawionym przez Fidela Castro. Mimo to POR miał generalnie poprawną linię. Przykładowo, postawiono szereg żądań kubańskiemu przywództwu, takich jak wywłaszczenie Bazy w Guantanamo, oraz że kubańska kompartia miała prawo do tendencji, tak by POR mogła przedstawić swój program.

Slogany te miały doprowadzić masy do walki o socjalistyczną demokrację na Kubie i przeciw pokojowemu współistnieniu ze Stanami Zjednoczonymi. Niestety, kubańska kompartia, poprzez samego Che Guevarę, aresztowała bojowników POR w latach 1963-1964.

Nie trzeba dodawać, że ZS (Zjednoczony Sekretariat Czwartej Międzynarodówki), pod kierownictwem Ernesta Mandela, Nahuela Moreno i amerykańskiej SWP, udawał, że  to się nie wydarzyło! Wszystko dlatego, że uważali oni kubańską partię komunistyczną za rewolucyjną organizację, a nie za organizację stalinowską. W tym czasie Międzynarodowy Komitet (który był nurtem trockistowskim, który walczył z pabloizmem) bronił uwolnienia trockistowskich więźniów politycznych na Kubie.

Dzisiaj, socjaldemokraci z LIT (PStu) i anarchistyczne grupy finansowane przez CIA (taki zarzut czyniony jest przez anarchistów z urugwajskiej FAU), mówią, że Kuba jest „dyktaturą” burżuazyjną. Oczywiście prowadzi to bezpośrednio do walki o “demokrację” (wolne wybory, organizowanie wolnych związków zawodowych, zgromadzenie ustawodawcze), które “przypadkowo” jest tą samą polityką Stanów Zjednoczonych dla tego kraju!

Jako komuniści, uznając rolę kubańskiego reżimu w masakrze socjalistycznej demokracji i represjonowaniu trockizmu, bezwarunkowo bronimy kubańskiego państwa robotniczego. Obalenie Raula Castro przez robotników to krok w kierunku socjalizmu. Obalanie Raula Castro przez CIA to kontrrewolucja, która zwróci władzę kubańskiej burżuazji wygnanej do Miami! Dlatego jesteśmy taktycznie przeciw swobodom demokratycznym na Kubie (które ułatwiają kontrrewolucyjną robotę USA), podczas gdy chcemy zbudowania partii rewolucyjnej robotniczy na Kubie, w większości złożonej z kobiet i  czarnych, sekcji odrodzonej IV Międzynarodówki.

W Chinach

Lewicowa Opozycja pojawiła się w Chinach w 1929 r., dzięki pracy Radka i Sneevlieta. W tym czasie Trocki polemizował w książce „Permanentnej rewolucji”, z linią Międzynarodówki Komunistycznej (już kontrolowanej przez Stalina), który zalecała stały blok z Kuomintangiem (nacjonalistycznej partii w stylu dawnej PDT) w celu zapewnienia niezależności Chin, jako pierwszy krok przed walką o socjalizm. Polityka MTK była zatem powtórzeniem mieńszewików po lutowej rewolucji w Rosji (jedność z “demokratyczną” burżuazją).

Ta polityczna polityka umieściła kompartię w ogonie nacjonalistów, dopóki Kuomintang nie zniszczył partii w 1927 roku, po próbie komunistycznego powstania w Kantonie. To powstanie było pospieszną próbą skorygowania linii kapitulacji wobec Kuomintangu.

W tym czasie KPCh była kierowana przez kadry, które jedynie powielały wytyczne CI. W tym nurcie byli pewni trockiści, jak Chen Duxiu, który był założycielem chińskiego trockizmu i odgrywał ważną rolę do 1930 roku, kiedy opuścił ruch społeczny. Ale ten trockistowski sektor został zmuszony do przestrzegania polityki MK, co uniemożliwiło jej zmianę orientacji partii. Po walce z dogmatyzmem kadr bardziej w zgodzie z MK, Mao Zedong (który został zaatakowany za obronę „komunizmu bandytów”, jak to MK scharakteryzowała Armię Ludową) otrzymał kierownictwo partii z linią zorientowaną na chłopów i rozpoczęła się długotrwała wojna ludowa.

Pomimo wspierania formacji armii chłopskiej, Trocki powiedział, że rozwiązaniem dla chińskiej rewolucji będzie sojusz chłopów z robotnikami miast, tworzącymi sowiety.

Ale Mao podporządkowany całą walkę sojuszowi z Kuomintangiem w miastach, doprowadzając nawet do ograniczenia rewolucji agrarnej i porzucenia demokratycznych flag (zgromadzenia ustawodawczego, ponieważ Chiny była pół-kolonialna, wyborów, tworzenia związków zawodowych, ośmiogodzinnego dnia pracy) na obszarach kontrolowanych przez nacjonalistów, aby nie zagrozić sojuszowi.

Maoistyczne Chiny i walka z biurokracją i restauracją

Chiny, w ramach reżimu KPCh, wahały się między ekonomicznego awanturnictwem (takim jak Wielki Skok Naprzód, który spowodował powszechny głód w tym kraju) a dominacją prawego skrzydła partii.

Podczas tak zwanej Rewolucji Kulturalnej Mao użył masowego ruchu przeciwko biurokracji, aby powrócić do kontroli partii. Aby to zrobić, musiał użyć studentów (czerwonogwardzistów), aby zmiażdżyć mobilizacje robotników, które posunęły się do utworzenia sowietów w Szanghaju, Hunan i Kantonie w styczniu-lutym 1967 roku.

W rewolucji kulturalnej, z powodu masakry trockistów, robotnicy nie byli uzbrojeni w teorię, która mogłaby zaproponować właściwe zadania. Dlatego Sheng Wu Lien, organizacja masowa, która pojawiła się w 1967 r. w walce z biurokracją, określiła Chiny jako kapitalizm państwowy w swoim dokumencie „Dokąd zmierzają Chiny?” W tym samym czasie miała ogromne złudzenia co do Mao Zedonga, nawet myśląc, że atakuje robotników, ponieważ został oszukany co do  faktycznej sytuacji w kraju.

Okres pełnego opanowania maoistów był masakrą dla socjalistycznej kultury i demokracji. Partia kontrolowała praktycznie wszystko. Intelektualiści byli prześladowani. Nieliczni trockiści w Chinach zostali uwięzieni.

Nie wytwarzając alternatywy w postaci rewolucyjnej partii, ruch masowy był świadkiem zamachu stanu w 1976 roku, który  obaliła maoistów i umieścił u steru KPCh pewien sektor restauracjonistyczny, kierowany przez Deng Xiaopinga, który otworzył gospodarkę dla imperializmu. W tamtym czasie było niewiele naprawdę postępowych ruchów.

Co gorsza, wielka masowa demonstracja, która miała miejsce w 1989 r., zniszczona podczas na placu Tienanmen, miała wyraźnie prokapitalistyczny charakter. Jej celem było zlikwidowanie kilku osiągnięć, które zachowały status państwa chińskiego i stworzenia kraju kapitalistycznego. Nie przypadkowo na czele demonstracji stała replika Statuy Wolności. Związki, które brały udział, wkrótce staną się nieobecnym rewolucyjnym przywództwem, połkniętym w kontrrewolucyjnym przypływie, jak to miało miejsce w Polsce w latach 1980-1981.

Więc dzisiaj, gdy staramy się odbudować nurt trockistowski w Chinach, to jest nasz obowiązek, aby nie wpaść w szantażu „demokracji” i udział w ruchach pro-kapitalistycznych, takich jak ruch wyzwolenia Tybetu i ruchu demokratycznego.

Wietnam

Trockizm w Wietnamie rozpoczął się w 1931 r. jako Lewicowa Opozycja w KPI (Komunistycznej Partii Indochin Ho Chi Minha). Przez większość swojej historii istniały dwa prądy w kraju. Pierwszą z nich była grupa La Lutte („Walka”) Tha Tu Thau, która była bardziej skupiona na polityce jednolitego frontu ze stalinizmem i uczestnictwie w wyborach. Drugi był MLK (Międzynarodowa Liga Komunistyczna), Ngo Van Xuyeta, z dużą obecnością w ruchu robotniczym, który skrytykował elektoralizm i co uważał za kapitulację La Lutte wobec stalinizmu.

Obaj mieli duży ciężar w ruchu. Wystarczy powiedzieć, Tha Tu Thau zdobył 80% głosów w wyborach na radnego w Sajgonie w 1936 (jedyne miejsce na świecie, gdzie trockiści i stalinowcy zawarli sojusz wyborczy), gazety La Lutte ukazywały się codziennie a MLK utworzyła pierwsze wietnamskie centrum związków zawodowych.

W 1936 roku Front Ludowy we Francji zniszczył współpracę między La Lutte i KPI. KPI przystąpiła otwarcie do poparcia Frontu Ludowego, siejąc złudzenia co demokracji parlamentarnej. KPI  utrzymywało tę samą stalinowską strategię walki, po pierwsze, aby zakończyć panowanie Francji nad Wietnamem, pozostawiając walkę o socjalizm w tle.

Ale walka ze stalinizmem osiągnęła jeszcze wyższy poziom po drugiej wojnie światowej. Japoński imperializm zaatakował prawie każdy kraj na południowym Pacyfiku, w tym Wietnam. KPI będąc w podziemiu w tym samym czasie stworzył Viet Minh (Liga Niepodległości Wietnamu), w 1941 roku, ludowy front antyimperialistyczny z partami burżuazji, ziemian i grup religijnych niepodległościowych jak Cao Dai.

Aby kontynuować, Ho Chi Minh zrobił wszystko, aby powstrzymać walki chłopów (tak jak zrobił to Mao w Chinach – i jak MST zrobił to w rządzie Luli…). KPI zwarła szeregi z Francją przeciwko możliwości ewentualnej amerykańskiej kolonizacji, ponieważ Stany Zjednoczone okupowały Wietnam, wykorzystując go jako bazę manewrów przeciwko Japonii.

Przy dobrej woli KPI, Francja przyznała Wietnamowi formalną niepodległość (w ramach Wspólnoty Francuskiej, jej imperialistycznej organizacji) po odejściu amerykańskich żołnierzy. W ten sposób powstała burżuazyjny rząd Viet Minh (który Ho Chi Minh uznał za wyraz „władzy ludu”, ponieważ brały w nim udział organizacje chłopskie i KPI) na północy, z przywróceniem legalności kompartii. Południe pozostawało pod francuską kontrolą. To była cena zdrady Ho Chi Minha.

Kolejna masakra

Do tej pory, z powodu zniszczenia wszystkich materiałów czasu, nie jesteśmy pewni, czy grupa La Lutte uczestniczyła bądź nie w Viet Minhu, co byłaby zdradą. Wiemy tylko, że MLK tego nie robiła, a mimo to stanowiła około 30% demonstracji ulicznych w tamtym czasie, i miała codzienną gazetę.
W czasie wojny MLK odegrała bardzo ważną rolę w tworzeniu komisji fabrycznych i politycznych zawirowaniach. Wkrótce po utworzeniu rządu Viet Minh stało się jasne, że zorganizowani robotnicy i chłopi w ramach KPI wykraczają daleko poza jej kierunek.

Zintensyfikowali walkę klasową. Ponieważ byli oni większością w Viet Minh i ich zbrojnym skrzydle, burżuazja nie posiadała aparatu wojskowego. Władza pozostała w rękach KPI, a partie burżuazyjne musiały przyjąć jedynie dekoracyjną rolę. Tak więc, miało miejsce coś podobnego do tego, co wydarzyło się w Europie Wschodniej i na Kubie: jako że partyzanci i Armia Czerwona stała się jedyną iła militarną, stała się podstawą zdeformowanego państwa robotniczego, chociaż nadal formalnie istniały partie burżuazyjne w rządzie.

Trockiści skorzystali z okazji i zamienili komisje fabryczne w dwie rady: jedną  w Hanoi, drugą w górniczym regionie na północy kraju. Wkrótce Ho Chi Minh wydał rozkaz aresztowania i zabicia wszystkich trockistów i masakrę organizacji mas, które mogłyby być podstawą rewolucji politycznej przeciwko biurokracji. Tym razem NIE było nikogo w kraju by o tym opowiedzieć!

Mimo to, trockiści mieli tak dużą popularność wśród robotników, że gdy Tha Tu Thau musiał być sądzony trzykrotnie przez stalinowski sąd na podstawie absurdalnych oskarżeń (współpracy z USA itp). I został uniewinniony we wszystkich trzech procesach Po tym wszystkim, jedyne co pozostało biurokracji, było zabicie go z zimną krwią, bez żadnych argumentów.

Na emigracji, niewielu ocalałych udało się do Francji, gdzie utworzono w latach 1945-1946 GBLV (Grupę Bolszewicko-Leninowską Wietnamu), która stała się sekcją Czwartej Międzynarodówki.

Epilog: Wojna w Wietnamie, Laosie i Kambodży

W 1954 roku wzrost działań partyzanckich Viet Cong (NFW, Narodowy Front Wyzwolenia na południu, pod hegemonią wietnamskiej kompartii) doprowadził do ​​incydentu z Dien Bien Phu, który doprowadził do rozpoczęcia wojny w Wietnamie. W Laosie i Kambodży, stalinowskie partyzantki chłopskie, utworzone przez partie powstałe po podziale KPI, również wszczęły walkę zbrojną, dopóki USA i ich rządy nie poniosły ostatecznej klęski w regionie w 1975 r.

Zwycięstwo w Wietnamie było możliwe tylko dzięki pomocy ZSRR. Nawet jeśli biurokracja często pozostawiała wiele do życzenia, to miała ona obiektywny interes w zwycięstwie rewolucji w tym kraju. Właśnie dzisiejszy brak ZSRR uniemożliwia zdradzieckim przywódcom, w wyjątkowych okolicznościach, wywłaszczenie burżuazji.

W kierunku tego procesu, Ho Chi Minh (który zmarł w 1969 r.) i Giap, zaczęli być uważani za bohaterów przez część lewicy w tym tych, o których mówiono jako o trockistach. W ten sposób zapomniano o jego roli w represjonowaniu demokracji socjalistycznej.  Nurt którego bronimy, Międzynarodowa Tendencja Spartakusowska, jednocześnie bronił zwycięstw militarnych Wietkongu, potępił kierunek polityczny KPW i ocalił od zapomnienia historię MLK, aby pokazać, że rewolucja socjalistyczna jest czymś więcej niż pokonaniem imperialistów , jest stworzeniem prawdziwie kontrolowanego przez pracowników społeczeństwa.

Rewolucja indochińska nie była w stanie stworzyć prawdziwie wolnego społeczeństwa. Laos i Wietnam cierpiały z powodu uzależnienia od Związku Radzieckiego. W raz z pierestrojką oba kraje musiały zakończyć planowanie gospodarcze, ponieważ nie istniały żadne materialne warunki, aby je utrzymać. Wietnam pozostał jednak zdeformowanym stanem roboczym, nawet zarządzając prawicowym NEP (jak Chiny). Laos, pod naciskiem ONZ i wygnanej burżuazji, doświadczył kontr-rewolucji w latach 1992-1993.

Kambodża, gdzie KPK/Czerwoni Khmerzy doszli do władzy w spalonej ziemi, cierpiał najbardziej. Nędza spowodowana przez amerykańskiego bombardowania (które zabiło ponad 1 mln osób), wraz z potworną polityką Pol Pota (obrócić całą produkcję kraju w rolnictwie w umowę handlową z  ZSRR, prześladowanie intelektualistów, masowa praca przymusowa , szpiegostwo itp.) doprowadziło do śmierci około 700 tysięcy osób w kraju o populacji 8 milionów!

Pod koniec procesu Wietnam najechał na kraj, umożliwiając stworzenie normalnego reżimu stalinowskiego w zdeformowanym państwie robotniczym – co było ogromnym postępem! Jednocześnie skorygował nadmierne planowanie w modelu typu NEP. Najgorsze jest to, że Czerwoni Khmerzy, którzy chcieli ustanowić komunizmu pociągnięciem pióra, byli wspierani i finansowani przez USA i chińską restauracjonistyczną biurokrację, w wojnie z Wietnamem, ponieważ kraje te miały interes wyczerpać Wietnam ekonomicznie (USA z oczywistych względów, Chiny by być  “wiarygodnymi” dla USA)! Ale tragedia Kambodży zasługuje na osobny artykuł, nawet w celu zwalczania kłamstw antykomunistycznej propagandy …

Dziś zadaniem robotników w Wietnamie jest taka sama jak w 1945 roku: stworzenie partii rewolucyjnej, w większości złożonej z kobiet, do walki o rewolucję polityczną, by obalić KPW restauracjonistycznej biurokracji i umieścić u władzy robotników, za pośrednictwem swoich zgromadzeń.

Rise and Fall of the Panthers

Rise and Fall of the Panthers: End of the Black Power Era

[First printed in Workers Vanguard No. 4, January 1972. Copied from http://www.bolshevik.org/history/MarxistBulletin/MB5_05.html ]

The spectacular and violent split in the Black Panther Party can be viewed as the symbolic end to a period in American radical politics. The impact of the Panthers, in vast disproportion to their actual size and strength, indicated the pervasive black nationalist mood of which they were the most militant expression. Following the collapse of the liberal-oriented civil rights movement, virtually all U.S. radicals saw the struggle of black people against racial oppression as the central and overriding contradiction within American capitalism. The Panthers’ popularity, enhanced by the vicarious black nationalism of white-guilt liberal circles, coincided with the rejection by impatient petty-bourgeois radical students of a perspective based on the revolutionary role of the working class, black and white. The current split, with tragic implications for the defense of jailed Panthers, certainly gladdens the hearts of racists and cops, but has far-reaching implications for the left as well. No longer can the Panther leadership use unquestioned moral authority to claim automatic allegiance from militant black youth and uncritical support from radical whites regardless of their particular experiences and views.

It is important to recognize that the Panthers came into being at the ebb of the mass black civil rights movement, as a selection of the best black militants in the battles waged over the corpse of the movement. The particular character of the Panthers was shaped by two interrelated developments which marked the death of the respectable civil rights movement of King, Farmer and the early SNCC. One was the movement’s obvious failure to change the living conditions of the black masses–in particular, its inability to do anything about the terrorization of the ghetto population by the cops, the armed force of the bourgeois state. This point was driven home by the anti-cop “riots” that swept the ghettos from 1964 to 1967, which proved that militant blacks were through with the non-violent reformism of the SCLC and CORE. The other major development was wholesale ruling-class purchase of black leaders–not only moderates like Farmer but also self-styled black power advocates. The sordid fate of the black power movement was personified in individuals like Roy Innis, who drove the whites out of CORE and later hustled tickets for the Frazier-Ali fight in partnership with General Electric. Another example is LeRoi Jones, black power ex-beat poet, who became aide to His Honor Mayor Gibson and prominently assisted in his attempt to destroy the Newark Teachers Union. The Panthers were thus defined negatively, in reaction against the dying civil rights movement on the one hand and the rise of “pork chop” nationalism on the other.

Ghetto Uprisings and the Myth of Urban Guerrilla Warfare

It was clear to all that the ghetto uprisings, which began in Harlem in 1964 and continued with undiminished intensity until Newark in 1967, marked the end of the old civil rights movement. What was not clear was how the uprisings affected the future of the black movement. Rather than recognizing the ghetto outbursts for what they in fact were–the final spasm of frustration and fury in the wake of a movement that had raised great hopes and activated enormous energy only to accomplish nothing–the left wishful-thinking saw in the ghetto-police battles the beginning of mass revolutionary violence which presumably had merely to be organized in order to be made effective. The notion that the ghetto was a base for urban guerrilla warfare was common not only among black nationalists, but was accepted by most of the left, from serious Maoists like Progressive Labor to the pundits of Monthly Review. The Panthers were outstanding in their willingness to face jail and even death for their theory.

The ghetto uprisings did not give the black masses a sense of their own power. They did just the opposite. During the rioting, it was blacks’ own homes that were burned down and the cops who went on a killing rampage. The riots proved that police brutality was not an isolated injustice that could be eliminated through militant action. The cops are an essential part of the armed force of the state; if defeated locally, they came back with the National Guard or Army. To drive the cops out of the ghetto and keep them out was equivalent to overthrowing the American state; thus as long as the majority of white workers remained loyal or only passively hostile to the government, black activism could not liberate the ghetto. It was not their lack of formal organization but a sense that they really could not win that gave the ghetto uprisings their spontaneous, consciously self-sacrificing character.

The Panthers chose to make a stand on their ability to purge the ghetto of police brutality when experience had shown the black masses that this could not be done given the existing over-all balance of political forces. The Panthers, realizing that the masses could not be organized to aggressively confront the police, developed a conscious policy of substituting their own militants for the organized power of the masses. In so doing, they developed a self-image of a band of warrior-heroes avenging the historic injustices visited upon the downtrodden black population. Adventurous black youth joining the Panthers did not see themselves as building a successful social revolution, but anticipated “leaving the Party in a pine box” with a dead cop to their credit, having done their share to avenge the centuries-old oppression of their people.

The Panther leadership knew they were standing up to the cops in isolation from the black masses. In his essay, “The Correct Handling of a Revolution,” Huey Newton contended that armed Panthers would set an example which the rest of the black people would follow. Written after thousands of blacks had battled the cops and lost in Harlem, Watts and Chicago, Newton’s argument had a forced and unreal quality. History was about to give Newton a swift and deadly counter-argument.

The Panthers Pick Up the Gun and Are Defeated

Taking advantage of California’s liberal gun laws, the Panthers applied their theory. At first their tactics appeared successful. Newton’s armed patrols in Oakland went unmolested. The Panthers held an armed rally in Richmond commemorating the murder of Denzil Dowell by a deputy sheriff, and faced the cops down. Most spectacularly, Bobby Seale led a group of armed Panthers to the State Capitol during a debate on gun control, and received only a light prison sentence. Taken aback by the Panther flamboyance, and uncertain how much support they had in the ghetto, the authorities at first demurred. But beginning with the wounding and jailing of Newton in October 1967, and gaining steam with the killing of Bobby Hutton and the arrest of Cleaver in April 1968, a coordinated national campaign to wipe out the Panthers was launched by local police and the FBI operating in many cases with the assistance of cultural nationalist groups (the murder of Los Angeles Panthers by members of Ron Karenga’s US). Over the past few years, the murders of Panthers have continued and virtually the entire leadership has been imprisoned on capital charges.

Contrary to Panther theorizing, the crackdown on them did not provoke mass ghetto rebellions. In fact, the Panthers’ real weakness can be seen by comparing the response to their persecution with the spontaneous eruptions of ghetto rage at the assassination of Martin Luther King.

The Panthers’ feeling of desperate isolation as the police rifle sight zeroed in on them is expressed in a moving account by Earl Anthony, a former Deputy Minister of Information who later split from the Party in the direction of mainstream nationalism. Writing after the Battle of Montclaire, where three Panthers were killed by the cops in Los Angeles, Anthony reflects:

“I kept thinking to myself. . . about the ease with which the Panthers were being killed, and I couldn’t do anything about it, and nobody I knew could do anything about it. And I thought about the thousands upon thousands. . . of black people who have been murdered, and nobody could do anything about it…. What really burned me inside was that I was forced to realize the untenable position the Party and other blacks who dare to put their toe to the line are in. I knew that white people didn’t really care that Little Tommy, Captain Steve, and Robert were gone, or that the pigs were scheming the murder of the rest of us…. I had learned to accept that attitude from whites. But the painful reality was that many blacks had it too. When you got down to it, we were pretty much alone. Not many people really cared….”

-Earl Anthony, Picking Up the Gun, pp. 138-39.

The Panthers Defend Themselves and Move Right

Isolated, with repression bearing down on them, the Panthers shifted the focus of their activities to legal defense work in an effort to gain the broadest possible support. The Panther alliances with white radicals were not motivated by any realization that American society could only be revolutionized by an integrated working-class movement, but by the material needs of their defense campaign. As Seale openly admitted, the Panthers’ support for the ill-fated Peace and Freedom Party was not based on a desire to establish an integrated radical third party, but by a belief that the PFP was a convenient vehicle in gaining left liberal support for defense of Newton. The other widely divergent groups supporting the PFP, such as Progressive Labor and the Independent Socialist Clubs (now the International Socialists) were no less opportunistic, although in their case the motivation was chiefly a desire for a recruiting vehicle.

The Panthers’ tendency to move closer to liberalism, implicit in their support of the liberal program of the PFP, was made explicit in the equally abortive United Front Against Fascism, launched in 1969. Guided by the Communist Party’s legal apparatus, the UFAF was an attempt to create an alliance of everyone to the left of Nixon-Agnew on an essentially civil libertarian basis. The UFAF’s main programmatic demand–community control of the police–combined liberal illusions over the nature of the bourgeois state with black nationalist illusions that the oppression of black people can be ended through “control” of ghetto institutions.

The Panthers’ overtures to the liberals were not very successful since the Panthers were too notorious for defense by bourgeois politicians. A few West Coast black Democrats, like Willy Brown and Ronald Dellums, protected their left flank by coming out for the Panthers. Some politicians like Cleveland’s Carl Stokes, questioned whether the police might not have actually violated the Panthers’ rights! The Panthers were somewhat more successful in garnering support and money from the cultural wing of the liberal establishment, as indicated by Leonard Bernstein’s famous party where the “beautiful people” met the Panthers and paid handsomely for the titillation of exposing their bourgeois sensibilities to the black revolution in safety, an expensive delight somewhat recalling the Roman arenas. But despite their efforts to present themselves as simple anti-fascists, the heat continued to come down on the Panthers.

Although the Panthers since 1969 have clearly given up street patrols in favor of defense rallies and soirees, they have not officially abandoned their claim to be the vanguard of urban guerrilla warfare. In the current split, the Cleaver wing points to this contradiction and claims with some truth that Newton’s Oakland group has deserted the original Panther banner.

Along with their turn toward the liberals, the Panthers launched a series of ghetto social work programs, exemplified in their “breakfast for children” drive. The new activities were designed to gain support from the black masses who had not rallied to the confrontationist image, as well as give the Panthers a more humanitarian image when facing white middle-class juries. Thus, Panther attorney Lefcourt forced the undercover agent in the New York 21 case to admit that the defendants spent most of their time doing good works in the community and not plotting to blow up buildings.

The “breakfast for children” program is also a rather ridiculous attempt to apply literally the standard Maoist “serve the people” strategy. While Mao’s Red Army could give some real material aid to the Chinese peasants in protecting them from rapacious landlords, helping with the harvest and the like, the notion that the Panthers could compete with the Welfare Department or the Baptist Church in feeding the ghetto poor is simply ludicrous. But the fundamental flaw in the “serve the people” line is not that it doesn’t work, but that it strengthens the paternalistic character the Panthers already present in their self-image as avenging angels of the black masses seen as grateful clients of a revolutionary organization, not as potential conscious revolutionists in their own right.

The Panthers’ need for activities like the “breakfast for children” program to improve their image in the ghetto destroys the myth that they are a spontaneous expression of black militancy. Some radical groups–notably the International Socialists, who followed the Panthers right up to the gates of Peking Stalinism–contended that one should support the Panthers regardless of their politics because they were the highest organic expression of ghetto political consciousness. In contrast, the Panthers have always regarded themselves as a highly self-conscious vanguard tendency. On the one hand, they sought to win the loyalty of the ghetto youth from competing groups, mainly the cultural nationalists. On the other, they beat the ghetto life style out of their new recruits (while glorifying it in their press), recognizing that a lumpenized life style is incompatible with serious and sustained revolutionary activity. The contention that lax political standards should be employed in judging the Panthers because they are an authentic cry from the soul of the black masses is not only factually false but reflects a patronizing attitude toward blacks that borders on racism.

Glamor and Terror

The Panthers’ serious internal difficulties, manifested not only in the present decisive split but also in the endless series of expulsions, reflects the impossibility of building a revolutionary organization with street gang methods. Because the Panthers recruited adventurous youth without a stable axis, they could only prevent the disintegration of their organization into competing warlordisms through the imposition of a kind of military terror. New recruits were assigned fifty push-ups for failing to memorize the Panther program, and pressure was put on them to do two hours of reading a day. It is argued that such coerced internal political life is necessary in any radical organization not composed primarily of middle-class intellectuals. But the history of the proletarian socialist movement in the U.S. and elsewhere yields many examples of organizations in which articulate and politically able industrial workers though often lacking formal education, shaped policy, and did not merely memorize a program by rote, like a prayer. This was possible because the socialist movement recruited workers to a comprehensive program for long-term political goals. The Panthers, on the contrary, recruited on the basis of a radical street gang mentality, with its attendant personal, ethnic and geographical loyalties. The Panther program did not shape their organization and its activities, but was treated as a decoration like icing on a cake.

The Panthers’ concept of rule through terror, and its application to internal factional struggles as well as relations with other radical groups, can no longer be ignored by the opportunists who tailed after the Panthers and their popularity, hoping it would rub off. In discussing the factional struggle with Cleaver, Newton simply said “We’ll battle it out” and “… I have the guns,” to which Cleaver replied, “I got some guns too, brother” (Right On!, 3 April 1970). In a like manner, the Panthers responded to criticisms of their “United Front” with the CP and liberals by physically throwing the critics out of the UFAF conference (see Spartacist West, No. 18) and making repeated public threats against all left critics. At no time has the Panther leadership reacted to criticism by seeking to politically discredit their opponents within the radical constituency. At no time have they recognized that building a revolutionary party requires methods in any way different from conducting a street gang rivalry.

Apart from terror, the main element holding a street gang together is a power mystique, manifest in the warrior-hero cult of the Panthers. Seale testified to the importance of glamor to the Panthers in noting that a number of members left the Party when ordered not to wear their uniforms except on Party assignment. The best expression of Panther glamor-mongering is the ascending order of hero worship, culminating in the cult of Huey Newton which appears even more absurd than the Stalin and Mao cults because of its imitative character.

The disastrous effect of building an organization through hero worship is apparent in the split, which has been dominated by personal rivalries and clique politics. The split originated not in clear political differences, but in accusations that Chief of Staff David Hilliard was playing favorites in allocating defense funds and expelling out-of-favor Panthers, like “Geronimo” Pratt, to avoid the responsibility for their defense. But there are political differences implicit in the split. Each faction occupies one of the two poles around which Panther politics have revolved. The Cleaver group represents the anti-cop confrontationism characteristic of the early Panthers while Newton’s group reflects the liberalism and social-work do-goodism of the defense campaigns. In terms of internal dynamics, the Algiers group tends toward reconciliation with mainstream Black Nationalism, while the Oakland group has gravitated toward liberal reformism sometimes more naked than that of the Communist Party. The actual faction fight has touched these differences only marginally, and has been conducted almost entirely in terms of competing heroes, character assassination and counter-retailing of atrocity stories (e.g., the claim that Cleaver is keeping his wife prisoner, the accusation that Hilliard is doping Newton). The main programmatic demand of the Algiers group is a call for collective leadership and an attack on the personality cult, while the Newton group has defended itself by asserting the personality cult, namely Newton’s own.

Sections of the left have of course attempted to find a qualitative political superiority of one wing over the other, as a rationale for drawing close to it. Perhaps the crudest attempt to paint one of the wings as “Marxist” or close to it was that of the assertedly Trotskyist “Workers League” of Tim Wohlforth. Wohlforth hailed Newton’s proclaimed embracing of the dialectic in a fit of organizational appetite early last year. Newton very soon thereafter announced his peace with black capitalism and the church, teaching Wohlforth again that “dialectic” is a word of four syllables and “method” of two, and that it takes much more than the mouthing of the two words to make a Marxist, or even a potential Marxist. To make his short-lived praise of Newton more grotesque, Wohlforth printed fulsome praise and carefully selected revolutionary proletarian quotes from Newton in the same article in which he defended, against SWP-YSA criticism, his view of the New York police “strike” as “a reflection of a very general, deep and profound movement of the working class”! (15 February Bulletin) “Only the Workers League”… dares to suck up to the Panthers and defend the “job action” of their mortal enemies, the cops, in the same issue of the same publication.

Hero worship is one of the ways bourgeois ideology enters the revolutionary movement and destroys it. Its corrupting nature is evident in Huey Newton’s $650 a month penthouse, paid for out of Party funds raised in defense campaigns, while rank-and-file Panthers hide from the police in rat-infested hovels. The Panther paper justifies Newton by noting that he had “stood up and faced the pigs (from which he was wounded and spent two years in prison)” and that he had “put his life on the line in the fight to end this racist, exploitative system.” The paper went on to state: “Huey and his generals of staff should have the best as they plan their party’s strategy.” (The Black Panther, 27 February 1971) The belief that the pest sufferings of militants entitle them to the good life at rank-and-file expense is an important subjective justification for bureaucracy in the labor and radical movement. Moreover, left-wing leaders can continue to enjoy the good life only with ruling-class cooperation, obtainable by holding back the organizations they are supposed to lead against it. Many present leading AFL-CIO bureaucrats were beaten, shot at and jailed in their youth. Newton’s penthouse and the Party’s defense of it indicate a deeply anti-socialist attitude. The revolutionary movement is not like a medieval joust where the best knight gets the castle. Its purpose is to destroy the castle.

Lumpens, Hippies and New Left Ideology

An analysis qualitatively superior to the Workers League’s general pattern of alternating denunciation and grovelling before the Panthers was written by “Lil Joe” for the 15 March 1971 Bulletin. The author, no longer with the Workers League, well analyzed the tension between the “national” and “class” orientation of the Panthers:

“The Black Panther Party was organized as a nationalist organization. Unlike the other nationalist groups, however, it was organized for the most part, by ghetto Blacks–the most oppressed sections of the ghetto youth–the unemployed and if employed, employed in low paying industry. As nationalism is a middle class ideology of ‘unity of race or nation’ rather than ‘unity of class,’ the Black Panther Party, organized by and for Black working class youth necessarily took on a class character.

“Hence in its earliest development the Black Panther Party was thrown into conflict with nationalism itself. The Black Panther Party, however, externalized this struggle by declaring itself ‘Revolutionary Nationalist’ as in primary opposition to that which they described as ‘Cultural Nationalism.’

“What the Panthers would not do was confront the fact that ‘cultural nationalism’ and ultimately ‘Black Zionism’ under the guise of ‘Pan Africanism’ was the logical conclusion of Black nationalism by virtue of the fact that Black people in America share not a national, but a cultural or racial identity.

“By externalizing their struggle against ‘Black nationalism’ or ‘cultural’ nationalism, the Black Panther Party was able to prolong, to ‘put off,’ an inevitable explosion within the Black Panther Party itself. While denouncing ‘Cultural’ nationalism and maintaining itself as a racial rather than a class organization—‘Revolutionary Nationalist’–the Black Panther Party was able to make criticisms of sorts, while at the same time bowing to the pressures of the Black middle class ‘nationalists’ themselves.”

To avoid the Marxist contention that the organized working class is the key revolutionary element, the Panthers came up with the theory that black lumpens are the revolutionary vanguard, and that all employed workers, black and white, have been bought off by the ruling class. The Panthers’ “theory” of lumpenism is a mixture of self-aggrandizement and impressionism. Its role is similar to the theories of “student power” and the “new working class” that were popular in SDS a few years ago: our revolutionary organization consists largely of lumpens (or students); therefore lumpens (or students) must be the vanguard of the revolution. This kind of “theorizing” unfortunately does not merit serious consideration.

A lumpen life style has very different social roots among ghetto black youth and middle-class whites; but in both cases youth rebel against the prospect of holding down a meaningless job, raising a family and suffering a deadly “respectable” life. Such rebellious attitudes are not merely justified, but are the subjective raw material out of which revolutionary consciousness is made. No one will be a revolutionist who does not hate a society that makes life for working people boring, trivial, deadening and often heartbreaking. But a political movement which isolates itself in a social milieu hostile to normal work-a-day society must become irresponsible, individualistic and ultimately cynical and contemptuous of the mass of working people. It is precisely that task of revolutionaries to penetrate the mainstream of social and economic life and explode “normal work-a-day” society on the basis of its terrible oppressiveness–the very oppressiveness which drove individuals to become revolutionaries in the first place.

The Left’s Panther Cult

The Panther split is another nail in the coffin of the New Left. For years, the U.S. left has defined itself in terms of supporting this or that militant action or opposing particular acts of oppression and injustice. Within the issue-oriented movement, support for the Panthers has been one of the few common elements that prevented the left from fragmenting completely through “doing one’s own thing.” The net effect of the Panther influence on the left was negative, not only because the Panthers’ own politics never transcended black nationalism and crude Stalinism, but because Panther-worship and uncritical concentration on their defense campaigns prevented the political interaction essential to revolutionary program and strategy. It was Cleaver’s presence at the head of the ticket that enabled the PFP to bring together a collection of left McCarthyites, Yippies, orthodox Maoists (Progressive Labor) and “third campers” (IS) into an unprincipled, liberal-program “unity” for a time. In a like manner, uncritical support for and from the Panthers was one of the few concrete issues the diverse anti-labor elements in the old SDS could unite around in expelling the “Worker-Student Alliance” tendency. The Panther split proved once again that hero worship and tail-ending are no substitute for the struggle for Marxist clarity as a foundation of a revolutionary party.

Since their inception, the Panthers have been a test for the predominantly white American left as a whole–a test of its ability to apply Marxist analysis, and a test of its consistency and courage. The absence of a Leninist vanguard party made the ruin of the Panthers likely if not strictly inevitable. Lacking a link to the revolutionary party of the working class, organizations fighting special oppression stand isolated from the rest of the working class and endangered by the problems and backwardness of their particular, isolated areas of struggle. The extreme result of such a situation is “self-determination for everybody” with every organization and particular struggle competing for a larger share of the capitalist pie.

It is important to note the significance of how the Panthers were defeated. That the Panthers were defeated physically by the state rather than politically through the intervention of the vanguard party means, in effect, that many of the lessons of their demise will surely be lost. It means that more despair and less consciousness of what went wrong has been created in many of the best subjectively revolutionary elements. On a smaller scale, the difference is not unlike that between the destruction of a bureaucracy like, say, the North Vietnamese by American tanks and bombers instead of by the North Vietnamese workers in political revolution.

But did any of the various left organizations show by their attitude toward the Panthers the fitness, the right (or for that matter even any intention) to construct the vanguard party which was lacking? Nearly all self-proclaimed Marxist organizations failed the test, most of them repeatedly on a variety of issues and occasions. The gutless IS, loudly proclaiming their anti-Stalinism, tailed the Panthers throughout the process leading to their embrace with the Stalinists and their liberal allies in the United Front Against Fascism. The SWP-YSA, the most vociferous “Marxist” proponent of black nationalism, consistently ignored the Panthers’ systematic errors and violations of proletarian ethics until, we presume, they became scared. They refused to sign a protest issued by the Spartacist League against the beating and exclusion by the Panthers of radical tendencies selling their literature outside a Panther “Birthday Party” celebration in Berkeley, California, in February 1970. Their proclaimed reason for refusal was their unwillingness to intervene in Panther internal affairs–as if physical attacks on competing radical tendencies were an “internal affair”! But they were shortly to repudiate the Panthers as part of their general “orthodox” shying away from the guerrilla warfare line they had preached–for others–for years. (See Spartacist No. 20, April-May 1970, “World Trotskyism Rearms” for an analysis of their newly-discovered Leninist opposition to guerrilla warfare strategy when their European co-thinkers proposed that the U.Sec. implement its pro-guerrilla stance.) The SWP’s new criticism of the Panthers whom they supported for so long, is fundamentally criticism from the right, expressed CP-fashion in orthodox-sounding rhetoric about the need to rely on the movement of the masses. The SWP criticized the Panthers also for not being nationalist enough; the scattered references in Panther leaders’ speeches to class struggle (of which the Workers League briefly made so much) were too much for the thoroughly reformist SWP to swallow. In an article “Which Way for Black Liberation” in the December 1969 Young Socialist, the YSA leadership condemned the Black Panthers for “waving the little red book, or calling this the year of the gun” instead of “reaching out to the broadest masses of the community” around “the questions of black control of the schools, ending police brutality, better jobs”–precisely the issues the liberals can campaign on. The YSA’s critique is thus not a critique of the crude Panther brand of Maoism, but an attack on their attempt to popularize their conception of communist consciousness as opposed to the SWP’s classless community reform line.

