Liberdade para Mumia Abu Jamal

Recentemente, Mumia Abu Jamal, preso político ex-Pantera Negra e radialista de esquerda contraiu COVID-19 e não recebeu tratamento médico adequado pelo sistema prisional da Pensilvânia (EUA). Mumia (Wesley Cook) está há quase 40 anos preso por um crime que não cometeu, após uma condenação claramente armada pelo Estado para encobrir um caso de crime e corrupção policial. Nós do Reagrupamento Revolucionário nos somamos ao grito de liberdade imediata para Mumia e chamamos as outras organizações da esquerda e do movimento dos trabalhadores a realizar ações na embaixada e consulados americanos, denunciando a situação de Mumia e exigindo sua liberdade. Seria uma importante ação internacionalista!

Abaixo, reproduzimos um texto escrito pela Tendência Bolchevique Internacional, cujo legado programático original nós reivindicamos, e que se engajou por muitos anos na campanha pela libertação de Mumia Abu Jamal. Traduzido a partir do original em: http://bolshevik.org/mumia/index.html

Liberdade para Mumia Abu-Jamal!

Mumia Abu-Jamal é um ex-Pantera Negra e jornalista político que está no corredor da morte na Pensilvânia desde que foi incriminado pelo assassinato do policial Daniel Faulkner em dezembro de 1981. Ele foi incriminado por causa de seu passado político e de seu trabalho como jornalista ao expor a corrupção de agentes públicos da cidade da Filadélfia e da polícia, e os ataques destes à organização MOVE, da qual Mumia era um apoiador. Isso ficou claro em seu julgamento, quando seu passado de Pantera Negra foi usado, ilegalmente, para convencer o júri de que ele merecia a pena de morte. Ele se tornou parte da estatística – o número amplamente desproporcional de homens negros no sistema prisional dos Estados Unidos e no corredor da morte. Mas Mumia se recusou a ser apenas uma estatística – ele continuou a escrever e transmitir de sua cela, criticando severamente o sistema que o mantinha ali. Isso o torna talvez o prisioneiro político mais conhecido do mundo.

Os detalhes da trama são complexos. Envolvem confissões falsas, testemunhas coagidas, balística defeituosa, fraude do júri e um juiz racista – uma mistura que colocou Mumia atrás das grades por mais de 30 anos por um crime que ele não cometeu. Apesar dos repetidos apelos, os tribunais americanos se recusaram a ouvir as evidências em favor de Mumia, incluindo a confissão de outro homem de que foi ele quem na verdade matou Faulkner.Arnold Beverly assinou uma declaração afirmando que ele foi um dos dois homens contratados para matar Faulkner por policiais corruptos que acreditavam que Faulkner estava delatando suas atividades ilegais. Esta declaração é apoiada por documentada corrupção da polícia da Filadélfia na época e explica exatamente por que o Estado precisa de alguém para culpar. Convenientemente para eles, Mumia se viu na esquina errada na hora errada. Os tribunais se recusam a admitir essa confissão como prova. É muito incriminadora para aceitar, revelando muito sobre a natureza dos supostos guardiões “da lei e da ordem”.

Em 7 de dezembro de 2011, a pena de morte imposta a Mumia foi finalmente suspensa, dois dias antes do trigésimo aniversário de sua prisão e encarceramento. O promotor distrital da Filadélfia, Seth Williams, anunciou que estava abandonando as tentativas de executar Mumia. O “Voz dos sem voz” não está mais no corredor da morte e foi transferido para a população prisional geral no Instituição Correcional Estadual Mahoney, em Frackville, Pensilvânia, onde foi condenado a apodrecer na prisão pelo resto de sua vida sem a possibilidade de liberdade condicional.

É fundamental que o movimento que exige a liberdade de Mumia não seja silenciado por esta mudança da morte por injeção letal por uma morte com prisão perpétua. Mumia foi julgado, condenado e preso por seu compromisso de lutar pelas vítimas da injustiça racista e todos os oprimidos. É essencial que continuemos a ser solidários com ele! Um ataque contra um é um ataque contra todos!