NOTAS EDITORIAIS (Revista Spartacist 1)

NOTAS EDITORIAIS

Na falta de uma declaração política geral:

Nós estamos publicando SPARTACIST porque nossa expulsão do Socialist Workers Party interrompe a expressão de nossas posições dentro desse partido. Nós continuaremos a produzir um órgão público até a nossa readmissão ao SWP e até reassumirmos nosso papel dentro dele.

Nós buscaremos resumir nosso ponto de vista com uma breve declaração “Nossa Posição” em uma edição próxima de SPARTACIST. Nesse meio tempo, enquanto esta edição tem a intenção de lidar especificamente com o SWP, todo seu conteúdo também expressa o que somos de uma forma mais geral.

Temos a intenção de que nosso periódico seja uma publicação propagandista direcionada aos mesmos dois objetivos que nós buscávamos, até agora, exclusivamente entre os membros do SWP. Queremos influenciar grupos e setores radicais que estejam se movendo à esquerda e também buscar clareza e direção marxista. Nós declaramos francamente de antemão que o propósito da nossa ação é propiciar o reagrupamento revolucionário de forças neste país para o surgimento de um partido leninista de vanguarda da classe trabalhadora. Em segundo lugar, queremos ganhar apoiadores individuais para nosso ponto de vista dentre a juventude radical, militantes da luta pelos direitos civis, e buscamos criar modestos núcleos dentro de setores-chave da classe trabalhadora. Crítica para nosso sucesso será a habilidade de nossos camaradas de, ao mesmo tempo, serem revolucionários envolvidos nas lutas sociais do nosso tempo e de realizar uma elaboração efetiva sobre as questões teóricas e políticas candentes postas diante dos marxistas hoje.

Nosso nome:

Nós escolhemos o título SPARTACIST em homenagem à Liga Espártaco, nome adotado pela esquerda revolucionária alemã liderada por Rosa Luxemburgo e Karl Liebknecht durante a Primeira Guerra Mundial. Os espartaquistas alemães travaram uma brava luta contra seus senhores imperialistas no tempo de guerra e, além disso, tiveram que marchar, a cada passo do caminho, em oposição à Maioria social-democrata, patriótica e degenerada, do seu tempo.

Nos Estados Unidos, a juventude trotskista no começo dos anos 1930 chamou seu jornal de Young Spartacus [Jovem Espártaco]. Foi uma extraordinária fusão jornalística da defesa de ideias revolucionárias com um guia para a ação. Não aspiramos a fazer nada além de servir, também para honrar o nome que escolhemos, à missão de expressar o ponto de vista do trotskismo consistente, o marxismo revolucionário de nossa época.

E sobre o SWP:

Qualquer tendência a se render ao sentimento de luto diante dos absurdos cometidos pela direção do partido deve ser combatida. Certamente, os principais autores da perseguição no partido traçaram uma linha separando-os das normas elementares da prática socialista revolucionária. Enquanto esses indivíduos podem provavelmente ser descartados, esse, de forma alguma, é o caso para o grosso da base do partido, que mostrou, ao contrário, a fraqueza menor e mais facilmente reversível de insensibilidade diante de ataques contra a democracia do partido e aquiescência a maus líderes.

Acima de tudo, uma resposta política é necessária. As expulsões impedem uma clarificação necessária sobre o que está na base das disputas intrapartidárias nos anos recentes: ou seja, a luta pelo socialismo pode ser travada de forma bem-sucedida hoje com os supostos marxistas revolucionários agindo como auxiliares de terceiros? Ou o objetivo estratégico dos trotskistas necessariamente segue tendo como centro que eles próprios ganhem a liderança da classe trabalhadora? Essa questão ainda precisa ser respondida concreta e decisivamente pelo SWP. Isso não é senão a formulação contemporânea de uma velha questão entre os socialistas. No fundo, ela revolve em torno da divisão básica – reforma ou revolução! O atual caráter não-resolvido da questão aparece subjetivamente no partido pela contradição na consciência dos seus membros. Eles ainda pensam em si mesmos como trotskistas, enquanto seguem líderes revisionistas cada vez mais distantes do marxismo! Nós não pretendemos permitir que medidas organizativas de pequenos burocratas fiquem no caminho da futura polarização em torno de uma linha de princípios no centrista SWP. Pois sabemos muito bem que muitos que hoje depositam seu apoio fracional na liderança majoritária irão, amanhã, se encontrar na ala esquerda revolucionária.

Nós incitamos:

A todos os apoiadores da nossa tendência, amigos e simpatizantes, e defensores dos nossos direitos na base do SWP, nós incitamos vocês a permanecerem firmes diante das expulsões. Apoiem-nos em nossos esforços para sermos readmitidos ao partido. Sigam a disciplina do partido e persistam na defesa de vossas visões. Em suma, permaneçam e lutem no SWP!

Nós, da nossa parte, pretendemos exaurir todos os recursos para reverter as expulsões. Mais – nós não ficaremos contentes apenas em submeter à linha e às ações do partido as críticas necessárias por meio das páginas de SPARTACIST e por outros meios. É igualmente nossa responsabilidade apoiar as ações públicas do SWP de forma principista. Em particular, declaramos nossa intenção de participar integralmente no trabalho da campanha presidencial de 1964 do partido.