From Black Power to Communism

If the Panther split is disorienting for the “white” radical movement, it is devastating for the black radical movement. With the demise of the Panthers as a united organization, no national black organization exists which can claim the allegiance of large numbers of radical blacks. The civil rights movement, which attracted young militants through its social activism and a sense that it was engaging in decisive political battles, is long dead and buried. The mainstream black nationalists are openly and unashamedly on the payroll of “the man.” Localized ad hoc groups like black student unions or tenants’ unions cannot have serious revolutionary pretensions, whatever their members might think. The Panthers were the only organization which could seriously claim to be both black and subjectively revolutionary. And now the Panthers are no more. Two competing apparatuses exist in disarray, stripped of moral authority. The only black organization now existing which can claim both a degree of militancy and rudiments of national structure is the Black Workers’ Congress. BWC leader James Forman, assertedly converted to anti-imperialism from his SNCC liberalism, expounds a policy of separate organizations of black workers and a view of Marxism as [a] handbook of how-to-run-an-organization-and-be-serious. The BWC appears at this time to be capable of sowing considerable revisionist confusion especially among unionists, but not likely to acquire the widespread moral authority enjoyed by the old Panthers. There is now no place for a black revolutionist to go … except the integrated proletarian socialist movement.

The shriveling of the civil rights movement in the fires of Watts and Detroit, the rise of pork-chop nationalism and the external and internal destruction of the Panthers cannot be explained in terms of the problems of particular organizations and the defections of particular leaders. Rather, these developments prove the impossibility of building a black liberation struggle independent of the rest of American society. The civil rights movement failed because the oppression and degradation of black people is deeply rooted in the American economy and society and cannot be eliminated through legalistic reforms. Only a socialist economic system can lift the ghetto masses off the bottom of the economic order. That the black power protests of H. Rap Brown and Stokely Carmichael produced a movement of Uncle Toms in dashikis and professional strike-breakers was not because the movement was always composed of corrupt opportunists. The black power advocates realized the ghetto was not economically viable. If black power meant more black principals, welfare department heads and police chiefs, then only the ruling class could finance a substantial increase in the black bureaucracy. And the ruling class always demands a return on its money. The Panthers could not defeat the cops because the cops are an essential part of the capitalist state and the Panthers could not defeat that state. Given that fact, the Panthers could only alternate between the bitter consequences of heroic adventurism or appealing to the liberal establishment.

The oppression of the black people cannot be ended by black activists alone, but only by the working class as a whole. The breakup of the Panthers’ organization and authority creates greater opportunity–but only opportunity–for the struggle for an integrated proletarian socialist vanguard party. The process is in no sense inevitable; there will always be plenty of hustlers and romantic rebels to attempt endless repetition of the old mistakes and betrayals. But the intervention of Leninists among radical blacks can stimulate the understanding that the liberation of black people will be both a great driving force of the American proletarian revolution, and a great achievement of the revolution in power. That revolution will be made, not in the name of black power, but of working-class power–communism.

Lenga-lenga em Honduras e a volta De Zelaya

Lenga-lenga em Honduras e a volta De Zelaya

Por Paulo Araújo – Setembro de 2009, pelo extinto Coletivo Lenin

Publicado no Jornal Hora de Lutar nº11, de novembro de 2010.

O golpe militar ocorrido em Honduras gerou uma jornada ininterrupta de lutas por parte dos trabalhadores daquele país. Manuel Zelaya, o “Mel”, tentava convocar um referendo que poderia aprovar a convocação de uma assembleia para reformar a constituição de Honduras. A ultra direita não aceitou a possibilidade de reforma em sua constituição, que é uma das mais retrógradas da América Latina, e orquestrou o golpe levado a cabo em 28 de junho de 2009. Porém, essa não é a única questão envolvida. A aproximação de Zelaya com os governos de Chaves e Morales causava um grande mau estar entre a ultra direita hondurenha. Isso explica a posição pouco incisiva dos Estados Unidos no repúdio ao golpe militar, pois este favorece seus interesses no continente além de servir de exemplo para que outros governos não se alinhem ao chamado “eixo do mal”. Acredita-se, inclusive, que os Estados Unidos tenham ajudado, de forma clandestina, a organizar e a realizar o golpe.

A resistência hondurenha

Porém, o que os golpistas não esperavam era a grande disposição de luta demonstrada por parte das massas de Honduras. Desde o dia do golpe, os trabalhadores têm derrotado o toque de recolher e feito diversas manifestações radicalizadas. A reação dos militares foi violenta e já produziu suas primeiras vítimas fatais. Por causa disso, defendemos o direito de os trabalhadores de Honduras organizarem autodefesas armadas para resistir à repressão.

Nenhuma confiança em Zelaya

Manuel Zelaya é um mega burguês da indústria madeireira que jamais apoiou a organização autônoma dos trabalhadores. E agora, no momento em que as massas estão nas ruas, “Mel” pede para que todos tenham “calma” e voltem para suas casas. Ao mesmo tempo, aposta em uma saída para a crise através de um acordo negociado com os golpistas e os Estados Unidos. É a mesma posição de outros governos que sofreram golpes, como Jango, no Brasil, e Allende, no Chile. Esses governos, assim como Zelaya, tentaram desmontar a mobilização das massas para que a luta não evoluísse para uma revolução. A consequência foi o mergulho desses países em anos de ditaduras sanguinárias.

O golpe em Honduras, porém, reforçou a confiança das massas em Zelaya e, a principal palavra de ordem defendida por elas é sua volta ao poder. O caminho para a revolução hondurenha passa por fazer as massas superarem essas ilusões. Por isso, uma corrente revolucionária não pode se limitar a defender as mesmas coisas que Zelaya: sua volta ao poder e a convocação de uma constituinte. Defender essas bandeiras significa reforçar as ilusões que já existem em Zelaya além de construir novas ilusões no regime burguês. Infelizmente, não é isso o que pensam outras correntes. O PSTU, por exemplo, defende como saída para a crise hondurenha a mesma coisa que Zelaya: assembleia constituinte. A diferença é que o PSTU defende que essa constituinte e a volta de “Mel” ao poder não sejam construídas pela via da negociação. Isso é uma grande contradição pois a volta de Zelaya e a convocação de uma constituinte, como deseja o PSTU, não entram em choque com a estrutura de exploração e podem ser arranjadas através do diálogo. Assim, o PSTU apresenta uma saída para a crise que difere da de Zelaya apenas na forma, mas não no conteúdo. Além disso, o PSTU comete mais um grave erro político. Defende que países, como Estados Unidos, realizem um bloqueio econômico a Honduras até a volta de Zelaya ao poder. Defender isso é o mesmo que lutar para que os trabalhadores hondurenhos morram de fome. Os bloqueios econômicos não atingem as burguesias dos países afetados da mesma forma como atingem os trabalhadores. O Iraque passou anos sob bloqueio econômico e o resultado foi a desnutrição de sua classe trabalhadora enquanto os barões do petróleo continuavam com seus luxos intocados. Nós, ao contrário, dizemos que bloqueio econômico não é método de luta da classe trabalhadora e denunciamos a tentativa de acordo entre Mel e os golpistas porque queremos construir uma saída muito diferente do que defendem esses dois setores.

Defendemos que as mobilizações para derrotar o golpe se transformem em uma luta dos trabalhadores de Honduras pela construção de assembleias populares que serão os embriões de um Governo Direto dos Trabalhadores Hondurenhos. Agitar essa bandeira significa disputar o ascenso que ocorre em Honduras para um consciência revolucionária e abre caminho para a construção de um Partido Revolucionário de trabalhadores hondurenhos.

Rede Globo apoia o golpe

A Rede Globo, seguindo sua tradição de subserviência a regimes autoritários pró-imperialistas, insiste em dizer que em Honduras não ocorreu um golpe, mas sim uma transição pelas vias legais. A hipocrisia dessa emissora chegou ao cúmulo de levá-la a afirmar que quem tinha pretensões ditatoriais era Zelaya, por querer aprovar a reeleição. Entretanto, quando FCH aprovou a reeleição no Brasil através da compra de votos no Congresso e, assim, conseguiu ficar oito anos no poder, a Rede Globo defendeu essa medida da mesma forma como defendeu a ditadura militar no Brasil. Ditadura esta que criou e fez crescer essa emissora.

O cerco à embaixada e o governo Lula

A volta de Zelaya a Honduras e seu refúgio na embaixada brasileira colocou o governo Lula no epicentro da crise política. Lula tem se recusado a reconhecer o governo golpista e exige a volta de “Mel” à presidência do país. Isso é uma grande contradição com o que o próprio Lula tem feito no Haiti, para onde enviou tropas militares que defenderam o golpe que derrubou o presidente Bertrand Aristid. As tropas brasileiras permanecem no Haiti e, até hoje, tentam esmagar a resistência naquele país. Se Lula realmente é contra golpes militares, deve promover a retirada imediata das tropas brasileiras no Haiti. Além, disso, não se vê do governo Lula nenhuma declaração apoiando as mobilizações dos trabalhadores hondurenhos. Isso porque, assim como Zelaya, Lula defende para a crise uma saída que mantenha as estruturas de exploração existentes antes da derrubada de Zelaya. Por isso, não apoia as mobilizações das massas hondurenhas, pois estas podem evoluir para uma situação revolucionária.

Nós, ao contrário, dizemos que a saída para a crise política de Honduras deve ser a construção de um Partido Revolucionário de trabalhadores hondurenhos e de um governo direto dos trabalhadores, exercido através das assembleias populares, que avance para o socialismo e se espalhe para o resto do mundo através da reconstrução da IV Internacional.

  • Pelo direito das massas Hondurenhas de organizarem sua autodefesa contra os militares!
  • Pela formação de assembleias populares para lutar contra o golpe!
  • Não depositamos nenhuma confiança em Zelaya, mas exigimos sua liberdade!
  • Pela construção de um Partido Revolucionário de trabalhadores hondurenhos e a formação de um Governo Direto dos Trabalhadores!

LRP/ISL on the Revolution in Palestine/Israel

LRP/ISL on the Revolution in Palestine/Israel

Worshipers of the Accomplished Fact

August 26, 2009

 

The following remarks which were reconstructed from notes, were made from the floor of a League for the Revolutionary Party meeting on August 18, 2009 in New York titled “The Crisis of Zionism and the Prospects for Revolution in the Middle East” attended by over 40 people. The speaker for the meeting was Yossi Schwartz of the Internationalist Socialist League (Israel/Occupied Palestine) with whom the LRP at this time appears to have reached common political agreement. The remarks and commentary primarily deal with the two groups writing off the prospect of winning the majority of Israeli Jewish workers to a common struggle with the Palestinian masses against the Israeli Zionist state. We hope to post subsequent polemics that deal more broadly with  other aspects of the LRP’s and it’s co-thinkers position on the issue of Zionism and the Palestinian struggle in the future.

Revolutionaries defend the Palestinians and of course opposed the founding of the state of Israel, but six decades later one has to be blind not to recognize that an indigenous Israeli Jewish nation [who at this stage can no longer reasonably be classified simply as colonial settlers] has come into existence and whose workers we must win the allegiance of for the Palestinians to be able to wage any successful struggle to overthrow the Zionist state. This can only be done by appealing to Jewish workers to transcend their national consciousness in favor of their common class interests with Palestinian workers, not by denying them their national rights. The LRP and ISL it seems implicitly recognize this on many levels,  but, proceeding from their insistence on denying the Israeli workers those rights, are forced to draw completely defeatist conclusions.

In the 1960’s, under circumstances where the white US working class appeared to be permanently conservatized, and when much of the time a majority of it seemed to oppose the civil rights, anti-war and women’s liberation movements, the New Left wrote it [and most of the working class in the economically developed countries as a whole] off as permanently bought off. They called on a minority to “abandon their white skin privilege” and projected the allegiance of the majority to reaction. And today things seem similarly bleak no doubt with regards to the Israeli working class to the LRP and ISL. The New Leftists at the time therefore abandoned any perspective of an indigenous socialist revolution and took up the utopian Maoist view that US imperialism would be overthrown externally by Third World struggles.

In terms of the LRP they write in their most recent statement [“After the Gaza Massacre: The Future of Palestine” July 2, 2009 http://www.lrp-cofi.org/statements/gaza090702.html ] that “most likely, unfortunately, a minority” of the Israeli Jewish workers can be won to the revolution since “many Israeli Jews would prefer to fight in defense of their temporary privileges” acknowledge that “Palestinians alone have not been and will not be able to defeat Israel” and conclude that “We cannot predict exactly what form revolutionary struggles in the Middle East will take.” On other occasions and contexts [perhaps previous to winning over Israeli co-thinkers whose existence they’d need to justify] the LRP has been less ambiguous stating that the Zionist state will be overthrown externally by a victorious regional socialist revolution/revolutions most likely led by the Egyptian working class.

While an indigenous socialist revolution made by Israeli and Palestinian workers would be preferable, it should be conceded that it is indeed a possibility that a socialist revolution that overthrows the Zionist state may in the end have to be imposed externally without the support of the majority of Jewish workers. That should not be opposed if in the end it comes to that.

But conceding that as a possibility, at the same time it does not tell Palestinian and Israeli revolutionaries what they should do in the meanwhile except perhaps passively wait for Arab workers in other countries (and the LRP/ISL call for “Arab Workers Revolution” leaves out not only Israeli Jews but also Kurds, Persians, Berbers, Armenians and many other non-Arab groups in the region) to come to their rescue. Any active revolutionary strategy is missing from such a schema.

Afterword.

Despair over the revolutionary capacities of the working class in the more economically developed capitalist countries has been the political basis of not only the New Left, but also the Stalinists abandonment of world revolution in favor of building “socialism in one country” and all their ensuing betrayals. This has also been the implicit political basis of Pabloism, which at times also wrote off the working class in Third World countries in the process, based on similar notions. At times the rationale was made more explicit such as in a May-July 1962 Fourth International article by Michel Pablo which approvingly quotes Frantz Fanon that the Third World proletariat

““  … is among the most protected stratum of the colonial regime. The embryonic proletariat of the towns is relatively privileged. It represents that fraction of the colonized people, necessary and irreplaceable for the efficient working of the colonial apparatus – tramway conductors, taxi-drivers, miners. dockers, interpreters, hospital staffs, etc. These are the elements which constitute the most loyal stratum of the nationalist parties and who from the privileged place they occupy in the colonial system constitute the ‘bourgeois’ fraction of the colonized people”

commenting

““The analysis which Fanon makes of the role of the urban proletariat can appear exaggerated to a European Marxist; however with qualifications it ‘fits’ well enough those countries with a weak industrial development.”

Of course the LRP and ISL would argue that they oppose Stalinism, New Leftism and Pabloism. They would argue that they don’t write off the US working class or the working class of the advanced capitalist countries, and that their analysis is specific to the Israeli working class. But they also tend to reduce what is, ultimately, a self-destructive Jewish support to Zionism to questions of economic privilege (in the process being somewhat blind to other involved factors such as historical traumatization due to past oppression and the horrors of the holocaust, fears of Arab national retribution, despair over internationalist solidarity arising out of the history of Stalinist betrayals etc.). But while it is true that the Israeli working class is significantly privileged relative to the Palestinians, the US working class in turn is significantly privileged relative to the Israeli working class and most of the rest of the world for that matter. In an article written in one of his many earlier political incarnations, Comrade Shwatrz correctly noted

“It is possible of course to blame the Jewish working class, to maintain that it was in the interests of the workers to serve Zionism. But we maintain that the Jewish working class, as with all other parts of the world working class, has but one interest: proletarian revolution.

“On the First Arab-Israel War”

Workers Vanguard #35 4, January 1974

Rather than reducing Jewish support to Zionism due to privilege (which of course is indeed one, but only one, of the factors), his article echoed Trotsky’s assertion in the Transitional Program that in the final analysis “The historical crisis of mankind is reduced to the crisis of the revolutionary leadership.”

“The explanation for the Zionist control does not lie in the interests of the Jewish working class but in its organizational position-its lack of any weapons or independent struggles. And the responsibility for this situation rests with the Communist Party.

A rejection, of course from a somewhat very different pov and in different degrees, of Lenin and Trotsky’s stress on the centrality of revolutionary leadership, the “party question”, is indeed one of the elements the LRP and ISL share with the Pabloites. The LRP and ISL both reject explicitely Lenin’s argument in What Is To Be Done that revolutionary/Marxist consciousness must struggled for within the working class against against the multitiude of existing false/bourgeois consciousness through the medium of a vanguard party. The contemporary neo-economists/ workerists prefer to sugarcoat reality in favor of an admittedly more consoling image of a spontaneously revolutionary working class chomping at the bit. Sugarcoating the tragic reality of the Israeli Jewish workers present backwards consciousness is of course significantly harder to accomplish (not to mention getting in the way of opportunistically adapting to what is currently a certainly more receptive but still nationalist and non-Marxist Arab consciousness). But one of the factors behind the necessity of a revolutionary party arises precisely from the fact that the struggles of various strata of the oppressed masses tend to be sectional (whether going on strike against your particular employer, organizing against racist police brutality in your community, in general engaging in struggles against your own immediate groups oppression etc.) and it’s political consciousness and understanding therefore tends to be sectional, reflecting their most immediate, as opposed to historic, internationalist, political-class interests.

Uniting the struggles of the varied sections of the working class (nationally and internationally) and oppressed is the job of a revolutionary party, instilling the understanding of their common interests in striking at the capitalist root of all their oppression.  This necessary theoretical understanding of the workings of capitalist society and the necessary means of overthowing it (the central theme of What Is To Be Done is that there can be no revolutionary movement without revolutionary (that is Marxist), theory) does not indeed arise spontaneously.

But if the working class cannot engage in a successful struggle for power spontaneously, it can provided a revolutionary leadership exists. Rejection of this understanding can only lead to objectivist fatalism, usually pessimistic, though sometimes of the tailist “optimistic” variety. Both attitudes preclude the possibility of a successful working class struggle for power.

In the Revolution Betrayed Trotsky described those with such fatalist attitudes as “worshipers of the accomplished fact” noting that “Whoever worships the accomplished fact is incapable of  preparing the future.” Despairing at the present backwards consciousness of the Israeli Jewish workers, the LRP and ISL forget Marx’s motto that “the point is to change it”.

Effectively writing off the possibility of leading Palestinian and Jewish workers in a struggle for state power poses deep contradictions for the ISL in relation to it’s ostensible purpose for existence. James P. Cannon described the ISL’s dillema well in The First Ten Years of American Communism.

“The Stalinization of the Party was rather the end result of a process of degeneration which began during the long boom of the Twenties. The protracted prosperity of that period, which came to be taken for permanence by the great mass of American people of all classes, did not fail to affect the Communist Party itself. It softened up the leading cadres of that party, and undermined their original confidence in the perspectives of a revolution in this country. This prepared them, eventually, for an easy acceptance of the Stalinist theory of ‘socialism in one country.’

“For those who accepted this theory, Russia, as the ‘one country’ of the victorious revolution, became a substitute for the American Revolution.”

“What happened to the Communist Party would happen without fail to any other party, including our own, if it should abandon its struggle for a social revolution in this country, as the realistic perspective of our epoch, and degrade itself to the role of sympathizer of revolutions in other countries.”

The logic of such a perpective can lead the ISL down the road to becoming an Israeli version of the recently defunct and unlamented Maoist Internationalist Movement (though no doubt significantly more intelligent and less psychotic), if not the more garden variety reformist solidarity activist or trade union economist likethe CPs. At the forum LRP and ISL supporters responded that they were not advocates of building “socialism in one country”.  Indeed, one can not build socialism in one country whether that be Israel or anywhere else, the victory of revolutionary struggles worldwide is a prerequisite for that. But that is confusing the question of building “socialism in one country” with the necessity of leading the working class in a struggle to take state power, in the context of a struggle for world revolution.

Trotsky summed up the ISL dillemma well in his summing up the perspective of the “worshipers of the accomplished fact” in the Revolution Betrayed.

“In reality, our dispute with the Webbs is not as to the necessity of building factories in the Soviet Union and employing mineral fertilizers on the collective farms, but as to whether it is necessary to prepare a revolution in Great Britain and how it shall be done. Upon that question the learned sociologues answer: ‘We do not know.’”

SEE ALSO

LRP’s “Revisions of Basic Theory”

“Bússola Política” de James Robertson

Grupo Internacionalista / Liga Quarta Internacionalista do Brasil (LQB)

Programa de Transição de Trotsky ou “Bússola Política” de James Robertson?

Samuel Trachtenberg, 06 de maio de 2009

O artigo a seguir consiste em uma intervenção (reconstruída a partir de notas) feita por Samuel Trachtenberg, quando ainda era membro da então revolucionária Tendência Bolchevique Internacional (IBT), durante uma palestra promovida pelo Grupo Internacionalista (IG) acerca do “Programa de Transição”, no Hunter College (Nova York) em 28 de junho de 2006.

O IG é a principal seção da Liga Pela Quarta Internacional, da qual faz parte a Liga Quarta Internacionalista do Brasil (LQB). Jan Norden, líder do IG que apresentou a palestra, dedicou um tempo significativo discutindo a Liga Espartaquista (SL – da qual o IG foi expulso) e sua explícita renúncia, em sua interpretação do “Mundo Pós-Soviético”, da afirmação do Programa de Transição segundo a qual “a crise da humanidade se reduz a crise da liderança revolucionária” [1]. S.T. direcionou sua intervenção a essa crítica. Também incluímos um adendo e extensas notas de rodapé para fins de futuras formulações e de citações históricas dos pontos levantados.

***

Eu concordo com boa parte das atuais críticas do IG ao claro abandono do Programa de Transição por parte da SL. Também concordo que isso está relacionado com a extrema desmoralização da SL após o colapso da URSS. Isso foi expresso na recente posição deles acerca da luta estudantil contra a “Conferência dos Presidentes Universitários” na França [2], em relação a qual eles proclamaram que, no “Mundo Pós-Soviético”, é improvável que ocorra uma greve geral bem-sucedida. Alguns anos atrás, quando o Afeganistão foi atacado, a SL argumentou, de forma semelhante, que vitórias militares por parte de neocolônias contra os imperialistas não estava em pauta no mundo pós-soviético.

Apesar do colapso da URSS ter sido uma enorme derrota, por si só tal fato não é uma explicação adequada [para essa desmoralização]. Também é necessário olhar para a própria história da SL antes do colapso e para seus diversos zigue-zagues acerca da Questão Russa – posições por cuja elaboração a liderança do IG compartilha responsabilidade e as quais ele mantém ainda hoje, e acerca das quais vou tocar em apenas um aspecto.

Ao longo dos anos 1980, a SL desenvolveu uma forte tendência a reduzir o trotskismo à questão do Defensismo Soviético. Essa derrapada foi parcialmente reconhecida na época em que eu era um membro do Clube de Juventude Spartacus (SYC – a colateral de juventude da SL), na qual os membros eram criticados por, de alguma forma, abandonarem a visão de que eles eram o partido da revolução mundial [3]. A partir da postura de enxergar a defesa da URSS como a questão central em todos os momentos e lugares – da Nicarágua a Alice Springs, na Austrália [4] – desenvolveu-se uma tendência a enxergar o mundo através do limitado prisma de, para parafrasear uma velha piada judia, “Isso é bom para a Rússia?”.

Era frequentemente escrito e reconhecido internamente que a defesa da URSS era a “bússola política” da SL [5], que iria prevenir sua degeneração – um tipo de talismã para espantar espíritos antitrotskistas, caso queiram. Em contraste, o Programa de Transição declara que a Quarta Internacional deve “basear seu programa na lógica da luta de classes” – o que é muito diferente de usar a defesa da URSS como uma bússola política. Mas o que acontece quando você continua usando uma bússola dessas depois de ela deixar de existir? (Há dois anos, nós descobrimos que a troca de acusações internas sobre querer abandonar a defesa da URSS ainda é a norma para eles [6]). A posterior transformação em um passivo grupo propagandista ou em um grupo De Leonista que o IG descreveu, e a recente posição da SL em relação aos protestos na França novamente confirmam aonde isso leva. Mas a liderança do IG é incapaz de fazer uma análise dessas. Eles estão determinados a defender tais posições, já que eles próprios tem total responsabilidade por ajudar a desenvolvê-las, quando eram líderes da SL.

***

Militantes do IG presentes no debate responderam a essa crítica com acusações de “Terceiro Campismo” e de antissovietismo. Na verdade, uma visão revisionista semelhante a que descrevemos, foi desenvolvida por Michel Pablo nos anos 1950.

Ao desenvolver suas políticas revisionistas como reação ao auge da Guerra Fria, Pablo também reduziu as críticas que recebeu a capitulações “Terceiro Campistas” ao anticomunismo. O dissidente trotskista norte-americano Sam Marcy também desenvolveu uma posição semelhante em sua teoria da “Luta de Classes Global”.

Conforme os trotskistas franceses responderam Pablo à época,

“ ‘A história de todas sociedades até hoje é a história da luta de classes’, lê-se naquela lixeira conhecida como Manifesto Comunista. 

Mas é necessário acompanhar o tempo e admitir junto a Pablo, sem hesitação, que ‘Para nosso movimento, a realidade social objetiva consiste essencialmente no regime capitalista e no Mundo Stalinista.’ [Boletim de Informação Internacional, março de 1951, “Para Onde Vamos”, p. 2]

Enxugue as lágrimas e escute: a própria essência da realidade social é composta do regime capitalista (!) e do Mundo (?) Stalinista (!).

Nós achávamos que a realidade social consistia na contradição entre as classes fundamentais: o proletariado e a burguesia. Claramente um erro, uma vez que agora o regime capitalista, que engloba precisamente essas duas classes, se tornou uma totalidade contraposta… ao Mundo Stalinista…

Para onde Vai Pablo?, por Bleibtreu-Favre, junho de 1951. Disponível, em inglês, em: http://www.marxists.org/history/etol/document/fi/1950-1953/ic-issplit/04.htm

Demonstrando que ele compreende abstratamente as questões envoltas em uma visão desse tipo (ao menos quando isso não atrapalha sua própria atividade política), Jan Norden citou aprovadoramente essa passagem em “Yugoslavia, East Europe and  The Fourth International: The Evolution of Pabloist Liquidationism”, publicado pela SL em 1993, adicionando que:

O Pablismo também incorpora temas levantados pela linha de Zhadanov (…) A luta entre ‘campos’, ao invés de classes, a correlação internacional de forças desfavorável ao capitalismo: essas premissas foram compartilhadas por Pablo e Zhdanov.”

Apontei essa questão em um documento de 9 de dezembro de 1994, dois anos antes de Norden ter sido expulso da SL:

No livreto citado acima sobre a Iugoslávia e a Quarta Internacional, Jan Norden argumenta corretamente que, enquanto era uma tarefa estratégica importante para o movimento trotskista defender a União Soviética, sua linha estratégica era revolução socialista mundial. A ideia de que a linha estratégica do movimento operário deveria ser a defesa da URSS é uma concepção pablista ou stalinista. No entanto, essa concepção implícita da divisão do mundo entre dois blocos tendeu a colorir a visão da SL durante a maior parte dos anos 1980. A partir disso, eles tiraram a conclusão, como foi colocado numa edição recente de Spartacist Canada (número 100) que o que existia era um ‘mundo bipolar – polarizado entre o mundo imperialista e o bloco soviético’. Essa polarização, entretanto, era apenas um reflexo da luta de classes global entre trabalhadores e capitalistas, e não a substituía. A SL, no entanto, começou a ver virtudes revolucionárias na burocracia stalinista. Isso se mostrou quando, por exemplo, eles se autoproclamaram a ‘Brigada Yuri Andropov’ e depois escreveram um poema para Yuri Andropov [chefe do Partido Comunista da União Soviética entre 1982-84], carrasco da revolução húngara de 1956, dizendo, entre outras coisas, que ele ‘não cometeu nenhuma traição aberta em nome do imperialismo’ (WV número 348, fevereiro de 1984).” 

Entendendo a Rússia Direito, dezembro de 1994. Disponível em: http://reagrupamento-rr.blogspot.com.br/2011/07/carta-de-rompimento-de-sam-trachtenberg.html

Em 2008, revisitei essa questão em um debate público:

Eu acho que a perspectiva política defendida hoje pelos camaradas da Liga Trotskista [organização irmã da SL no Canadá] é a mesma que eles tem defendido em seus jornais por muitos anos. E eu quero argumentar que ela é uma perspectiva extremamente desmoralizante e pessimista. Ela acaba caindo na argumentação de que, com o colapso da União Soviética, a assim chamada Era Pós-soviética da qual eles falam tanto, o que nós vimos não foi apenas uma enorme derrota para a classe trabalhadora, o que certamente foi, mas uma derrota tão monumental da classe trabalhadora que nenhum progresso real de qualquer tipo – seja o chamado por uma greve geral na França no ano passado, seja os levantes de trabalhadores que nós vimos na Bolívia ou no México, ou a luta pela construção de um partido revolucionário através do reagrupamento revolucionário – seria possível. Nada é possível na tal Era Pós-soviética, de acordo com eles, a não ser manterem a tradição trotskista escondidos no seu próprio bunker. Como eles falam, eles próprios desenvolveram uma ‘mentalidade de bunker’ em relação à assim chamada Era Pós-soviética.

Então o que você faz? Bom, parece que o argumento que está sendo defendido aqui hoje é que o reagrupamento revolucionário era possível em razão da vitória da Revolução Russa. Bom, nós não temos a Revolução Russa conosco nesse momento, então o que você faz? Você espera que outra Revolução Russa ocorra. Mas adivinhem? Nós não podemos ter outra revolução nos Estados Unidos, Canadá ou em nenhum outro lugar sem um partido revolucionário. E não se pode construir um partido revolucionário escondido num bunker sustentando abstratamente a tradição em isolamento da luta de classes e do restante da esquerda.”

Sobre Reagrupamento Revolucionário, abril de 2008. Disponível em: https://rr4i.milharal.org/2001/01/02/polemica-sobre-reagrupamento-revolucionario/

Queira o IG reconhecer isso ou não, ao igualar de forma crua a luta de classes com o Defensismo Soviético, e com a URSS não existindo mais, segue-se logicamente que a luta de classe terminou – o que soa tão sombrio à SL quanto aos Partidos Comunistas pró-Moscou.

No Programa de Transição, Trotsky defendeu que “Quando um programa ou organização se esvai, a geração que o carregou nos ombros se esvai junto. O movimento é revitalizado pelos jovens que se encontram livres de responsabilidades pelo passado”. Lenin era conhecido por brincar ao dizer que todos os revolucionários acima dos 50 deveriam ser fuzilados. Grupos como o IG, a SL e a TBI, que são dominados (quando não inteiramente compostos) por burocratas desgastados ou geriátricos já em seus 60 e poucos anos (às vezes seguidos por um pequeno grupo de obedientes assistentes escolhidos a dedo), são praticamente não-revolucionários por definição. Sua incapacidade de encarar sua “responsabilidade pelo passado” significa que eles não merecem nenhuma confiança em não repetir seus erros.

A Liga Espartaquista em seus tempos revolucionários era capaz de produzir materiais críticos acerca da história da Quarta Internacional e seus erros, como “A Gênese do Pablismo” (https://rr4i.milharal.org/2011/09/29/a-genese-do-pablismo/) porque, naquele tempo, sua liderança era majoritariamente composta de jovens camaradas que se encontravam “livres de responsabilidades pelo passado”.

Isso é algo que os militantes de base do IG deveriam levar em conta quando tentam entender porque, da Questão Russa à linha social-patriótica no Líbano e à liquidação das colaterais sindicais, a liderança do IG (e outras lideranças similares) são organicamente incapazes de reconhecer seus erros ao confrontar o passado da SL.  

NOTAS

[1] “A afirmação de Trotsky no Programa de Transição, de 1938, que ‘a situação política mundial como um todo é caracterizada principalmente por uma crise histórica da direção do proletariado’ é anterior à presente profunda regressão [“pós-soviética”] da consciência proletária”.Declaração de Princípios da ICL e alguns elementos do Programa, de fevereiro de 1998. Spartacist n. 54, primavera de 1998.

[2] “Em maio de 68, as ações dos estudantes provocaram uma greve geral dos trabalhadores de três semanas, mobilizando milhões de trabalhadores nas ruas, mas também importante no começo, em ocupações de fábricas. Foram essas greves e ocupações de fábricas que agitaram a classe dominante não só aqui na França, mas em todo o mundo. Mas, na ausência de um partido revolucionário, as greves foram desmobilizadas e traídas, principalmente pelo Partido Comunista stalinista que, graças a sua influência dentro da classe trabalhadora, em última análise, foi capaz de salvar a pele da burguesia francesa.”Workers Vanguard, 31 de marco de 2006.

[3] “O documento para a 12ª Conferência da Ligue Trotskyste da França detectou um ‘desvio rasteiro’, onde se dizia que ‘nós somos o partido da família de defensores da União Soviética’, em vez de ‘nós somos o partido da Revolução Russa’. Essa visão – nos considerando a ala consistente da ‘família de defensores da União Soviética’ e os stalinistas como a ala inconsistente – implicitamente vira a natureza contraditória do stalinismo na outra direção …” […] “No curso dessas lutas nós afirmamos repetidamente que este levaria e de fato levou ao derrotismo sobre a classe trabalhadora em casa…”. – Documento da Segunda Conferência Internacional da Liga Comunista Internacional”. Spartacist n. 47-48, inverno de 1992-1993.

Isso refletia um desejo por parte da liderança da SL de se afastar de sua orientação stalinofílica na sequência do colapso do stalinismo. Na sequência houve uma tentativa de usar Norden como bode expiatório para essa orientação, enquanto se limpava da história as dimensões totais, posteriormente seguida por uma guinada em uma direção stalinofóbica.

[4] As seguintes citações são de um mero exame superficial de uma seleção de literatura política da SL da década de 1980, expressando como quase todas as questões mundo afora foram reduzidas à questão da defesa da URSS:

Durante a eleição de 1985 para prefeito de Nova York, a candidata da SL e atual líder IG Marjorie Stamberg colocou a questão desta forma num comício eleitoral: “Temos dito que a escalada bélica antissoviética está no centro de tudo. Que a guerra de Reagan sobre o que ele chama de ‘império do mal’ estava por trás de sua guerra contra o operariado, por trás de seu esmagamento do PATCO [aeroviários], por trás de sua guerra contra os negros em casa, por trás do ataque incendiário à sede da MOVE [grupo radical pelos direitos dos negros].” – Comício eleitorial de Sparacist: Nós somos o Partido da Revolução Russa. Workers Vanguard Nº 391, de Novembro de 1985, e reeditado em “Massacre da MOVE em Philly”, Black History n. 3, fevereiro 1986.

No mesmo comício, Ed Kartsen, concorrendo à presidência de bairro para Manhattan, explicou que “a principal ameaça à dominação capitalista da Terra continua a ser a União Soviética”, em vez de o proletariado internacional. Assim como os sindicatos, a URSS só poderia ser uma ameaça para a dominação capitalista da Terra sob a liderança revolucionária. A história do stalinismo foi uma de traição ativa da luta de classes em todo o mundo em nome de coexistência pacífica e “socialismo em um só país”. No campo internacional, países neocoloniais atacados foram igualmente vistos como “proxies” soviéticos e “substitutos”. Isso levou a IBT a afirmar em 1992, acerca do fracasso do SL para defender a URSS durante sues últimos dias em agosto de 1991, que “Ao longo dos anos, a Liga Espartaquista desenvolveu um conceito único de ‘defender’ a URSS. Eles o têm repetidamente invocado em situações em que a defesa da URSS não era o problema central. Lembram-se do slogan ‘defesa da União Soviética começa em El Salvador’?” – A defesa da URSS não começa em Warren Street, 31 de janeiro de 1992.

Quatro anos antes, uma troca entre os dois grupos ocorreu quando a IBT foi denunciada por não ver que a questão-chave na oposição aos contras imperialistas na Nicarágua seria realmente a defesa da URSS:

A confusão da TL sobre Gorbachev é paralela com algumas noções peculiares sobre defensismo soviético. Isto é evidente no que diz respeito à Nicarágua. Enquanto grande parte do meio reformista de solidariedade nega estupidamente qualquer conexão entre os eventos que ocorrem na América Central e a revolução social que teve lugar na Rússia em 1917, a TL estridentemente insiste que a questão principal colocada na Nicarágua hoje é a defesa da União Soviética! A expressão mais cruel dessa posição singularmente idiota pode ser encontrada na edição de verão de 1988 de Spartacist Canada, editado pela mesma camarada Mestres.

Para ‘expor’ a Tendência Bolchevique (BT), a TL cita a nossa intervenção no fórum de abril passado sobre a Nicarágua como dizendo ‘a questão-chave na Nicarágua hoje, em nosso ponto de vista não é a defesa da União Soviética, essa não é a questão central que está colocada lá hoje, mas sim defesa da Revolução Nicaraguense’. É difícil entender como qualquer trotskista poderia discordar desta afirmação duas semanas após a assinatura dos acordos de Sapoa, onde os sandinistas prometeram ‘democratizar’, de acordo com os ditames dos senhores neocoloniais da América Central e os contras mercenários de Washington. Mas para a TL esta observação simples é evidência de… shachtmanismo! Recordando como Max Shachtman recusou-se a defender a União Soviética em sua guerra com a Finlândia, em 1939, a TL conclui: ‘Para ele, em seguida, como para a BT agora, a defesa da URSS nunca foi ‘a questão central’ e, portanto, nunca será levantada onde ela conta.

Para expiar os pecados do fundador / líder James Robertson, que trocou os stalinistas pelos shachtmanistas, assim como a Guerra Fria foi ganhando força no final de 1940, os espartaquistas decidiram que defensismo soviético é a ‘questão central’ em todos os momentos e em todos os pontos. Aqueles que não concordam são automaticamente denunciado como socialistas do Departamento de Estado. Esta caricatura da posição trotskista de defesa da União Soviética tem uma vantagem. É fácil de ensinar aos novos recrutas. Mas se a política revolucionária fosse tão simples um papagaio moderadamente inteligente poderia aprender a fórmula em questão de semanas.”

– TL sobre a questão russa: desorientada e confusa, 17 de setembro de 1988.

Na França, o grupo Lutte Ouvriere foi denunciado pelos slogans que levantou sobre o ataque dos EUA contra a Líbia nos seguintes termos: “Pela primeira vez na memória, LO marchou à frente de uma demonstração com uma bandeira que diz ‘O terrorismo das grandes potências não é menos criminoso só porque ele é feito em grande escala’ e outra que dizia ‘Contra o terrorismo de onde quer que ele venha, contrapor a unidade de todos os oprimidos do mundo’. Ao fazer isso, LO aceitou e fez a sua própria propaganda imperialista projetada para chicotear junto com a histeria belicista contra a URSS através de um de seus clientes militares, a Líbia. Outra bandeira explicou que LO se opõe à incursão assassina de Reagan em Tripoli e Benghazi porque ‘Reagan não está tentando derrubar ditadores, ele quer aterrorizar as pessoas’. Para a Casa Branca, ‘ditadores’ são todos aqueles que são amigáveis com a URSS …”. – LO e Líbia: o fedor do medo, reimpresso em Lutte Ouvriere e Spark: obrerismo e estreiteza ncional.

