Sozinha a Educação não vai resistir! Precisamos de uma ação conjunta dos trabalhadores contra Bolsonaro!
Panfleto distribuído no Rio de Janeiro em Setembro de 2019 durante protestos contra os cortes na Educação, Ciência e Tecnologia realizados pelo Governo Bolsonaro.
A situação da educação pública federal e da ciência é dramática. De um lado Bolsonaro e Weintraub estrangularam as instituições com duros cortes de orçamento e estão aparelhando elas com a imposição de interventores. De outro oferecem uma falsa “saída” com o FUTURE-SE, que significará a entrega dessas instituições à iniciativa privada, com perda de autonomia universitária, fim da estabilidade dos professores (que passarão a ser contratados pela CLT, com perda salarial e de direitos) e funcionamento em prol do lucro.
Os mais afetados estão sendo os trabalhadores terceirizados, em sua maioria mulheres negras, que estão sendo demitidos em massa pela falta de verbas. Logo depois vem os estudantes mais humildes, também em sua maioria negros, que estão tendo os instrumentos de assistência estudantil cortados (bolsas de permanência, alojamentos, bandejões, ônibus), o que põe em grande risco sua permanência no ensino público.
Nenhuma confiança no PT e PCdoB, traidores e oportunistas!
Antes de qualquer coisa temos que lembrar que não é de hoje que as universidades e instituições federais estão sob ataque. A partir de 2014 o governo Dilma passou a realizar cortes no orçamento das universidades e das agências de pesquisa (CNPq e CAPES). Diante das dificuldades econômicas, o PT optou por tirar dinheiro da ciência e educação para manter a “bolsa banqueiro”, as isenções de impostos para grandes empresas e o perdão de dívidas dos capitalistas. Também foi o PT que deu o primeiro passo para privatização das instituições federais, com o programa EBSERH, que entregou a gestão dos hospitais universitários à iniciativa privada (o próprio Weintraub afirmou que a EBSERH foi um “precedente” do FUTURE-SE).
É óbvio que a profundidade e extensão dos ataques atuais são incomparáveis, mas não podemos ter ilusão de que o PT e seus aliados, como o PCdoB, se negariam a atacar a educação. Basta ver que os 4 governadores do PT apoiaram e fizeram campanha pela “reforma” da previdência, que destruiu nosso futuro! Tempos de farinha pouco, o pirão da burguesia primeiro…
Diante dos atuais ataques, o PT e o PCdoB, apesar de dizerem ser contra, pouco ou nada fazem para organizar uma resistência séria. A CUT (dirigida pelo PT) é a maior central sindical da América Latina e a UNE (dirigida pelo PCdoB) a maior entidade estudantil. Porém eles fazem corpo mole ou mesmo sabotam as tentativas de outros setores em organizarem lutas de grande impacto, como greves, ocupações, piquetes etc.
O que esses partidos querem é voltar ao poder em 2022 e, para isso, não podem “assustar” os grandes capitalistas com “radicalismos”. O PSOL, apesar de ter muitos setores engajados nos movimentos sociais, é controlado por uma Direção Nacional e parlamentares que querem ser o novo PT e fazem exatamente a mesma coisa: limitam a “resistência” ao Congresso e à Justiça, evitando radicalismos. Nenhum desses merece a menor confiança!
O caminho para a vitória é a luta unificada com a classe trabalhadora!
Mesmo com as fortes manifestações estudantis que tem acontecido desde o início do ano, o corte de verbas não foi revertido. Ao contrário, Weintraub confessou que parte do dinheiro foi usado para comprar votos pela “reforma” da previdência na Câmara. De forma mais ampla, desde a greve das federais de 2014 só temos sofrido derrotas, tanto em termos de verbas quanto de políticas, como a “reforma” do Ensino Médio e a BNCC de Temer. Dificilmente os cortes atuais e “FUTURE-SE” serão derrotados sem uma resistência que vá além de atos de rua e greves universitárias.
