James Cannon sobre o Pablismo
James Cannon sobre o Pablismo
[Este é um pequeno trecho do discurso de James P. Cannon ao pleno do Comitê Central do Socialist Workers Party (Partido dos Trabalhadores Socialistas – SWP) dos Estados Unidos em 3 de novembro de 1953 (disponível em espanhol na íntegra), em sequência ao seu rompimento com os pablistas. A tradução para o português foi realizada pelo Reagrupamento Revolucionário em 2013].
[Este é um pequeno trecho do discurso de James P. Cannon ao pleno do Comitê Central do Socialist Workers Party (Partido dos Trabalhadores Socialistas – SWP) dos Estados Unidos em 3 de novembro de 1953 (disponível em espanhol na íntegra), em sequência ao seu rompimento com os pablistas. A tradução para o português foi realizada pelo Reagrupamento Revolucionário em 2013].
A direção é o problema por resolver da classe trabalhadora de todo o mundo. O único obstáculo entre a classe trabalhadora do mundo e o socialismo é o problema não resolvido da direção. É isso que significa “a questão do partido”. É isso que quer dizer o Programa de Transição quando declara que a crise do movimento proletário é a crise de direção. Isso significa que até que a classe trabalhadora resolva o problema de criar o partido revolucionário, a expressão consciente do processo histórico que possa dirigir as massas em luta, a questão seguirá sem ser resolvida. É a questão mais importante de todas: a questão do partido.
Se o nosso rompimento com o pablismo, como nós agora vemos claramente, for resumido a um ponto e puder ser concentrado em um ponto – esse ponto é a questão do partido. Isso nos parece claro agora conforme nós temos visto o desenvolvimento do pablismo na prática. A essência do revisionismo pablista é o abandono daquela parte do trotskismo que é hoje a sua parte mais vital – a concepção da crise da humanidade como a crise de liderança do movimento proletário resumida à questão do partido.
O pablismo busca não apenas destruir o trotskismo; ele busca destruir aquela parte do trotskismo que Trotsky aprendeu de Lenin. A maior contribuição de Lenin a toda sua época foi sua compreensão e sua luta determinada para construir um partido de vanguarda capaz de liderar os trabalhadores na revolução. E ele não confinou sua teoria à sua própria época de atividade. Ele voltou a 1871 e disse que o fator decisivo na derrota da primeira revolução proletária, a Comuna de Paris, foi a ausência de um partido de vanguarda marxista revolucionário capaz de dar ao movimento de massas um programa consciente e uma liderança resoluta. Foi a aceitação por Trotsky dessa contribuição de Lenin em 1917 que fez de Trotsky um leninista.
Isso está escrito no Programa de Transição, esse conceito leninista do papel decisivo do partido revolucionário. E é isso que os pablistas estão jogando pela janela a favor de uma concepção de que as ideias vão de alguma forma se filtrar para dentro das cabeças da burocracia traidora, dos stalinistas ou dos reformistas, e de que de uma forma ou de outra, no “dia de São Nunca”, a revolução socialista vai ser realizada e levada adiante sem um partido marxista revolucionário, isto é, leninista-trotskista. Essa é a essência do pablismo. Pablismo é a substituição do partido e do programa por uma fé e uma crença mística.