Em outra parte do Oriente Médio, a SL tentou cobrir seu abandono do apoio militar para aqueles que lutam contra os fuzileiros navais norte-americanos ocupando seu país perguntando cinicamente “Onde está o lado justo e anti-imperialista no Líbano hoje?” E, em seguida, explicando a condições onde eles tomariam um lado: “Se os EUA fossem à guerra contra a Síria, uma reavaliação completa seria indicada, até porque tal guerra poderia se tornar um episódio do conflito EUA x URSS, em que os marxistas defenderiam o lado soviético.” – O marxismo e sede de sangue, Workers Vanguard nº 345, 06 de janeiro de 1984.

Na Austrália, uma crise ocorreu sobre a confusão e falta de entusiasmo no grupo sobre o slogan “A defesa da URSS começa em Alice Springs”, que terminou com seis em cada sete membros australianos do Comitê Central sendo expulsos do grupo pela iniciativa zinovievista do centro de Nova York. Isso foi sobre levantar este como o slogan central em um protesto contra o Apartheid sulafricano.

Talvez o mais ridículo tenha sido a campanha da filial britânica de Jim Robertson, na Escócia, em torno de slogans “sugestivos”, tais como “Por uma república operária escocesa como parte da URSS!” e “Transformar [o lago] Holly Loch em uma marina para os U-boat soviéticos!” (Workers Hammer n. 196, primavera de 2006). Isso expressa o caráter centrado na Rússia da stalinofilia, já que slogans semelhantes não foram levantadas chamando para a incorporação da Escócia à República Popular da China, à Alemanha Oriental etc.”

[5] Uma edição especial de Spartacist dedicada a analisar a implosão da organização de Gerry Healy atribuiu retroativamente como causa da degeneração desse grupo a sua “falha” em colocar defesa da URSS no centro de cada questão (da Revolução Cultural chinesa, à Revolução Iraniana de 1979, à Guerra Irã-Iraque). Em uma entrevista com Jim Robertson acerca da ruptura da Liga Espartaquista com o Comitê Internacional, ele explica o seguinte:

Acontece que nós temos uma profunda diferença com o WRP sobre a política. Sua defesa nominal da União Soviética é a um nível tal de abstração que, em qualquer questão concreta, eles por várias décadas tem sido contra a União Soviética, em qualquer coisa que você possa nomear. Incluindo, curiosamente, até o apoio à Revolução Cultural, que foi virulentamente antissoviética. E eles aplaudiram a execução dos comunistas no Iraque. Aí eles tiveram que se livrar da sua ligação com o Ba’ath no Iraque, a fim de apoiar o aiatolá, porque o Irã e o Iraque estavam em guerra. E posso salientar que apoiar o aiatolá também é ser antirrusso. E eles apoiam o Solidariedade, que quer uma contrarrevolução sangrenta para fazer a Polônia segura para a OTAN. Irã, Polônia, China, Afeganistão – apoiam todos os inimigos da União Soviética no perímetro da União Soviética. E isso é chamado de ‘defesa da União Soviética’!

Então nós temos algumas coisas a dizer agora, porque nós fomos durante todo o tempo as pessoas de princípios. E gostaria de sugerir que a principal razão não é alguma moralidade do tipo americanos versus ingleses, mas que durante um longo período de tempo, por meio de muitas lutas, por meio de uma tendência após a outra, permanecemos concretamente pela defesa da União Soviética, contra o imperialismo e contra a maldita burocracia russa. Isso tem sido de fato a nossa bússola política, e também gera uma certa superestrutura cultural e uma certa moralidade.”

– Sobre a ruptura de 1966. Spartacist n. 36-37, versão de 1985-1986.

Isso foi reiterado no parágrafo final do artigo principal: “A moral para os marxistas está inseparavelmente ligada ao programa. A adesão inabalável dos espartaquistas ao trotskismo revolucionário – nossa defesa genuína, concreta da União Soviética contra o imperialismo e contra a burocracia stalinista traiçoeira, o nosso compromisso para a construção de um partido internacional da revolução proletária – esta tem sido a nossa bússola política. Disso também vem uma certa superestrutura, uma certa moralidade”. – Healyismo implode.

[6] “No entanto, ficou claro que as frustrações e antagonismos que haviam desenvolvido para com os responsáveis por tais violações organizativas e pelo giro político mais amplo que levou ao racha do PS tinham sido desviados em uma falsa luta: uma tentativa de encontrar um desvio fundamental no partido sobre a natureza do stalinismo. Foi necessário um esforço considerável para demonstrar que não houve diferenças programáticas fundamentais sobre esta questão e colocar a conferência de volta no caminho certo para lidar com os problemas reais que a ICL enfrenta. – Quarta Conferência Internacional de ICL, primavera de 2003: A luta pela continuidade revolucionária no mundo pós-soviético. Spartacist n. 58, primavera de 2004.

[7] “Lendo os relatos de tirar o fôlego do IG sobre os eventos bolivianos (reunidos em seu site sob o título grandiloquente de “Bolívia: batalhas de classe nos Andes”), seria impossível saber que nada havia mudado no mundo ao longo dos últimos 20 anos, seja na Bolívia ou em outro lugar. O IG nega a magnitude da destruição contrarrevolucionária da União Soviética e do retrocesso da consciência proletária mundial que acompanhou esta derrota.” – Bolívia: trotskismo vs. Nacionalismo burguês. Workers Vanguard n. 14, abril de 2006.

[8] “Falando de uma série de tais casos de retirada sectária nos anos seguintes a destruição da União Soviética, um camarada observou há algum tempo que o partido vinha ‘se retirando de um novo mundo alienígena, se protegendo em nosso castelo, levantando a nossa ponte levadiça e se escondendo’.” – Quinta Conferência Internacional da ICL. Mantendo um programa revolucionário no período pós-soviético. Spartacist n. 60, outono de 2007.

IG: Trotsky’s “Transitional Program” or Robertson’s “Political Compass”

Internationalist Group

Trotsky’s “Transitional Program” or Robertson’s “Political Compass”?

May 6, 2009  

 

The following intervention (reconstructed from notes) was made by Samuel Trachtenberg at an Internationalist Group class on Leon Trotsky’s “Transitional  Program” at Hunter College in New York on 6/28/06. Jan Norden, who gave the class, spent a  significant portion of it discussing the Spartacist League’s (out of which the IG was expelled) explicit renunciation of the Transitional Program’s assertion that “the crisis of  mankind is reduced to the crisis of revolutionary leadership” in their intepretation of the “Post-Soviet World.” (1) S.T. directed his remarks to that  criticism. Also included is an addendum and lengthy footnotes for further elaboration and archival citations of the points made.

I agree with much of the IG’s current criticisms of the SL’s open abandonment of the Transitional Program. I also agree that this is related  to the SL’s extreme demoralization over the collapse of the USSR. This was expressed in their recent position on the anti-CPU struggle in France (2) where they proclaimed that in the “Post-Soviet World” a successful general strike is not likely to succeed. A few years ago when Afghanistan was attacked, SLers similarly argued that in the post-Soviet world military victories by neo-colonies against the imperialists were not on the agenda. While the collapse of the USSR was a huge defeat, by itself it is not adequate as an explanation. One must also look at the SL’s own history prior to that collapse and it’s various zig-zags over the Russian Question, positions that the the IG leadership share responsibility for developing and still stand on today, and on which I’ll only touch on one aspect of.

Throughout the 1980’s the SL developed a strong tendency to reduce Trotskyism to the issue of Soviet Defensism. That drift was partially acknowledged at the time I was an SYCer in which members were  criticized for somehow abandoning the view that they were the party of  world revolution. (3) From seeing defense of the USSR as the central  question at all times and places from Nicaragua to Alice Springs, Australia (4) there developed a tendency to look at world events from the narrow prism of, to paraphrase an old Jewish joke, “Is it good for Russia?”.

It was frequently written and stated internally that defense of the USSR was the SL’s “political compass” (5) which would prevent their  degeneration, a sort of talisman to ward off anti-Trotskyist spirits if you will. In contrast, the Transitional Program states that the Fourth International must “base ones program on the logic of the class struggle”, which is quite different than using defense of the USSR as ones political compass. But what happens when you continue using such a compass after it no longer exists (we found out 2 years ago that trading accusations internally of wanting to abandon defense of the USSR is still the norm for them) (6)? The further development into a passive propagandist or De Leonist grouping the IG has described and the SL’s  recent position on France again confirms. But the IG’s leadership are incapable of making such an analysis. They are determined to defend those positions since they themselves are fully responsible for helping develop them while SL leaders.

…………….

IGers at the class responded to this criticism with accusations of anti-Sovietism and “Third-Campism”. Actually a similar revisionist view to the one described was developed by Michel Pablo in the  1950’s.

Developing his revisionist politics in reaction to the height of the cold war, Pablo also equated such criticisms as “Third Campist” capitulations to anti-communism. Sam Marcy developed a similar outlook in his “Global Class War” theory.

As the French Trotskyist responded at the time

“‘The history of all hitherto existing society is the history of  class struggles, one reads in that dustbin known as the Communist  Manifesto.

“But it’s necessary to keep abreast of the times and to admit without hesitation along with Pablo that ‘For our movement objective social reality consists  essentially of the capitalist regime and the Stalinist world.’ [International Information Bulletin, March 1951, ‘Where Are We Going?’ p.2. Emphasis added.]

“Dry your tears and listen: the very essence of social reality  is composed of the capitalist regime (!) and the Stalinist (!) world  (?).

“We thought that social reality consisted in the contradiction between the fundamental classes: the proletariat and the bourgeoisie. Clearly an  error, for from now on the capitalist regime, which encompasses  precisely these two classes, becomes a totality that is counterposed …to the Stalinist world…

“Where is Pablo Going?” (1951)

Showing that he abstractly understood the issues involved in such  a view, at least when it did not intrude into his ownpolitical activity,  Jan Norden approvingly cited historical this criticism in “Yugoslavia, East Europe and  The Fourth International: The Evolution of Pabloist Liquidationism”  which the SL published in 1993, adding

“Pabloism also incorporates themes raised by the Zhdanov line … The struggle between “camps” instead of classes,  the international balance of forces unfavorable to capitalism: these premises were shared by Pablo and Zhdanov.”

The author of this article pointed to this issue in a December 9, 1994 document, 2 years before Norden was expelled from the SL

“In the above-cited pamphlet on Yugoslavia and the Fourth International, Jan Norden makes the correct point that, while it was a strategic task for the Trotskyist movement to defend the USSR, its strategic line was world socialist revolution. The idea that the strategic line of the workers’ movement should be the defense of the USSR is a Pabloist or Stalinist conception. Yet this implicit two-worldist conception tended to color the SL’s view for much of the 1980s. From this they drew the conclusion, as was written in a recent issue of Spartacist Canada (No. 100) that what you had was a ‘‘bipolar world—-polarized between the imperialist powers and the Soviet bloc.’’ That polarization, though, was only a reflection of the general class struggle between workers and capitalists, and did not replace it. The SL, though, started seeking revolutionary virtue in the Stalinist bureaucracy. This was shown when, for example, they proclaimed themselves the ‘‘Yuri Andropov Brigade’’ and then later wrote a eulogy for Yuri Andropov, butcher of the 1956 Hungarian Revolution, claiming, among other flattering things, that he made ‘‘no overt betrayals on behalf of imperialism’’ (WV No. 348,17 February 1984).

“Getting Russia Right”

In 2008 he revisited the question at a public meeting

“I think that the political perspective put forward by the comrades of the Trotskyist League  [Canadian co-thinkers of the SL/US centered ‘International Communist League’] today is one that you will find they have been putting forward in their newspapers for the last several years. And I would argue that it is an extremely demoralizing and pessimistic perspective. It boils down to arguing that, with the collapse of the Soviet Union, the so-called post-Soviet era that they are talking about, what we have seen is not just a huge defeat for the working class, which it certainly was, but a defeat of the working class so monumental that no class struggle, no real progress of any sort—whether a call for a general strike in France last year, whether we see uprisings by workers in Bolivia (7) or Mexico, or fighting to build a revolutionary party through revolutionary regroupment— is possible. Nothing is possible in the -called post-Soviet era, according to them, but [to] uphold the Trotskyist tradition in their own bunker (8). As they put it, they themselves have developed a ‘bunker mentality’ in reaction to the so-called post-Soviet era.

“So what do you do? Well, it seems that the argument that is being made today [is] that revolutionary regroupment was possible because of the victory of the Russian Revolution. Well, we don’t have the Russian Revolution around at this moment, so what do you do? Well, you wait for another Russian Revolution to occur. But guess what? We cannot have another revolution in the United States, Canada or anywhere else without a revolutionary party. And you cannot have a revolutionary party hiding out in their bunker abstractly upholding the tradition in isolation from the class struggle and from the rest of the left.

“On ‘Revolutionary Regroupment’”

Whether the IG wants to recognize it or not, by crudely equating class struggle with Soviet Defensism, and with the USSR no longer existing, it logically follows that the class struggle ended up seeming as bleak to the SL as the pro-Moscow CPs.

In the Transitional Program, Trotsky argued that “When a program or an organization wears out the generation which carried it on its shoulders wears out with it. The movement is revitalized by the youth who are free of responsibility for the past.” Lenin was known for joking that all revolutionaries over 50 should be shot. Groups (such as the IG’s, SL’s, IBT’s and most others today) which are dominated by, when not completely consisting of, worn our geriatric bureaucrats now well into their 60’s (sometimes with a small group of obedient handpicked assistants), are almost by definition not revolutionary. Their incapacities to own up to their “responsibility for the past” means they deserve no confidence in not repeating that past. The Spartacist League in it’s earlier revolutionary days was capable of producing critical pieces on the history of the Fourth International and it’s errors such as “Genesis of Pabloism” because at that time their leadership was mostly of younger comrades who were “free from the responsibility for the past.”

This is something the IG ranks should consider when seeking to understand why from the Russian Question, to the social patriotic line on Lebanon, to the liquidation of the trade union caucuses, the IG leadership (and other similar leaderships) are organically incapable of acknowledging wrongdoing in confronting it’s SL past.

FOOTNOTES:

1) “Trotsky’s assertion in the 1938 Transitional Program that ‘The world political situation as a whole is chiefly characterized by a historical crisis of the leadership of the proletariat’ predates the present [“Post-Soviet”] deep regression of proletarian consciousness.

“ICL Declaration of Principles and Some Elements of Program” February 1988

Spartacist #54, Spring 1998

2)“In May ’68, the students’ actions sparked a three-week workers general strike, mobilizing millions of workers in the streets, but also importantly at first, in factory occupations. It was those strikes and factory occupations which shook up the ruling class not only here in France but across the world. But in the absence of a revolutionary party, the strikes were demobilized and betrayed, chiefly by the Stalinist Communist Party which, thanks to its influence within the working class, was ultimately able to save the skin of the French bourgeoisie.

Worker Vanguard, March 31, 2006

3) “The document for the 12th Conference of the Ligue Trotskyste de France noted a ‘creeping deviation’ did called “we are the party of the family of  defenders of the Soviet Union” instead of “we are the party of the Russian  Revolution”’Such a view–seeing us as the consistent wing of the ‘family  of defenders of the Soviet Union” and the Stalinists as the  inconsistent wing–implicitly capsizes the contradictory nature of Stalinism  in the other direction…..”

“In the course of these fights it was repeatedly noted that this would  and did lead to defeatism about the working class at  home…”

“Document of the Second International Conference of the International Communist League”

Spartacist #47-48, Winter 1992-93

This reflected a desire on the SL leaderships part to move away from it’s Stalinophilic orientation in the aftermath of the Stalinists collapse. In the aftermath there was an attempt to scapegoat Norden for this orientation, while whitewashing the history of it’s full dimensions, subsequently followed by a lurch in a Stalinophobic direction.

4) The following citations are from just a cursory examination of a selection of SL’s political literature from the 1980’s, expressing how nearly every question around the world was reduced to the issue of defence of the USSR.

During the 1985 mayoral election in New York, SL candidate and current IG leader Marjorie Stamberg put the issue this way at an election rally.

“We’ve been saying that the anti-Soviet war drive is at the heart of it all. That Reagan’s war on what he calls the ‘evil empire’ was behind his war on labor, behind his smashing of PATCO, behind his war on blacks at home, behind the firebombing of MOVE.”

“Spartacist Election Rally: We Are the Party of the Russian Revolution”

Workers Vanguard #391, November 1985, and reprinted in

“Massacre of Philly MOVE”

Black History #3, February 1986

At the same rally Ed Kartsen, running for Manhattan borough president explained that “the primary threat to capitalist domination of the earth remains the Soviet Union” rather than the international proletariat. Just like the trade unions, the USSR could only be a threat to the capitalist domination of the earth under revolutionary leadership. The Stalinists history was one of actively betraying class struggle around the world in the name of peaceful co-existence and “socialism in one country,”

On the international field, attacked neo-colonial countries were similarly viewed as mainly Soviet “proxies” and “surrogates.” This lead the IBT, in a 1992 statement devoted to noting the SL’s failure to defend the USSR during it’s last days in August 1991, to point that

“Over the years, the Spartacist League has developed a unique concept of ‘defending’ the USSR. They have repeatedly invoked it in situations in which defense of the USSR was not the central issue. Remember ‘defense of the Soviet Union begins in El Salvador’?

“Defense of the USSR Does Not Begin On Warren Street”

January 31, 1992

Four years earlier an exchange between the two groups occurred where the IBT was denounced for failure to see that the key issue in opposing the imperialist backed contras in Nicaragua was really the USSR’s defence

“The TL’s confusion over Gorbachev is paralleled by some peculiar notions about Soviet defensism. This is apparent in regard to Nicaragua. While much of the reformist solidarity milieu stupidly denies any connection between the events taking place in Central America and the social revolution that took place in Russia in 1917, the TL shrilly insists that the main issue posed in Nicaragua today is defense of the Soviet Union! The crudest expression of this uniquely idiotic position can be found in the Summer 1988 issue of Spartacist Canada, edited by the same cde. Masters.

“To ‘expose’ the Bolshevik Tendency (BT), the TL quotes our intervention at last April’s TL forum on Nicaragua as saying ‘the key question in Nicaragua today in our view is not defense of the Soviet Union, that’s not the central question that’s posed there today, but rather defense of the Nicaraguan Revolution.’ It’s hard to understand how any ostensible Trotskyists could disagree with this statement two weeks after the signing of the Sapoa accords, where the Sandinistas promised to ‘democratize’ in accordance to the dictates of the Central American neo-colonial rulers and Washington’s mercenary contras. But for the TL this simple observation is evidence of…Shachtmanism! Recalling how Max Shachtman refused to defend the Soviet Union in its war with Finland in 1939, the TL concludes: ‘For him then, as for the BT now, defense of the USSR was never ‘the central question’ and thus never to be fought where it counts.’

“ to atone for the sins of founder/leader James Robertson, who left the Stalinists for the Shachtmanites just as the cold war was gathering steam in the late 1940s, the Spartacists have decided that Soviet defensism is the ‘central question’ at all times and in all places. Those who don’t agree are automatically denounced as State Department socialists. This travesty of the Trotskyist position of defense of the Soviet Union has one advantage. It is easy to teach to new recruits. But if revolutionary politics were so simple a moderately intelligent myna bird could learn the formula in a matter of weeks.

“TL On the Russian Question: Dazed and Confused”

Sept 17, 1988

In France, the Lutte Ouvriere group was denounced for the slogans it raised over the US attack on Libya in these terms

“For the first time any militant can recall, LO marched at the head of a demonstration, with one banner  saying ‘Great power terrorism is no less criminal just because it’s done on a big scale’  and another which read: ‘Against terrorism wherever it comes from, counterpose the unity of all the worlds oppressed.’ By doing this, LO accepted and made it’s own the imperialist propaganda designed to whip up warmongering hysteria against the USSR through one of it’s military clients, Libya. Another banner explained that LO opposes Reagan’s murderous raid on Tripoli and Benghazi because “Reagan is not trying to overthrow dictators, he wants to terrorize the people.” For the White House, ‘dictators’ are all those who are friendly with the USSR…”

“LO and Libya: The Stench of Fear”

reprinted in Lutte Ouvriere and Spark: Workerism and National Narrowness

In another part of the Middle East, the SL tried to cover their abandonment of military support for those struggling against the US Marines occupying their country by cynically asking “Where is the just, anti-imperialist side in Lebanon today?” and then explaining the conditions where they would take a side

“Should the U.S. go to war against Syria, a complete reevaluation would be indicated, not least because such a war could become a de facto U.S./USSR conflict in which Marxists would defend the Soviet side.”

“Marxism and Bloodthirstiness”

WV #345, 6 January 1984

In Australia a crisis ensued over confusion and lack of enthusiasm in the group over the slogan “Defence of the USSR Begins in Alice Springs” which ended with six out of seven Australian Central Committee members being driven out of the group on the Zinovievite initiative of the New York center. This was in relation to raising this as the central slogan at a protests against South African Apartheid.

Perhaps most ludicrous was Jim Robertson’s British branch’s campaign in Scotland around “evocative” slogans such as “For a Scottish workers republic as part of the USSR!” and “Turn Holy Loch into a Soviet U-boat pen!” (Worker Hammer #196, Autumn 2006). This expressed the specifically Russian centered character of their Stalinophilia since no similar slogans were raised calling for Scotland’s incorporation into the Peoples Republic of China, East Germany etc.

5) A special issue of Spartacist devoted to analyzing the implosion of Gerry Healy’s organizion, retroactively attributes failure to put defence of the USSR at the center of every (from the Chinese Cultural Revolution, to the 1979 Iranian Revolution to the Iran/Iraq War) question as the cause of his groups degeneration. In an interview with Jim Robertson on the Spartacist split from the IC, he thus explains

“It turns out that we have a profound difference with the WRP, over politics. Their nominal defense of the Soviet Union is at such a level of abstraction that any concrete expression for several decades has been against the Soviet Union, on most anything you can name. Including, interestingly, going way back, support for the Cultural Revolution, which was virulently anti-Soviet. And they applauded the execution of Communists in Iraq. Then they had to dump the Ba’athist connection in Iraq in order to back the Ayatollah, because Iran and Iraq were at war. And may I point out that to back the Ayatollah is also to be anti-Russian. And they back Solidarnoność, which wants a bloody counterrevolution to make Poland safe for NATO. Iran, Poland, China. Afghanistan—back all the enemies of the Soviet Union on the perimeter of the Soviet Union. And this is called “defense of the Soviet Union”!

“So we have some stuff to say now, because we were the principled people the whole way. And I would suggest that the main reason is not some morality associated with Americans versus English persons, but that over a long period of time, through many fights, through one tendency after another, we stood concretely for the defense of the Soviet Union, against imperialism, and against the damn Russian bureaucracy. That has in fact been our political compass, and it also generates a certain cultural superstructure and a certain morality.

“On the 1966 Split”

Spartacist #36-37, Winter 1985-86

This was reiterated in the closing paragraph of the main article

“Morality” for Marxists is inextricably tied to program. The Spartacists’ unwavering adherence to revolutionary Trotskyism—our genuine, concrete defense of the Soviet Union against imperialism and against the treacherous Stalinist bureaucracy, our commitment to building an international party of proletarian revolution—this has been our political compass. From that also comes a certain superstructure, a certain morality.

”Healyism Implodes”

6) “However, it became clear that the frustrations and antagonisms which had developed toward those responsible for such organizational breaches and for the broader political drift that had led to the excision of the P.S. had been deflected into a false fight: an attempt to find a fundamental deviation in the party on the nature of Stalinism. It took considerable effort to establish that there were no fundamental programmatic differences on this score, and to put the conference back on track to deal with the real problems the ICL faces.”

“Fourth ICL International Conference, Autumn 2003: The Fight for Revolutionary Continuity in the Post-Soviet World”

Spartacist #58, Spring 2004

7) “Reading the IG’s breathless accounts of Bolivian events (gathered on its Web site under the grandiloquent title of “Bolivia: Class Battles in the Andes”), one would never know that anything had changed in the world over the past 20 years, whether in Bolivia or elsewhere. The IG denies the magnitude of the counterrevolutionary destruction of the Soviet Union and the retrogression of proletarian consciousness worldwide accompanying this defeat. “

“Bolivia: Trotskyism vs. Bourgois Nationalism”

WV 14, April 2006

8) “Speaking of a number of such instances of sectarian withdrawal in the years following the destruction of the Soviet Union, a comrade noted some time ago that the party had been ‘retreating from a newly alien world, into our castle, hauling up our drawbridge and hiding out.’

“Fifth International Conference of the ICLMaintaining a Revolutionary Program in the Post-Soviet Period”

Spartacist #60, Autumn 2007

DEFESA DO MST E QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL

DEFESA DO MST E QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL

PELO DIREITO DO MST À AUTODEFESA! PELA REVOLUÇÃO AGRÁRIA COMO PARTE DA REVOLUÇÃO SOCIAL!

Coletivo Lenin, maio de 2009

[Este texto recebeu pequenas modificações na escolha dos termos para descrição das autodefesas].

Desde o domingo dia 19 de abril, a imprensa começou outra campanha para criminalizar o MST. Foram mostradas cenas de um confronto armado entre integrantes do movimento e jagunços de uma fazenda pertencente ao banqueiro Daniel Dantas, envolvido em vários esquemas de corrupção durante o governo do PSDB-PFL.

Todos os meios de comunicação, a começar pela Globo, acusaram os sem-terra de usar repórteres como reféns, e de porte ilegal de armas. Essas acusações, junto com a de formação de quadrilha, vão ser usadas para atacar o MST na justiça.

Em primeiro lugar, como comunistas, declaramos que somos A FAVOR do uso de repórteres inocentes como reféns numa ação como essa. Inclusive porque isso torna quase impossível que a jagunçada acabe matando alguém, porque seria desastroso comprar uma briga dessa com a imprensa. Além disso, este recurso visa defender a integridade física dos militantes diante de uma repressão paraestatal que tem o objetivo declarado de matá-los.

Em segundo lugar, também somos A FAVOR de que o MST se defenda com todos os meios necessários para lutar pela terra. Ao mesmo tempo, somos CONTRA o armamento de organizações de latifundiários, como a UDR (União Democrática Ruralista), para matarem sem-terra, mesmo que isso seja feito legalmente, com o argumento de que eles empregam seguranças privados.

Nós usamos assumidamente DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS, porque não igualamos a violência cometida pelos explorados na luta pela sua libertação com a violência das classes dominantes para manter o sistema.

E só temos a lamentar a direção do MST, que usa a demagogia de que são um “movimento pacífico”. Essa atitude desprepara os sem-terra, e semeia ilusões de que é possível destruir o latifúndio sem o recurso a uma revolução violenta. No Referendo de 2005 sobre o Desarmamento, o MST chegou até mesmo a votar “Sim”, autorizando o governo a criminalizá-lo mais ainda.

As posições da direção do MST estão ligadas à sua estratégia de “reforma agrária”. Em obras como “A Opção Brasileira”, César Benjamim e outros intelectuais ligados ao movimento, consideram que a questão agrária é uma questão específica, que deve ser resolvida como parte de uma luta para criar um “mercado interno de massas com uma democracia de massas” no Brasil.

Por isso, o MST apoia o Governo Lula, que só assentou 163 mil famílias desde 2003, cerca de 30% do seu já modesto plano de assentar 550 mil, segundo o próprio Ministério da Reforma Agrária. Só pra ter uma ideia, só o MST tem 370 mil famílias assentadas! No Brasil, existem 4,8 milhões de famílias sem terra. Ao mesmo tempo, o governo tem feito de tudo para financiar e conceder crédito ao agronegócio durante essa crise mundial em que vivemos. O agronegócio recebe 70% dos créditos do governo, enquanto a agricultura familiar só 10%.

No Brasil, a concentração de terras é gritante: Cerca de 3% do total das propriedades rurais do país são latifúndios, ou seja, tem mais de mil hectares e ocupam 56,7% das terras agricultáveis – de acordo com o Atlas Fundiário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O Brasil tem 388 milhões de hectares de terras agricultáveis com pequenas, médias e grandes propriedades. A empresarial controla 70% dessa área e as pequenas 30%.

Mesmo assim, a Comissão Pastoral da Terra – entidade ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – considera que 62,4% da área do total dos imóveis rurais no país é improdutiva. Isso acontece porque a terra tem importância por seu valor de mercado. E que as lavouras temporárias e permanentes ocupam 50,1 milhões de hectares e 53% delas estão em pequenas propriedades, 34,5% nas médias e apenas 12,5% em grandes extensões de terras, o que mostra como o latifúndio é pouco usado como força produtiva.

Na verdade, a estratégia do MST parte da análise de que o Brasil é uma semicolônia do capital imperialista, e que deve haver um bloco de classes pela libertação nacional. Esse bloco, logicamente, inclui os setores da burguesia que vão se beneficiar dessa expansão do mercado interno e do fim da concorrência com as empresas imperialistas.

Como podemos ver, essa é exatamente a estratégia petista do “governo democrático e popular”, que temos criticado em textos como “Devemos criar um PT das origens?” (Dezembro de 2007) e “A Esquerda Brasileira e o Governo Democrático e Popular” (Abril de 2008). Essa estratégia defende uma reforma agrária, que tem esse nome porque se dá por dentro da institucionalidade, já que é feita com uma parte da burguesia e, portanto, por dentro do Estado, para “desalojar” os setores mais reacionários, tirando-os do governo. Mas quais são exatamente as condições da luta pela terra no Brasil?

As Relações de Produção no Campo Brasileiro

Nós do Coletivo Lênin dizemos que o Brasil é um país subimperialista, em que a acumulação do capital é principalmente através do mercado interno. Por isso, a nossa tarefa não é lutar pela “independência” do país – que é impossível no capitalismo, porque o capital brasileiro é dependente e associado com o dos países imperialistas, e sim por uma revolução socialista, que acabe com o papel do Brasil como “bombeiro” da América Latina.

Sendo um país subimperialista, a questão agrária não foi realmente resolvida no Brasil. A dependência do país é enraizada, em parte, no atraso das suas estruturas sociais no campo, em que ainda há um setor pré-capitalista. Todos os países imperialistas resolveram a questão camponesa, e têm um campo plenamente capitalista, o que permite que o capital tenha plena liberdade de funcionamento e acumulação. Na verdade, temos no país uma estrutura dual no campo.

Por um lado, o agronegócio é responsável pelas exportações de matérias-primas como soja, laranja, carne, etc, e por uma parte do consumo interno, através de empresas como a Friboi e a Sadia. Segundo dados do IBGE, cerca de 30% do PIB brasileiro são produzidos no campo, seja na agricultura propriamente dita, seja na indústria que processa os alimentos para os consumidores.

O proletariado rural brasileiro é formado por cerca de 5 milhões de trabalhadores, incluindo desde os que estão no agronegócio altamente mecanizado até os boias-frias, que não têm direitos trabalhistas e que trabalham somente em parte do ano, na época das colheitas. Pelas suas características de dispersão e isolamento, exigem métodos diferenciados de luta, paralelos ao sindicalismo tradicional.

Por outro lado, grande parte da comida dos trabalhadores – cerca de 70% – é produzida por camponeses (pequenos proprietários rurais). Muitas vezes, a sua produção é comprada a preços artificialmente baixos por empresas, como a Parmalat e a Souza Cruz, que usam a forma de “cooperativas de produtores” para disfarçar essa relação. E é o preço exageradamente baixo dos produtos dos camponeses que garante que a burguesia das cidades possa pagar salários tão baixos aos seus empregados.

Além dessas formas, existe ainda uma série de relações pré-capitalistas, como o trabalho escravo e a parceria. Essas formas, além de impedirem qualquer desenvolvimento humano dos trabalhadores, ainda fazem com que os latifundiários se desinteressem de investir e modernizar a produção, porque elas custam muito pouco. Muitas vezes são usadas pelos próprios donos de modernas empresas do agronegócio. Por exemplo, a maioria dos casos de trabalho escravo é na pecuária bovina.

A maioria do campesinato brasileiro (atualmente cerca de 12 milhões de pessoas) tem uma quantidade de terras insuficiente, que garante apenas a própria subsistência. Por isso, a questão da terra tem um papel central nas suas lutas. E, pelo papel que tem na superexploração dos trabalhadores urbanos, a opressão dos camponeses é uma questão chave da revolução brasileira.

Revolução por Etapas ou Revolução Permanente?

Diferente do MST, a Liga dos Camponeses Pobres, ligada ao Sendero Luminoso, tem uma posição contra a institucionalidade, e a favor da revolução agrária. Mas eles têm uma visão unilateral da questão. Para eles, a revolução agrária é o epicentro da revolução brasileira, que teria um caráter democrático e nacional. Ou seja, a revolução agrária seria o motor da revolução burguesa no Brasil, contra a “semifeudalidade” no campo.

Essa teoria da semifeudalidade foi copiada do Sendero Luminoso que, por sua vez, copiou do PC Chinês, que copiou da Terceira Internacional. Nos anos 1920, a IC não tinha estudado em profundidade as relações sociais no campo dos países atrasados, e enfiou o rótulo de “semi-feudal” em tudo o que eles não conheciam.

Mais tarde, quando Stálin voltou a usar a tese menchevique da “revolução por etapas”, isso caiu como uma luva. Onde houvesse latifúndio, os stalinistas diziam que era necessária toda uma etapa burguesa antes da luta “ininterrupta” pelo socialismo. A idéia de “revolução democrática ininterrupta até o socialismo”, na formulação clássica de Stálin em seu livro Fundamentos do Leninismo, significa que devemos “esgotar a revolução democrática” antes de partir para a luta pelo socialismo. Quer dizer, frear a luta do proletariado até que todas as terras estejam expropriadas e que o imperialismo tenha sido expulso do país. A experiência mostra que, antes da revolução agrária chegar a um ponto muito avançado, a burguesia recorre a golpes militares e ao fascismo. E, nesse momento, já é preciso a intervenção da classe operária para tomar o poder.

Toda a história do golpe de 1964 no Brasil funcionou assim, motivada principalmente pela reação da burguesia nacional às Ligas Camponesas e às pálidas medidas nacionalistas de Jango. Em todos os países do mundo se aplica plenamente a Teoria da Revolução Permanente: ou seja, o proletariado deve tomar o poder, dirigindo as camadas médias trabalhadoras, incluindo os camponeses. Ou então, não pode haver revolução vitoriosa. Não existe mais espaço no mundo para uma revolução que não seja socialista, isso é, proletária. Os dez por cento de operários dirigiram a Revolução Russa. Os 30 milhões de proletários produtivos do Brasil (incluindo os proletários rurais) – um terço da força de trabalho – vão dirigir a revolução brasileira!

A Questão Agrária na História do Brasil

Na América Latina, a estrutura social da época da colônia é o escravismo colonial, analisado pelos marxistas Jacob Gorender e Ciro Flamarion Cardoso, entre outros. Foi um novo modo de produção, baseado no trabalho escravo e na produção de mercadorias em latifúndios monocultores para a exportação. Isso é chamado de sistema de plantagem. Complementares a ele, existiam uma agricultura e uma pecuária de camponeses dependentes (moradores), garantindo o pequeno mercado interno.

Esse modo de produção acabou não a partir da divisão das terras (como o feudalismo), e sim pela penetração das relações capitalistas no campo através do mercado mundial. No caso do Brasil, o vetor disso foi o café. E o trabalho imigrante foi importado para fazer essa substituição, o que mostra como a questão da terra e o racismo estão ligados no Brasil.

Quando a Inglaterra proibiu o comércio negreiro (para criar mercados consumidores de assalariados), a agricultura capitalista foi substituindo lentamente a escravidão. As formas pré-capitalistas existentes foram não o resultado da decomposição do feudalismo (que nunca existiu), e sim formas de transição para o capitalismo.

Tanto foi assim que havia muitos poucos escravos no dia 13 de maio de 1888. Não é possível falar mais profundamente disso nesse artigo, mas a derrota da ala radical do abolicionismo (que pregavam uma revolução agrária feita pelos escravos, como aconteceu no Haiti em 1792), encabeçada por Luiz Gama e Antônio Bento, abriu o caminho para o compromisso entre a burguesia nascente e o latifúndio.

As novas relações de produção surgidas após a Abolição eram variadas. Entre elas havia desde formas de capitalismo atrasado – como o colonato, nas fazendas de café, em que os trabalhadores eram pagos abaixo do preço da força de trabalho, o que os obrigava a se endividarem ao ponto de não poder sair da fazenda e o foro, onde os trabalhadores pagavam uma renda em dinheiro para usar a terra, o que podia ser combinado com exploração através da corveia (dias de trabalho forçado nas terras do latifundiário. Mas, além disso, havia formas de renda em produto tipicamente pré-capitalistas, como a parceria, em que o trabalhador dava um terço (a terça) ou metade (a meia) da produção para o dono da terra.

Todas essas formas eram complementares ao capitalismo e, com a superexploração, garantiam uma acumulação de capital mais rápida.

Depois da Abolição, a estrutura dual do campo, herdada do escravismo, permaneceu. Enquanto o latifúndio foi, aos poucos, sendo transformado em capitalista, a pequena propriedade permaneceu produzindo a maioria dos alimentos para o povo. Por isso, no período da República Velha (1889-1930), o Brasil tinha um Estado burguês, nascido com a República, mas o capitalismo ainda era um modo de produção subordinado. Isso só mudou nos anos 1930, na Era Vargas, onde a industrialização colocou o capitalismo como modo de produção dominante, mas sem destruir a estrutura agrária atrasada. O campo serviu como instrumento para realizar a mais-valia, como demonstrado por Rosa Luxemburgo, em Acumulação do Capital.

Na época da ditadura é que realmente o campo brasileiro se tornou predominantemente capitalista, através da política de “modernização do campo”.

Logicamente, isso não afetou a estrutura dual no campo (o que só poderia ser feito por uma revolução agrária), que se mantém porque tem custos tão baixos que impedem o desenvolvimento técnico, além da interpenetração entre burguesia e latifúndio, através da especulação com as terras e o uso das formas pré-capitalistas para acelerar a acumulação.

Agora que o capitalismo entrou em decomposição (desde os anos 1970), ele não tem mais forças para acelerar a destruição dessas relações atrasadas. Pelo contrário, elas têm crescido cada vez mais, no campo, e na cidade, o que é um prenúncio da barbárie.

Guerra Popular ou Insurreição Urbana?

A partir da caracterização do Brasil como semifeudal, a LCP e o maoísmo em geral tiram a política da guerra popular prolongada como a forma da nossa revolução.

No texto Pode o Poder Vermelho se Estabelecer na China?, de 1926, Mao Tse-Tung analisou em detalhe quais condições específicas do campo chinês permitiam a formação das Zonas Liberadas, que são a base de estratégica e de massas para a guerra popular. As condições mais importantes foram a desagregação do país, em que cada região estava sob controle de um senhor de terras, sem poder estatal central, o que facilitava a criação de um Exército Vermelho local. E o fato de que o campesinato, por causa do modo de produção asiático em decomposição (que Mao chamava de semifeudalismo), poderia estabelecer regiões autossuficientes economicamente.

Estas condições não existem no Brasil de hoje, assim como não existiam no Peru dos anos 1980 (o que levou o Sendero Luminoso à derrota). O campo é ligado pelos meios de transporte com as cidades, existe um Estado forte para reprimir desde o tempo do Império, até mesmo na Amazônia (o que levou à derrota o PCdoB, quando esse partido era maoísta, durante a Guerrilha do Araguaia), não pode haver autossuficiência econômica, pelo fato da agricultura brasileira sem principalmente para exportação e para o consumo urbano.