Uma resistência à altura envolve duas coisas: intensificar as mobilizações, seguindo o exemplo das instituições onde estudantes realizaram ocupações e também declararam greve. Essas iniciativas precisam se espalhar para todo o país! Elas também precisam englobar os professores, técnicos administrativos e levantar demandas em prol dos terceirizados (em especial readmissão dos já demitidos). Mas mesmo um forte movimento da educação não basta. É fundamental que entrem em cena setores estratégicos da classe trabalhadora, pois greve na educação pública não afeta tão diretamente o capital, e os poderosos só recuam quanto seus lucros caem. É um absurdo que a CUT e a UNE não tenham articulado a greve contra a privatização dos Correios ou as manifestações contra o genocídio praticado pela PM com os movimentos em defesa da educação!
O dilema é que os trabalhadores da indústria, dos transportes, da produção e distribuição de energia e outros setores estratégicos estão extremamente desorganizados e desorientados. Vivemos um período muito duro, onde as derrotas prevalecerão e onde a urgente reorganização da classe trabalhadora vem sendo sistematicamente secundarizada por uma aposta estúpida nas eleições, no Congresso e na Justiça, terreno onde só podem prevalecer os interesses dos capitalistas.
Para articulações assim ocorrerem é urgente a reorganização dos setores mais combativos dos movimentos sociais e a criação de um instrumento de mobilização conjunta, uma frente nacional de lutas. Apenas assim poderemos impulsionar uma jornada de lutas e
Mesmo com as fortes manifestações estudantis que tem acontecido desde o início do ano, o corte de verbas não foi revertido. De forma mais ampla, desde a greve das federais de 2014 só temos sofrido derrotas, tanto em termos de cortes de verbas quanto de políticas, como a “reforma” do Ensino Médio e a BNCC de Temer. Dificilmente os cortes atuais e o “FUTURE-SE” serão derrotados sem uma resistência que vá além de atos de rua e greves universitárias.
É urgente intensificar mobilizações, seguindo o exemplo de onde estudantes realizaram ocupações e declararam greve – iniciativas que precisam se espalhar para todo o país! Elas também precisam englobar os professores, técnicos administrativos e levantar demandas em prol dos terceirizados, como readmissão e efetivação com isonomia salarial e de direitos. Para além de uma pauta somente defensiva, temos que exigir acesso universal à educação pública, através da expropriação dos grandes monopólios privados de ensino e anulação das dívidas de mensalidades, e o controle das instituições pelos seus membros, para que as universidades sejam postas a serviço do povo trabalhador.
Mas mesmo um forte movimento da educação não basta. É fundamental que entrem em cena setores estratégicos da classe trabalhadora, pois greve na educação pública não afeta tão diretamente o capital, e os poderosos só recuam quanto seus lucros caem. A unidade nesse momento é fundamental!
O dilema é que os trabalhadores da indústria, dos transportes, da produção e distribuição de energia e outros setores estratégicos estão extremamente desorganizados e desorientados. Vivemos um período muito duro, marcado por derrotas e onde a urgente reorganização da classe trabalhadora vem sendo sistematicamente secundarizada por uma aposta estúpida nas eleições, no Congresso e na Justiça. É fundamental a reorganização dos setores mais combativos dos movimentos sociais e a criação de um instrumento de mobilização conjunta, uma Frente Nacional de Lutas. Apenas assim poderemos impulsionar uma jornada de lutas em todo o país, unificando todos que vem sendo afetados pelos ataques de Bolsonaro e reverter as derrotas. Vamos nos organizar para lutar! A vitória não virá das eleições, Congresso nem da Justiça capitalista!
- Estatização sem indenização das universidades privadas, com anulação das cobranças de mensalidade!
- Dedicação de 10% do PIB para Educação!
- Destituição dos reitores e diretores impostos por Bolsonaro/Weintraub! Controle das universidades por comissões de estudantes e trabalhadores!