Assim, a luta camponesa no Brasil, ao recorrer à luta armada (o que já está acontecendo), precisa utilizar formas de autodefesa de massas, ligadas aos movimentos sociais. O próprio MST (mesmo negando), o MTL e o MLST fazem isso. Isso é muito diferente do foquismo, que foi o que quase toda a esquerda fez nos anos 1960, e que era ir pra luta armada sem se basear nos movimentos camponeses (ou pior, fazer guerrilha urbana).

Ao mesmo tempo, é impossível a vitória da luta armada no campo sem uma insurreição urbana, que termine de estraçalhar o Estado burguês. Por isso, a estratégia do Coletivo Lênin é criar um Partido Revolucionário dos Trabalhadores, com maioria de mulheres e negros, que dirija essa insurreição, combinando uma greve geral de massas com o levante dos movimentos populares e de favelas, através da organização de autodefesas nas periferias. Esse é o verdadeiro caminho para a revolução no Brasil!

As Tarefas da Revolução Agrária no Brasil

Por isso, a revolução agrária no Brasil não se limita a dividir a terra. É necessário, sim, nacionalizar as terras do latifúndio (para impedir que elas sejam compradas e concentrem de novo), e deixá-las na mão de quem nelas trabalha, incluindo os quilombos e as reservas indígenas. Ao mesmo tempo, no agronegócio, é necessário levantar a palavra de ordem anticapitalista de controle das empresas pelos trabalhadores, e reconversão ecológica da produção. Isso só é possível numa economia planificada, e sob um governo direto dos trabalhadores!

A questão ecológica tem sido claramente colocada por grupos como o MAB (Movimento por Atingidos por Barragens, ligado ao MST), pautando a luta contra o modelo energético baseado nas hidrelétricas, contra o monopólio das sementes através dos transgênicos, e contra a monocultura de exportação. Isso tem um conteúdo diretamente anticapitalista, atacando empresas como a Monsanto e a Aracruz Celulose. Devemos formular palavras de ordem transitórias adaptadas e essa questão, gerada pela decomposição do capitalismo.

Além disso, é necessário fundir as lutas camponesas, que incluem os quilombolas, com as do movimento indígena, aprofundando o seu caráter antirracista. Não dá para discutir mais profundamente a questão camponesa nesse artigo, mas ela passa não só pela terra, mas também pelo autogoverno dentro do futuro Estado Operário e da preservação da sua cultura e língua, integradas à cultura ocidental capitalista e às outras culturas dos povos oprimidos.

Nas terras ocupadas, devemos defender que elas sejam exploradas coletivamente, mas sem proibir os camponeses de mantê-las individuais, se quiserem. Como disse Trotsky, no Programa de Transição: “A participação prática dos camponeses explorados no controle dos diversos campos da economia permitirá aos próprios camponeses decidir sobre a questão de se saber se convém ou não passar ao trabalho coletivo da terra, em que prazos e em que escala.”

Por uma política comunista no movimento camponês! Por um governo direto dos operários e camponeses!

A questão camponesa sempre foi explosiva no Brasil. Desde os quilombos (que criavam comunidades camponesas à margem da escravidão), passando por Canudos, a Guerra do Contestado, a República Democrática e Popular de Trombas e Formoso, etc. Atualmente, podemos dizer que o campo brasileiro vive num estado de guerra civil intermitente, entre as forças da revolução e da contrarrevolução. A CPT fez a seguinte tabela com os conflitos e mortes no campo nos últimos dez anos:

Sendo que 72% das mortes na Amazônia (principalmente no Pará, onde a crise é mais aguda, junto com o Pontal do Paranapanema e com Minas Gerais), e mais da metade ligados à questão indígena.

Nesta guerra civil, temos um lado: apoiar o movimento camponês incondicionalmente. E fazer isso é se apoiar nos camponeses pobres (sem terras ou apenas com terras necessárias à sua subsistência e sem empregados), levando a luta de classes a destruir a falsa unidade do campesinato. Engels, em seu texto A Questão Camponesa na França e na Alemanha, disse que para os comunistas é mais importante do que ganhar um camponês rico ganhar os seus empregados. Porque o nosso objetivo não é partir as terras, e sim coletivizá-las.

Infelizmente, as correntes que se reivindicam marxistas revolucionárias e/ou trotskistas no Brasil sempre ignoraram a questão camponesa, como foi o caso da LCI nos anos 1920, do PSR nos anos 40, da POLOP (que chegava a dizer que o movimento camponês era reacionário), e da OSI e seus precursores, nos anos 1970, antes da corrente O Trabalho destruir essa organização. As exceções, como o PORT e o PCBR, sempre tiveram uma política muito próxima do stalinismo. Por isso, a melhor forma de acompanhar o debate sobre o tema é estudar os vários movimentos camponeses.

Entre as diversas correntes do movimento, o MST, fundado em 1984, é a maior que já existiu. Nem mesmo as Ligas Camponesas (1955-1964), que tinham um programa e métodos mais radicais, chegaram a ter a amplitude do MST. Por isso, ele é o maior alvo. Infelizmente, a integração do MST à Frente Popular no governo, assim como do MTR e da CONTAG, através do INCRA, tem levado o movimento a frear muitas lutas. Por isso, ele tem perdido cada vez mais seu papel principal, que teve desde os anos 1990.

Depois dele, a LCP tem sido muito perseguida, por defender abertamente a necessidade da luta armada. Mais à esquerda, o MTL (ligado ao PSOL) e o MLST (ligado à corrente Brasil Socialista, o antigo PCBR) são oposição ao governo de Lula com a burguesia. Eles coletivizam as terras em seus assentamentos, sem dividi-las ou usar cooperativas. A posição dessas correntes é mais correta nesses pontos.

Entre os camponeses, os movimentos assumem facilmente a forma de “frentes de massas” das respectivas organizações políticas, destruindo a possibilidade do debate e do controle pela base. Para nós, sob a hegemonia do proletariado, o campesinato pode aceitar formas de democracia socialista. Por isso, em vez de dizer que é necessário criar um movimento camponês com nosso programa, defendemos a mais ampla democracia socialista em todos eles, e a sua unidade na ação. Nesse contexto, defendemos, em todos eles, nossa política de oposição classista ao Governo de Lula com o agronegócio e nosso programa anticapitalista.

Por isso, é necessário dar um combate político dentro da luta pela terra. Isso exige a formação do PARTIDO REVOLUCIONÁRIO DOS TRABALHADORES, formado em sua maioria por mulheres e negros – historicamente excluídos do acesso à terra. Só um partido assim pode avançar na REVOLUÇÃO AGRÁRIA, criando AUTODEFESAS DE MASSAS, na luta pela criação de um GOVERNO DIRETO DOS PROLETÁRIOS E CAMPONESES, através de suas assembleias de luta.

LRP’s “Revisions of Basic Theory”

LRP’s “Revisions of Basic Theory”

[The following is a slightly updated edit of a previously unpublished draft by Samuel Trachtenberg.  Originally meant to be distributed as an IBT statement at the League for the Revolutionary Party’s public debate with the Spartacist League on May 10, 2003 in New York, it was written as a response to “Theories of Stalinism’s Collapse” printed in the Fall 2002 issue of Proletarian Revolution.  Unless otherwise noted, quoted LRP citations are from that article].

In the course of the polemical exchanges leading up to their public debate with the LRP, the SL had responded to many of the LRP’s polemical challenges on a wide variety of questions. One LRP article they didn’t responded to though was a polemic on the Russian question, traditionally a central question for the SL and a key issue separating the two groups. In looking at the SL’s analysis of the victory of capitalist counterrevolution in the USSR, the article observes

“In the USSR, Yeltsin’s counter-coup was the key event in the Communist Party’s ouster from power. In that conflict between wings of the bureaucratic capitalist ruling class, the Stalinist “hard-liners” led by Vice-President Gennady Yanaev attempted to seize sole power and end Gorbachev’s delicate balance of power between them and the more rapid privatizers…”

“When the hard-liner’s revolt fizzled out, Gorbachev’s balancing act collapsed and Yeltsin emerged on top. His triumph ushered in a period of undisguised capitalist looting that enriched a handful and impoverished millions. Even though the Yanaev team was also dedicated to ‘free-market’ reforms, it’s expected course was slower. Thus any deformed workers-statists should have defended the Yanaev side, despite it’s immediate threat to crush the workers — as a matter of principle, not just tactics. Yet few did. Most backed Yeltsin on dubious democratic grounds, proving one more time that their workers’ state theory is empty phrase mongering. ….

“The Spartacists had a particularly hard time deciding when the Soviet ‘workers’ state’ had been lost. They announced retroactively in late 1992 that counterrevolution had won some time before, exactly when remained unclear. (See ‘Spartacists Terminate Russian Workers’ State Not with a Bang but a Whimper’ PR 43) A ‘theory’ that allows it’s proponents to overlook the downfall of a ‘workers’ state’ — the land of the Bolshevik Revolution, no less — when the decisive events occur in plain view of all the world, is useless for the working class…

“They should have had no trouble supporting the Yanaev coup against Gorbachev in 1991. But this time they took no sides. They went through theoretical contortions to avoid doing so for one reason, because that would have meant admitting that their arch-rivals, the International Bolshevik Tendency (IBT), was ‘right’ when they were wrong. For all their trumpeting of their supposed Bolshevik allegiance to program, the Spartacists are often motivated by petty organizational needs.”

“Theories of Stalinism’s Collapse”

Proletarian Revolution #65, Fall 2002

Arguing from a very different perspective than the IBT (1), the LRP is echoing it’s correct assertion that the only consistent Soviet Defensist position was one of militarily siding with the Stalinists against Yeltsin, and in demonstrating the reformist logic of the SL’s theory of “piecemeal” counterrevolution in the USSR. These are all points the SL has consistently failed to address when raised by anyone.

The LRP’s position of strength reflects the fact that while the SL claims to uphold Soviet Defensism in theory, it in it’s most crucial moment it renounced it in practice. In contrast the LRP has been allowed more theoretical consistency (relative to the SL) by renouncing both.

Predictions on Stalinism’s Stability

Since the IBT’s initial polemic with the LRP over the Russian question (1917 #6), the world has witnessed the collapse of Stalinism in the USSR and the Eastern Bloc. The LRP claims that on the left, only their state capitalist theory allowed them to uniquely predict Stalinism’s downfall all along. This is false as the IBT (as well as other’s on the left) agreed with Trotsky’s prediction that

“either the bureaucracy, becoming ever more the organ of the world bourgeoisie in the workers state, will overthrow the new forms of property and plunge the country back to capitalism; or the working class will crush the bureaucracy and open the way to socialism.”

–Transitional Program

In response to the unexpected expansion of Stalinism in Eastern Europe in the post-war period, and the victories of Stalinist lead peasant guerrilla struggles in Asia, both resulting in the liquidation of capitalist property relations, Michel Pablo, then leader of the Fourth International (as well as writers such as Issac Deutscher) impressionistically predicted that Stalinism was the wave of the future. The corollary was that the program of political revolution against the Stalinists as advocated by Trotsky was outdated, that the Stalinist parties would act as sufficient, if “blunted”, instruments for socialism, and that the role of Trotskyists should be to liquidate themselves into their organizations to “sharpen” the blunted instruments. Pablo’s rosy predictions for the Stalinists, described  as “centuries of deformed workers states” by his opponents at the time, have indeed been discredited. As the LRP should know, the IBT as well as it’s political predecessors who opposed Pablo’s revisionist destruction of the Fourth International, have always upheld Trotsky’s view on the transient and unstable character of the Stalinist bureaucracy.

“Those who cannot defend past gains”

During Trotsky’s lifetime there existed tendencies in his organization that, like the LRP, believed that the USSR had already ceased being a workers state. While he recognized that the theoretical difference in the course of events could (and inevitably did) have programmatic consequences, Trotsky believed the key issues for political collaboration on the question was agreement on the need to overthrow the Stalinists combined with the need to defend the USSR against capitalist restoration, on whatever theoretical basis.

The LRP has sought a theoretical middle ground between traditional state capitalist theories and Trotsky’s theory, while in practice usually drawing the same conclusions as the former. According to the LRP’s rather unique view (2) the USSR was a capitalist state presiding over nationalized property forms. They recognized nationalized property as an important gain still left over from the October Revolution which must be defended. The Stalinists in the interrum were seen as  acting as a “regent” bourgeoisie, turning the state property against the working class and exploiting them with it, while secretly waiting (for over 80 years) for the right opportunity to restore the more conventional market capitalism. Despite the rather tortured theory the LRP was still able to correctly predict the time of the Stalinists crisis that

“However, if the economic power of the bureaucracy and it’s new reformist and Western bourgeois allies is not broken, the workers of East Europe will see their revolutions turned against them, and they will become victims of even deeper exploitation than before..”

“Revolution Sweeps Europe”

PR #36

In the most recent article they correctly criticize Tony Cliff

“In 1998 Cliff published an article titled ‘The Test of Time’ to assert that his theory of state capitalism had been vindicated. In it he repeated the ‘step sidewards’ analysis. It is remotely conceivable that in 1990 observers could have overlooked the threat to all workers’ rights and living standards that were entailed  in the privatization and looting of state property. But not by the end of the decade. Cliff & Co. never accepted that any working class gains had survived under Stalinism and thus looked on complacently as they went down the drain.”

make the correct observation that

“the ‘revolutions’ in the name of freedom devastated the working classes and drove them into a period of comparative passivity.”

and in a previously quoted section

“his [Yeltsin’s] triumph ushered in a period of undisguised capitalist looting that enriched a handful and impoverished millions”

For a group that seemed to recognize the value and necessity of defending the nationalized property forms, one might assume that the logical political corollary may be Soviet Defencism, even if on the basis of a confusionist and inaccurate theory. Yet like most other organizations which claimed to be Trotskyist, those with “orthodox” as well as “Third Camp” theories, the LRP supported all the pro-capitalist “popular revolutions” from Solidarnosc in Poland 1981 and on, that, by chance, overthrew the nationalized property forms along with the Stalinists. This experience should force one to come to the conclusion, at least in hindsight, that one could not defend the valued nationalized property without at the same time defending those states that based themselves on that property against political forces seeking privatization. Yet in the LRP still argues

“In the USSR, Yeltsin’s counter-coup was the key event in the Communist Party’s ouster from power. In that conflict between wings of the bureaucratic capitalist ruling class, the Stalinist ‘hard-liners’ led by Vice-President Gennady Yanaev attempted to seize sole power and end Gorbachev’s delicate balancing of power between them and the more rapid privatizers. The coup posed an acute danger to the working class, since it’s leaders announced an immediate ban on strikes and a retraction of of the limited democratic gains yielded by Gorbachev in the ‘glasnost’ (openess) campaign of the previous half-decade. So revolutionary workers would have opposed the coup and would have tactically lined up in a military bloc with Yeltsin to defeat the immediate threat to workers interests.”

(In a previous section of the article the LRP chastised  groups who “backed Yeltsin on dubious democratic grounds.”)

In contrast Trotsky correctly asserted

“We must not lose sight for a single moment of the fact that the question of overthrowing the Soviet bureaucracy is for us subordinate to the question of preserving state property in the means of production in the USSR; that the question of preserving state property in the means of production in the USSR is subordinate for us to the question of the world proletarian revolution.”

In Defense of Marxism

For the LRP the question of defending state property in the means of production is subordinate to overthrowing the Stalinists. Subordinating the class line to petty-bourgeois democratism appears to be the substrate to the LRP’s substitution of moralism for Marxist analysis in many of their erronous positions, from the Russian Question to the National Question.

Nationalized Property

The LRP seeks to create what, in this case, is a false and artificial distinction by arguing that their defense was limited to the nationalized property, but not the state. In a similar manner they claim they would defend social democratic and liberal welfare state reforms, or nationalizations carried out by third world bourgeois regimes for the purpose of economic development etc.. Of course, many sections of the ruling class recognize that public postal service, public mass transportation, public education and other state sectors are not only gains won by the working class but also the minimal requirements for the proper functioning of a capitalist economy. State interventions into the capitalist economy is particularly important in periods of economic crisis and war. But to claim that the nationalized property relations existing in the Soviet Union and other bureaucratized workers states were of a similar character requires willful blindness.

The LRP sometimes seems to recognize this, writing

“Trotsky didn’t think that the traditional bourgeoisie in practice could fully nationalize an economy. He was right: it required the proletarian revolution, later usurped by the Stalinist bureaucracy.” (3)

The difference between a capitalist society with various “social” features and the USSR is the same as the difference between Lenin’s NEP and capitalism.

State and Counterrevolution

The LRP rightly makes light of the SL’s (and others) inability to say when the counterrevolution triumphed in the USSR. Having been neutral in the struggle between Yeltsin and the Stalinist bureaucrats in August 1991, it is understandable why the SL would seek to deny the significance of Yeltsin’s victory.

The LRP is correct in asserting that this is a very serious theoretical question that Marxists need to address. In arguing that Yeltsin gradually in the course of some undetermined time successfully carried out a “piecemeal” counterrevolution, the SL, as it previously argued when still a revolutionary organization, carried out a

“departure from the Leninist theory of the state in favor of a linear, bourgeois conception as of a thermometer  which simply and gradually passes from ‘bourgeois state’ to workers state’ by small increments without a qualitative change. Such a methodology is a cornerstone of Pabloism”

Spartacist #22

Such a reformist theoretical understanding, as Lenin pointed out in works such as State & Revolution and The Proletarian Revolution and the Renegade Kautsky played an important role in the Social Democracy’s subsequent crossing of the class line after 1914. This theoretical departure was also evident, as the LRP rightly notes, in the Fourth International’s understanding in the 1940’s of the creation of the deformed workers states in Eastern Europe and China.

The IBT had previously made this point in relation to the SL (see “Getting Russia Right”) as well as other groups such as the New Zealand Communist Left (now Communist Workers Group/NZ).

“It is notable that every major wave of revisionism of Marxism has struck at the Marxist conception of the state. From Bernstein, to Kautsky, to Stalin – all have sought to undermine the conception of the state as armed force in defence of a predominant form of class property. Thus revisionism replaces Marxism with ‘two-class’ states, ‘no-class’ states, ‘intermediary’ states, and ‘transitional’ states….

“A ‘two-class state is inevitably a bourgeois state, just as a ‘two-class’ popular front is inevitably a bourgeois front. Ultimately the communist programme in respect of a two-class state and a two-class popular front reduce themselves to the question of the class line. The Communist Left’s difficulties on the two questions drive from a single source; it’s inability to draw the class line.”

Against Centrism

The point was also made with the League for a Revolutionary Communist International (today the League for the Fifth International)

“Harvey thinks the ‘class character of the state’ in the case of such oscillations can be determined by the activity of such a regime at any given instant—-when it acts for the capitalists, it is a capitalist state, but, if it takes some action that favors working people, it becomes a workers’ state. The kind of ‘Marxism’ that ‘understands’ such notions is called Kautskyism.

“Lenin attacked the idea that a bourgeois state can be transformed into an instrument to serve the interests of the oppressed:

“’That the state is an organ of the rule of a definite class which cannot be reconciled with its antipode (the class opposite to it), is something the petty-bourgeois democrats will never be able to understand.’’

—-State and Revolution

“Lenin categorically rejected the idea that an oscillating petty-bourgeois regime (or anything else) can turn a capitalist state into an instrument for social revolution:

“’Revolution consists not in the new class commanding, governing with the aid of the old state machine, but in this class smashing this machine and commanding, governing with the aid of a new machine. Kautsky slurs over this basic idea of Marxism, or he had utterly failed to understand it.’’

“Cuba, the LRCI & Marxist Theory”

1917 #13, 1994

The LRP has made what seems like a similar argument numerous times.

“The governmental changes today [in relation to post-war Eastern Europe] go in the reverse direction: the Stalinists are being replaced by would-be bourgeois types. (‘Bourgeois’ refers to the traditional capitalism of the West, as distinct from the statified version of the East.) Both transformations took place without forcible confrontations between the two ruling elements. To call them social revolutions amounts to reformism, the notion that power can be transferred from one class to another peacefully and gradually. This contradicts the central teaching of Marxist theory that a state is the instrument of a particular ruling class and defends the rule and economic forms of that class with it’s armed power.

PR #38

and in the more recent article

“Marxists who believe that the USSR and allied states were non-capitalist before 1989 but are capitalist now have to ask the question for each country: when did the counterrevolution occur? We have already mentioned that the orthodox Trotskyists in the 1940’s had considerable trouble with with the ‘date question’ of that time: when did the countries od East Europe, China, etc. become workers states? The reverse problem after 1989 was equally troublesome” (4)

The LRP solution is to argue that the counterrevolution triumphed in the 1930’s, as a consequence of the Purge Trials. The LRP argues the purges represented a “preventive civil war” and therefore their analysis rescues the Marxist theory of the necessity of a violent counterrevolution.

“The degeneration accelerated in the 1930’s. During the Great Purges in the latter half of the decade, the Stalinists wiped out the surviving revolutionary elements in the party and destroyed the officers corps of the Red Army. The essential core of the state power — it’s military, police and judicial arms were purged and repurged until all vestiges of Bolshevism were erased. Thus the state apparatus was smashed and reconstituted into a tool of the top bureaucracy — a new capitalist class, a regent ruling in place of the destroyed bourgeoisie. That signified the completion of the counterrevolution: the workers state was destroyed.”

While there was a violent counterrevolution in the USSR in August 1991, it is true that in much of Eastern Europe such a confrontation did not occur, rather the Stalinists and a politically disoriented working class abdicated power. As Trotsky noted

“If an army capitulates to the enemy in a critical situation without a battle, then this capitulation completely takes the place of a ‘decisive battle,’ in politics as in war.”

Third International After Lenin 

As a historical precedent from the other direction, the Hungarian Soviet Republic of 1919 came to power when the bourgeois government and state similarly abdicated power to it without a struggle. Marx, Engels, Lenin and Trotsky all recognized the theoretical possibility, if not likelihood, of a peaceful (as opposed to a piecemeal) coming to state power(5). In writings such as The Civil War in France and State and Revolution the main issue involved for them in the question is not the degree of force and violence used for a successful revolution and, by implication, counterrevolution, but rather that the “working class cannot simply lay hold of the ready made state machinery and wield it for it’s own purposes”.

Yet, this is precisely what the LRP’s theory (like the SL’s) implies; that the Stalinists/capitalists in the 1930’s (or Yeltsin in 1991-92) laid hold of the “ready made state machinery” and then proceeded to use it to restore capitalist rule by killing off or purging element committed to socialist property forms. To use an analogy, using this methodology one can then theoretically argue that the road to socialism lies through secretly infiltrating the Democratic and Republican Parties and once attaining positions of power, use it to gradually purge those committed to capitalism from within the state apparatus.

Though used in a different context, James P.Cannon’s assertion (frequently cited by the LRP) is very much on the mark in this regard.

“I don’t think you can change the class character of the state by manipulations at the top. It can only be done by a revolution which is followed by a fundamental change in property relations… If you once begin to play with the idea that the class nature of the state can be changed from manipulations in top circles; you open the door to all kinds of revisions of basic theory.”

SWP Internal Bulletin, October 1949 (quoted in LRP article) (6)

Leninism vs. Economism  

A main argument put forward by the LRP is that if the USSR was a workers state, then the working class would have risen up to defend it. Since there were no working class insurrections against the Stalinists in the 1930’s, the period when the LRP claims capitalist counterrevolution triumphed, the LRP should logically come to the conclusion that the USSR was never a workers state.

The root of this easily disproved theory is the LRP’s rejection of Lenin’s understanding that socialist consciousness is not an automatic reflection of working class material interests but must be fought for within the working class from without through the medium of a vanguard party. If workers were spontaneously socialist then the revolution would have occurred long ago, workers would never support popular fronts, imperialist wars, racist ideologies etc. Just as the working class was infused with bourgeois false consciousness by the trade union bureaucrats and reformist social democrats, they were also so by the decades of Stalinist misrule, lies and repression.

The LRP argues in it’s article that

“Trotsky often said of the Soviet Union that those who could not defend the past gains of the working class could not possibly achieve new ones. The same is true of those who cannot understand them.”

Using this correct criterion, both the LRP and it’s debate partners have shown an incapacity to defend or understand.

Footnotes

(1) In the 1940’s, Max Shachtman, in a similar manner, was also able to make astute observations about the FI’s theoretical somersault’s on the post-war Stalinist extensions, while holding on to an incorrect analysis himself.

(2) The LRP has developed a State Capitalist theory that is highly unique to them and do not seem to see the irony of one the one hand making an amalgam of all those claiming to be “orthodox” Trotskyists and gloating

“After the fall, despite their common theory, they could not agree on whether or when the ex-Stalinists states had become capitalist. The ‘theory’ turned out to be no basis for for analysis but simply a name for  societies that once had seemed free of capitalism’s crisis.”

While noting of the state capitalist “fraternity” some would argue they belong to

“Other faults aside, none of these currents dealt adequately with the historical dimension of the ‘regime change’ in the USSR: how and when had the Soviet workers’ state been done away with?… They all said or implied that the Stalinists had ended the workers states the moment they consolidated power in the 1920’s or early 1930’s.”

(3) This view does not account for the creation of fully nationalized economies in Stalinist-run states outside the USSR.

(4) The FI’s confusion at that time was partly a reflection of looking at the prevailing property forms, which were changed gradually, rather than the armed power, the core of the state, which was the Soviet Army occupying these countries. The “Peoples” governments which included bourgeois figures had no real power, effective power being in the hands of the Soviet occupying armies which installed and disposed of these governments as they saw fit. In most countries the capitalists were expropriated, in others, such as Austria they were not, the result in the end being the product of Soviet decisions (decisions forced on them by imperialist military pressure.). In the interrum period what existed was a military force not yet committed to either capitalist or collectivized property, that is there was no state in the Marxist sense of the term.  

(5) Marx and Engels on occasion argued for the possibility, under different past historical circumstances of a peaceful transition in the United States and England. In the immediate period preceding the Russian Revolution Lenin discussed the remote possibility of it also occurring in Russia

“Before 4 July… to transfer power to the then existing Soviets… could have been done peacefully, without Civil War, Because there had been no systematic acts of violence against the masses, against the people”

“Now, and only now, perhaps during only a few days or a week or two, such a government could be set up and consolidated in a perfectly peaceful way. In all probability it could secure the peaceful advance of the whole Russian Revolution….” (emphasis in original)

cited in “Lenin in 1917” by Victor Serge

Revolutionary History Vol 5. No.3

(6) Despite the LRP’s best intentions on avoiding the pitfalls of “revisions of basic theory” by postulating changing the class character of the state through “manipulations at the top”, it appears that the logic of trying to assert, against the actual historical reality, the restoration of capitalism in the 1930’s, has forced the LRP into precisely this trap when seeking to address the “date question”

“The formal culmination of the counterrevolution came at the 18th Party Congress in March 1939. Here the triumphant CP sanctified the new social relations and openly dedicated itself to the bureaucratic intelligentsia. Beyond this point it was impossible to say that the state was ruled in the interests of the working class, in however distorted a form…

“Whereas the 1936 Constitution had symbolically deposed the proletariat in favor of the ‘whole people,’ now the Party Congress handed power to the new bureaucracy…

“addressing the Congress, Stalin’s henchman Zhdanov declared that the preference hitherto given to working class party entrants was over: ‘The existing system, as prescribed in the Party Rules, of admitting new members into the Party in accordance with four different categories, depending on the social status [i.e.class] of the applicant,  is obviously incompatible with the changes in the class structure of Soviet society resulting from the victory of socialism in the USSR.”

The Life and Death of Stalinism, by Walter Daum

pages 183-184

Many will recognize this arbitrary schema as having much in common with Maoist claims that the USSR became capitalist in 1956, right after Khrushchev gave his “Secret Speech” acknowledging many of Stalin’s crimes.

SEE ALSO

LRP/ISL on the Revolution in Palestine/Israel

Worshipers of the Accomplished Fact

LCR pide al estado que aplaste a los fascistas

LCR pide al estado que aplaste a los fascistas

Seudotrotskistas abrazan la “democracia” franquista

[Traducido de Workers Vanguard No. 143, 4 de febrero de 1977, Esta versión fue impresa en Spartacist en español No. 05, octubre de 1977]

La actual crisis en España, teniendo su origen en una oleada de provocación derechista, plantea pruebas fundamentales a todos aquellos que hablan en nombre de la clase obrera. Si los asesinatos de Atocha subrayan el peligro mortal del terrorismo fascista que ahogaría a la izquierda en un río de sangre, la respuesta enfurecida de cientos de miles de manifestantes demuestra la tremenda combatividad del proletariado español..

Los estalinistas y socialdemócratas se unen al primer ministro franquista Suárez en llamar a los trabajadores a mantenerse “serenos” – es decir, a permitir que los carniceros fascistas y sus protectores policíacos imperen en las calles. Esto es nada menos que la continuación de su traidora política frentepopulista durante la Guerra Civil, cuando los reformistas prepararon el camino para la victoria de Franco al atar las masas a la “legalidad republicana” (o sea, burguesa).

¿Quién, entonces, conducirá al proletariado a aplastar a los matones falangistas y pistoleros fascistas derrumbando al estado capitalista que los nutre y protege? La crisis de la dirección revolucionaria es planteada a quemarropa en la España de hoy.

Elos últimos días la policía ha reaccionado a la campaña de provocación deteniendo a más de 200 izquierdistas sólo en Madrid. Según se informa, los detenidos pertenecen en su mayoría a grupos maosindicalistas. La respuesta de los auténticos comunistas a esto debe ser la movilización de los trabajadores en acciones militantes especialmente en las fábricas, donde se concentra su poder de clase – exigiendo que se detenga la represión derechista y que los izquierdistas detenidos en las incursiones policíacas sean puestos en libertad inmediatamente.

Sin embargo, en un ejemplo que es simultáneamente una traición a la clase obrera, una imbecilidad mortal y un acto de cobardía reformista, ¡la llamada “extrema izquierda” española ha solicitado la “protección” de liberales burgueses y del mismo estado franquista! Mientras los estalinistas y socialdemócratas firmaban junto con el jefe del gobierno un llamado a la serenidad, sus hinchas de “izquierda” sacaron un comunicado conjunto en Barcelona que abraza totalmente ilusiones reformistas en una “democracia” franquista a través de la auto reforma de la dictadura sanguinaria.

El comunicado de prensa – reproducido sin comentarios en Rouge (31 de enero), órgano de la sección francesa del seudótrotskista “Secretariado Unificado” (SU) dirigido por Ernest Mandel – condenó el asesinato de tres policías en Madrid (reclamados por el misterioso “GRAPO”) además del arresto de numerosos militantes de grupos de oposición, y exigirán del gobierno “acción inmediata contra … las organizaciones fascistas y parapoliciales”.

¡Qué imbéciles! Suplican a la Guardia Civil que reprima a los terroristas fascistas clericales, ¡la mayoría de los cuales son simplemente la misma Guardia Civil sin uniforme! Y el estado “acudió” a su llamada, decretando un estado de emergencia con el fin declarado de reprimir a los terroristas. Naturalmente, bajo la cubierta de este decreto lo que se llevó a cabo fue una represión severa contra la izquierda. He aquí el punto donde las ilusiones reformistas en la “neutralidad” del estado burgués se vuelven verdaderamente suicidas. Los marxistas, al contrario, llamamos por la formación de milicias obreras para defender al movimiento obrero y aplastar a los matones reaccionarios.

Hay más todavía: el documento afirma que el “restablecimiento de todas las libertades democráticas y nacionales, y en particular la amnistía sin restricción, permitirá avanzar hacia la democracia y un clima de tolerancia democrática”; y concluye con un llamamiento a la “unidad y responsabilidad de todo el pueblo en el marco de su declaración democrática”. Esta es la piedra angular del llamamiento del Partido Comunista español por una “ruptura negociada” – ¡un pacto con el gobierno para llevar a cabo una transición pacífica de la dictadura bonapartista a la democracia burguesa!

Entre los firmantes de esta declaración frentepopulista se encuentran no solamente la Esquerda Republicana, el Partido Carlista y la Assemblea de Catalunya – todas estas formaciones burguesas – sino también la mayor parte de la “extrema izquierda”, desde los mao-sindicalistas hasta la Liga Comunista Revolucionaria (LCR – una sección simpatizante del SU). Verdaderamente, estamos presenciando el “escarmiento” de los antiguos guerrilleritas feroces de la LCR. Pasados son los tiempos cuando la LCR declaraba su apoyo “total” a los nacionalistas vascos por el asesinato del primer ministro Carrero Blanco. Pasados también los tiempos en que la máxima (y casi única) reivindicación de la LCR era la mítica “HGR” – la Huelga General Revolucionaria que estallaría un buen día para derrocar al régimen franquista.

Pero los mandelistas españoles no se limitaron al abandono de sus mitos terroristas/espontaneístas. Cayeron en los aspectos más miserables del reformismo legalista de sus opositores dentro del SU. ¿Quién, entre los que han seguido la interminable riña en el Secretariado “Unificado”, no se acuerda de la vehemencia y del desdén con que la mayoría dirigida por Mandel condenó el PST argentino por el apoyo que éste prometió al “proceso institucional” del criminal régimen peronista? Ahora la mayoría sigue el ejemplo de la minoría.

El “Comunicado de Barcelona atestigua una vez más la completa incapacidad de estos revisionistas y renegados del trotskismo de resistir la prueba de turbulentas luchas dé clases. La patética claudicación de la LCR ante la primera provocación es una copia al carbón de la capitulación ignominiosa del PST ante Perón. Esta declaración abyecta – como la firma por la LCI portuguesa en 1975 de la declaración frentepopulista del “Frente Unido Revolucionario”, apoyando al Movimiento de las Fuerzas Armadas – da prueba una vez más de la urgencia de la lucha por reforjar la Cuarta Internacional. Sólo a través de la construcción de secciones de la tendencia espartaquista internacional en Portugal y España se podrá levantar la bandera del trotskismo revolucionario y podrá unirse el proletariado ibérico tras una dirección leninista.

On Marxism & Feminism

On Marxism & Feminism

March 30 2009

Originally published as “On Femininsm & ‘Feminism'”

Introduction to the 3/31/13 repost: Many of our readers are aware of the recent crisis that has rocked the Socialist Workers Party in Britain. Along with allegations of rape against a member of the top leadership and the ensuing bureaucratic cover-up, protests against the traditional SWP hostility towards feminism have also surfaced internally. In response, the leadership of the International Socialist Organization in the US, (also with historic roots in Tony Cliff’s anti-Soviet split from the Trotskyist movement) in a rather transparent act of bureaucratic panic, have chosen to renounce their similar previous hostility towards feminism out of fear of the crisis reaching their own organization. In light of this, our March 2009 polemic against the hostility of ostensibly Trotskyist groups coming from other traditions towards feminism titled “On Feminism & ‘Feminism'” has gained some timely relevance. We are therefore directing our readers’ attention to it on International Women’s Day 2013.

In the course of adding material dealing with female oppression to the Historic Documents section of our web site this month, we have found it necessary to write an introduction to clarify the confusion many readers of these documents have historically come away with due to their attacks on “feminism.” The documents were produced not by us but by the Spartacist League and the International Bolshevik Tendency at a time when these organizations, while not without faults, were still capable of helping advance the Marxist program. While overall the documents put forward a revolutionary analysis of women’s oppression, we would write them differently today at least in that respect. 

The documents (and the groups that produced them) sought to champion the cause of women’s liberation, yet much confusion was and still is unnecessarily caused by their rigid insistence on defining “feminism” in a manner that is different from a majority of their audience. While a majority of their audience defined feminism as a simple affirmation of female equality without necessarily attaching the term to a more elaborated program or analysis of how to achieve it (“the theory of the political, economic and social equality of the sexes” as described the Merriam Webster’s Online Dictionary), they rigidly insisted the term necessarily meant a much more specific program and analysis that was counterposed to the struggle for socialism. A document produced by an IBT supporter in 1997 which clumsily tried to address the issue thus explained:

“Feminism and socialism are different things. Feminism cannot simply be equated with the fight for women‘s rights. It puts forward the damaging ideology that women of different classes can fight oppression on the same basis – thereby automatically confining the fight within the boundaries of capitalism.”

“Sex, Censorship & Women’s Rights”

Marxist Bulletin #4, October 1997

Marxist Tradition 

The historical development of the Marxist movement’s use of a sometimes highly specialized terminology when addressing itself has not always been in sync with the general development of the rest of society and it’s understanding of these words. But while seeking to advance (and develop) the political conceptions and understanding of those who came before, each generation of revolutionaries have of necessity frequently been forced to adjust their terminological conventions (while maintaining the original underlying thrust) when addressing a broader contemporary audience for the purpose of keeping up to date with the popular understanding behind these terms.

In the U.S., Marxists frequently run up against confusion over the difference between the terms “socialist” and “communist” when talking to many people. While Trotskyists generally tend to use the terms interchangeably, the confusion usually arises from the fact that there is a vague understanding amongst our audience that in some contexts a “Socialist” (particularly with a capitalized S) implies a social democratic reformist while a “Communist” (particularly with a capitalized C) implies a Stalinist.

A similar dilemma also confronted Marx and Engels, even before the rise of contemporary Social-Democratic reformism and Stalinism. In his 1890 introduction to the German edition of the Communist Manifesto, Engels commented: 

“Yet by 1887 continental socialism was almost exclusively the theory heralded in the Manifesto. Thus, to a certain extent, the history of the Manifesto reflects the history of the modern working-class movement since 1848. At present, it is doubtless the most widely circulated the most international product of all socialist literature, the common programme of many millions of workers of all countries from Siberia to California.”

“Nevertheless, when it appeared, we could not have called it a socialist manifesto. In 1847, two kinds of people were considered socialists. On the one hand were the adherents of the various utopian systems, notably the Owenites in England and the Fourierists in France, both of whom, at that date, had already dwindled to mere sects gradually dying out. On the other, the manifold types of social quacks who wanted to eliminate social abuses through their various universal panaceas and all kinds of patch-work, without hurting capital and profit in the least. In both cases, people who stood outside the labor movement and who looked for support rather to the “educated” classes. The section of the working class, however, which demanded a radical reconstruction of society, convinced that mere political revolutions were not enough, then called itself Communist. It was still a rough-hewn, only instinctive and frequently somewhat crude communism. Yet, it was powerful enough to bring into being two systems of utopian communism — in France, the “Icarian” communists of Cabet, and in Germany that of Weitling. Socialism in 1847 signified a bourgeois movement, communism a working-class movement. Socialism was, on the Continent at least, quite respectable, whereas communism was the very opposite. And since we were very decidedly of the opinion as early as then that “the emancipation of the workers must be the task of the working class itself,” [from the General Rules of the International] we could have no hesitation as to which of the two names we should choose. Nor has it ever occurred to us to repudiate it.” 

In the 1922 footnotes to what is seen by many as the definitive edition of the Communist Manifesto, D. Ryazanoff also discussed the historical evolution of much of the other terminology used in Marx’s and Engels’ writings, for example: 

“Proletarian’ now means one whose only means of livelihood is the sale of his labour power. Its original significance, in the Latin form proletraius signified one whose sole wealth consisted of his descendants, his offspring (proles)… There is little in common between these Roman proletarians and the landless and homeless European proletarians of our own day, save only the name…. The word proletariat to describe the class of wage workers did not come into general use until the first half of the nineteenth century….” 

It is clear that Marx and Engels main concern was to have their ideas properly understood by others. Understanding that they could not arbitrarily dictate the changing popular understanding of words, they were not prone (outside sometimes their more narrowly theoretical and scientific writings, where exact precision was necessary for clarity) to stubbornly engage in fruitless arguments over definitions or original dictionary meaning if it wasn’t necessary to convey their ideas.

In a somewhat different vein, when black members of the of the Socialist Workers Party during the 1940’s protested the use of the word “niggardly” in party literature, rather than stubbornly pointing to the dictionary and insist that formally the word had no relation to the racial epithet, the Trotskyist movement dropped the use of the word in order to stop causing any unnecessary misunderstanding or confusion.

The Origins and Consequences of anti-”Feminism” 

An early Spartacist text we have previously posted argues:

“The existing women‘s liberation movement, both liberal and radical, seems to see sex as the basic “class division” in society. This low level of theoretical development means an opportunity for Marxists to intervene with a working-class line. However, we will render our intervention useless if we cling to an oversimplified analysis that the only form of oppression is class oppression and confine our interest to the economic superexploitation of women workers.”

“The class question is the decisive issue in class society. However, other additional types of oppression do exist as well —e.g., racial oppression, national oppression, women‘s oppression. To deny that Marxist revolutionaries must concern themselves with these issues is sectarian and blatantly anti-Leninist. It is vital that revolutionaries participate in these struggles. The basis of such participation must be the realization that the class question is decisive and thus any movement which fails to identify itself with the struggle of the working class against the capitalist class is doomed to be beset by utopianism, crackpotism, liberal illusions and—ultimately—irrelevance‖

The Fight for Women’s Liberation (1969)

While advancing this correct political understanding the piece carries no attacks against or even makes mention of “feminism.” An explanation for the subsequent change in policy on this is given in an early issue of Women and Revolution:

“The SWP -YSA [Socialist Workers Party – Young Socialist Alliance] defense against the feminist’s attempts to kick them out has been poor. They try to minimize their political differences with the feminists by claiming to be both feminists and socialists. Feminist was once the term socialists used to describe women’s liberationists. But over a period of 50 years the term has come to mean one who believes the fundamental division in society is between men and women, and who strive for the supremacy of women…”

“The socialist and feminist views are clearly counterposed. Just as Lenin, who had once proudly called himself a Social-Democrat, would have recoiled from the being called that after the betrayals of ‘Social-Democracy,’ so Clara Zetkin would not call herself a feminist today.”

“SWP-YSA MOVE IN, same tricks, new territory”

Women and Revolution #2, September/October 1971

Spartacist leader Jim Robertson affirmed this explanation a few years later at an August 27, 1974 speech given on James P. Cannon:

“By the way, Rose [Karsner, Cannon’s partner] was a militant socialist feminist of the 1910’s and 1920s. ‘Feminist’ meant something else then – among other things was that marriage was an abomination: it was bowing down and putting on chains before a man and before the state.”

“James P. Cannon”

Reprinted in Spartacist, Summer 1986

If, theoretically, at that time the popular meaning of “feminism” really did evolve in the direction it was argued (and we are at the moment not convinced it did), then the changed attitude was one that made sense. Leaving aside this question of historical appreciation though, it is quite apparent that today what amounts to shouting “Down with Feminism!” is obviously a poor approach, given that the Spartacist League and the International Bolshevik Tendency are using one definition of “feminism”, and most of the left and the general population see the word as having a different (more general and vague) meaning. Rather than making any clear point, such an approach just creates noise and leaves those groups open to unnecessary suspicions that they may be hostile or indifferent to women’s liberation (in some ways similar to many black SWP members reaction to the use of “niggardly”), rather than that they are arguing that it can only be achieved in a socialist society.

It was also sometimes disorienting to those groups themselves, both in their historical understanding as well as their take on contemporary reality. Thus, an (otherwise fine) early Bolshevik Tendency leaflet we have previously posted argues:

“Whether it goes by the name of feminism or ‘socialist-feminism’ the logic of this analysis is sex war just as surely as the logic of Marxism is class war.”

No More Wire Hangers! (undated, late 1980‘s)

Outside a minority on the fringe, most people who would refer to themselves as “feminists” (much less most who’d refer to themselves as “socialist-feminists”) clearly did not then and do not now advocate “sex war”.

An early Women and Revolution historical article noted that:

“Contrary to an opinion still subscribed to in certain circles, modern feminism did not emerge full-grown from the fertile womb of the New Left, but is in fact an ideological offspring of the utopian egalitarianism of the early twentieth century, which was in turn a product of the bourgeois democratic revolution.

“Feminism vs. Marxism: Origins of the Conflict”

WR #5, Spring 1974

True, but Marxists do not renounce some of the still progressive ideals of the Enlightenment, but rather argue their realization for the majority of the human race can only be achieved through ending class society. Therefore, while generally not referring to ourselves as democrats, humanists, or feminists, we do not denounce democracy, humanism or “feminism” as such. Rather we oppose bourgeois democracy, liberal humanism, liberal feminism and all cross-class, separatist and sectoralist ideologies in general. 

In the same vein Leon Trotsky was quite angry that his book Terrorism and Communism was given the confusing titleDictatorship versus Democracy in its English translation, since it could only lead to confusion amongst many readers and distorted the relationship between socialism and democracy.

Sectarian Indifference 

Such developing indifference to being clearly understood is usually a mark that a group is being transformed into a depoliticized sect, dominated by a geriatric leadership and increasingly out of touch with contemporary social and political reality. Being mostly office/computer desk bound in their political lives for too many years, engaging in primarily internal administrative and literary political work, such permanent “leaders” have few qualms sending off their ranks to make fools of themselves at public political events by defending stupid formulations. Rank and file passivity to such things can reflect insecurity, fear, political indifference, and, for those engaged in leader worship, a genuine unthinking agreement with such sclerotic thinking.

In contrast to such practices, writing on the need to differentiate the Marxist from the Stalinist position on defending the USSR, Trotsky commented:

“In order that these two varieties of ‘Defense of the USSR’ do not become confused in the consciousness of the masses it is necessary to know clearly and precisely how to formulate slogans which correspond to the concrete situation.”

In Defence of Marxism (1942) 

In their better periods, the SL and IBT showed a similar attitude, at least in relation to other questions. In a discussion of “Sectarian Formalism”, an IBT publication noted:

“For example, we believe the slogan ‘Free All Political Prisoners!’ to be a very bad formulation. We don’t want fascist thugs or concentration-camp mass murderers to be freed. But it would often be silly to exclude ourselves from a campaign fought ostensibly to ‘Free All Political Prisoners!’ It often turns out that the real content of the campaign is in fact to free the victims of capitalism. We would wish to join such a campaign, while making our criticism of the inadequacy of this slogan clear. We would split, of course, if the campaign actually did try to mobilise support for freeing Rudolph Hess. It is a matter of what the real content of the bloc is.”

Building the Revolutionary Party and United-front Tactics (1992)

A similar appreciation of the “real content” of “feminism” for most people would seem to be called for. The IBT’s position, which it unthinkingly inherited from the SL, very neatly fits the definition of “sectarian formalism”.

In a speech given on Nov. 11, 1972, Spartacist leader Jim Robertson explained part of the motivation behind calling for a “Workers Government” as a popular slogan:

“We are for a workers government, in the unions, in the plants and in our general education and approaching students with the conception of proletarian power. The dictatorship of the proletariat is a formulation which suffers certain problems. A popular understanding of the dictatorship of the proletariat is that the workers are going to be put into concentration camps, you know, like in Russia. If you talk of some kind of socialism, you get an image of happy Sweden maintaining its high alcoholism and suicide rates through victoriously staying out of two world wars. [Laughter] But what should be clear in every way, over every kind of issue, is that the working people need their own government….”

“A Talk on the Labor Party Question”

Young Communist Bulletin #3 

Similarly, commenting in the same speech on the reasoning behind reformulating the traditional Trotskyist advocacy of a “Labor Party” in the US to one of a “Workers Party”:

“If one says a labor movement or a Labor Party right now—there is very good reason to see it right now in the most encrusted, aristocratic, racist, chauvinist George Meany-like fashion. It‘s extremely important, and one of the reasons for the formulation ‘Dump the bureaucrats! For a Workers‘ Party.’ There‘s no difference in conception between a ‘Workers‘ Party based on the trade unions’ and a ‘Labor Party based on the trade unions’, except that the terminology projects a somewhat different conception.”

If revolutionaries rightly do not want to confuse people by incorrectly projecting ourselves as advocates for creating Britain’s Labour Party for US workers, we are also concerned not to confuse people by incorrectly projecting ourselves as Archie Bunker socialists who are hostile to women’s liberation.

Revolutionary Regroupment still stands on the political content of the documents we posted and will be posting on this question in the Historic Documents section of our site. We have distanced ourselves from a flawed policy, we are not changing the fundamental program or principles on women’s oppression. This is a necessary change in policy nonetheless. We will henceforth criticize specific feminist political currents, as opposed to denouncing the term as such.

More broadly, as we note in our introduction to Historic Documents as a whole: 

“While we seek to continue the work and build on the contributions of those who came before us, we do not dogmatically defend past mistakes that may inevitably have been committed. Therefore our posting these documents reflects broad agreement, not an uncritical adherence to every secondary argument and formulation.”

Leon Trotsky sobre Otimismo e Pessimismo

Leon Trotsky sobre
Otimismo e Pessimismo, 
Sobre o século XX e muitas outras coisas 

O pequeno trecho a seguir, escrito em 1901 por um jovem Leon Trotsky, foi reimpresso como introdução à primeira edição da revista Revolutionary Regroupment (EUA, segundo trimestre de 2010). Ele é simbólico da determinação da revista de ser bem sucedida em seu esforço e na sua confiança fundamental na capacidade da classe trabalhadora de quebrar as correntes de opressão e inaugurar um novo capítulo na história da humanidade. Sua tradução para o português foi realizada por Rodolfo Kaleb e Leandro Torres em 2011. Ele também foi reimpresso na primeira edição de Reagrupamento Revolucionário (Brasil, terceiro trimestre de 2011).

Dum spiro spero! [Enquanto há vida, há esperança!] … Se eu fosse um dos corpos celestiais, eu olharia com completo desapego para esta bola miserável de sujeira e poeira … Eu brilharia indiferente entre o bem e o mal … Mas eu sou um homem. A história do mundo que para você, desapaixonado cálice de ciência, para você, guarda-livros da eternidade, parece apenas um momento insignificante no equilíbrio temporal, para mim é tudo! Enquanto eu respirar, eu lutarei pelo futuro, este radiante futuro no qual o homem, poderoso e belo, se tornará mestre do fluxo incerto da História e irá direcioná-lo para um horizonte sem fim de beleza, alegria e felicidade!

O século dezenove de muitas formas satisfez e de ainda mais formas enganou as esperanças do otimista … Ele o compeliu a transferir a maioria das suas esperanças para o século vinte. Sempre que o otimista se confrontava com um fato de atrocidade, ele exclamava: Como pode isso acontecer no limiar do século vinte! Quando ele imaginasse maravilhosamente desenhado um futuro harmonioso, ele o colocava no século vinte.

E agora este século chegou! O que trouxe com ele em sua inauguração?

Na França – o escarcéu venenoso do ódio racial [1]; na Áustria – disputa nacionalista…; na África do Sul – a agonia de um povo pequeno, que está sendo assassinado por um colosso [2]; na própria “ilha da liberdade” – o canto triunfante da vitoriosa avareza de agiotas chauvinistas; dramáticas “complicações” no leste; rebeliões de massas populares famintas na Itália, Bulgária, Romênia … ódio e morte, fome e sangue …

Parece até que o novo século, este gigante recém-chegado, está determinado mesmo no momento do seu surgimento a levar o otimista ao absoluto pessimismo e a um nirvana cívico.
           
– Morte à Utopia! Morte à fé! Morte ao amor! Morte à esperança! Esbraveja o século vinte em salvas de fogo e ao retumbar das armas.
           
– Renda-se seu patético sonhador. Aqui estou eu, o seu tão esperado século vinte, o seu “futuro”.
           
– Não, responde o inabalado otimista: Você, você é apenas o presente.

Notas do tradutor

[1] O “Caso Dreyfus”
[2] A Guerra dos Boers

Venezuela & the Left

Marxism & the ‘Bolivarian Revolution’

Venezuela & the Left

Originally published in 1917 No. 30, April 2008, by the then revolutionary International Bolshevik Tendency (IBT). Copied from http://www.bolshevik.org/1917/no30/no30-Venezuela.html.

In January 2007, shortly after winning re-election, Venezuelan President Hugo Chávez declared: “We’re moving toward a socialist republic of Venezuela” (Guardian [London], 10 January 2007). The National Assembly then passed an “enabling law” granting the president authority to issue decrees. In December 2007, Chávez suffered a major setback when his plan to amend the country’s constitution in a “socialist” direction was narrowly defeated in a national referendum. Chávez has since promised to slow the pace of change, yet the so-called “Bolivarian Revolution,” which has mobilized millions of workers and poor people and excited many of the world’s ostensibly “Marxist” organizations, has always stood for the preservation of capitalist property.

Hugo Chávez, who was first elected president of Venezuela in December 1998, heads a state apparatus organically tied to defense of the capitalist social order. His advocacy of “socialism” reflects a distance from the ruling bourgeois oligarchy that allows him to contain the mass plebeian unrest that has periodically shaken Venezuelan society. Chávez is hardly the first left-wing “strongman” to come to power in a neo-colony. When he was assassinated in August 1940, Leon Trotsky, the great Russian revolutionary, had been working on an article that dealt with this phenomenon:

“The governments of backward, i.e., colonial and semi-colonial countries, by and large assume a Bonapartist or semi-Bonapartist character; and differ from one another in this, that some try to orient in a democratic direction, seeking support among workers and peasants, while others install a form close to military-police dictatorship. This likewise determines the fate of the trade unions. They either stand under the special patronage of the state or they are subjected to cruel persecution. Patronage on the part of the state is dictated by two tasks which confront it. First, to draw the working class closer thus gaining a support for resistance against excessive pretensions on the part of imperialism; and, at the same time, to discipline the workers themselves by placing them under the control of a bureaucracy.”
—“Trade Unions in the Epoch of Imperialist Decay,” 1940

The recently defeated constitutional reform package was advertised by Chávez as setting a course “headed straight towards socialism” (Economist, 16 August 2007). The right-wing opposition and its imperialist mentors denounced “Cuban-style communism” and claimed that the proposal to remove presidential term limits proved that Chávez intended to be “president for life.”

Some of the proposed constitutional amendments, like reducing the workweek, extending pension coverage and prohibiting discrimination on the basis of health status or sexual orientation, were supportable. It is significant that there was no proposal to decriminalize abortion, access to which remains severely restricted. Other “reforms” were anti-democratic—including the removal of a 180-day limit on presidential “state of emergency” declarations, and raising the number of signatures required for a recall referendum from 20 to 30 percent of the electorate. Another amendment guaranteed capitalist property. Taken as a whole, the constitutional reform package was unsupportable.

A “yes” vote in the referendum was an endorsement of Chávez’s brand of bonapartist reformism. Yet the most deadly opponents of workers and the oppressed mobilized heavily for a “no” vote. In this situation, the appropriate tactic for revolutionaries was to advocate a spoiled ballot as an expression of hostility to the imperialist-backed opposition and no political support to the bourgeois Bolivarian regime.

Millions of Venezuelans who had previously backed Chávez came to this conclusion and refused to vote. Some may have been discouraged by the high-profile defection of General Raúl Isaías Baduel, who had played a key role in restoring Chávez after the reactionary coup of April 2002. Others were undoubtedly affected by the low-intensity sabotage campaign by rightist elements. But it seems that most workers who stayed home did so because they were suspicious of the anti-democratic political “reforms” and Chávez’s commitment to defending the prerogatives of the big capitalists.

Alan Woods, leader of the International Marxist Tendency (IMT) whose Venezuelan affiliate is the Revolutionary Marxist Current (CMR), argued for “completing the Revolution” with “a massive ‘Yes’ vote in the referendum” (Marxist.com, 20 November 2007). Woods was upbeat about proposals that would have allowed the president to create new sub-national political jurisdictions to bypass state governments controlled by hostile forces.

Chávez had also proposed various grassroots institutions with limited decision-making authority. The centerpiece was to be a massive expansion of the “communal councils” of between 200 and 400 families in urban areas. In January 2007, Chávez announced that the several thousand communal councils already in existence would receive $5 billion in government funding, up from $1.5 billion the year before. The councils, which tend to have a heavily plebeian character, incorporate a variety of pre-existing formations:

“[T]he Bolivarian Circles, the Local Public Planning Committees, the UBEs [Electoral Battle Units] and the CTUs [Urban Land Committees] were all vehicles for popular mobilisation and participation which flourished to varying degrees in the early to mid 2000s, as the Bolivarian revolution developed. But they seem to have been superseded or subsumed by the rise of the communal councils, which have become the predominant structures for people power in Venezuela at present.”
—Venezuelanalysis.com, 10 October 2007

Chávez’s suggestion that the communal councils could form the core of a new state apparatus delighted many of his “Marxist” admirers, even though it is generally acknowledged that they are not genuine organs of proletarian power. The New Zealand section of the International Socialist Tendency (IST), for instance, which claims that there is “a dual power scenario in Venezuela,” admits that “these councils are not the same as the workers’ soviets of 1917 Russia” (“Venezuela’s deepening revolution & international socialist coordination,” 1 May 2007).

The British Workers Power group, which in the February 2007 issue of its paper had observed that the communal councils “lack the class independence of soviet-type bodies and they are not the source of the state power but a ‘participatory’ and subordinate creation of it,” subsequently flipped its position:

“…the large, partially armed, popular militia, the new communal councils, the minority of factories under some degree of workers control, the cooperatives, all show that there are important elements of dual power existing between the workers’ new organisations and the institutions of the capitalist state. A revolutionary period has begun, but the revolution, that is the overthrow of this state, has not yet occurred.”
Workers Power, September 2007

Workers Power’s initial assessment was closer to the mark. Far from creating a situation of “dual power” or prefiguring a socialist republic, the communal councils are multi-class formations whose chief function is to strengthen Bolivarian bonapartism by tying the popular masses to the capitalist state via the presidency.

Bolivarian ‘Socialism’: Cooperatives & Co-Management

Chávez’s leftist supporters are inclined to interpret the expansion of cooperative micro-businesses and the state sector as evidence of the emergence of “socialist” property. When Chávez first took office there were fewer than one thousand co-ops; today there are tens of thousands, employing hundreds of thousands of people previously excluded from the formal sector of the economy. The government provides start-up capital in the form of loans and encourages “endogenous” networking with other cooperatives and the quasi-independent government-backed Bolivarian social “missions.” The results have been mixed:

“Experience has shown how difficult it is to decree such experimental changes in people’s lives from above. The government placed the number of cooperatives at 140,000 in 2006, but this year the Ministry of the Popular Economy announced that it counted only 74,000. Worse yet, a more recent census indicated only 48,000. Many cooperatives never got off the ground, and in other cases, cooperative members pocketed the money they received from loans or the down payments for contracts. One pro-Chávez congressman admitted, ‘Up until now, no one can say the cooperative program has been successful. In fact, there is little to show considering all the money that has been spent.’”
—Venezuelanalysis.com, 28 August 2007

Many cooperatives have failed, while those that have succeeded have done so as tiny capitalist enterprises which have figured out how to turn a profit. Cooperative workers, as “owners” of marginally-viable micro-businesses, often earn less than the minimum wage. Some big companies have opted to outsource work to cooperatives rather than expand their unionized workforce.

In the countryside, the government has distributed almost two million hectares of state-owned land to over 150,000 poor peasants who in many cases belong to farming cooperatives. More than 300,000 hectares of privately-owned “under-utilized” land have also been taken over, while big landowners using their land “productively” have not been touched (Venezuelanalysis.com, 26 March 2007).

Workers in some urban cooperatives are involved in “co-managing” their companies with the owners or government bureaucrats. Some leftists have interpreted this as a form of “workers’ control of industry,” which it is not. Genuine workers’ control is characterized by dual power in the workplace, not institutionalized class collaboration. It tends to develop in pre-revolutionary situations and constitutes what Trotsky called a “school for planned economy.”

Two of Venezuela’s most celebrated examples of “nationalized” companies under co-management are Invepal and Inveval—private enterprises whose owners participated in the December 2002-January 2003 bosses’ lockout against Chávez. Hundreds of enterprises went out of business due to the lockout and hundreds of thousands of workers were thrown out on the street as a result, but very few companies have been taken over by the state. Invepal (then known as Venepal) owed its workers back wages, while Inveval (then known as Constructora Nacional de Válvulas) declared bankruptcy. In 2005, the government agreed to purchase the facilities after workers demanding nationalization occupied the premises.

At Inveval, a valve factory dependent on contracts with the state oil company, Petróleos de Venezuela Sociedad Anónima (PDVSA), the employees’ cooperative has a 49 percent stake, and a factory council elected by a workers’ assembly runs the operation. Yet the company, which operated at only 10 percent capacity in 2007, remains subject to market fluctuations. One factor in this was a decision by PDVSA officials to renege on signed deals (Venezuelanalysis.com, 27 July 2007).

In February 2006, workers at Inveval launched the Revolutionary Workers Front of Co-managed and Occupied Factories (FRETECO), which includes representatives from a dozen or so other companies. The project has received little support from the leadership of the National Workers Union (UNT—the main union federation) and is further handicapped by its leaders’ political loyalty to the government. The IMT reported on a FRETECO meeting in October 2006 presided over by CMR supporter Jorge Paredes:

“The gathering was officially opened at 6pm by Jorge Paredes, worker and president of Inveval, who welcomed all those present. Amongst the invited guests were representatives from the Ministry of Labour, Julio Barba from the Ministry of Light Industry and Commerce, as well as the former Minister of Environment Ana Elisa Osoria who expressed a keen interest in the struggle of the workers in occupied factories.”
—Marxist.com, 17 October 2006

The meeting concluded “with all workers and invited guests singing the Venezuelan national anthem.”

Invepal is a paper mill in Carabobo state where the government also handed a 49 percent ownership share to the employees’ cooperative. The experiment in co-management turned ugly when work was contracted out at the company’s Maracay operation:

“Required by the government to prove himself in running the company, the newly elected president employed contracted management which then proceeded to hire contract workers whose conditions were much worse than ‘worker-owners.’ The massive protests within the factory in reaction to this resulted in equally massive firings: 120 workers were fired in November 2005. They are still manning the barricades 11 months later.”
—Venezuelanalysis.com, 25 October 2006

In February 2005, workers’ assemblies were permitted to elect managers at the state-owned aluminum firm, Alcasa, although the president of the company was appointed by Chávez. The workers have apparently disappointed their Bolivarian benefactors. Alcasa’s “revolutionary” spokesperson, Alcides Rivero, recently complained of “a culture where workers only worked to get money” (Venezuelanalysis.com, 30 October 2007).

The situation at the “co-managed” state electrical company Cadafe is even more tense. According to one observer, there are:

“…bitter experiences in the struggle for co-management, such as in the electricity industry. It wasn’t that electricity workers no longer wanted co-management, but that they no longer raise it ‘because of the huge fight they had against the management of [state-run company] Cadafe. The management of Cadafe went out of its way to sabotage and defeat moves to introduce co-management. If you go to most workers in the electrical sector and even mention the word co-management, it sends a shiver down their spines.’ [Federico] Fuentes said the workers still raise the concept of workers’ participation, but no longer talk of co-management specifically.”
Green Left Weekly, 2 August 2007

Yet even these limited experiments with co-management are exceptions to the rule. Chávez briefly threatened to take over Siderúrgica del Orinoco (Sidor), one of Latin America’s largest steel companies, which had laid off thousands of workers when it was privatized in 1998. In May 2007, when workers demanding re-nationalization blockaded the entrance, Sidor management responded by offering to increase production of metal piping for the domestic market. Chávez accepted the proposal and agreed to allow the Argentine Techint Group and its partners to retain their 60 percent share of the firm. Earlier this year, 14,000 permanent and contract Sidor workers went on strike for a wage hike and the payment of outstanding pension contributions. The Ministry of Labor, perhaps in recognition of the company’s previous cooperation, intervened with a request that the workers reduce their demands by half (Venezuelanalysis.com, 2 February).

Chávez also refused to nationalize Sanitarios Maracay, a ceramics factory that workers occupied for six weeks in early 2006 and then again later that year when the owner decided to close the plant. The workers responded by electing a factory council to keep the operation running. In April 2007, Sanitarios workers on their way to a FRETECO rally in Caracas were assaulted by police and National Guard forces. Twenty-one people were arrested and 14 were injured by buckshot. A month later, 3,000 UNT workers in the state of Aragua staged a one-day strike to protest this outrage.

In August 2007, Humberto Lopez, a former UNT leader at Sanitarios, led a group of white-collar employees and company supervisors who seized the plant and deposed the factory council. They made a deal with the owner, under the auspices of the Ministry of Labor, which returned the factory in exchange for an agreement to pay back wages to the workers. A system of co-management was introduced with a commission of 13: three from the Ministry of Labor and five each representing the workers and the owner (Venezuelanalysis.com, 18 August 2007).

Significantly, the government did not introduce “co-management” in Compañia Anónima Nacional Teléfonos de Venezuela (CANTV), one of its two major acquisitions in 2007. CANTV, Venezuela’s main telecommunications company and largest private enterprise, which had been privatized in 1991, was purchased back for $1.3 billion. The government also “nationalized” Caracas’ electrical utility, Electricidad de Caracas, by having PDVSA purchase the 82 percent share held by AES Inc. of Arlington, Virginia for $739 million.

‘Re-nationalizing’ Venezuela’s Oil Assets

Venezuela’s oil industry was nationalized in 1976, but in the 1990s lucrative exploration and production rights were handed out to the petroleum multinationals. Under “Operating Services Agreements” (OSAs) the foreign oil companies did not buy and sell crude, but merely acted as “contractors” rendering “services” to PDVSA (which retained nominal ownership of the oil). According to Rafael Ramirez, Venezuela’s energy minister, the “fees” paid to these “contractors” just happened to be linked to world oil prices, and the companies thereby avoided paying the 50 percent tax rate on oil profits.

Chávez ended this arrangement by converting the OSAs into “mixed enterprises” in which PDVSA holds a majority share. The royalty rates were raised and many former “contractors” were charged back taxes. Despite some grumbling, most of the foreign multinationals ultimately agreed to the new terms.

Turning the OSAs into “mixed enterprises” was merely the first step in what Chávez called the “re-nationalization” of Venezuela’s oil. On May Day 2007, the president announced the “re-nationalization” of what is thought to be hundreds of billions of barrels of extra-heavy crude oil in the Orinoco region. France’s Total, Norway’s Statoil, Chevron and British Petroleum agreed to sell part of their stake in the Orinoco Belt to PDVSA, while U.S. conglomerates ExxonMobil and ConocoPhilips, which resisted the takeover, had their investments (estimated at $750 million and $4.5 billion respectively) expropriated. They have appealed to the International Center for Settlement of Investment Disputes (ICSID), an agency of the imperialist World Bank. In February, ExxonMobil obtained temporary court orders freezing $12 billion in PDVSA assets in Britain and the Netherlands pending the ICSID’s ruling (Venezuelanalysis.com, 8 February).

Most multinationals decided to go along with the “re-nationalization” because they can reap enormous profits. To diversify foreign participation in developing the resources of the heavy crude of the Orinoco Belt, the government has secured investments from Brazil, China, Iran and Russia. The Chávez regime has made it clear that it favors foreign ownership of a significant portion of its oil industry, as long as PDVSA maintains majority control and applicable taxes and royalties are paid.

While Marxists certainly defend the right of every neo-colony to control its natural resources, Chávez’s “re-nationalization,” which has amply compensated the oil majors, hardly constitutes a blow against international capitalism. There is nothing inherently “anti-imperialist” about nationalized oil companies, as the New York Times (10 April 2007) observed:

“During the last several decades, control of global oil reserves has steadily passed from private companies to national oil companies like Petroleos de Venezuela [PDVSA]. According to a new Rice University study, 77 percent of the world’s 1.148 trillion barrels of proven reserves is in the hands of the national companies; 14 of the top 20 oil-producing companies are state-controlled.”

The “anti-imperialist” hue of Chávez’s oil policies derives largely from the attempt to reduce dependence on the U.S. market, which currently absorbs half of Venezuela’s petroleum exports. In an era of dwindling and uncertain oil supplies, Venezuela’s estimated 300 billion barrels of light and heavy crude is a significant prize. It is possible that current calculations may considerably understate the country’s reserves. Investigative journalist Greg Palast claims that an internal report of the U.S. Department of Energy suggests that Venezuela might actually possess 1.36 trillion barrels of oil (ZNet.com, 24 May 2006). If this is true, it would make Venezuela the single most important source of petroleum on the planet and vastly increase its strategic importance.

Washington is concerned about Venezuela’s growing influence within the Organization of Petroleum Exporting Countries (OPEC). Iranian President Mahmoud Ahmadinejad, who, like Chávez, is high on U.S. imperialism’s list of enemies, joined the Bolivarian leader in blaming rising oil prices on the weak U.S. dollar (New York Times, 19 November 2007). In September 2007, Chávez ordered PDVSA “to convert its investment accounts from dollars to euros and Asian currencies” (New York Times, 30 November 2007). Iran has long campaigned for OPEC to begin pricing oil in euros rather than dollars, a move that would considerably accelerate the deterioration of America’s international position.

Wriggling Out of Uncle Sam’s Grip

Chávez’s success in loosening Washington’s hold can be attributed to three factors: rising oil prices, which have both filled government coffers and enhanced Venezuela’s geo-strategic importance; the regime’s relative independence from the elements of the national bourgeoisie most closely aligned with Washington; and the American military’s diminished capacity for intervention in Latin America while it is bogged down in Iraq.

In May 2007, Venezuela announced its intent to withdraw from the World Bank and International Monetary Fund, two key mechanisms of U.S. imperial control in the hemisphere. The IMF’s influence in Latin America has recently declined dramatically:

“IMF lending in the area has fallen to $50 million, or less than 1 percent of its global portfolio, compared with 80 percent in 2005.”

“The international lender’s worldwide portfolio has shriveled to $11.8 billion from a peak of $81 billion in 2004, and a single nation, Turkey, now accounts for about 75 percent.”
—MiamiHerald.com, 1 March 2007

In August 2007, Chávez announced that Venezuela would purchase $1 billion worth of Argentine bonds:

“With Argentina wanting to diversify its sources of financing after its 2001 debt default, Mr Chávez has stepped in, buying bonds totaling $4.7 billion before the latest purchase. With his help ‘Argentina is freeing itself from Dracula, it’s breaking the IMF’s chains,’ Mr Chávez said.”
Economist, 9 August 2007

Chávez played a key role in launching the Banco del Sur (Bank of the South) to replace the IMF with a fund of $7 billion to promote regional infrastructure as well as research and development. The Banco del Sur was officially launched in December 2007 at a signing ceremony in Buenos Aires attended by representatives of Argentina, Bolivia, Brazil, Ecuador, Paraguay, Uruguay and Venezuela. The Associated Press (9 December 2007) reported that Augusto de la Torre, the World Bank’s chief economist for Latin America, claimed that “this new initiative is not perceived as a competitor,” but that is clearly what Chávez intends.

The Banco del Sur and Venezuela’s Argentine bond purchases complement the “Bolivarian Alternative for the Americas” (ALBA), an initiative to promote Latin American cooperation launched in 2004 by Chávez and Fidel Castro to compete with the imperialist Free Trade Area of the Americas (FTAA) project. Under ALBA, Cuba provides medical services to hundreds of thousands of Venezuelans in exchange for oil. In April 2006, Bolivia’s newly-elected president, Evo Morales, decided to join ALBA:

“Mr Morales has said that Venezuela has promised aid totaling $2 billion (or more than 20% of Bolivia’s GDP) since he took office. Venezuela has bought $100m of Bolivian government bonds; it has also given a loan for farming, and 5,000 grants for Bolivians to study in Venezuela.

“In April, Mr Morales signed a ‘Peoples’ Trade Treaty’ with Mr Chavez and Fidel Castro, Cuba’s communist president. Under this, Venezuela is to swap 200,000 barrels a month of subsidised diesel fuel for 200,000 tonnes a year of Bolivian soya. Cuban doctors and teachers, probably paid for by Venezuela, have already started to work on health and literacy programmes in Bolivia; Cuba is also donating medical equipment.

“‘Only in Cuba and Venezuela can we find unconditional support,’ said Mr Morales recently. He complained of ‘blackmail and threats’ from ‘other countries’. That seemed to be a reference to the United States, which has linked much of its aid to its ‘war on drugs’ and coca eradication.”
Economist, 8 July 2006

Shortly after being sworn in as Nicaraguan president in January 2007, Sandinista leader Daniel Ortega announced that his country would also join ALBA. Within a few weeks Venezuela had:

“…already agreed to forgive more than $30 million in Nicaraguan debt, provide more than two dozen generating plants to alleviate an electricity shortage and open an office of Venezuela’s development bank in Managua to offer low-interest loans to small businesses.”
New York Times, 24 February 2007

At an April 2007 ALBA summit in Caracas, plans were developed to promote healthcare, education and economic development in the region:

“Chávez also proposed the idea of the construction of a petrochemical plant in Haiti, along with an oil refinery to refine the crude sent from Venezuela. He also proposed the construction of refineries in Nicaragua, Ecuador, Bolivia, Dominica, and Cuba. Chávez also said his government has plans to sell the seven refineries that it owns in the United States and to build a new network of refineries in Latin America.”
—Venezuelanalysis.com, 30 April 2007

Caracas and Buenos Aires have:

“…agreed to build a plant in Argentina that will turn liquid natural gas from Venezuela into usable gas. The plant will allow Venezuela to send liquid gas to Argentina by ship, a shift in strategy for Mr. Chavez as discussions for a natural gas pipeline from Venezuela via Brazil have bogged down.

“The gas conversion plant would be a joint project between Venezuela’s state oil company, Petroleos de Venezuela, and the Argentine state oil company, Enarsa.”
New York Times, 7 August 2007

Venezuela is also seeking to strengthen economic ties with Russia. Russian Foreign Minister Sergey Larov indicated that state-owned Gazprom was studying the possibility of forming a joint company with PDVSA to undertake natural gas and oil projects, while Russia’s vice president, Alexander Zhukov, acknowledged interest in future South American pipeline projects:

“Zhukov emphasized the potential prospects in the construction of the Gas Pipeline of the South. This project, promoted by the Venezuela president, would be the construction of a 10,000-kilometer natural gas pipeline from Venezuela through the Brazilian Amazon and extending south to Argentina. Its estimated cost would be around US$ 23 billion, and would transport 150 million cubic meters of Venezuelan gas per day from the Caribbean Sea to Argentina.”
—Venezuelanalysis.com, 23 October 2007

In 2006, Venezuela, Syria and Iran signed an agreement “to build a $1.5 billion oil refinery in Syria” (New York Times, 2 November 2006). In July 2007, the Iranian and Venezuelan governments began construction of a $700 million petrochemical plant near Tehran, with plans for an identical facility in Venezuela. A joint automobile company, Venirauto, is already in business. The first 300 units rolled off the assembly line in Caracas in July 2007, though the plan is to produce 25,000 cars annually by 2010:

“The company Venirauto, which is 51% Iranian and 49% Venezuelan, is producing two different models. The first model, the Turpial at a price of Bs. 17 million (US$7,906), is a 4-door sedan based on the old Kia Pride model. The second is the Centauro, at a price of Bs. 23 million (US$11,069), and is based on the Peugeot 405 given that the French firm is the main supplier of engines and technology to the Iranian company.”
—Venezuelanalysis.com, 10 July 2007

Venezuela and Iran have signed deals worth approximately $17 billion, a collaboration Chávez celebrated by grotesquely designating Iran’s Ahmadinejad “one of the greatest anti-imperialist fighters” (Associated Press, 28 September 2007).

Venezuela has also strengthened ties with the bureaucratic leaders of the Chinese deformed workers’ state:

“China’s links with Venezuela are now its strongest in Latin America. As well as the US$1.5bn already committed to Venezuela, the Orinoco joint venture [between PDVSA and the China National Petroleum Corp] could require further investment of US$3bn-4bn, making Venezuela by far the greatest recipient of Chinese investment in the region.”
—Economist.com, 10 April 2007

In August 2006, Beijing signed an agreement with Caracas that projected raising oil imports from Venezuela to a million barrels per day by 2012. (The U.S. currently imports over a million barrels per day from the Bolivarian republic.) China has also offered to provide tankers and help Venezuela construct new drilling platforms. In November 2007, the two countries agreed to endow a joint development fund with $6 billion, two-thirds provided by the Chinese Development Bank and one-third by Venezuela (Venezuelanalysis.com, 7 November 2007).

Yankee Imperialism Bristles

All of this activity has further alarmed an American foreign policy establishment already concerned by the erosion of U.S. influence in Latin America:

“The White House was outraged when Chile and Mexico, Latin America’s representatives on the UN Security Council in 2003 and two of Washington’s closest allies in the region, opposed a resolution endorsing the invasion of Iraq. In fact, of the 34 Latin American and Caribbean countries, only seven supported the war. Six of them (Costa Rica, the Dominican Republic, El Salvador, Honduras, Nicaragua, and Panama) were engaged in trade negotiations with the United States at the time. And the seventh, Colombia, receives more than $600 million a year in U.S. military aid.”
Foreign Affairs, January/February 2006

Latin America remains a critically important market for the U.S., which exports more than $100 billion a year to Mexico and another $50 billion to the rest of the region. Chávez’s outspoken denunciations of U.S. imperialism and his regime’s pursuit of regional autonomy have not been well received in Washington. U.S. Secretary of State Condoleezza Rice characterized Chávez as “one of the most dangerous men in the world” (Independent [London], 16 May 2006). A March 2006 U.S. National Security Strategy document complained: “In Venezuela, a demagogue awash in oil money is undermining democracy and seeking to destabilize the region” (cited in The Progressive, 24 September 2006).

Chávez has responded to these threats with a modest expansion of the Venezuelan military. In January 2007, the Pentagon estimated that Venezuela had spent more than $4 billion on arms in the previous two years (New York Times, 25 February 2007). In 2006, when the U.S. suspended arms sales to Venezuela and blocked the acquisition of military aircraft from Spain and Brazil by denying export licenses for the American-manufactured components in them, Chávez turned to Russia, purchasing five submarines in addition to “24 Russian Sukhoi-30 two-seater attack aircraft, 34 helicopters and 100,000 Kalashnikovs” (Guardian, 15 June 2007).

George W. Bush, under whose watch the U.S. government orchestrated the failed April 2002 coup against the democratically-elected Bolivarian leader, hypocritically expressed concern about “the undermining of democratic institutions” in Venezuela (New York Times, 1 February 2007). The various agencies of U.S. “democracy”—including the National Endowment for Democracy, the International Republican Institute and the National Democratic Institute—have showered financial and technical support on Venezuela’s pro-imperialist opposition. In 2006, the Associated Press revealed that the U.S. Agency for International Development (USAID) alone had doled out more than $26 million in Venezuela since 2002 to “strengthen democracy.” Eva Golinger, author of Bush vs. Chavez: Washington’s War Against Venezuela, reported:

“The work of USAID and its OTI [Office of Transition Initiatives] in Venezuela has led to a deepening of the counterrevolutionary subversion in the country. Up until June 2007, more than 360 ‘scholarships’ have been granted to social organisations, political parties, communities and political projects in Venezuela through Development Alternatives Inc. (DAI), a company contracted by USAID, which opened an office in the El Rosal sector of Caracas in June 2002. From the centre of Caracas, the DAI/USAID has given more than US$11,575,509 to these 360 groups and projects in Venezuela, under the program ‘Venezuela: Initiatives for the Construction of Trust’ (VICC). The majority of the programs funded by DAI focus (according to their materials) on ‘political dialogue, public debate, citizen’s participation and the training and capacitation of democratic leaders’.”
—Venezuelanalysis.com, 12 September 2007

Bolivarian Bourgeoisie’s Bonanza

While many of Venezuela’s big capitalists revile Chávez, others are more impressed by the fact that business is booming under the “socialist” president. The head of the Caracas Country Club, Fernando Zozaya, when asked about Chávez’s Bolivarian vision, replied: “Let’s say it’s a very special type of socialism” (Guardian, 13 November 2006). José Guerra, the former head researcher at Venezuela’s central bank, was less coy: “‘State-supported capitalism isn’t just surviving under Chavez,’ he said. ‘It is thriving’” (New York Times, 3 December 2006). A leading mouthpiece of American capitalism made a similar observation:

“Local and foreign companies alike are raking in more money than ever in Venezuela. Two-way trade between the U.S. and Venezuela has never been higher. Venezuela exported more than $42 billion to the U.S. last year, including 1 million barrels of oil daily, and imported $9 billion worth of American goods, up 41% from 2005.”
BusinessWeek, 25 June 2007

Venezuela’s GDP, which stood at US$117.1 billion in 2000, grew to $181.9 billion by 2006 (“World Development Indicators database,” World Bank, April 2007). Low interest rates and high inflation have led to massive borrowing and a financial boom:

“[B]ank profits grew 33 percent last year, led by increases of more than 100 percent in credit card loans and 143 percent in automobile credit, according to Softline Consulting, a financial analysis firm here. The banking and insurance industries’ contribution to the gross domestic product rose 37 percent in 2006, the central bank said.

“The market looked attractive enough two years ago that the Stanford Financial Group of Houston put political risk on the back burner to open a dozen branches here. Now, remodeling its office tower in the Caracas business district of El Rosal, the bank has seen its revenue in Venezuela grow fourfold, and its credit portfolio nearly tripled last year.”
New York Times, 15 June 2007

Members of what is called the “bolibourgeoisie”—entrepreneurs with government connections and public contracts—are not alarmed by Chávez’s talk of “transcending capitalism.” Venezuelan Banking Association director Francisco Aristeguieta, who seems happy enough with the status quo, remarked: “President Chavez is saying it’s the job of all of us for Venezuela to press ahead” (New York Times, 7 May 2007). Chávez has periodically assured his bourgeois allies that: “[W]e have no plan to eliminate the oligarchy, Venezuela’s bourgeoisie. We have demonstrated this sufficiently in over eight years” (Venezuelanalysis.com, 4 June 2007).

The main employers’ federation, Fedecámaras, lost its affiliate in the state of Bolívar because of its opposition to the regime’s proposed constitutional reforms (Venezuelanalysis.com, 27 November 2007). Alejandro Uzcátegui of Businessmen for Venezuela (Empreven), a pro-Chávez association, opined: “We think President Hugo Chávez has done a very good job” (WashingtonPost.com, 3 December 2006). Empreven is part of the Confederation of Socialist Businessmen of Venezuela (Conseven), a pro-government business federation established in May 2007. Its leader, José Agustín Campos (former leader of Acción Democrática, one of the two pro-imperialist parties that shared power before Chávez was elected), explained that Conseven “will live in harmony” with the co-managed enterprises and Bolivarian cooperatives (El Universal [Caracas], 6 May 2007).

Gustavo Cisneros, the billionaire owner of the Venevision television network, who supported the April 2002 coup, changed his mind when former U.S. President Jimmy Carter arranged for him to meet Chávez in the run-up to the 2004 presidential recall referendum:

“At the meeting, according to Mr. Cisneros, Mr. Chavez compared his social programs to those of Franklin D. Roosevelt.

“In recent comments about the meeting, the president said Mr. Cisneros, whose other companies range from breweries to the Leones baseball team in Caracas, understood he could coexist with the socialist-inspired transformation of society that Mr. Chavez says he wants.”
New York Times, 5 July 2007

British journalist John Pilger insightfully observed:

“In Washington, the old Iran-Contra death squad gang, back in power under Bush, fear the economic bridges Chávez is building in the region, such as the use of Venezuela’s oil revenue to end IMF slavery. That he maintains a neoliberal economy, described by the American Banker as ‘the envy of the banking world’ is seldom raised as valid criticism of his limited reforms. These days, of course, any true reforms are exotic.”
Guardian, 17 August 2007

The redistributive policies of the Bolivarian government, and Venezuela’s booming economy, have meant rising living standards for most Venezuelans. Unemployment has been reduced by half since Chávez took office, and now officially stands at 7 percent, with a majority of the workforce presently employed in the “formal” (as opposed to underground) economy. Social programs have also expanded considerably:

“Social spending will be significantly increased for 2008, to 46 percent of the national budget, up from 41 percent in 2007. This includes an increase in the funding of the social missions of the Chavez government, which will receive a total of Bs. 5.5 trillion (US$ 2.5 billion), an increase of nearly 62 percent from the 2007 level. These social missions include the national health program Barrio Adentro and the literacy and education programs Robinson, Rivas, Che, and Sucre, among many others.”
—Venezuelanalysis.com, 20 October 2007

According to government statistics, the rate of poverty among Venezuelan households has fallen from 42.8 percent in 1999 to 33.9 percent in 2006, while “extreme poverty” declined from 16.6 percent to 10.6 percent (Instituto Nacional de Estadística website, September 2006).

Recently, however, wages have been falling behind inflation, which is currently running at 20 percent per annum, and some basic foods have been in short supply. The Bolivarians’ attempt to hold living costs down by appealing to the capitalists to be good citizens, while freezing prices on some essentials, has led to shortages, as merchants stockpile goods while waiting for prices (and profits) to rise. Many farmers have simply sold their products across the border in Colombia. As supplies dwindled, the Venezuelan government backed down and raised the price of milk 30 percent and coffee by 40 percent. In February, Chávez announced that the price of rice, a basic staple regulated since 2003, would be increased 44 percent “to give incentive to rice producers” (Venezuelanalysis.com, 11 February). This illustrates the impossibility of finding some “third way” between a collectivized economy, where the production and distribution of goods are consciously planned, and a capitalist one, where decisions are determined by the pursuit of maximum profit.

Administrative Agents of the Bourgeoisie

While Chávez retains a substantial social base, the decision of some three million of his traditional supporters to sit out the constitutional referendum signifies that many are losing confidence in him. Of course, the Bolivarian leaders do not trust the masses, and do not want to see an authoritative alternative leadership develop within the organizations of the working class. Since it was founded in 2003 as a pro-Chávez breakaway from the Venezuelan Workers Confederation (CTV) which had supported the rightist coup in 2002, the UNT has been run by “national coordinators” appointed by its major components. In May 2006, at the union’s second congress, leaders of the Bolivarian Socialist Workers Force (FSBT—the hard-core Chávistas) blocked a proposal by the UNT’s largest faction, the Classist, Unitary, Revolutionary and Autonomous Current (C-CURA—led by two self-described Trotskyists, Orlando Chirino and Stalin Pérez Borges, who have recently had a falling out) that UNT members should elect their national leaders.

While not opposing elections in principle, FSBT supporters argued to postpone them to allow union militants to concentrate on campaigning for Chávez in the December 2006 presidential election. Chirino subsequently complained:

“The argument last year was that we had to give priority to the presidential elections. We were not against calling for a vote for Chávez, but we argued that the best way to campaign for that call was that it should come from a legitimately elected leadership. Unfortunately, it did not happen.”
—interview posted on the website of International Socialism , 9 May 2007

It seems clear that the FSBT feared that it could not win a vote, and that a UNT leadership with a mandate from the base might turn into a potential rival to Chávez for the allegiance of the masses. On 28 December 2007, Chirino was notified that he had been fired from his job at PDVSA. This act of political persecution—stemming from Chirino’s advocacy of a spoiled ballot in the constitutional referendum and his refusal to join Chávez’s new political party—is an anti-democratic attack on the Venezuelan workers’ movement as a whole.

When the four labor federations representing workers at PDVSA were amalgamated to form the United Oil Workers Federation of Venezuela (FUTPV), no elections were held to legitimize the leadership. C-CURA, which claims the support of a majority of Venezuela’s 60,000 oil workers and controls Fedepetrol, the largest component of the new federation, refused to endorse the FUTPV bargaining committee appointed to negotiate with PDVSA last year (Venezuelanalysis.com, 29 September 2007). Fedepetrol sought to put direct pressure on PDVSA management:

“This week, beginning Monday, July 23, oil workers have called for pickets at the gates ‘of all oil installations’ throughout the country, both administrative and operational, including ports, refineries and oil rigs, demanding the removal of the Manager of Human Resources, Dario Merchan, a relative of [Energy Minister and PDVSA President Rafael] Ramirez, who they claim has delayed negotiations for the collective contract 2007-2009, and protesting what they say are the daily violations of the existing collective contract and failure to pay workers entitlements. A further demonstration supported by more than 160 unions affiliated with Fedepetrol has also been called for the August 2nd, in front of the Presidential palace, Miraflores.”
—Venezuelanalysis.com, 23 July 2007

The leader of Fedepetrol Anzoátegui, José Bodas (a member of C-CURA), denounced the pro-management elements of the FUTPV bargaining committee for describing the workers who took action against PDVSA’s stalling as “counterrevolutionaries.”

In September 2007, striking oil workers were attacked by the police:

“Some 150 workers from the oil refinery of Puerto La Cruz, together with workers from the Jose Industrial Complex were marching to the offices of the Venezuelan Oil Corporation (CVP) in Urbaneja municipality to present a document to Ramirez, who was meeting with a negotiating commission of the United Oil Workers Federation of Venezuela (FUTPV), when they were intercepted by Immediate Response Group-Police Force of Anzoátegui.

“In the resulting clashes, which lasted three hours, 40 workers were arrested and three were injured, including Richard Querecuto, who was shot in the left shoulder. A bus carrying passengers was also attacked by police who launched a tear gas bomb inside causing panic and asphyxiation. With news of the police repression 4,000 workers from Petroanzoátegui, Petrocedeño, and the project San Cristóbal immediately stopped work.”
—Venezuelanalysis.com, 29 September 2007

While PDVSA and state officials sought to distance themselves from the gratuitous brutality of the police, the incident graphically illustrates how the “Bolivarian” state apparatus serves the bosses, as well as how the division between the interests of labor and capital is just as real in PDVSA as in the private sector.

The British Socialist Workers Party recently reported another example involving the public-sector union Fentrasep:

“The elected representatives of Fentrasep, the public employees’ trade union with some 1.5 million members, went to the Ministry of Labour in mid-August [2007] to renegotiate the collective contract for their members. The minister, Ramón Rivero, is a member of the Bolivarian Trade Union Federation and an ex-Trotskyist. He refused to meet with the delegation and locked them inside a room in the ministry. No food or drink was provided; the delegates’ families passed them through the windows. After six days they were driven out by hired thugs.”
Socialist Review, October 2007

Whatever label they affix to themselves, those who administer the capitalist state inevitably end up serving the interests of the bourgeoisie. Leon Trotsky made the following observation about the function of bureaucrats like the FSBT’s Rivero:

“The trade union leaders are, in an overwhelming majority of cases, political agents of the bourgeoisie and of its state. In nationalized industry they can become and already are becoming direct administrative agents. Against this there is no other course than the struggle for the independence of the workers’ movement in general, and in particular through the formation within the trade unions of firm revolutionary nuclei….”
—“Nationalized Industry and Workers’ Management,” 12 May 1939

PSUV: Chávez’s Bourgeois Populist Party

Following his overwhelming victory in the December 2006 presidential election, Chávez announced plans to enroll his mass plebeian base and the various political organizations supporting the Bolivarian project into the United Socialist Party of Venezuela (PSUV). Chávez’s Fifth Republic Movement (MVR) immediately signed on along with a variety of other groups, but the three largest pro-Chávez parties outside the MVR—For Social Democracy (Podemos), Fatherland for All (PPT) and the Venezuelan Communist Party (PCV)—all remained aloof.

Podemos, the Venezuelan affiliate of the Socialist International, which originated as a pro-Chávez split from the Movement Toward Socialism (MAS), voted “no” in the constitutional referendum. The PPT, a pro-Chávez split from La Causa Radical, voted “yes,” as did the PCV, from which the MAS and La Causa Radical originally split decades ago.

The PCV leadership, which ostensibly refuses to join the PSUV because it is not “Marxist-Leninist,” is careful not to be too independent. Several members of its Central Committee have joined the PSUV, and the PCV pledges to work closely with the new party. PCV Secretary General Oscar Figuera declared: “You will never see the Communist Party in the opposition. You will always see them accompanying the leader of the process: President Hugo Chávez Frías” (Venezuelanalysis.com, 19 March 2007). Chávez was initially angered by the refusal of the PCV and PPT to join the PSUV, but subsequently proposed a “Patriotic Alliance” of the three for the November 2008 mayoral and gubernatorial elections.

The PSUV is a mass party with a nominal membership of millions of poor and working people, as well as a majority of the legislators in the National Assembly, top state officials and pro-government capitalists. Chávez explicitly proposed it as a cross-class, populist formation open to:

“…all revolutionaries, socialists and patriots, men and women, the Venezuelan youth; I invite the workers, housewives, professionals and technicians, nationalist businessmen…to build a united political party….”
—cited in International Viewpoint, January 2007

Before the party had a chance to work out a formal program or a constitution, Chávez had already appointed Diosdado Cabello, the ultra-wealthy MVR governor of the state of Miranda, to head a “provisional discipline committee” (Venezuelanalysis.com, 1 December 2007).

C-CURA decided to join the PSUV project in January 2007 supposedly to guarantee its working-class character. But Chávez’s opposition to the existence of political tendencies within the PSUV and his declaration that the “unions should not be autonomous, one must put an end to that” (Venezuelanalysis.com, 2 May 2007) was too much for some in C-CURA to swallow. Chirino, who is associated with the International Workers’ Unity-Fourth International (UIT-CI—an international tendency led by former supporters of the Argentine revisionist Nahuel Moreno) had staked his reputation on safeguarding the “independence” of the labor movement, and so not only refused to join the PSUV but also urged his followers to spoil their ballots in the December 2007 referendum.

Stalin Pérez Borges and his supporters, who publish a journal entitled Marea Socialista y Clasista, joined the PSUV and voted “yes” in the referendum. According to Pérez Borges: “There is no contradiction between organising in the PSUV to support the revolution, and also having independent unions. Both are part of the same fight towards socialism in Venezuela” (Venezuelanalysis.com, 12 September 2007). Launching the Movement for the Construction of a Workers Party represented a left shift for Chirino, who claims to be strongly for working-class political independence but who voted for Chávez in 2006 and supported the creation of the FBT (Bolivarian Workers Front) within the CTV.

Alan Woods, perhaps the world’s foremost “Trotskyist” Chávista, denounced Chirino as one of the “sectarian clowns and half-wits” who dare criticize the Bolivarian caudillo:

“The role of Orlando Chirino and other so-called ‘Trotskyists’ who called on people to spoil the ballot papers was absolutely pernicious. These ladies and gentlemen are so blinded by their hatred of Chavez that they are no longer capable of understanding the difference between revolution and counter-revolution. This writes them off entirely as a progressive force, let alone a revolutionary one. But let the dead bury their dead.”
—Marxist.com, 3 December 2007

The IMT, which has some influence within the workers’ movement in Venezuela, eagerly enlisted as official “promoters” of the PSUV:

“The task of revolutionary Marxists is to throw themselves completely in this fight and participate alongside the masses in the creation of the PSUV. Any other policy would be utter sectarianism and would only contribute to isolating them from the real existing revolutionary movement. In this respect, the policy adopted by a section of C-CURA (the left wing current within the UNT) of refusing to join the PSUV and attempting to set up a so-called ‘Independent Workers’ Party’ is a criminal mistake which can only lead to the isolation of some advanced worker activists from the mass revolutionary movement.”
—Marxist.com, 5 September 2007

Many of the world’s ostensibly Marxist groups, impressed by Chávez’s popularity, have taken a similar view. For example, the British Workers Power group argues:

“…given the mass character of the PSUV, the fact that these masses are overwhelmingly workers, peasants and the urban and rural poor, and that socialist and revolutionary ideas are being debated in it, it would be sectarian for revolutionary communists to do anything other than join this party and participate vigorously in these debates.”
Workers Power, September 2007

Workers Power seems particularly excited by the Bolivarian leader’s talk of going international: “Even more important, Chavez has called for the PSUV to be part of the founding of a new International.” These chronic opportunists are already pledging to join “any international initiative Chavez may promote in the months ahead” (Ibid.).

Bolivarian Reformism: Everything Old Is New Again

Such displays of opportunist appetite from supposed revolutionaries are hardly unprecedented. In the 1950s, Michel Pablo, the arch-revisionist who played a key role in the political destruction of Trotsky’s Fourth International, was similarly enthusiastic about a hypothetical “Arab Revolution.” Pablo argued that revolutionaries should join the petty-bourgeois Algerian National Liberation Front (FLN) because it had a mass base: “[T]he revolutionary Marxist tendency and the essential forces of a mass Labor Party of tomorrow will emerge from the inevitable social and political differentiation within the present FLN” (“The Arab Revolution,” November 1958). Similar delusions about the revolutionary potential of mass petty-bourgeois nationalist movements are promoted by all of Chávez’s leftist admirers.

Trotsky criticized this impulse in addressing the arguments put forward by Joseph Stalin and Nikolai Bukharin in the 1920s to defend the disastrous policy of liquidating the cadres of the Chinese Communist Party into the bourgeois Guomindang:

“Every bourgeois party, if it is a real party, that is, if it embraces considerable masses, is built on the self-same principle. The exploiters, fakers, and despots compose the minority in class society….In every mass bourgeois party the lower ranks are therefore more democratic and further to the ‘Left’ than the tops….That is why the constant complaints voiced by Stalin, Bukharin, and others that the tops do not reflect the sentiments of the ‘Left’ Kuomintang rank and file, the ‘overwhelming majority,’ the ‘nine-tenths,’ etc., etc., are so naïve, so unpardonable.”
Third International After Lenin, 1928

The job of revolutionaries is to tell the truth—not to recycle popular illusions. And the truth is that multi-class formations led by left-talking petty-bourgeois bonapartists, like China’s Guomindang in the 1920s or Venezuela’s PSUV today, are dead-ends for the working class.

Young leftists may believe that the Bolivarian “revolution” is completely unprecedented. But Alan Woods is old enough to remember how, in 1956, Egypt’s Gamal Abdel Nasser electrified the neo-colonial world by nationalizing the Anglo-French Suez Canal Company; survived a coordinated military assault by British, French and Israeli forces and then took over hundreds of foreign businesses. Eventually, Nasser proclaimed that his government was taking a “socialist” path:

“On the ninth anniversary rally of [the] 23 July 1952 coup d’état, Nasser delivered a speech in which he declared a shift in his social policy. In the four days preceding the rally, 19-22 July 1961, a series of decrees and regulations were issued which greatly extended public control of the United Arab Republic’s (UAR) [the short-lived political union between Egypt and Syria which fell apart later that year] economy. Socially, they constituted the most significant step taken by Nasser since he assumed power. Nasser defined the basic principles of this new policy as follows:

“‘The revolution heralded the end of imperialism and the liberation of the regime from domination of capitalism and feudalism—for the purpose of establishing social justice and obliterating the contradictions between the classes, and for the sake of rescuing the oppressed from the hands of the oppressors. The revolution will turn labourers into unexploiting property owners and will benefit all classes.’”
—Rami Ginat, Egypt’s Incomplete Revolution

In Nasser’s vision of “the people” leading the construction of “Arab socialism,” workers and managers shared power on company boards of directors. His political party, the Arab Socialist Union, struck an “anti-imperialist” note with its advocacy of a “non-aligned” movement of neo-colonial states. It was all positively Bolivarian.

An even closer precedent for events in Venezuela was the regime of Lázaro Cárdenas, who won Mexico’s 1934 presidential election. Cárdenas’ government, the only one on Earth prepared to offer refuge to Leon Trotsky, sponsored a national literacy program and sought to expand access to medical care for the impoverished masses. Under Cárdenas, workers were permitted to seize idle factories, and thousands of agricultural and industrial cooperatives were founded. In June 1937, the Cárdenas administration expropriated the accumulated bond debt of the National Railways of Mexico, effectively nationalizing the enterprise. A year later, on May Day, he turned over control of the whole operation to the railway workers’ union.

On 18 March 1938, Cárdenas announced the nationalization of Mexico’s petroleum resources. Faced with furious resistance by British and American oil corporations, he turned to the petroleum workers:

“The workers stepped into the breach and ran the industry through local trade-union committees which functioned in the interregnum before the national petroleum administrative apparatus could be organized. They were subject to the orders of a governmental commission in Mexico City, consisting of four officials and three trade-union leaders. Overnight, the trade-union locals had become administrative organs.”
—Nathaniel and Sylvia Weyl, The Reconquest of Mexico

Leon Trotsky, who greeted the nationalization as “a highly progressive measure of national self-defense” against imperialist domination, noted that the “expropriation of oil is neither socialism nor communism”:

“The international proletariat has no reason to identify its program with the program of the Mexican government. Revolutionists have no need of changing color, adapting themselves, and rendering flattery….”
—“Mexico and British Imperialism,” 5 June 1938

Trotsky subsequently commented:

“It would of course be a disastrous error, an outright deception, to assert that the road to socialism passes, not through the proletarian revolution, but through nationalization by the bourgeois state of various branches of industry and their transfer into the hands of the workers’ organizations.”
—“Nationalized Industry and Workers’ Management,” 12 May 1939

Today various self-proclaimed Trotskyists heap praise on Hugo Chávez as a “socialist” despite the fact that the measures undertaken by his government fall far short of those implemented by Cárdenas.

Hugo Chávez, like Cárdenas and Nasser, is a left bourgeois populist. Yet many “revolutionary socialists” have been actively promoting the illusion that the measures introduced by Chávez are paving the way for overturning capitalism. A good example of this is an essay entitled, “Strategies of the Left in Latin America,” by Claudio Katz, an Argentine leftist, that appeared in the July-August 2007 issue of International Viewpoint, journal of the United Secretariat of the Fourth International (USec):

“Socialist maturity requires a prior process of learning which is not improvised in the expeditious path toward power. That preparation includes social achievements and democratic conquests that are obtained through reforms. This last term is not a bad word, nor is it situated in the antipodes of revolution. It is a useful instrument to gradually develop the revolutionary leap forward, building bridges which move the oppressed closer to the socialist goal.

“A combination of reform and revolution can enable the link between immediate conquests and radical ruptures with capitalism. The first type of achievement is indispensable for creating popular power and the second for defeating an enemy that will not renounce its privileges.

“To connect reform with revolution is the way to adapt the correlation of forces and popular action with the possibilities of anticapitalist transformation in each country. But it is necessary to replace the old counterposing of both roads with their confluence.”

The “old counterposing” of the revolutionary and reformist roads, which distinguished Leninism from Kautskyism, hinged on the question of whether the capitalist state could serve as a vehicle for socialism. Alan Woods of the IMT, who shares the USec’s objectivist methodology, thinks that Venezuela’s bourgeois state has been undergoing an incremental transformation:

“In relation to the question of the character of the state we can say that the Venezuelan state is still, in the main, a capitalist state apparatus. However, this state apparatus operates in conditions of revolution and is therefore riddled with all sorts of contradictions and has been weakened as a tool of the ruling class. And at this particular moment in time it is not under the direct control of the capitalist class, in the sense that the ruling class cannot, for now, use this capitalist state in order to impose its class rule. However, this does not mean that the state apparatus even now has ceased to be a source of sabotage and blocking of the revolutionary initiative of the masses; and if it remains untouched it will eventually become a tool for smashing the revolution. It is clear that there is certain understanding of this problem among the rank and file masses of the Bolivarian revolution and even among some layers in the leadership, but unfortunately there certainly is no clear idea of how to solve this problem.”
—Marxist.com, 5 September 2007

The IMT’s former co-thinkers in the Committee for a Workers’ International (CWI) seem inclined to agree, with references to “the Venezuelan state which, at this stage, cannot be described as a workers’ state” (The Socialist, 19 April 2007). This clearly implies that the CWI thinks that at some future point Bolivarian alchemy may succeed in turning the Venezuelan bourgeoisie’s repressive machine into its opposite. While such a view contradicts the core of the Marxist position on the state—i.e., that states are inextricably welded to the rule of a particular social class—this revisionist notion is consistent with previous claims by the CWI that similar metamorphoses occurred in Ethiopia, Somalia and various other places (see our pamphlet Marxism vs. ‘Militant’ Reformism).

The Australian Democratic Socialist Perspective (DSP), a former USec affiliate which no longer pretends to any sort of “Trotskyism,” claims that the “transformation” of Venezuela’s capitalist state into a “workers’ and farmers’ state” has already occurred:

“In the process of transformation from a capitalist state toward socialism, the social missions have played a key role in bypassing the normal functions of the old state machine….

“The establishment and consolidation of a workers’ and farmers’ government, at the head of an embryonic workers’ and farmers’ state, which occurred as a result of the popular victory over the April 2002 coup and the December 2002-January 2003 bosses’ oil boycott, led to the development of an alternative state machine, centred on the social missions, the other popular organisations and the revolutionary army.”
—quoted in Venezuelanalysis.com, 10 October 2007

Leon Trotsky’s Transitional Program became fashionable among Chávez’s legion of foreign admirers after the head Bolivarian urged Venezuelans to read it during the 22 April 2007 broadcast of Aló Presidente, his weekly television program. Suddenly the IMT, CWI, USec, DSP and others who had previously regarded the founding programmatic document of the Fourth International as obsolete and ultra-left began to praise Chávez for treating it as some sort of social-democratic blueprint for building socialism while holding hands with the bourgeoisie. According to the DSP:

“Written in 1938, the book is an argument for how a program of struggle for increasingly deep-going reforms that, without abolishing capitalism, make deep inroads into the capitalist system, can raise the level of consciousness and organisation of the working people and open the road to socialism.”

“The transitional approach seeks to find ways to draw masses of people into political activity and increasingly radicalise the broadest layers so they are willing and able to fight for even more radical measures. This explains why, at the same time as Chavez promotes policies increasingly attacking capitalist interests, he continues in his speeches to urge the capitalist class to join the revolutionary project.”
Green Left Weekly, 10 October 2007

Trotsky, who completely opposed such crude class collaborationism, could hardly have imagined that his Transitional Program would one day be used as left-cover by a bourgeois head of state. At bottom, the Bolivarian project is about modernizing and stabilizing Venezuelan capitalism. Trotsky’s program of “transitional” demands is a codification of the experience of the Bolsheviks in the period leading up to the October 1917 revolution, and that of the revolutionary Communist International under Lenin, in politically preparing the exploited and oppressed to struggle for state power.

The Transitional Program is aimed at mobilizing capitalism’s victims to smash the bourgeois state and the social order it defends—not to “transform” it. In explaining the demand for a “sliding scale of wages and hours,” Trotsky observed:

“It is easier to overthrow capitalism than to realize this demand under capitalism. Not one of our demands will be realized under capitalism. That is why we are calling them transitional demands. It creates a bridge to the mentality of the workers and then a material bridge to the socialist revolution. The whole question is how to mobilize the masses for struggle.”
—“The Political Backwardness of the American Workers,” 19 May 1938

Despite the claims of various “Marxists” and “Trotskyists” who have volunteered their services as publicists for the Bolivarian strongman, no “revolutionary process” is underway in Venezuela today. While there is a real danger of violent rightist reaction and the possibility of civil war, Venezuela is not currently in a pre-revolutionary situation, i.e., the normal mechanisms of bourgeois rule continue to operate. Nor is it in a revolutionary, or “dual power,” situation, which would be marked by the development of potential organs of proletarian rule and a general recognition by all strata of society that things simply cannot go on as before.

The USec’s resolution endorsing Chávez for president in 2006 claimed that the election would:

“…be the occasion to demonstrate that, in spite of the limits of the government’s action in favour of the workers and the poorest sectors in Venezuela, in spite of a state structure originating in bourgeois democracy, Hugo Chavez is a decisive support for the victory of the Venezuelan revolutionary process.”
International Viewpoint, October 2006

The phrase “revolutionary process” is commonly employed by revisionists seeking to blur the distinction between reforming the capitalist state and working for its revolutionary overthrow. USec scribe Stuart Piper optimistically projects that the “process” underway in Venezuela is “a nationalist, anti-neoliberal, anti-imperialist revolution, within which there is a socialist revolution struggling to get out.” According to Piper, “paradoxically, both aspects are crystallised in the personality of Chavez himself” (International Viewpoint, May 2007).

The CWI has taken a somewhat less upbeat view than the IMT or USec:

“The continuation of capitalism in Venezuela and the failure to resolve the pressing social problems, together with frustration and anger at growing bureaucracy and waste, now threatens to undermine the revolutionary process.”
The Socialist, 26 January 2006

The CWI has even expressed doubts about Chávez’s ability to provide revolutionary leadership:

“Chávez is right to see the importance of Trotsky and his theory of the permanent revolution. Yet it remains to be seen if he applies its lessons in practice. This is the key issue in Venezuela and in Latin America in general.”
The Socialist, 18 January 2007

While posing “the key issue” as the likelihood of the Bolivarian leader going Trotskyist, the CWI also sees a role for the masses: “it will be the working class in Venezuela who will ultimately decide this [the issue of socialist revolution]—not just president Chávez” (The Socialist, 18 May 2006).

The IMT has tended to paint Chávez as the embodiment of an objectively revolutionary dynamic who “understands” the inexorable necessity to initiate a struggle to smash the state machinery he has wielded for almost a decade:

“Chavez sees the need to ‘deepen’ the revolution. He understands that the revolution cannot stand still. It must move on. He can see that every time he tries to push the process further, the bureaucracy comes up with a thousand and one obstacles. He feels that he cannot make this state machine do what he wants. The only road is therefore to break this machine and build a new one based on the workers.”
—Marxist.com, 9 January 2007

In endorsing “comrade President Chavez” prior to the December 2006 presidential election, Alan Woods pompously lectured those who lacked faith in the Bolivarian Bonaparte:

“The strength of Hugo Chávez, and the secret of his success, is that he embodies the revolutionary aspirations of the masses and gives voice to their deep desire for a fundamental change in society. He has awakened millions of people to political life and for the first time has given them hope of a change, a sense of dignity and purpose.

“There are left sectarians, who for some strange reason imagine that they are Marxists, who do not understand this phenomenon.”
—Marxist.com, 29 November 2006

There is no question that Chávez has inspired millions of Venezuelans with dreams of the golden socialist future he promises. The job of revolutionaries, however, is not to reinforce these illusions but rather to alert the masses to the fatal dangers of Bolivarian-style class collaboration. Trotsky made this point in criticizing the “tail-endist” policy pursued by Stalin and Bukharin toward the radical-nationalist Guomindang in China in the 1920s:

“But, we are told by Stalin and Bukharin, the authors of the draft program, Chiang Kaishek’s northern expedition roused a powerful movement among the worker and peasant masses. This is incontestable. But did not the fact that Guchkov and Shulgin brought with them to Petrograd the abdication of Nicholas II play a revolutionary role? Did it not arouse the most downtrodden, exhausted, and timid strata of the populace? Did not the fact that Kerensky, who but yesterday was a Trudovik, became the President of the Ministers’ Council and the Commander-in-Chief, rouse the masses of soldiers? Did it not bring them to meetings? Did it not rouse the village to its feet against the landlord?

….Opportunist policies have always been based on this kind of non-dialectical, conservative, tail-endist ‘objectivism.’ Marxism on the contrary invariably taught that the revolutionary consequences of one or another act of the bourgeoisie, to which it is compelled by its position, will be fuller, more decisive, less doubtful, and firmer, the more independent the proletarian vanguard will be in relation to the bourgeoisie, the less it will be inclined to place its fingers between the jaws of the bourgeoisie, to see it in bright colors, to over-estimate its revolutionary spirit or its readiness for a ‘united front’ and for a struggle against imperialism.”
The Third International After Lenin

In Venezuela today, as in China in the 1920s, the fundamental task for revolutionaries is to struggle to establish the political independence of the working class from the bourgeoisie, i.e., to split the Bolivarian movement along class lines. The IMT, in rejecting such an approach, employs the same arguments that Stalin used to defend his liquidationist policy in China:

“Beyond Chavismo, beyond the Bolivarian movement, there exists no possibility of developing a revolutionary mass movement. Any attempt to do so will bring a separation of the main revolutionary layer from the majority of the masses.”
—Marxist.com, 18 October 2006

Like other leftist apologists for the Bolivarian project, the IMT has generally tended to blame “reactionaries in the state bureaucracy” for thwarting Chávez’s socialist intentions:

“There are honest Bolivarians in the government who are fighting to advance the cause of the workers and peasants and who support workers’ control and nationalization. But they are being constantly blocked by right-wing elements who sabotage the President’s decrees and undermine the Revolution.”
—Marxist.com, 19 December 2005

Recently, however, the IMT leadership has evidenced some impatience with the disparity between the leftist rhetoric of the “Bolivarian Revolution” and the pro-capitalist reality. Alan Woods, frustrated by Chávez’s attempt to placate his right-wing critics in the aftermath of the failed constitutional referendum, complained that he missed the chance to effect a peaceful transition to socialism after his electoral triumph in December 2006:

“It would have been quite possible for the President to introduce an Enabling Act in the National Assembly to nationalize the land, the banks and the key industries under workers’ control and management. This would have broken the power of the Venezuelan oligarchy. Moreover, this could have been done quite legally by the democratically elected parliament, since in a democracy the elected representatives of the people are supposed to be sovereign.”
—Marxist.com, 11 January

This confused tangle of wishful thinking and vintage Kautskyan reformism is premised on the notion that socialist revolution is a matter of correct parliamentary tactics and skillful maneuvers to gain positions of influence within the capitalists’ repressive apparatus. The IMT imagines that, if he wanted to, Chávez could use his presidential office to “legally” uproot capitalism while incrementally transforming the bourgeois state he presides over into a workers’ state.

Woods blames the Bolivarian shift to the right on “reformists” who filled the head of the glorious leader with bad advice:

“Following the advice of those who want to reach a deal with the counterrevolutionaries, Chávez granted amnesty to a number of opposition leaders connected to the April 2002 military coup and the shutdown of the oil industry which caused $10 billion dollars damage to the economy and nearly succeeded in wrecking the Revolution.”

“Chávez said he hoped the amnesty decree would ‘send a message to the country that we can live together despite our differences.’”

“‘Helped’ by his reformist advisers, the President has drawn some incorrect conclusions from the referendum. During ‘Aló Presidente’, on 6 January 2008 he said:

“‘I’m compelled to slow down the pace of the march. I’ve been imposing on it a speed that’s beyond the collective capabilities or possibilities….

“‘Improvements are needed in our alliance strategy. We can’t let ourselves be derailed by extremist tendencies. We are not extremists nor we can be [sic]. No! We have to pursue alliances with the middle classes, including the national bourgeoisie. We can’t support theses that have failed in the whole world, as the elimination of private property. That’s not our thesis.’”

—Marxist.com, 11 January

This should make it clear for those who can read that the “Bolivarian socialism” the IMT has been promoting for the past few years, like the “Arab socialism” and “African socialism” touted by the Militant tendency several decades earlier, does not involve the expropriation of the means of production—it is simply capitalism under a different name.

Workers’ Revolution: The Only Road to Socialism

One of the fundamental axioms of Marxism is the proposition that every state exists to defend the rule of a particular social class. This is why the road to socialism can only be opened by smashing the repressive machinery of the bourgeoisie and replacing it with institutions committed to defending collectivized, i.e., proletarian, property forms. A bourgeois state cannot be gradually turned into its opposite by replacing “bureaucratic” functionaries with “revolutionary” ones.

A revolutionary policy for Venezuela must begin from the Marxist understanding of the nature of state power and the necessity of irreconcilable opposition to all wings of the bourgeoisie. A Trotskyist organization would seek to build a base in workplaces from which to intervene in the unions and address members of the communal councils and other Chávista mass organizations. While taking an active role in combating the rightist opposition, it would advance the perspective of permanent revolution, which is based on the recognition that in semi-colonial countries like Venezuela the capitalists are too weak and dependent on foreign imperialism to be capable of fulfilling any of the tasks of the bourgeois revolution.

Only through the creation of a Venezuelan workers’ state can the oppression of workers, landless peasants, slum dwellers, indigenous peoples and other victims of capitalism be ended. A victorious socialist revolution in Venezuela would quickly spread beyond its borders and make the creation of a Socialist Federation of Latin America and the Caribbean an immediate possibility. It would also find a powerful echo within the proletarian masses of the northern imperial colossus and awaken them to the necessity to struggle to uproot the global system of imperialist exploitation, and to utilize the powerful productive forces developed under capitalism for the construction of a rationally planned, egalitarian socialist world free from exploitation and poverty.

 

 

Introducción a la serie Polémica Marxista

Introducción a la serie Polémica Marxista

Diciembre de 2008

En 1938, en la conferencia fundacional del estadounidense Partido de los Trabajadores Socialistas (SWP), después de haber ganado para el trotskismo revolucionario de manera exitosa una gran parte de miembros del reformista Partido Socialista (SP) – incluyendo a la mayoría de su juventud –, James P. Cannon explicó que:

“Toda la experiencia de la lucha de clases a escala mundial, y especialmente la experiencia de los últimos 20 años, enseñan una lección por sobre todas las otras; una lección resumida en una única posición: el problema más importante de la clase trabajadora es el problema del partido. El éxito o el fracaso en ese ámbito es la diferencia entre la victoria y la derrota en todos los casos. A la lucha por el partido, el esfuerzo incesante para construir una nueva organización política de vanguardia sobre las ruinas de la vieja concentra, en sí misma, los más vitales y progresivos elementos de la lucha de clases como un todo…”

“La reconstrucción del Movimiento Obrero Revolucionario en la forma de un partido político no es  un proceso simple. En medio de dificultades sin precedentes, complicaciones y contradicciones, el trabajo continúa, como en todos los movimientos sociales, en una línea zigzagueante. El nuevo movimiento toma forma a través de una serie de rachas y fusiones que se deben parecer a ‘las damas chinas’ para el observador superficial. Sin embargo, ¿cómo podría ser de otra forma? La aterradora desintegración de los movimientos antiguos, en un escenario de protesta mundial, desorientó y dispersó a los militantes revolucionarios en todas las direcciones. Ellos no pueden hallar su camino solos, ni llegar a las mismas conclusiones básicas del día para la noche.”
“Un Nuevo Partido es creado” (1938)

En el mismo discurso, Cannon, un dirigente histórico del trotskismo en los Estados Unidos, también comentó sobre los sectarios “anti-sectarios” de su tiempo. Como hoy, el pequeño movimiento trotskista era cuestionado por su énfasis en luchar por la claridad ideológica y programática dentro de la extrema izquierda del movimiento obrero. Contra esto, muchos afirmaban una falsa y aventurera “orientación para las masas”. A los “anti-sectarios”  que denunciaban a los trotskistas como “primariamente un círculo de teóricos aislados y detallistas”, Cannon los caracterizaba como centristas que maniobran todo el tiempo con inexistentes ‘movimientos de masas’ en el vacío…” Mientras los revolucionarios confían en una clase trabajadora políticamente conciente y aliada con todas las masas explotadas y oprimidas como la única capaz de destruir al capitalismo en una escala mundial, y no pueden buscar actuar como un sustituto de ella, Cannon explicó que “el camino para las masas es a través de la vanguardia y no por encima de su cabeza.” (La Historia del Trotskismo Americano).

Por el contrario, los verdaderos sectarios (y en general, también oportunistas) son aquellas tendencias que intentan engañar a su público al que se niegan siquiera a mencionar o reconocer la existencia de todos los otros grupos en sus publicaciones; o – por presión en sus filas y periferia – previenen para que no entren en contacto libre con militantes de otras corrientes o lean sus textos. Sin embargo, la victoria de las políticas correctas sobre las incorrectas sólo puede triunfar bajo circunstancias de debate libre y honesto entre todos. Las organizaciones que se abstienen – mediante la presión en sus filas y periferia –, de participar en estos debates están proclamando la falta de confianza en su política, así como en su base. De esta forma, estas organizaciones no merecen la confianza de éstos, ni de la clase trabajadora como un todo.

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La serie Polémica Marxista es producida por el Reagrupamiento Revolucionario y cada número será dedicado a un tema político específico. El público al cual dirigimos esta serie son los grupos y militantes subjetivamente revolucionarios alrededor del mundo que, “debido a la desintegración de los movimientos antiguos”, están en este momento “desorientados y divididos”.

También se espera que estos documentos tengan éxito en iluminar e introducir cuestiones centrales para aquellos que desde hace poco se interesan en la política revolucionaria. Una investigación seria de las organizaciones actualmente existentes es crucial para decidir que tipo de  grupo se debe ayudar a construir, o en cual de ellos permanecer. Como viene siendo frecuentemente demostrado por muchos, se pueden perder muchos años de vida si esto no es hecho.

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Al criticar las diferentes tendencias políticas, no nos limitaremos a las más grandes de hoy en día. Muchos grupos internacionales, aunque todavía pequeños son, no obstante, más jóvenes y  por ello menos burocratizados, y menos apegados a las tradiciones y ortodoxias revisionistas que los grupos de los cuales se escindieron. En la actualidad, tendencias socialistas menores a menudo poseen miembros más comprometidos y mejor formados en la teoría (y en algunas circunstancias – dependiendo de sus historias -, también en su liderazgo) que las organizaciones más grandes. De este modo, ellos irán probablemente a desempeñar un papel de alta importancia en las fases iniciales de construcción de un partido revolucionario.

En respuesta a quienes argumentaban que los trotskistas alemanes prestaban atención insuficiente al Partido Comunista, que poseía una cantidad maciza de miembros en relación a otros grupos, León Trotsky respondió:

Puede parecer extraño que dediquemos un trabajo relativamente tan extenso a una organización tan pequeña. Pero el nudo de la cuestión reside en el hecho de que el problema que involucran las relaciones con el SAP es mucho mayor que el SAP mismo. En última instancia, está en juego la política correcta hacia las tendencias centristas que ahora se presentan en el movimiento obrero con todos los colores del arco iris. ¡Hay que evitar que los conservadores aparatos centristas heredados del pasado controlen el desarrollo revolucionario de la vanguardia proletaria; ése es el objetivo!
¿Alquimia centrista o marxismo?

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Los pablistas y otros oportunistas objetivistas generalmente confían en el desarrollo orgánico del proceso histórico para resolver el problema del reagrupamiento revolucionario (y, de ese modo, la crisis del liderazgo revolucionario también). Para ellos, la simple existencia de un movimiento de masas popular, cualquiera sea su liderazgo y su política, expresa, por sí solo, la solución para ese problema. Todos aquellos que no se comportan como ovejas siguiendo a un pastor e intentan exponer a los falsos líderes son denunciados de ser ultra-izquierdistas y “sectarios sin solución”.

A pesar  que se quejan frecuentemente de las divisiones en las fuerzas revolucionarias, el problema que está en la raíz de la confusión y de la desorientación política no les interesa. Ellos esperan que los liderazgos no revolucionarios del movimiento de masas del momento sean obligados por la fuerza de los hechos a volverse una “espada sin filo” para el socialismo; cualesquiera que sean sus intenciones verdaderas y/o iniciales, mucho menos consideran cualquier posible confusión o desorientación política por parte de los otros. La historia de la derrotas de la clase obrera (que incluyen muchas situaciones potencialmente revolucionarias) que inevitablemente acontecieron bajo la conducción de esos líderes desleales, – de España a Chile, al bloque soviético -, es en general aceptada formalmente, mas sus lecciones son repetidamente ignoradas para la lucha en los tiempos que corren. Esto prepara el terreno para la repetición de esas derrotas.

Hoy esa actitud es bien expresada por las profundas ilusiones de muchos – que afirman ser marxistas – en la capacidad de Hugo Chávez de liderar a Venezuela en dirección a una revolución socialista. Tal posición no está en conflicto tan sólo con el entendimiento del marxismo sobre la necesidad de un programa y de un liderazgo revolucionario, sino también con el entendimiento sobre la imposibilidad de reformar el Estado capitalista y con la oposición a la colaboración de clases. Esta también presupone, de forma explícita o implícita, una estrategia similarmente reformista a nivel internacional.

Otras tendencias, o explícitamente no tienen interés en el reagrupamiento revolucionario, o inconcientemente sabotean todas las oportunidades posibles para tal. El reclutamiento numéricamente significativo de camaradas con experiencia y gran fuerza de voluntad presenta un potencial desafío para la habilidad de los líderes autoritarios de controlar a sus sectas. Dicha actitud sectaria no es un reflejo de algún tipo de sinceridad juvenil o de un rígido ultra-izquierdismo, sino de miedo burocrático. La existencia de sus organizaciones es transformada en un fin en sí mismo y para ellos mismos, en vez de un vehículo para construir una dirección revolucionaria de masas. Los liderazgos de tales grupos generalmente dejaron de creer hace mucho en las políticas y objetivos formales que ellos profesan, haciendo esencialmente el mismo papel que el “socialismo de los días de fiesta” de la Segunda Internacional, enmascarando la realidad de sus objetivos y posiciones verdaderos. Ellos prefieren que sus grupos permanezcan pequeños, volviéndolos más fáciles de controlar.

En contraste, la actitud de Trotsky no era ni objetivista ni sectaria.

La crisis de la dirección proletaria no se puede superar, desde luego, mediante una fórmula abstracta. Se trata de un proceso extremadamente prolongado. Pero no de un proceso puramente “histórico”, es decir, de las premisas objetivas de la actividad consciente, sino de una cadena ininterrumpida de medidas ideológicas, políticas y organizativas con el propósito de unir a los mejores elementos, los más conscientes, del proleta­riado mundial bajo una bandera inmaculada, elementos cuyo número y confianza en sí mismos deben fortale­cerse constantemente, cuya ligazón a sectores más am­plios del proletariado debe desarrollarse y profundi­zarse; en una palabra, devolverle al proletariado, bajo condiciones nuevas y sumamente difíciles y onerosas, su dirección histórica.
Luxemburgo y la Cuarta Internacional: Observaciones superficiales sobre un tema importante

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La resolución de 1961 de la Liga Laborista Socialista (SLL) británica, que estaba liderando el Comité Internacional en la época, argumentaba que:

“La Cuarta Internacional, como organización mundial fundada por León Trotsky en 1938, no existe más. Ella fue destruida por el pablismo.”
“La Perspectiva Mundial para el Socialismo” (invierno de 1961), página 127.

Mientras que el CI subsecuentemente cambió y, con deshonestidad apagó esa posición en el curso de su degeneración política, el documento de la SLL cumplió un importante papel en la formación de la Tendencia Revolucionaria dentro del Partido de los Trabajadores Socialistas (TR / SWP).

En un fragmento de un documento fundamental contra el giro del SWP hacia el pablismo, la TR afirmó:

“En los últimos quince años, el movimiento fundado por León Trotsky sufrió una profunda crisis teórica, política y organizativa. La manifestación superficial de esa crisis fue la desaparición de la Cuarta Internacional como una estructura significativa. El movimiento consecuentemente fue reducido a un gran número de pequeños grupos, formalmente afiliados a tres tendencias: el ‘Comité Internacional’, el ‘Secretariado Internacional’ de Pablo y el ‘Secretariado Internacional’ de Posadas. Políticos superficiales esperan superar la crisis mediante una fórmula organizativa, – la ‘unidad’ de todos los pequeños grupos que se quisieran unir en torno a un programa con denominador común. Esa propuesta oscurece y, en verdad, agrava las causas políticas y teóricas fundamentales de dicha crisis.”
“Hacia el Renacimiento de la Cuarta Internacional”(1963)

Si la “desintegración de los movimientos antiguos […] que desorientó y dividió a los militantes revolucionarios en todas las direcciones” tornó complejas las tareas de los trotskistas en 1938, la desintegración de la Cuarta Internacional en tres tendencias internacionales, en una situación de continuidad de la separación y confusión preexistentes, las volvió sustancialmente más difíciles y complejas en 1963. Hoy existen, no apenas tres organizaciones reivindicando el trotskismo, sino muchas. De esta manera, las conclusiones organizativas propuestas por la TR mantienen su validez aún hoy.

“La tarea del movimiento marxista revolucionario internacional hoy es establecer su propia existencia real. Hablar de la conquista de las masas como una guía general internacional es una exageración cualitativa. Por eso, las tareas de la mayoría de las secciones trotskistas  y grupos actuales parten de la necesidad de clarificación política en la lucha contra el revisionismo, en  el contexto de un nivel de trabajo de una naturaleza general preparatoria y propagandista.”

Para muchos militantes, la actividad más estricta impuesta por la situación, comprensiblemente, no parce atrayente. Entretanto, este crucial trabajo preparatorio es hoy una precondición para liderar luchas de masas de manera exitosa el día de mañana. Trotsky argumentó:

“Una tendencia revolucionaria no puede contar con victorias relámpago en un tiempo en el que el proletariado, como un todo, está sufriendo las mayores derrotas. No obstante, esto no es una justificación para quedarse de brazos cruzados. Precisamente en los períodos de reflujo revolucionario es que se forman y desarrollan los cuadros que más tarde serán llamados a liderar a las masas en una nueva embestida”
“Es necesario construir Partidos Comunistas y una Nueva Internacional” (1933)

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El Reagrupamiento Revolucionario está determinado a no doblegarse delante de la dificultad de la situación, ni a hacer de ella una virtud permanente como otros antes lo hicieron. Como previamente hemos declarado, nosotros seguimos:

“[…] convencidos de la necesidad y de la posibilidad de derrumbar la sociedad capitalista, pero esa posibilidad sólo puede alcanzarse a través del reagrupamiento de los subjetivamente revolucionarios por el mundo en una base programáticamente saneada por la reconstrucción de la Cuarta Internacional.”
“El camino hacia fuera de Rileyville” (Septiembre de 2008).

Introduction to the Marxist Polemic Series

Introduction to the

Marxist Polemic Series

December 2008

At the 1938 founding conference of the Socialist Workers Party, on the heels of successfully winning a large section of the reformist Socialist Party’s membership, and a majority of it’s youth, to revolutionary Trotskyism, James P. Cannon explained that

“ALL THE EXPERIENCE of the class struggle on a world scale, and especially the experience of the past twenty years, teaches one lesson above all others, a lesson summed up in a single proposition: The most important problem of the working class is the problem of the party. Success or failure in this domain spells the difference between victory or defeat every time. The struggle for the party, the unceasing effort to construct the new political organization of the vanguard on the ruins of the old one, concentrates within itself the most vital and progressive elements of the class struggle as a whole….

“The reconstruction of the revolutionary labor movement in the form of a political party is not a simple process. In the midst of unprecedented difficulties, complications and contradictions the work goes ahead, like all social movements, in zig-zag fashion. The new movement takes shape through a series of splits and fusions which must appear like a Chinese puzzle to the superficial observer. But how could it be otherwise? The frightful disintegration of the old movements, on a background of world-wide social upheaval, disoriented and scattered the revolutionary militants in all directions. They could not find their way together, and draw the same basic conclusions, in a day.

“The New Party is Founded” (1938)

http://www.marxists.org/archive/cannon/works/1938/swp.htm

In the same speech Cannon, a historical leader of US Trotskyism, also commented on the “anti-sectarian” sectarians of his day. As today, the small Trotskyist movement was mocked for it’s focus on the struggle for ideological and programmatic clarity within the far left of the labor movement. Counterposed to this was a fake Potemkin Village “orientation to the masses.” The “anti-sectarians” who denounced Trotskyists as “primarily a circle of isolated theorists and hairsplitters” Cannon characterized as “centrists who manoeuvre all the time with non-existent ‘mass movements’ in a vacuum…” While revolutionaries rely on a politically conscious working class allied with all the exploited and oppressed masses, as the only force capable of capitalism’s overthrow on a world scale, and cannot seek to act as a substitute, Cannon explained that “The road to the masses lies through the vanguard and not over its head.”  (The History of American Trotskyism)

On the contrary, the real sectarians (and generally, opportunists as well) are those tendencies which try to fool their audience by stringently refusing to ever mention or recognize the existence of all others groups in their publications, or by putting bureaucratic pressure on their ranks and periphery to prevent them from freely engaging with militants in other organizations and investigating their literature. But the victory of correct politics versus incorrect ones can only triumph under circumstances of open and honest debate by everyone. Those organizations which abstain from, or try to pressure their ranks and periphery against participating in, such exchanges are proclaiming their lack of confidence in their politics and well as their ranks and peripheries. In turn those organizations deserve no confidence, by either their ranks and peripheries, or the working class as a whole.

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The Marxist Polemics series is produced by Revolutionary Regroupment and each number will be devoted to a specific political theme. Our target audience for this series are the subjectively revolutionary groups and militants around the world that “due to the disintegration of the old movements” are at the present “disoriented and scattered” in “all directions.”

It is also hoped that these documents succeed in helping to illuminate and introduce key questions for those who are newly interested in revolutionary politics. A serious investigation of the currently existing organizations is crucial in deciding which group to help build, or for that matter remain in.  As has been frequently stated by many, one can waste many years of ones life without doing so.

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The different political tendencies that will be critiqued will not be limited to or always focused on the largest currently in existence.  Many smaller groups internationally are younger and therefore less bureaucratized and stuck to the revisionist traditions and orthodoxies of the older groups they split from. Smaller socialist tendencies today frequently have a more committed and theoretically developed rank and file (and in circumstances, depending on their histories, leadership as well) than larger organizations. They will therefore likely play a highly important role in the initial stages of building a revolutionary party.

In response to those who argued that the German Trotskyists paid insufficient attention to the Communist Party with a mass membership relative to a smaller group, Leon Trotsky responded

“It might perhaps appear strange that we should devote comparatively so large a labor to such a small organization. But the gist of the matter lies in the fact that the question revolving around the SAP is much greater than the SAP itself. Involved here, in the last analysis, is the question of correct policy towards the centrist tendencies that now play with all the colors of the rainbow within the field of the working-class movement. The conservative centrist apparatuses inherited from the past must be prevented from checking the revolutionary development of the proletarian vanguard; that is the task!”

“Centrist Alchemy or Marxism” (1935)

http://www.marxists.org/archive/trotsky/1935/04/centrism.htm

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Pabloites and other objectivist opportunists usually rely on the organic development of the historical process to solve the problem of revolutionary regroupment (and for that matter the crisis of revolutionary leadership itself). For them any existence of a popular mass movement, whatever it’s leadership and politics may be, in itself expresses the solution to that problem. All those who do not participate in their uncritical tailing and cheerleading but seek to expose the misleaders are denounced for being ultra-left and “hopeless sectarians”.

While frequently bemoaning the scattering of ostensibly revolutionary forces, the underlying problem of political confusion and disorientation does not interest them. They expect the non-revolutionary leaderships of  the mass movement of the moment to be forced by the pressure of  events to develop into a “blunted instrument” for socialism, whatever their initial and/or real intentions, much less any political confusion or disorientation on the part of others. The history of working class defeats (which include many potentially revolutionary situations) that inevitably ensued under these misleaderships, from Spain to Chile to the Soviet Bloc are usually formally acknowledged, but their lessons are repeatedly ignored for the struggles of the day. This lays the groundwork for those defeats repetition..

Today that attitude is best expressed by the deep illusions of many claiming to be Marxists, in the capacity of Hugo Chavez to lead Venezuela in a socialist direction. Such a position is not only in conflict with Marxism’s understanding of the need for revolutionary leadership and program, but also it’s understanding on the impossibility of reforming the capitalist state, and opposition to class collaboration. It also presupposes, explicitly or implicitly, a similar reformist strategy internationally.

Other tendencies either explicitly have no interest in revolutionary regroupment or unconsciously sabotage all such opportunities. The numerically significant recruitment of experienced comrades with strong wills poses a potential challenge to the authoritarian leaders ability to control of their sects. Their sectarian attitude is not a reflection of any kind of sincere youthful or rigid ultra-leftism but bureaucratic fear. The existence of their organization becomes transformed into an end in itself and for themselves rather than a vehicle for building a revolutionary leadership of the masses. The leaderships of such groups have usually long ceased believing in the formal politics and aims they profess, them playing essentially the same role as the “Sunday Socialism” of the Second International, masking the reality of their true role and positions. They prefer their groups stay small, making them easier to control.

In contrast Trotsky’s attitude was neither objectivist nor sectarian

“The crisis of the proletarian leadership cannot, of course, be overcome by means of an abstract formula. It is a question of an extremely humdrum process. But not of a purely “historical” process, that is, of the objective premises of conscious activity, but of an uninterrupted chain of ideological, political and organizational measures for the purpose of fusing together the best, most conscious elements of the world proletariat beneath a spotless banner, elements whose number and self-confidence must be constantly strengthened, whose connections with wider sections of the proletariat must be developed and deepened – in a word: to restore to the proletariat, under new and highly difficult and onerous conditions, his historical leadership.

“Rosa Luxemburg and the Fourth International” (1935)

http://www.marxists.org/archive/trotsky/1935/06/lux.htm

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The 1961 international resolution of the British Socialist Labour League, which was leading the International Committee at the time, argued that

“The Fourth International as a world organization founded by Trotsky in 1938 no longer exists. It has been destroyed by Pabloism.”

“The World Prospect for Socialism”, Labour Review (Winter 1961), page 127

While the IC subsequently changed and dishonestly whitewashed this position in the course of it’s political degeneration,  the SLL’s document played an important role in the formation of the Revolutionary Tendency inside the Socialist Workers Party.

In a key factional document against the SWP’s turn to Pabloism, the RT stated

“For the past fifteen years the movement founded by Leon Trotsky has been rent by a profound theoretical, political, and organizational crisis. The surface manifestation of this crisis has been the disappearance of the Fourth International as a meaningful structure. The movement has consequently been reduced to a large number of grouplets, nominally arrayed into three tendencies: the “International Committee,” “International Secretariat (Pablo),” and “International Secretariat (Posadas). Superficial politicians hope to conjure the crisis away through an organizational formula—”unity” of all those grouplets willing to unite around a common-denominator program. This proposal obscures, and indeed aggravates, the fundamental political and theoretical causes of the crisis.

“Toward Rebirth of the Fourth International” (1963)

If the “the disintegration of the old movements… disoriented and scattered the revolutionary militants in all directions”  made the tasks of Trotskyists difficult and complex in 1938, the disintegration of the Fourth International into 3 international tendencies, in a situation of the continuation of the pre-existing scattering and confusion, made it substantially more difficult and complex in 1963. Today there exists not only 3 international organizations claiming to be Trotskyist but many. Therefore the organizational conclusions drawn by the RT retain their validity today,

“The task of the international revolutionary-Marxist movement today is to re-establish its own real existence. To speak of the “conquest of the masses” as a general guideline internationally is a qualitative overstatement. The tasks before most Trotskyist sections and groups today flow from the need for political clarification in the struggle against revisionism, in the context of a level of work of a generally propagandistic and preparatory nature.”

To many activists the more narrow activity imposed by the situation does not, understandably, seem attractive. Nonetheless this crucial preparatory work today is a precondition for successfully leading mass struggles tomorrow.  In such periods, Trotsky argued

“A revolutionary tendency cannot score stormy victories at a time when the proletariat as a whole is suffering the greatest defeats.‭ ‬But this is no justification for letting one’s hands hang.‭ ‬Precisely in the periods of revolutionary ebb tide are cadres formed and tempered which will later be called upon to lead the masses in the new assault.”

“It is Necessary to Build Communist Parties and an International Anew” (1933)

http://www.marxists.org/archive/trotsky/germany/1933/330715.htm

…………………….

Revolutionary Regroupment is determined to neither bow down before the difficulty of the situation, nor make a permanent virtue of it as others before have. As previously stated, we

“remain convinced of the necessity and possibility of overthrowing capitalist society, but that possibility can only be achieved through regrouping the subjective revolutionaries around the world on a sound programmatic basis to rebuild the Fourth International.”

“Resignation from the International Bolshevik Tendency”

[APPENDIX 2 TO LETTER OF RESIGNATION FROM THE INTERNATIONAL BOLSHEVIK TENDENCY]

[Appendix 2 to Letter of Resignation from the International Bolshevik Tendency by Samuel Trachtenberg]

Exchange between the International Communist League and the International Bolshevik Tendency

Excerpted from http://www.bolshevik.org/TB/TB5html.html

A report from the Permanent Revolution Group (published as part of the Riker/Smith document collection reprinted in Hate Trotskyism, Hate the Spartacist League No. 8) gives evidence that Logan is up to his old tricks. This report positively describes a “communist criticism” session, in which “all comrades were expected to comment openly and frankly on the good and bad characteristics of other comrades..” At the end of this torment—which lasted three days—the organizer, who had a young baby, resigned for not showing enough “vigour and consistency.” Such “methods” were used for years to break critics and mold mindless hacks in Stalinist organizations, and they were also adopted by the moralists of the New Left. But they are antithetical to the training of critical Leninist cadres. And look who’s calling us a “cult”!

 

No. 58

The PRG “commcrit” exercise in early 1993 was perfectly innocuous. The organization was overdue for adjustments to the division of labour, and one result of the exercise was the election of a new organizer. Having spent a number of years in this demanding post, the PRG organizer was interested in changing his role in the organization. There was no question of any loss of political authority.

Beyond such normal organizational adjustments, it was also necessary to address the fact that the political functioning of some comrades had begun to slip. There were various other symptoms of political demoralization and expressions of dissatisfaction which also had to be dealt with. These ranged from criticisms of the operation of the group as a whole and the performance of various members (particularly leading comrades) to calling into question the fundamental programmatic basis of the Marxist movement.

Initially the PRG executive had intended to raise its concerns with the functioning of various comrades as personnel points in the regular Wellington branch meeting. But it was subsequently proposed that the essential points could be made equally well if, instead of simply focusing on the shortcomings of a few, the discussion were broadened to include the functioning and political development of the group as a whole, from the leadership down to the most recent recruit.

The exercise, which was always projected as a “one-off” event, took place over three branch meetings. While some comrades (including some leading comrades) found it a bit uncomfortable at points, everyone, including the (now ex-) comrades who had been the initial source of concern, felt that it was a positive experience and had helped to clear the air.

Commenting on the SL’s allegations that these meetings were about “breaking critics” and “molding mindless hacks,” comrade Marcus Hayes remarked:

“I can’t see any objection in principle, and the only question to me then is: was the actual event in practice abusive and unhealthy? It’s entirely a contingent question….

“Concerns based on what the exercise might have been like in other circumstances, or what these things can sometimes turn into, etc., etc., in fact assume circumstances different from what we actually had, that is, something less than a healthy regime.”

By projecting their own internal life onto us, the SL scribes conjure up a truly nightmarish scenario. Their conviction that it must necessarily have been an abusive psychological torture session is presumably grounded in their own experience. In a similar fashion many ex-Communists concluded that Lenin’s democratic centralism led inexorably to Stalin’s gulag.

But in politics the truth is always concrete.

[Back to Letter of Resignation]

[APPENDIX 4 TO LETTER OF RESIGNATION FROM THE INTERNATIONAL BOLSHEVIK TENDENCY]

[Appendix 4 to Letter of Resignation from the International Bolshevik Tendency by Samuel Trachtenberg]

Letter (circa 1998) by the IBT’s Jason Wright documenting his leaving the Revolutionary Workers League

The following letter (circa 1998) by the IBT’s Jason Wright (seehttp://www.bolshevik.org/1917/no28/no28NewOrleans.html) documenting his leaving the Revolutionary Workers League is appendix #3 to Resignation from the International Bolshevik Tendency by Samuel Trachtenberg. In it Wright documents the RWL’s leadership’s history of attempting to neutralize internal critics (including eventually himself) by seeking to convince their followers that criticisms of themselves must reflect mental illness. a tactic now also used by the leadership of the International Bolshevik Tendency. In the letter Wright documents his own previous history of acting as a “handraiser” and unscrupulous hatchetman against the RWL bureaucrats opponents (a role he has now chosen to reprise inside the IBT), before receiving a bit of karmic justice in eventually getting the same treatment himself from his masters. In the experience of all social movements, it almost seems that some people are destined to be perpetual hacks. The IBT previously itself quite accurately described a similar regime loyalist hack inside the Spartacist League, a universal type most activists will recognize having encountered at one time or another.

” [Al] Nelson’s detractors may grumble that he’s rather dull, very insecure, has a tendency to be a bully and is sometimes a bit unstable. But they ignore his other qualities: he has a certain base cunning, and, more importantly, he is thoroughly, deeply, unremittingly loyal to Robertson. Robertson is well aware of Nelson’s limitations and has occasionally had to jerk his chain—-but one needs to do that with pit bulls.

“Workers Vanguard De-Collectivized”, 1917 #18, 1996

………………….

Edward,

Thanks for your note. I found your message very disturbing but not particularly surprising. In fact the RWL in Detroit has had a long history of attempting to have its disaffected members or individuals attempting to organize oppositions, committed into mental institutions. I speak from experience, having been committed in the Capitol District Psychiatric Center at Shanta’s instructions about 48 hours before I quit the RWL in an attempt to prevent me from attending a Central Committee meeting (which I was entitled to attend as an observer) in Detroit. I was very fortunate in that my Mother, with whom I had been on bad terms since joing the RWL, came to my rescue and threatened to sue CDPC if they did not release me. The first document we published when founding the MEG was Don’s resignation statemment. He devotes several paragraphs of this to what can only be called the RWL’s “tactical policy” of attempting to institutionalise any leading cadre who threaten to oppose the RWL PC and show the least sign of depression. I had been reluctant to mail you the MEG back materials right away because I think they contain a few imperfect formulations that I would not stand behind today. In reading them today, I as their primary author, would desperatly want someone to view them in the context of Don and my movement at that time, ie. a course we charted away from the RWL and toward an orthodox anti-revisionist Trotskyism. This or that formulation I would have today developed differently, though on the whole I think what little original MEG literature there was represents a vast improvement over that of the RWL. If you would like to see it I would be happy to mail you copies so that you can see that this is not a fundamentally new development.

It is so old in fact that I remember the SL in the early 80’s ran an expose on a comrade the RWL had attempted to institutionalise when she quit the organization. That the SL, well on the “Road to Jimstown” still felt comfortable denouncing the cultism of the RWL shows how unhealthy the RWL’s internal life was even at that time. Heather herself had a similar experience to this before. The incident was perhaps one of the most critical ones in my decision to leave the RWL. In Decemeber of 1993 she began a secret relationship with Luke behind the back of her then boyfriend,Sheldon, a young black worker from Detroit. When Sheldon discovered Heather’s “infidelity” in January of 1994 he attempted to kill himself. I was in Detroit at the time for some sort of winter school or conference (I don’t recall exactly right now.) While most of the time when visiting Detroit I was put up at either Luke’s apartment or George and Eileen’s house, on this occassion there were so many comrades in town that I stayed in Heather and Sheldon’s apartment. Sheldon was supposed to walk me to Wayne State University where the RWL was meeting the next day. When we woke up however Sheldon told me he wasn’t feeling well and gave me directions to the campus instead. I and the other comrades who had crashed in that apartment proceeded to the RWL or NWROC event. During the lunch break Shanta approached me, concerned by the fact Sheldon had not some with us. Evidently she was aware of the recent turbulance in Heather and Sheldon’s relationship and had an inkling of what had happened. After we left the apartment I am told Sheldon swallowed a bottle of aspirin and a bottle of draino.

The PC, which included Luke, met in special session that evening. At night a special meeting of all RWL candidate members and members currently in Detroit and Ann Arbor was convened. Leland presented a motion, endorsed by the PC, to censure Heather, Luke and Jodi, who at that time was Heather’s best friend and a former lover of Luke’s. The accusation against Jodi stemmed from the allegation that she had, with deliberate malice and forthought, made possible the relationship between Heather and Luke, knowing that the results would be disasterous and that they would reflect badly on Luke as a member of the PC. Everyone, including I am ashamed to say myself, voted for the PC’s resolution.

Luke made a speech that reaked of Maoist self-criticism, stating that the struggle for revolutionary consciousness under capitalism was a constant battle to assert true, revolutionary consciousness over the false consciousness imposed by capitalism. A struggle between our best aspects and our worst. Luke felt that in succumbing to his attraction for Heather he had capitulated to his worst side which prided personal pleasure and sexual satisfaction over the welfare of the organization. He made a statement that as the person who had been most responsible for developing Sheldon as a contact of the organization, he knew better then anyone the profound mistrust Sheldon had of all white people and the lingering influence of Black Nationalism on his consciousness. Luke stated that his actions had been absolutely inexcusable. Heather and Jody then made similar self criticisms about themselves.

While the general pattern in the RWL was one of ushering comrades into mental wards,they did everything in their power to see to it that Sheldon’s hospital stay was as short as possible. The stated reason was that the RWL wished to minimize the risk of a scandal in either the bourgoise press or the workers movement. Specifically Leland, in a private conversation that same weekend, told me he was terrified of Workers Vanguard getting a hold of the information and printing it. While the SL went through its own string of suicidal comrades in the 80’s Leland believed they would not hesitate to make ammo of this. For both Leland and Shanta, the recruitment of Sheldon, a black worker, represented exactly what the organization “needed” and they were scared shitless that they would gain a reputation of being a cult that drove such individuals to suicide.

To this end the RWL organized “private care” for Sheldon. At first this took the form of Heather being ordered to break off all relations with Luke and make herself available to administer to all Sheldon’s needs. I suspect it may also have involved the pilfering of some form of psychotropic or anti-depressent drugs from the hospital in which Shanta and others worked and the RWL administering them to Sheldon on their own authority. I had not heard the rumor about the drugs before leaving Detroit, but the policy of chaining Heather to Sheldon’s bedside had already been decided upon by the time I had that private meeting with Leland.

I had had an argument nearly a year earlier over the attempt by the leadership to dictate comrade’s private lives. In that instance it had involved the RWL denouncing a lesbian couple, Liv and Andi, who had founded the RWL operation in Albany, when they refused to take complete financial responsibility for supporting their housemate (also now an RWL member) Tanya. Tanya had been unemployed for some time and Andi and Liv had carried most of the bills. When Tanya found a job they asked her to pay some of the money back. A short time before Liv had dropped out of active membership and Shanta had begun “suggesting” that Andi break off their relationship. In fact Andi did break off her relationship with Liv around that time. Andi was then told that they did not have the right to expect any financial renumeration from Tanya, she was told they should both kick Liv out of the apartment and expect her to swallow most of the expenses. When Andi sided with Liv in this financial argument pressure was put on her which, among several other factors, led to her leaving the organization.

Shortly after Andi quit I was in Detroit as an invited guest observer at a Central Committee meeting, the same one in which Kieth H., who was shortly to defect to the SL, objected to Leland’s position on the Russian question. After the meeting I approached Shanta and expressed the opinion that Andi had been unjustly pushed out of the organization. Foolishly, I belived at that time that I was within my rights to raise such a criticism (in private no less). The experience disavowed me of the notion. Shanta began shrieking that I was a racist (Tanya is black while Andi and Liv are white) in the middle of the room attracting the attention of numerous other comrades in the room. the experience was thoroughly humiliating and damaging and taught me to keep my mouth shut when it came to directives emerging from the PC.

The experience had a somewhat scarring effect on me in that it showed a number of comrades, already possesing a certain appetite for Stalinist style beuracratism, that I was fair game for criticism in the leaderships eyes. As such my political life was for several months very difficult in Albany. Sarah W. and Yvette F. were continually denouncing me for one thing or another and I was held at candidte membership for an extended period of time.

This changed only because of an anti-Operation Rescue campaign organized by the Albany local in Philladelphia. Luke was sent out from Detroit to head the operation. Yvette was the tactical leader while I ended up by being left behind in our Motel room because some prior arrests whose trials were pending made the lawyers feel it was unadvisable for me to risk a further arrest. As such I headed the mobile office, which involved preparing studies for contacts we had brought with us, taking clippings from local papers and ultimately writing propaganda in the form of an NWROC newsletter called “The Organizer.” Because the org devoted so few resources to Phillie, and there were so many abortion clinics and we never knew which one would be hit, I proposed we institute “flying pickets” just as the American trotskyists had done with the Teamster strikes in the 1930’s. A comrade was assigned to watch each clinic and report back to me at the office and I acted as a dispatcher. Because everyone was calling in to report as soon as we knew where a hit was happening I would tell the other comrades calling in to go to the clinic under seige.

Philadelphia marked a shift of wind for me that made me think that I could continue in the RWL. Leland and Luke, impressed by my writing, study preperations and tactical suggestion “advised” the Albany local to elect me to the executive committee and make me a full member. It also strengthened an alliance between Leland and myself that persisted throughout most of the time I remained in the RWL.

I think this digression is significant in order to point out why I was a hand raiser during the self crit session, but why I thought in private I might be able to reason with Leland. Before leaving Detroit in January of 1994 I suggested, in my private conversation with Leland, that it was psychological torture to “chain” Heather B. to Sheldon’s bedside. That the org had no right to order her to play nurse maid to man who she had a relationship with that had obviously been heading toward a break up. Leland said that of course I was “theoretically” right, but that certain exceptional circumstances justified an exceptional course of action. that the health of the RWL had to be placed above the personal welfare of individual members. I was relieved that he did not denounce me as a racist, but he did tell me that if I objected to the PC’s handling of the case the moment I should have raised the criticisms at the special session called immediately after the event and that the matter must now be formally considered closed. Of course in a sense this itself was a warning to me, I knew, and Leland knew I knew, that had I raised criticisms at that public meeting I would have been driven to capitualate or quit the org then and there. In fact, no doubt Luke would have denounced me at that moment for defending him.

Later handling of the Sheldon case proceeded from bad to worse. I was told by Luke that there was a second failed suicide attempt and I later learned from Don that after I left the organization there was a period in which Sheldon’s “private treatment” ammounted to the RWL keeping him under a form of “house arrest” with comrades standing guard 24 hours a day. The PC did reverse itself shortly thereafter on the need for Heather to remain as Sheldon’s compainion. Instead it decided to move her as far from Detroit as possible, reassigning her to the BA Local. Outside his self-criticism, Luke’s part in the affair was quickly forgotten and never-again (to the best of my knowledge) held against him. You would be in a better position then me to know what ever became of Sheldon. I did hear a report from a former European supporter of the ITC that he attended (as a guest observer) a National Conference in Detroit, where a working class black man stood up and decalred that he was “all better now” and “would try to never cause the RWL such problems again.” I am assuming this was Sheldon though I have no way of verifying it.

It was just a few months later that I quit the RWL. The events that led to my quit began with the submission of a minority tendency document called “For a Democratic Centralist RWL” to an RWL CC meeting I attended on November 21, 1993. This document, co-authored by Lisa W. and Marty S. (who now run the Marxist Workers Group an ostensibly Trotskyist Organization that exists almost exclusivly in their rich imaginations and the ethers of the internet). In the end I was not in agreement with this document. But I was appalled when the leadership attempted to prevent them from distrubuting it and tried to recollect the copies they had handed out to mebers. I was one of several comrades who hid the copies I had been given and lied saying I had not recieved it. Eventually several of us met secretly to discuss the document, we thought it’s over all political orientation was flawed but that certain fundementals (drift toward sectoralism and New Left style multi-vanguardism, lack of a pledge schedule, inadequate attempts to politically educate comrades, the disorganization of our office) were supportable. We agreed not to join the Lisa/Marty faction, but that I would meet privately with Leland on our behalf to outline what parts of this paper we believed to be accurate.

My meeting with Leland was a disaster. In retrospect I think it was when the leadership made up its mind to break me or drive me out trying. Leland fumed that I knew nothing about Marxism, that I was a petite-bourgoise dilletante and that Lisa and Marty’s criticism’s were correct only in the manner that a broken clock is right at least twice a day. I foolishly alluded to having several comrades (including one in the BA) behind me, but nevertheless did not name several comrades who were fence-sitters in order to protect them. Leland worked very hard to convert us to the leadership side and met with each of us for hours to convince us we had to back the leadership and give things time, that a mojor split would be disasterous and that the course could be changed and our grievences redressed if we backed Leland. I think we reluctantly bought into this. The comrade from the BA and I both returned to our locals as “experts” on the Lisa-Marty tendency and gave classes on why the document was wrong and why no-one should support them. It was a bold move on Leland’s part of course to attempt to convert people who peripherally supported the dissidents into their main denouncers. Lisa and Marty through their sectarian intrigues which were wretched even then,made this slightly easier to do. We didn’t really want to line up behind them. And we had tremendous faith in Leland’s revolutionary integrity.

Nontheless I can’t helping feeling in retrospect that I did absolutely the wrong thing at that moment. I had one foot on the road to becomeing a part of beuracratic time-serving apparatus, inenouncing Lisa and Marty without expressing my own reservations I was standing somewhere apart from the best traditions of Trotskyism. My personal low point is perhaps epitmoized by the fact that I was of the few who knew that the allegations contained in Marty and Lisa’s January 27, 1994 letter accusing “A member of the [ RWL of being] caught stealing private correspondence from the mailbox of one of our members, and sending it to the RWL Political Committee (PC)” (An Open Letter to the RWL/U.S. from the Communist Internationalist Organizing Committee) was true, it happened in the BA on the intsructions of the PC. I think I had a number of doubts at that time, reservations which centred on the fact that “Democratic Centralism” as practised by the RWL had more in common with the politics of Zinoviev or German Social Democracy than those of Trotsky and Lenin. I loved reading history, and in all the histories of the Bolsheviks I had read I could see nothing comparable in their best period to the politics of the RWL. In fact in both programme and internal life I began to recognize more then a smattering of third period stalinism about the RWL.

I never believed the problem stemmed from democratic centralism itself, but rather the RWL’s perversion of democratic centralism. I could see that the degree of rigid centralism dictated by the RWL’s PC was more then would likely be necessary even in a revolutionary, military situation (a situation we were as far from then as today) and tha it strangled any sort of healthy political functioning. This was the reason I decided not to attempt to initiate a faction fight, despite the fact I felt we should formally retract our wrong Solidarnost position, reopen discussion on the current nature of the Soviet Union, critically examine our attitude toward the rest of the left and adopt some of the policies Marty and Lisa had in passing suggested. Odd as it may sound, I simultaneously felt I could pressure Leland to chart a better course, and that there was too little democratic functioning to launch any sort of fight.

Two years of continual lumpenization in the RWL had meanwhile taken a toll on my mental health. While formally enrolled in college I neither attended classes nor worked. The RWL did not have many paid staffers, nonetheless I was subsidised (in an extremely minimal manner) by the organization in order so that I could work for the org. full time. I was constantly broke, without money for books or an adequate diet, couch surfing at various comrades apartments. I was devoting my every waking moment to an organization in which I sensed, with growing alarm, that something was fundementally wrong. I was heading for a break down.

This was exacerbated by a relationship I was in with a young female contact. Because this was against org. rules they argued for Stacey to be moved to Detroit, saying her political development would be greatly accelerated if she were not constantly forced to function in my shadow. I privately endorsed this just as Luke, Heather and Jody had publicly endorsed the RWL’s verdicts on their private lives. This only served to heighten the conflict that raged within me. I fell into a deep depression.

Luke was sent out to Albany to work with me on a special project we were then involved in. I welcomed this because I thought it was Leland’s delivery of his promise to reform the RWL’s internal structure. Luke was also very depressed at this time. After endless hours of political work, at the end of each night we would stay up pouring our hearts out to each other about Heather and Stacey. I expressed all of my concerns regarding the RWL to Luke, I felt we had established a deep rapport and that our side was one and the same. Shortly thereafter Luke began asking me if I had considered suicide at all. He informed me he had had a number of self-destructive impulses since his enforced seperation from Heather. I admitted that suicide had entered my mind, at least in an abstract sense. Luke spent several nights encouraging me to talk along these lines as well as to share my criticisms of the organization with him.

I told Luke that at the upcoming CC meeting (called for the day before a joint Albany/Detroit anti-Klan action in Indiana), just a few days ahead, I intended to assert myself much more forcefully in the RWL’s decision making process. I did not want to keep my criticisms to myself any longer. The day before I was due to leave for Detroit Leland called me up and told me I was not to be allowed to attend the CC meeting because of my depression. I was informed that the PC thought that a visit to Detroit and Stacey might send me “over the edge” and they could not afford a repeat of the the incident involving Sheldon. I firmly informed Leland that it was my right as an alternate memebr to attend any sitting meeting of the CC and that I would appeal Leland’s decision to the next full conference of the RWL, I was shocked by Luke’s betrayel of my trust and that Leland was perpetrating the same heavy handed tactics I had come to identify with Shanta.

Leland backed off somewhat (or so I thought) and suggested that if I got a psychiatrist’s approval (!) I would be allowed to attend the CC meeting. I pointed out that it was then Friday night and that the possibility of me seeing a therapist before our cars caravaned out to Detroit the next morning was next to impossible. Leland then promised to help me by arranging the matter if he could. He asked me to put Luke on the phone, which I did, after which Luke and Leland had a long private conversation.

After that Shanta must have phoned up Mark A. (who I understand you knew in the BA local) who was the senior comrade living in Albany, which was otherwise exclusively a youht local. Luke told me that Leland and Shanta were having Mark come over to pick me up and drive me to CDPC where I could be admitted to the 24 hour suicide crises center. I was told that Leland and Luke had decided that if the therapists at CDPC gave me a clean bill of mental health I would be allowed to attend the CC meeting.

When Mark and I arrived at CDPC Mark went off and had a private discussion with one of the doctors. Later I gathered from the doctor who spoke to me that Mark had told him I had attempted to kill myslef several days before and was threatening to do so again now. The clinic refused to allow me to leave, asking me to voluntarily commit myself, which would give them the right to hold me for a couple of weeks. I was informed that if I did not commit myself voluntarily they would be forced to commit me and that I would be held until they felt I was “better” or until I obtained a court order for release. I was horrified, I never felt so trapped against my will. In all the times in the RWL that I had been arrested I always felt confident that George or Eileen was waiting in the Police Station with bail and that the RWL would never leave me to rot in prison. Now they had dragged me to a mental hospital and arranged for me to be held there against my will. After Mark left I managed to call my Mother, who I had not spoken to in months, but who nevertheless arranged my release.

My traumatic personal experience confirmed, beyond any lingering personal loyalty, all my doubts that the RWL in any way represented a continuation of the policies of the Fourth International. I made up my mind there and then that I could not remain in the ITC. But I was concerned about my lover, Stacey, who was in Detroit. In knew from watching the RWL’s handling of Liv and Andi (and also my friends Ben and Venessa, another excellent couple who quit) that as soon as the RWL learned I was quitting Stacey would be subjected to incredible pressure to distance herself from me in every way.

I telephoned her as soon as I got back to my Mother’s house. My worst fears were confirmed. She informed me that Shanta had told her I was in the hospital because I had tried to kill myself and that it was obviously in both our best interests if she ended our relationship. Stacey told me she had not believed Shanta and wanted to know what was going on. I told her that I was coming to Detroit and that I would tell her everything that had happened. I let her know I was planning on leaving the RWL and made her promise not to divulge this information to anyone else. I told her we could discuss the whole matter in Detroit and that I wanted her to know I loved her wether she remained a supporter of the RWL or not, but that my own mind was made up.

I then proceeded to return to the apartment where Luke was staying in time to catch the car to Detroit. Needless to say Mark and Luke were stunned to see me. I told them that CDPC had told them I was fit to travel to Detroit and that I fully expected to be seated in the CC meeting. More hurried discussions with Leland and Shanta in Detroit occurred. It was decided I would be allowed to travel to Detroit after all. I was a bit nervous that once in Michigan they would attempt to commit me again, but I was desperate to talk to Stacey and share with her both the personal and political reasons why I was about to leave the RWL. My fear and my decision to leave prevented me from raising the criticisms I had intended in the CC meeting, which must have been a source of great relief to Leland et al.

Stacey agreed to flee the RWL with me. She told them her grandmother was very sick and that she would have to return to Albany for a week (this was the weekend before Easter weekend) and that she would come back to Detroit after Holliday. The RWL must have sensed somehting was amiss, but nonetheless approved her leave. From that moment on we were never left alone together. But at the same time the leadership was reluctant to share with the comrades they stuck around us the reasons why we were not to be left alone. At one point, when we were left with only a recent member, Dwayne and a contact Don (who later co-founded the MEG with me) Stacey and I emptied our luggage of all our least valuable belongings and packed anything she cared about into our luggage. Despite our attempt to be discrete I am certain Don and Dwayne saw what we were up to. But a sort of wink and nod passed between us, without speaking they knew what was going on and they let us know in essence that they would not rat us out. I can divulge that much now since both Don and Dwayne were later to leave the RWL expressing criticisms very similar to my own.

The next day we attended the anti-Klan demonstration in Indianapolis. When the demonstration began to dissolve I headed for the car returning to Albany. Stacey was seated in the car while I was informed I would not be immediately returning to Albany, but would be going back to Detroit in Luke’s car in order to meet with Leland. I was told I’d be put into a car going from Detroit to Albany on Monday instead. All my fears about another attempt to commit me erupted again. But I felt that without money I was at the mercy of the RWL. My options as I saw them then were either go back to Detroit with Luke or stay behind in Indianapolis and they were practically put to me in those terms. I actually considered staying in Indianapolis, knowing that my step-fathers parents lived somewhere in the suburbs and that if I found them I might be able to get busfare back to Albany. But I ultimately decided to return to Detroit. I was actually paranoid Luke might try to leave me on the road somewhere or might ask me lots of probing questions to flush out my intentions. Thinking quickly I encouraged our contact Don, who was also returning to Detroit for a day of studies, to come with me in the car so we could talk about the campus work he was involved in. I don’t know if this was necessary, but I was relieved that Don’s presence provided me with a witness and prevented Luke and I from engaging in an internal discussion.

Upon arriving in Detroit I attended a debriefing meeting in the office attended by members and close supporters, we were told it was alright to speak as if this were an internal meeting. When Shanta gave her opening speech, which as usual hailed RWL action as a great victory (regardless of the outcome) and portrayed us on the road to a pre-revolutionary situation, I objected. I criticised the RWL’s direction (in exceedlingly soft terms) for being more interested in limited tactical victories then in the real task before us of building a revolutionary party. The impetus for my change of heart was that I at last recognized that my best defense might not be in hiding and playing it safe, but rather in letting people kniow that I was being put through the political meat-grinder because I had objections to the course away from Marxism and towards cultism that was constantly steered by the leadership. I hoped if I was institutionalised others would see that it was a way of politically removing me from the party. The fact that people the RWL was hoping to recruit in the near future witnessed my attack gave me reason to hope. These individuals were not so totally locked in and the RWL would miss loosing them if they were seen to treat me in too heavy handed a manner.

The next morning I met with Leland. I was attacked for my performance the night before. I was told that I was mentally unhealthy. I was ordered to resign from the local exec and disengage from all practical work and forfeit my seat as a CC alternate. I was not surprised, knowing I would be out of the org or back in a mental hospital by the end of the day I agreed. I agreed to everything Leland said. There was no point in arguing with him. I respected how widely he had read and how much he knew, but I had little respect for him as a political leader anymore. Perhaps I even saw him with a glimmer of sympathy, I saw him as being something of a hostage to Shanta’s hyper-activity and penchant for military adventures. There was nothing left to discuss. When he told me I would be allowed to remain on the Fighting Worker editorial board (a body I had recently been co-opted onto) I spoke as if I thoroughly intended to stay in the organization. Was I a coward? I don’t know, after everything I went through even today I don’t feel certain of what the RWL is or isn’t capeable or willing to do.

As soon as I was safe in Albany I quit. To the RWL’s consternation I did not drop out of politics. In fact I stood on a joint electoral slate with them (something we had already established prior to my quit) in student government elections and several months later I tried to start acting (with occassional assistance from Stacey) as an external tendency pressuring the RWL to the left and trying to win supporters out of their organization. The RWL asked me to rejoin at one point, at the price of signing a letter denouncing myself for quitting the organization which they could distribute to members. Outside the cultish pressures I laughed at this tranparent trap presented to me by Mark A on behalf of the PC. But I aslo engaged in a great deal of self questioning, afraid that outside the RWL I was worthless, outside the class struggle and abandoning my meaningful commitment to scientific socialism. I had to wait almost a year for the first real breakthrough, that was Don U’s resignation statement which outlined the history of abuses perpetrated by the RWL against its membership.

Your story about Heather brings all the old anger and pain back to me like it was yesterday. The RWL’s internal life has only a few of the most formal similarities to what structure is like within a healthy revolutionary organization. The RWL in no way practices democratic centralism. I feel quite confident that you will find no example in the history of Lenin’s Bolshevik party where comrades were forced to “voluntarily” admit themselves to psychiatric hospital. Heather’s affair with Luke, wether it was ill advised or not, was in no way the business of the party. Her sexual relations with Sheldon and her growing seperation from him, like her growing involvment with Luke were her personal affair. It is only in occassional, exceptional cirumstances (almost unthinkable in this period) that the party would have any business in dictating comrade’s sexual relations. If Heather were sleeping with a member of the KKK this would be a reason for the party to act, but to abandon one comrade for another may be personally painful to the individuals involved and may impair for a time their functioning, but it is not a concern of org policy.

In the early Trotskyist movement, while nothing that I know of compares to the RWL, there were some sections (notably the Chinese and the French) where rearrangements of peoples sleeping partners caused subsequent tensions and personal/political splits. It is a proud legacy of the U.S. section that it generally towered above this, being a sizeable disciplined party with good leadership it was not buffeted about by petty arguments over who was sleeping with who. In the RWL the situation is amplified because the funtioning is just the opposite. It was also exagerated because of the youth of all the parties involved. In all the relationships I have mentioned (Liv and Andi, Ben and Venessa, Sheldon, Luke, Heather, Stacey and myself) we are dealing with people who at the oldest end (Luke) were 25 and at the youngest (Stacey) were 16. Capitalism plays a distorting and deforming role on all relationships and the pressures of a cultish party like the RWL only increase that distoriton. Young people, falling in love and breaking up for the first time place a great deal of stress on such events, not necessarily amplifying them but rather having not become yet used to them they often have much greater problems dealing with the powerful emotions unleashed. But even that does not make them primarily the responsibility of the organization.

Luke and I and no doubt the others involved were genuinely depressed. But ultimately the RWL, cyncically or sincerly, took advantage of my depression to have me committed in what can really only be read as a political move. For a lonmg time I have pondered wether I or not I really was in need of psychiatric therapy at that time. Nver before and never since have I experienced such dark bouts of depression. I believe psychiatry under capitalism is still in its infancy, which does not mean that comrades should not have the option of resorting to it when necessary. Even a treatment in an experimental stage is often an improvement on no treatment at all. But the RWL, in ordering comrades to undergo treatment, is utilizing a form of bourgoise medical process to marginalize inactive or oppositional cadre and isolate them from the party. This is horrible.

I have kept silent on many of these affairs in order to a degree to protect the RWL from bourgoise authorities. As a part of the workers movement (however deformed they are) I have not wanted to risk bringing state repression to bare on their group because of my stories. I have shared them only with other ex-RWL members, a handful of my closest friends and a few of the American IBT comrades. But I now want to commit these experiences to the record before they’re forgotten, to let you and Heather and others know that this sort of thing is not the healthy functioning of a revoltuionary organization, it has nothing in common with the manner in which the IBT operates, and is enough alone (without even addressing the plethora of RWL programmtic deviations) to insure they have no right to claim the mantle of Trotskyism.

fraternally,

Jason

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Appendix I to Letter of Resignation from the International Bolshevik Tendency

[Appendix I to Letter of Resignation from the International Bolshevik Tendency by Samuel Trachtenberg]

Posting To alt.politics.socialism.trotsky —“Publish and be damned”

Newsgroups: alt.politics.socialism.trotsky

From: Philip Ferguson <pl…@csc.canterbury.ac.nz>

Date: 1998/12/17

Subject: Att: Peter West, Re: Publish and be damned

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To Peter West,

Peter here’s some stuff that was posted on apst some time back by a former PRG member, dealing with how the Logan regime operates.

The ex-member is a guy called Peter de Waal, who was one of a number of members whom Logan decided constituted a ‘Menshevik Bulge’ in the organisation. In fact the moves against this ‘Bulge’ were part of Logan conducting a disciplining of the organisation, so that the mebers ot to understand that only those who truly loved him and saw him as the world proletariat’s lost leader would be fit to stay in the PRG.

Those refusing such obeisance had to be destroyed, both to get rid ogf them as non-believers and also to send a clear message to the rest of the members. This is the methodology Alan Gibson and Barbara Duke have been trained in.

I’ve edited out references to the names of a number of other PRGers who supported the purging but have since left the outfit. At the end I add a few comments of my own. Where events or people need some explanation, I have added info in brackets, along with my initials. Other stuff in brackets was in the original text. Where PRGers use party surnames, I have changed the name in the text to their party name.)

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

From Peter de Waal:

Sheepstation Zero Presents “PRG Quotes – The Stuff They Hoped Wouldn’t Come Out.

Here’s a few examples of the kind of stuff that circulated on the IBT’s international bulletin boards after I left the PRG. In my previous postings I have only alluded to this stuff, here’s the evidence! It’s pretty obvious from reading it that these people are unreconstituted Stalinists, the postings from Bill Logan and Harlan being particularly interesting. It all reminds me of a joke I once heard – “we’ll torture you so slowly, you’ll think it’s a career”.

– How to break a comrade

>from Logan BL30526 26/5/93 – Developments in the PRG

p.3: We are not used to this kind of political discussion in the PRG, although of course it is not historically unusual for a demoralized comrade to leave a revolutionary organisation in a messy argument which involves some combination of disciplinary problem and accusations of bureaucracy. In general the important thing to do is to have several long hard rounds with the intention of exposing to the departing comrade (and to other members) the subjective motivations involved and the general deep inadequacy of the departee. In these cases of course, where you are fundamentally dealing with personal demoralisation, questions of personality and programme are fused. Such comrades make program out of their personal needs.

We would prefer that such people have as little to do with politics as possible for a period, and a hammering can sometimes deepen the demoralisation, which is to the good.

Because there was no preparation whatever, and because we have never had such a situation before, the process in this instance was unusually kind in my experience, although there may have been comrades who nevertheless felt the process not sufficiently kind on Peter.

And there may also be comrades who hoped that a softer touch with him was more likely to enable us to use him in damage control exercises in Auckland and the South Island. My own view is that if there is any prospect of using him in such exercises – and that seems unlikely – it would only be after a sharp confrontation in which he got a thorough political beating.

Part way through the second round of the discussion Peter said that he was incapable of continuing the discussion – and it was pretty mild. I still hoped that we would be able to elicit more information from Peter and believed that he should in any case face up to the discussion, so I moved a motion making it clear he was under discipline to remain at the meeting. That motion was passed with only Peter dissenting.”

(Logan still):

p.4 “My own sense is that the comrades are being a little over-critical of me, a little to scrupulous about the proper mode in which political struggle is conducted. There is a view that this is a personal rather than a political attack. I don’t have much in the way of regrets here.

Furthermore my judgement of him is that sharply pointing out to him that he has little to offer politics might well help him along in the direction of retirement.

Rory RT30527 27/5/93 (Rory was one of the ‘Menshevik bulge’ – PF)

p.1: “My experience of this organisation is that it is not a place for clarifying differences, rather, it is a place for dismantling the opposition.”

– from a note to Sari “Bill’s psycho-pathology had become imprinted in the organisation”. Apparently Rory was referring to a conversation he had with Bill, where Bill candidly asked Rory of his opinion of the PRG, as a trained counsellor.

Harlan (Leader of the German IBT)

Document dated 16/6/93, copies to all points except London – Jill & Garry in London were only supporters at the time and Bill didn’t want to scare them off

p.1 Nevertheless, I am slightly alarmed that a number of comrades internationally appear not to have understood that the tone and manner employed by Bill and Adaire in the 25th May meeting was appropriate to dealing with a member of a revolutionary organisation who covered up the theft of internal PRG materials, characterised the leader of the section as non-Bolshevik, and refused to make a political fight.

This was not a ‘normal’ political fight; not even one which could lead to a split over real political differences. Peter collaborated with an enemy of the organisation to which he had given his allegiance, an organisation which embodies the historical needs of the international working class. (I think this refers to someone from IS staying at Logan’s and nicking a PRG document, with de Waal knowing about this and not saying anything, but I’m not sure – PF)

Harlan continues:

He initially lied about that collaboration. I think it would be useful to address how the PRG would have dealt with the traitor Peter in the context of proletarian insurrection or a civil war between revolutionary proletarian forces and capitalist forces. A revolutionary organization leading such a desperate struggle would have promptly physically disposed of the traitor after extracting information from him by whatever means were found necessary.

In the present situation the tasks for the PRG were to get rid of Peter in a manner which accomplished two purposes:-

One: render him ideologically and emotionally incapable of doing the PRG damage.

Two: drive home to the PRG membership the full scope of Peter’s betrayal and his uselessness to revolutionary Marxism.

Bill and Adaire’s conduct were well within the REQUIRED parameters. Confusion between the desired norms of inter-party differences and struggle and between workers democracy on one hand and the extraordinary means appropriate to dealing with a morally weak traitor on the other hand causes me concern about the present ability of some IBT comrades to distinguish Bolshevik norms of internal life from the sometimes necessarily brutal measures an organisation must use in dealing with the Peter’s of this world who accidentally wander into a revolutionary combat organisation.

The aggressive and (politically-personally) abusive posture of Bill toward Peter during the break was an appropriate device to try to elicit either

  1. a) a more political elucidation of his perception of the PRG as distorted by Healyite organisational practices.

  1. b) an emotional breakdown into self contempt (quite appropriate) which could help in damage control.

  1. c) a cornered rat reaction of physical violence which would have been useful to the PRG in discrediting Peter in his probable future career of anti-PRG “expert”.

  1. d) getting more information.

p.2 The worrisome thing is that some PRG members still think that Bill and Adaire’s tactical leadership was ‘deficient, in that there was a pattern of conduct on the part of these two comrades involving behaviour the tone and style of which was excessively inflammatory, and was therefore inappropriate to this particular (!) situation’. (quoted from Marcus Hayes, PRG, emphasis Harlan’s) ‘and that Adaire’s intervention on the round was ‘extremely contemptuous’.

(This above stuff refers to the fact that at this bizarre meeting Peter de Waal was subject to vitriolic tirades by Logan and the madwoman Hannah, and that in the break Logan attempted to provoke Peter de Waal into hitting him. This would have then been used to destroy de Waal politically in the eyes of PRG members and make his name dirt on the left. Some PRGers, including one of the leaders – Marcus Hayes -thought this approach was a bit out of order, and Marcus, to his credit, subsequently said or wrote that if Peter de Waal had’ve hit Logan, then Logan would have borne some of the moral respsonsibility. This led Harlan, the maniac in charge of their German operation, to go off the deep end at Marcus, as evidenced in what you’re reading now.- PF)

Harlan continues:

Extreme contempt was the only appropriate “tone” in which to characterise Peter’s conduct and Peter as a soon to be expelled member of a revolutionary organisation. Peter had made a commitment to revolutionary proletarian Marxism. Whether he was personally of sufficient emotional maturity and capable of an objective evaluation the requirements of commitment are quite beside the point. Making a proper example of Peter and driving him into political suicide was the desirable outcome of the 25th May meeting.

I do not think that Bill’s characterisation of Peter as a ‘pathetic piece of human material’ was inappropriate or unnecessarily abusive, I just think it was unscientific and insufficiently insulting.

p.3 We want the traitors such as Peter to exit in a demoralized state as we can possibly help bring about. We have no interest in or perspective in keeping in touch with Peter, or of sorting out our differences with him whilst he is outside of the organisation. Nor are we interested in re-recruiting him in another possible conjecture.

Peter de Waal wrote about this:

– Pretty simple really:- 1) destroy Peter, 2) put a flinch into the rest of the comrades. Notable is Harlan’s belief that the IBT embodies the historical needs of the working class. Bill used to rave on that as an ex-Spartacist Leaguer he was connected by organisational method and inculcation to the original SWP(USA) and therefore to Trotsky, Lenin, in an uninterrupted bloodline of communists. I used to refer to this notion as the S.T.D. (Sexually Transmitted Disease) theory of Marxist consciousness – you have to catch it by personal contact and you can only get a dose from one of the chosen, e.g. Bill. With regard to Harlan’s reference to what they would have done to me under a war communism setting, it reveals more about the functioning of Harlan’s mind than is relevant to the discussion. I suppose the feelings of powerlessness arising from his life experience find expression in such calls for bloody justice.

Physical Intimidation – Boyd – BABT 15/6/93 (This is a contribution to the discussion by an IBTer in the Bay Area, who was also disgusted by Logan’s method – PF)

Boyd:

p.2 Worse than simply staying in the viscinity of Peter, Logan admits to having consciously aggravated him by using a loud, angry and insulting tone. Logan’s demeanour was by all accounts calculated to reduce the situation to fisticuffs. Logan admits to being aware that Peter was at breaking point and might have hit him. Logan even wrote that it might not have been a bad thing if Peter had hit him. This is not the kind of atmosphere we want to be creating internally.

We must hold our comrades, senior leadership in particular, as we recently held myself, to a higher standard of behaviour. The IS has let comrade Logan off the hook and in doing so has set a precedent. To what extent this precedent becomes practise we will have to see.

Indirect Intimidation – Boyd 9 June,1993

p.5 Lastly and most importantly, my experience is that junior comrades (observers to the harsh and angry exchanges) might be intimidated. I think Adaire and Bill, in particular, don’t see the issue of indirect intimidation. It has been my observation that comrades with less intestinal fortitude, comrades who may already be insecure in their thoughts and feelings, upon observing the treatment of Peter will be even less likely to speak up. It doesn’t matter that this has not been the usual pattern of discussion in the PRG. For some comrades it may only take one such incident to intimidate them. Perhaps, this is also an unexpressed concern of comrades who voted to criticise Bill and Adaire.

I can tell you that it is a very slippery slope you will be on if you decide that angry and emotion laden confrontation is the general approach you want to take.

That style is then communicated to new recruits who either adopt it or silently put up with it. It is the road towards the CULTISH ‘gang bang’ method of the SL. It is not the general approach we want to take. We GENERALLY want to encourage the style and method that the PRG have traditionally used. At this point I really don’t fear your degeneration into the Smith/Ryker style, but I’m a bit bothered by written defences such as Bill and Adaire’s that would seem to counsel such.

– Here Boyd correctly ascertains the reason for the manner in which the 25 May 1993 meeting was conducted, to put a flinch in the rest of the organisation. The following is a statement by Nicci, told to Sari “Nicci said that she wanted to talk to Adaire about her intervention against Peter, but she didn’t feel able to, as she felt intimidated by Adaire and didn’t think that Adaire would listen anyway.”

(these are two people who left as part of the purge of the ‘Menshevik bulge’ – PF)

Security Stuff

“Motions of the PRG Meeting – Tuesday 8th June, 1993

The executive on Monday 7th June voted by majority to recommend the following to the PRG:-

‘That we note that insufficient thought was given by the exec to the security implications of having Glenn stay at Bill’s place while he was in Wellington. In view of the centrality of Bill’s place to certain aspects of our organisation it would require a level of care which would be very disruptive, or the installation of a lock on Bill’s study door, to make the place safe for someone such as Glen. Adaire objected to Glenn’s being placed at Bill’s in a gathering of members of the executive, and Bill assured comrades that it would be OK, so he must take primary responsibility for this. The precautions discussed among exec members (having to do with computer security), and other precautions which were taken, proved to be inadequate.”

More from Bill Logan on his fuck-up BL30526 26/5/93 – Developments in the PRG:

p.4 “First there is Adaire’s point, which precedes the meeting. She had warned that Glenn was a cunning and experienced bastard and should not be allowed in my house. In retrospect it is hard to argue with that.”

Harlan Document dated 16/6/93

“But the most alarming aspect of this incident is the ease with which a hostile person got access to internal printed materials dealing with personnel questions. Laxness on security is not limited to the PRG. After Smith was placed on suspension without access to IBT internal political life he apparently had access to Compuserve until Jensen’s intervention into technical security questions in the Bay Area. I suspect that some of the material printed in the CWG ‘historical’ document post-dated Smith’s suspension.”

Sari: “Glen was invited by Bill to use his study desk whilst staying with Bill. He saw the 7th May doc on the desk and read it. He told Peter that night of it’s contents and that they intended to ‘do Peter’. The next day Glenn returned to Bill’s to collect his gear and grabbed a copy of the 7th May doc and brought it back to Peter before he left for Auckland.”

(Glen is the guy from IS who as staying at Logan’s – PF)

General Weirdness

>from David Wincop DW30604 “Tactics Concerning Peter” 30/6/93

p.1 “Marcus says that ‘if Peter had struck Bill, then Bill would have shared a kind of low-level responsibility for the violence’. I feel that this statement needs to be thoroughly opposed and that Marcus should retract it. If a sexily dressed woman, who dances dirty, is subsequently gang raped(as portrayed by Jodie Foster in the true-story-based film “The Accused”), does that mean she “would have shared a kind of low-level responsibility for the violence”? Of course not. If Peter had struck Bill then the only person responsible would have been Peter.”

– Bill as a sexy woman, Peter as a rapist??!!!! Sex = violence? Sick puppy stuff! David is now available for viewing in the London IBT section.

The Menshevik Bulge’s Revenge

Sari:

“When Peter left, I was allowed to rejoin as they wanted to refute the commonly held perception that they were engaging in a “purge”. They went to extreme lengths to keep Nicci in the organisation, and when Spike left they didn’t tell anyone for ages that he had gone. Apparently Spike agreed to go along with this deception, as the PRG still seem to have some sort of moral hold over him and he’s still friends with a few of them, I guess he feels guilty about working in a structure devoted to throwing workers on to the streets. Unfortunately for them Rory left three weeks after Peter, after some bitter arguments over the structure and methods of the PRG and particularly it’s behaviour towards Peter.”

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Since this time, 1993, the PRG has hardly recruited anyone. They have lost rather than grown in numbers. This whole episode and the behavior of Logan and Hannah showed conclusively that they hadn’t changed from the days when they were running Spart operations in Australia and Britain like a pair of sociopaths. Logan was expelled by the Sparts for being a sociopath and lacking even the most rudimetary human decency. The Sparts actually produced three volumes dealing with his internal trial and his sociopath behaviour in Australia and britain. W he came back to NZ, they donated copies to all the public libraries, to warn everyone on the left here about him.

The Menshevik bulge episode gives a small glimpse into the recesses of a totally sick and warped outfit, run by a pair – Logan and nutburger Hannah – whom no healthy left-wing organisation would let within a mile.

The IBT is disintegrating – most of the North American IBT has up and left, a chunk of the wee band in Germany has gone, the British operation has been an unmitigated failure over the past three or four years Logan’s cubs have been there, and in New Zealand the attempt to expand into Auckland has seen most of the people sent there drop out.

The PRG hasn’t produced an issue of its deadly dull ‘journal’, ‘The Bolshevik’, for over two years. The last issue was a few badly photocopied A4 sheets stapled together in one corner. The IBT hasn’t produced their wooden and soporific supposedly ‘quarterly’ journal ‘1917’ since January of this year.

Everyone involved in left politics in this country has favourite stories about the psycho-pathology called the ‘PRG’, but one of my recent favourites is this. At the last Socialist Student Conference in Wellington, Adaire Hannah did her usual ranting, raving piece from the floor (she really is, as one ex-PRGer described her, “the stereotypical middle-aged spinster school marm from hell”. Other people just call her ‘Nutburgher Hannah” or “Mad Adaire”). Anyway, after that particular session, the PRG tops sent their members around at break time to eavesdrop on people’s conversations – this kind of whacko stuff is what the Logan-Hannah school regard as clever ‘Bolshevik’ organisational procedure. One of their innocent rank and file was doing her eavesdropping duties, hovering and listening in to a conversation including a woman the PRG had its eye on. Just as the Purg was eavesdropping, this woman started talking about Adaire Hannah being mad! The poor PRGer! What the PRG think is some kind of clever tactic (eavesdropping) resulted in the typical eavesdropper’s nightmare – hearing something that they really would rather not have heard.

One of the most disturbing aspects of the Logan regime – and which is further conclusive evidence of how little he has changed – is the manner in which he tries to inculcate loyalty. This seems to consist fo two tricks:

One is that he is the world proletariat’s lost leader, who has inherited the mantle of Lenin (via Trotsky, Cannon and Robertson)

The second one is by playing the victim. The way this works is that he presents himself as poor old Bill, he’s gay, he was treated real mean by the Sparts, nobody understands or loves him, even his lover committed suicide a while back. Thus everyone is supposed to rally around poor old Bill, and help protect him from the cruel world. So people are psychologically tied to him with this particular mind game crap.

As time has gone on, anyone healthy has left the PRG and they are starting to get down to the hard core of people who will always go along with the pathology.

Lastly, to the CPGB, if you want a debate with the MB, you need to understand that Gibson and Duke are just the monkeys. Logan is the organ-grinder, and neither Gibson nor Duke would do anything or write anything to you without it all being cleared (if not actually written) by the organ-grinder.

Some times, you know, groups on ht left just have crappy politics. Some other times they are just plain psycho cases. Logan is the latter.

Cheers,

Philip Ferguson

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Resignation from the International Bolshevik Tendency

Resignation from the International Bolshevik Tendency

The Road Out of Rileyville

The following resignation letter by Samuel Trachtenberg was sent on 9/25/08. It has been slightly edited for spelling and grammar.

Comrades,

This resignation letter should not come as a surprise for you. While I have had problems with and criticisms of the IBT leadership in past years, for well over a year now I have been constantly butting heads with it over the past and future development of the IBT, and it’s unending streak of cliquism, intriguing, maneuvering and overall disloyal methods through which the Troika (Tom Riley, Bill Logan, and Adaire Hannah) have kept their control of the group for all these years.

I still remain convinced of the necessity and possibility of overthrowing capitalist society, but that possibility can only be achieved through regrouping the subjective revolutionaries around the world on a sound programmatic basis to rebuild the Fourth International. However formally correct it’s paper program may be for the moment, history has shown that the sort of organization which the IBT has developed into, a static, stagnating group dominated by a Machiavellian deeply entrenched permanent leadership, can never have younger comrades grow, develop, and therefore play little role in that process. We lost the Argentine comrades primarily for those reasons, and it is only a matter of time before the group‘s current Latin American sympathizers will discover this for themselves. Daniel De Leon was also quite “orthodox” in his day, but he led a rigid hyper-centralized authoritarian sect whose contribution was mainly a literary one. It was not an accident that very few with an SLP history participated in founding the CPUSA.

In that light, perhaps the situation of the New Zealand section is most instructive. From being the largest ostensibly Trotskyist group in the country, it has dwindled down to 4 semi-active geriatrics. I suspect the reason for this being that its reputation is such that most NZ activists would not want to touch it with a ten foot pole. Logan’s and Hannah’s past reputation as Spartacist League leaders, combined with their apparent failure to fully break from their past practices (as expressed by the atrocious Comcrit sessions and Peter De Waal purge (see appendixes 1 and 2), are widely known in NZ left circles and discussed in various internet discussion groups. But while there was initially some protest amongst the ranks when these incidents occurred, they were able to get away with them and the leadership‘s ability to get away their subsequent atrocious treatment of other critics, whether one agrees with their criticisms or not, set a bad pattern which the group still lives with today. I strongly urge comrades to read the documents on the purge of the Bay Area local (see appendix 3). One did not need to be a fan of Gerald Smith or Fred Ferguson to be disturbed by the Zinovievite manner in which the leadership dealt with them. Trotsky dealt with such differences radically differently as anyone who reads Crisis of the French Section, where similar issues of a “popular” press combined within discipline were in controversy, can see.

But while some of these developments happened even before I was a member, I can still say that the IBT today is a radically different group than the one I joined in 1994. Until 1998, when it‘s last factional struggle occurred, the IBT was still a group brimming with debates and line-ups. At the North American conference I attended after joining Riley and Logan were even in a minority on many questions. But it has now been 10 years since the IBT‘s last factional struggle with Jim Creegan’s followers and Ian Donovan.

This is how the group in the past viewed the issue when it happened to the SL:

“In the shadow world which increasingly constitutes the real internal life of the SL/US the leadership occasionally feels it necessary to reply to doubts, questions and criticisms which have never been explicitly articulated by anyone but which are thought to lurk in the minds of many. In the aftermath of the Gordon affair, Seymour churned out an internal article entitled “Comrade Robertson and the Spartacist tendency” in which he took up the thorny question of why the last faction fight in the SL occurred in 1968. Seymour asserts that ‘In a homogeneous organization factional struggle almost always occurs only when changed objective circumstances require a fundamental change in political line or organizational perspectives.’ (SL IDB No. 30, page 44). He uses the example of the Bolshevik party which was “demonstratably not a cult nor personalist organization. At every major turn Lenin encountered resistance or outright opposition from among the leading cadre.” The fact that this has not been the case in the SL/US for ten (now fourteen) years asserts Seymour:”

“‘is conditioned by the absence of objective circumstances which required major changes or breakthroughs in political line or unanticipated organizational turns….‘”

“‘Our tendency has existed in an organizational framework which has limited it to propagating the Trotskyist program and worldview… . [the SL/US] has never seriously challenged, even episodically, the bureaucratic leadership of the working class….‘”

“Very neat….all factional struggles in the iSt await the day when the organization wins a mass base in the working class.”

Declaration of the External Tendency (1982)

Yet when I raised this issue (along with many other similar ones), comrades gave the same response Seymour did combined with a gross campaign to convince me that my criticisms stemmed from ―mental illness. While I do have a history of depression, I am not insane and am perfectly capable of recognizing reality and the leadership‘s attempts to use the same devices with me it‘s used with other critics. Ian Donovan, who raised unsupportable criticisms on the issue of the popular front, was treated to a similar ploy. After leaving our group when the leadership undemocratically announced his views would not be discussed for 2-4 years until our next conference, the IBT responded with snide insinuations externally (and explicit ones internally) that his report of what happened was a product of ―mental illness. Yet, his report was accurate. While Ian had a history of anger management problems, he also was not insane.

One of the leadership‘s corrupt hatchet men, Jason Wright, has himself had a history of his previous organization, the Revolutionary Workers League, campaigning to convince him his correct criticisms of them were also a product of “mental illness” (see appendix 4). How he can look at himself in the mirror today being complicit in a similar campaign I do not know. The term for such practices is “gaslighting” and I’d urge comrades to do a Google search on it. The fact that Bill Logan, a mental health “professional‖, has used his credentials for such disgusting factional purposes magnifies the corruption involved.

The incident that finally forced me to confront the issue head on happened two weeks ago. I received an e-mail from Tom Riley telling me he wanted to talk to me. Since I was quite angry over the iec’s [International Executive Committee‘s] last provocation in their attempt to bring me to heel, I told him to send me an e-mail and that I would respond, that I was overwhelmingly stressed at the moment and didn’t want to deal with more of it needlessly. Tom’s response was to inform me that I did not make the rules, he did, and that I was under discipline to call him. I responded that I assumed this involved some security issue or something similar that could not be discussed via e-mail, since otherwise the demand did not amount to any sort of legitimate operational discipline but an exercise in establishingpsychological obedience of the sort the SL engaged in, and that otherwise it would be smart for him to e-mail me, since it’s never a good idea for those who have lost all moral authority to engage in threats. He responded by continuing to demand I call. When I did he informed me that if he, Mr. Big Shot “Leader”, told me to call, I better call, and proceeded to arrogantly inform me that I “shouldn’t be too surprised if in the not too distant future” I should see myself “forced to leave the group” followed by one of his snide “heh heh”s. Whether the intent was to provoke me to quit, engage in bureaucratic intimidation, or most likely a statement of future intent made in a moment of uncontrolled bureaucratic arrogance, it forced me to personally confront the fact that if such an abusive piece of garbage could be the main undisputed and unquestioned leader of a group, it meant it had no revolutionary future. In the end the issue he had to discuss could have been e-mailed. His response was that he ―didn’t feel like it.”

I deeply value the past historical contributions of the IBT and would seek to continue its work. But a continuation is not a repetition and the group that I (and others) will be forming will be careful to not repeat its mistakes. Comrades can read more on the web site www.regroupment.org which will be online shortly.

I call on others in the IBT to join me since I do not believe that the IBT leadership is reformable at this stage, nor do I believe that the deeply necessary rank and file insurrection the group needs is likely in historical junctures like ours. These occur usually as a reflection of rising class struggle in the broader society, just like the pacification of the IBT ranks reflect that difficult period through which the IBT has suffered in its 27 years of inability to break out of its hyper-marginalized existence. But for those who disagree I invite you to attempt one. If you succeed before the rot reaches its formal program, I and others who join with me will be quite happy to fuse our forces. More likely the leadership will marginalize you through its incessant behind the scenes maneuvers and whispering campaigns, combined with organizational repression, until you leave demoralized and broken, which Jim Robertson [who mentored them in their techniques] used to explicitly say was the way to deal with oppositionists.

Those who try and, like me, remain determined to be revolutionaries are invited to contact the new group I will participate in forming. I am confident of its future.

Samuel Trachtenberg

P.S. While the new group will have a polemical focus, it will not be a narrowly IBT centered one. I will not be forming an “external tendency.” While such an orientation made sense towards a mass party involved in day to day combat like the Communist International, it doesn’t for a purely literary group with fewer than 40 people worldwide. That orientation did not make sense towards a group like SL either and the IBT has never been able to break from that narrow focus. That is a lesson I have learned. But I will write polemics with the IBT when the need arises and certainly respond to any accusations. A larger historical analysis than the one presented in this letter will be forthcoming.

Appendix 1: Posting on alt.politics.socialism.trotsky

Appendix 2: Exchange between the International Communist League and the International Bolshevik Tendency

Appendix 3 : Bureaucratic Centralism in the International Bolshevik Tendency

Appendix 4 : Letter (circa 1998) by the IBT’s Jason Wright documenting his leaving the Revolutionary Workers League

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